Monique Bastos, diretora da Secretaria das Mulheres do STERIIISP
diz que a violência contra as mulheres se configura como fenômeno
multidimensional que não escolhe lugar, classe social, raça, etnia, faixa
etária, entre outros. E que consequentemente, seu enfrentamento deve contemplar
ações nas diversas esferas da vida social. “Coibir, punir e erradicar todas as
formas de violências deve ser preceitos fundamentais de um país que preze por
uma realidade justa e igualitária entre homens e mulheres”, garante.
Segundo ela, uma das principais violações e desrespeito que a
mulher enfrenta, independente do seu meio social, é a violência doméstica, e
muitas vezes é uma violência silenciosa, pois, são inúmeras as mulheres que por
medo de seu agressor não denunciam, mesmo tendo a Lei nº 11.340/2006 – Maria da
Penha em plena vigência que coíbe a violência e protege as mulheres.
“Esta Lei tornou-se um marco em defesa da violência contra a
mulher, seja a violência física, psicológica, sexual, patrimonial e moral.
Considerando que pesquisas apontam que grande parte do absenteísmo nas empresas
é fruto da violência doméstica, se faz necessário cada vez mais propagar esta
lei para que ela seja acionada”, recomenda Monique.
Diz que a violência física deixa além de marcas físicas, também
marcas sentimentais; a violência psicológica que reflete diretamente no
emocional é caracterizada pela rejeição do agressor, que agindo dessa forma, não
deixa marca aparente, mas emocionalmente, causa cicatrizes pelo resto da vida;
tem também a violência verbal que está diretamente relacionada à psicológica.
“A violência doméstica causada pelo parceiro reflete em manter
no outro, seu poder para controlar. Estatisticamente a violência contra a
mulher em geral é maior do que contra o homem e reflete no convívio social
dessa mulher, que normalmente esconde dos seus familiares e colegas de trabalho
por vergonha”, relata Bastos.
Em sua opinião agressão familiar interfere sobremaneira nas relações
no trabalho, pois o agredido pode ter variadas reações como: falta de motivação
para o trabalho, inquietação, desilusão com a vida e com o trabalho,
irritabilidade, as consequências podem ser danosas e termina atingindo toda a
organização, nesse caso a trabalhadora que sofre violência perde a vontade de
trabalhar, causando danos para si e para a organização.
“Segundo dados de Secretaria de Políticas Públicas para Mulheres
70% dos casos da violência doméstica contra a mulher, o agressor é o
companheiro ou cônjuge da vítima. Acrescentando os demais vínculos afetivos
(ex-marido, namorado e ex-namorado), esse dado sobe para 89,17% dos casos de
violência contra a mulher. O enfrentamento de todas as formas de violência é
uma das prioridades também na pauta das mulheres trabalhadoras”, finaliza.
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