Powered By Blogger

segunda-feira, 10 de julho de 2017

Violência doméstica e as consequências no mundo do trabalho

Monique Bastos, diretora da Secretaria das Mulheres do STERIIISP diz que a violência contra as mulheres se configura como fenômeno multidimensional que não escolhe lugar, classe social, raça, etnia, faixa etária, entre outros. E que consequentemente, seu enfrentamento deve contemplar ações nas diversas esferas da vida social. “Coibir, punir e erradicar todas as formas de violências deve ser preceitos fundamentais de um país que preze por uma realidade justa e igualitária entre homens e mulheres”, garante.

Segundo ela, uma das principais violações e desrespeito que a mulher enfrenta, independente do seu meio social, é a violência doméstica, e muitas vezes é uma violência silenciosa, pois, são inúmeras as mulheres que por medo de seu agressor não denunciam, mesmo tendo a Lei nº 11.340/2006 – Maria da Penha em plena vigência que coíbe a violência e protege as mulheres.

“Esta Lei tornou-se um marco em defesa da violência contra a mulher, seja a violência física, psicológica, sexual, patrimonial e moral. Considerando que pesquisas apontam que grande parte do absenteísmo nas empresas é fruto da violência doméstica, se faz necessário cada vez mais propagar esta lei para que ela seja acionada”, recomenda Monique.

Diz que a violência física deixa além de marcas físicas, também marcas sentimentais; a violência psicológica que reflete diretamente no emocional é caracterizada pela rejeição do agressor, que agindo dessa forma, não deixa marca aparente, mas emocionalmente, causa cicatrizes pelo resto da vida; tem também a violência verbal que está diretamente relacionada à psicológica.

“A violência doméstica causada pelo parceiro reflete em manter no outro, seu poder para controlar. Estatisticamente a violência contra a mulher em geral é maior do que contra o homem e reflete no convívio social dessa mulher, que normalmente esconde dos seus familiares e colegas de trabalho por vergonha”, relata Bastos.

Em sua opinião agressão familiar interfere sobremaneira nas relações no trabalho, pois o agredido pode ter variadas reações como: falta de motivação para o trabalho, inquietação, desilusão com a vida e com o trabalho, irritabilidade, as consequências podem ser danosas e termina atingindo toda a organização, nesse caso a trabalhadora que sofre violência perde a vontade de trabalhar, causando danos para si e para a organização.


“Segundo dados de Secretaria de Políticas Públicas para Mulheres 70% dos casos da violência doméstica contra a mulher, o agressor é o companheiro ou cônjuge da vítima. Acrescentando os demais vínculos afetivos (ex-marido, namorado e ex-namorado), esse dado sobe para 89,17% dos casos de violência contra a mulher. O enfrentamento de todas as formas de violência é uma das prioridades também na pauta das mulheres trabalhadoras”, finaliza.

Nenhum comentário:

Postar um comentário