O
senador Paulo Paim (PT-RS) condena as propostas contidas na reforma da
Previdência do governo Bolsonaro, que deverá ser encaminhada nesta terça-feira
(19) ao Congresso Nacional. Em entrevista concedida à TV 247, ele denuncia o
conteúdo ultraliberal do pacote e acredita que "o governo não conseguirá
aprovar uma reforma da Previdência tão inflexível".
Ele
diz não existir nenhum argumento convincente de que realmente a "previdência
pública irá quebrar", frase constantemente alardeada pelos setores que
defendem a reforma.
Paim
lista os reais problemas da seguridade social: "Ocorre sonegação, desvios
de 1,3 trilhão de reais realizados pela Desvinculação de Receitas da União
(DRU), a apropriação indébita, além dos grandes devedores, que causam um rombo
de 600 bilhões na previdência". "Ou seja", completa, "o
problema da previdência é má gestão".
O
senador classifica como "preocupante" o modelo de Previdência
defendido pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, que pretende impor um
sistema de capitalização individual de aposentarias semelhante a do Chile, que
gerou no país uma onda de miséria e suicídio na faixa da terceira idade. "No modelo chileno os aposentados ganham
em média 500 reais mensais", denuncia.
"Se
for aprovada, a nova previdência irá pagar aos aposentados apenas 10% de seu
salário", alerta Paim. No entanto,
ele considera que, se o governo insistir numa proposta de reforma
"inflexível", "no duro modelo de previdência que concede
aposentadoria apenas aos 65 anos para homens e mulheres e 40 anos de
contribuição, a reforma não será aprovada".
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