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terça-feira, 12 de fevereiro de 2019

Com Bilhete Único apenas 6% dos passageiros pagam em dinheiro em SP


Levantamento da SPTrans – São Paulo Transportes – empresa municipal que gerencia o transporte coletivo por ônibus urbano na capital paulista, atesta que com  o aumento do pagamento com o Bilhete Único (hoje apenas 6% dos passageiros pagam em dinheiro). Situação que coloca em risco a função dos cobradores.

Segundo dados de 2017 da prefeitura de São Paulo e das empresas de ônibus, os cobradores “custam” ao sistema em torno de R$ 1 bilhão por ano, mas “arrecadam” menos de R$ 300 mil. Atualmente, as 533 linhas do subsistema local dos bairros, operadas pelas antigas cooperativas de transporte, não contam mais com eles.

Uma das propostas é que mesmo com o alto percentual de pagamento por bilhetagem eletrônica, as empresas mantenham um profissional no ônibus para ajudar o motorista nas manobras e pontos cegos e os passageiros com informações e no embarque e desembarque.

Segundo Nailton Francisco de Souza (Porreta), secretário de Assuntos de Manutenção do Sindmotoristas/SP – Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores em Transportes Rodoviário Urbano de São Paulo e Secretário Nacional de Comunicação da Nova Central, a luta dos trabalhadores (as) para manter os postos de trabalho destes profissionais iniciou na gestão da então prefeita Luiza Erundina, que anunciou a possibilidade de implantar na cidade a “Tarifa Zero”.

“Na época este projeto de política pública pretendia democratizar o acesso ao transporte público sem cobrar do usuário no momento do uso, mas sim custeá-lo a partir do orçamento público. De imediato o sindicato se opôs e teve até uma declaração um tanto desrespeitosa do presidente da CMTC – Companhia Municipal de Transporte Coletivo -, que chamou os cobradores de ônibus de penduricalhos. A revolta foi total na categoria”, lembra Nailton Porreta.

O enfrentamento com as gestões futuras também foram marcantes em defesa dos empregos, de acordo com Nailton o embate contra a “Privatização da CMTC”; as manifestações contra a implantação das “Catracas Eletrônicas” nos ônibus; as greves para barrar o desemprego em massa e garantir o pagamento das rescisões trabalhistas, a com a aprovação da “Lei Ordinária 13.241/2001” que regulamentou o sistema de transporte e descredenciou mais de 20 empresas, fazem parte desta história.

Souza relata que desde que foi apresentado pelo então secretário municipal de transportes, Jilmar Tatto em 1º de fevereiro de 2013 o novo modelo operacional, que ainda previa cooperativas, já se anunciava redução de linhas de ônibus urbano. Previa a construção de 430 quilômetros de corredores exclusivos, que poderiam funcionar sem os cobradores.

E dentre os objetivos do novo modelo de concessão estava a racionalização do sistema. E a reorganização seria feita com base na infraestrutura já instalada, mas previa as seguintes alterações: Redução de sobreposições de linhas nos corredores estruturais de transportes; Redução no número de linhas que vão para o centro da cidade e criação de linhas perimetrais, que ligam bairros e regiões, sem necessidade de passar pelo centro de São Paulo.

“Mais uma vez o sindicato entra em campo e via decisão judicial consegue barrar a retirada destes profissionais da catraca. Ou seja, já se passaram 16 anos do anuncio destas mudanças, sempre com ameaças, implícitas de eliminar postos de trabalho na categoria nas funções de motoristas, cobradores, fiscais e funcionários (as) da manutenção. Atualmente a entidade tem um documento assinado pela SMT – Secretaria Municipal de Mobilidade e Transporte – que garante o nível de empregos”, garante Porreta.

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