Powered By Blogger

segunda-feira, 31 de julho de 2017

Reforma trabalhista desmontou CLT e enfraquece sindicatos

O presidente Michel Temer (PMDB) sancionou sem vetos, a Lei 13.467/2017 dia 13 de julho que alterou 117 itens da Consolidação das Lei do Trabalho (CLT).  Além da extinção da contribuição sindical e consequente enfraquecimento das entidades sindicais as medidas, visam garantir a total liberdade para os patrões fazer o que bem entender com o seus empregados (as).

De acordo com Robson Couto, diretor do Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários e Setor Diferenciado – SP (STERIIISP) há vários pontos polêmicos na nova lei, que se quer foram debatidos com a sociedade e o movimento sindical. “Havia 178 sugestões de emendas ao texto original a serem apreciadas no Senado Federal e, para atender os anseios da bancada patronal, se quer foram lidas pelos senadores”, lamenta.

Segundo o sindicalista, além de liquidar com importantes direitos dos trabalhadores (as), o principal objetivo da reforma foi alcançado na medida em que enfraquecerá os sindicatos e as centrais sindicais. “Caso uma nova fonte de custeio, como a contribuição negocial, aprovada pelos trabalhadores (as) em assembleias, não seja viabilizada, a situação ficará dramática”, alerta.

Robson diz que as mudanças afetarão o quadro de funcionários (as) de muitas instituições. Que empregam atualmente, 153,5 mil pessoas com carteira assinada no país, segundo dados da Relação Anual de Informações Sociais (Rais) e do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).

Passada a reforma, dizem especialistas em mercado de trabalho e sindicalismo, o número de trabalhadores em sindicatos no Brasil tende a encolher, de um lado, porque muitas entidades terão de se reestruturar para sobreviver com um orçamento menor e, de outro, porque centenas de sindicatos deixarão de existir.

Em 2016 os sindicatos de trabalhadores (as) arrecadaram R$ 2,6 bilhões com o desconto de um dia de trabalho de todos os 117,6 mil funcionários (as) com carteira assinada do país.  As entidades patronais receberam R$ 1,3 bilhão da contribuição recolhida diretamente das empresas.


A extinção do imposto terá maior impacto sobre cerca de 7.000 dos quase 12 mil sindicatos de trabalhadores do país, diz o consultor sindical João Guilherme Vargas Netto, já que cerca de 5.000 entidades representam funcionários públicos e da zona rural e têm grande parte das receitas garantidas por mensalidade paga pelos afiliados.


Daqueles 7.000, ele afirma 4.000 são sindicatos "de carimbo", que não negociam melhores salários ou melhores condições de trabalho para suas bases e existem exclusivamente por causa do imposto. "Esses tendem a desaparecer", afirma Vargas. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário