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Com muita sabedoria e
unidade de ações, aos poucos, os obstáculos foram superados, vencidos e, uma
década depois, a classe trabalhadora volta ao protagonismo político sindical
com a onda grevista iniciada no ABC paulista que, depois como rastro de
pólvora, se alastrou para todo País.
Combater, coibir, prevenir e
eliminar a desigualdade social e a violência no ambiente de trabalho passou a
fazer parte das pautas de reivindicações entregues aos patrões, nos períodos de
campanhas salariais. Ou seja, a sociedade de consumo em que um bem material
vale muito mais que uma vida ou trauma, passa a ser ideologicamente contestada.
Reestabelecida a democracia,
a partir de 1985 os sindicatos passam a ser identificados com inúmeros Partidos
Políticos e iniciam um processo de combate, tanto do opressor social como o
opressor nacional, que ganha força após a eleição presidencial de 1989 no qual
o Projeto Neoliberal, defendido por Fernando Collor de Mello, vence com o voto
popular.
Desde a década de 1990, a
indústria brasileira sofre com a “desindustrialização” em todas as regiões e
quase todos os setores produtivos. Para se ter uma ideia da dimensão deste
acontecimento, em 1986 a indústria representava 36% do Produto Interno Bruto (PIB)
do Brasil. Hoje, representa 10,9%. Só de 2008 a 2015 a queda foi de 10%.
Neste cenário, quanto mais
se avança na competitividade intercapitalista, quanto mais se desenvolve a
tecnologia concorrencial, maior é a desmontagem de inúmeros parques industriais
que não conseguem acompanhar sua velocidade intensa. Pois quanto mais aumentam
a competitividade e a concorrência inter-empresas e inter-potências políticas
do capital, mais nefastas são suas consequências para a classe trabalhadora.
A ótica do neoliberalismo é
a ótica do Estado Mínimo, de não ter políticas sociais, políticas públicas de
saúde, educação e outras áreas prioritárias para a população de baixa renda.
Neste sistema político, a desigualdade entre capital e trabalho é extremamente
violenta.
A partir daí, a proposta
vitoriosa de uma globalização econômica e produtiva passa a ditar as regras de
um sistema produtor de mercadorias, que se encarregará de impor perversas
transformações na vida de milhões de brasileiros (as), que só perceberão o quanto
é nefasto este projeto de Estado Mínimo alguns anos depois, com a eleição do
presidente Luiz Inácio Lula da Silva (Lula).
Agora com a Reforma
Trabalhista, o movimento sindical sofre outro golpe junto com todos aqueles que
nada possuem além de sua força de trabalho, e que, frequentemente, vivem em
condições miseráveis. Ficará difícil aceitar que os detentores do capital
passem a se apropriar de um montante significativo da riqueza produzida sem que
tenha trabalhado para isso.
As conquistas históricas dos
trabalhadores (as) foram massacradas e o cenário recessivo da crise tende a
piorar com as novas regras trabalhistas. Análise do Departamento Intersindical
de Assessoria Parlamentar (Diap) aponta que a reforma transformará um emprego
formal em dois ou três informais. Será a “uberização” do trabalho.
Infelizmente o parlamento
brasileiro agiu como fiel colaborador para que o Brasil se transforme
eternamente província monetária dos Estados Unidos (EU). Ao movimento sindical,
resta aglutinar forças e transformar a indignação em resistência nos locais de
trabalho contra estes ataques aos direitos sociais e trabalhistas.
O caminho parte em direção
de fortalecer a consciência de classe e ter mais atenção na hora de votar em
uma base de representação popular no Congresso Nacional mais progressista,
ligada aos interesses nacionais e dos trabalhadores (as). Afinal, como bem diz
José Calixto Ramos, presidente da Nova Central, o sindicalismo é uma chama que
nunca se apaga e sobreviverá a mais este ataque.
Por:
Nailton
Francisco de Souza, diretor Nacional de Comunicação da Nova Central.
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