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quinta-feira, 28 de fevereiro de 2019

Concepções políticas que influenciaram a evolução do sindicalismo brasileiro


Várias concepções políticas e filosóficas influenciaram o movimento sindical, sendo as principais: a) o trade-unionismo; b) o sindicalismo cristão; c) o corporativismo; d) o sindicalismo revolucionário; e) o anarcosindicalismo; f) a social-democracia; e g) o comunismo.

Os defensores do trade-unionismo tinham uma concepção de sindicalismo, até hoje presente nos Estados Unidos, estritamente reivindicatória e predominantemente economicista, sem questionamento do modelo capitalista.

Os adeptos do sindicalismo cristão se dividiam em dois grupos, os conservadores e os progressistas. Os primeiros se inspiravam na encíclica papal Rerum Novarum2 de Leão XIII, que defende a necessidade de humanização do capitalismo, e advogavam sua função social, com um mínimo de justiça e equidade. Os segundos eram anti-capitalistas e defendiam que o sindicato deveria desenvolver luta econômica e política.

Os postulantes do sindicalismo corporativo, criado na vigência do fascismo italiano de Mussolini e inspirado na Carta Del Lavoro, de 1927, concordavam com a dependência e a subordinação do sindicalismo ao Estado. A Carta Del Lavoro, editada pelo Partido Nacional Fascista Italiano em 1927, um documento de extrema direita, foi uma espécie de Carta de Princípios do modelo corporativista do Estado, definindo uma política econômica e a organização do Estado, com a completa dependência sindical do Governo.

Ela tratava de três aspectos do mundo do trabalho : 1) Contrato Coletivo e Garantia do Trabalho; 2) dos Escritórios de Colocação no Trabalho; e 3) da Previdência, da Assistência, da Educação e da Instrução. A Carta Del Lavoro inspirou a Constituição Brasileira de 1937, que vigorou no Estado Novo, fase ditatorial de Getúlio Vargas.

Os defensores do sindicalismo revolucionário, por sua vez, pregavam a violência revolucionária, baseando-se fundamentalmente na greve geral e na sabotagem como armas de transformação da sociedade. Seus principais teóricos foram o francês Georges Sorel e o italiano Arturo Labriola.

Os anarquistas, que defendiam o anarco-sindicalismo, tal como o sindicalismo revolucionário, acreditavam exclusivamente na luta sindical como processo de emancipação da sociedade, rechaçando outras formas de luta política que passassem pelo Estado ou pelo Parlamento. Defendiam o fim do Estado, que deveria ser substituído por uma federação de conselhos executivos de sindicatos. Eram contra até a legislação de proteção ao trabalho.

No Brasil, os anarquistas tiveram enorme presença no período que vai do final do século XIX até o começo do século XX (meados dos anos 20). Foram revolucionários no método de ação sindical e nas pautas reivindicatórias, inclusive quanto à temática abordada. Lideraram a fundação da primeira central sindical no Brasil, a COB – Confederação Operária Brasileira, em 1906. Perderam espaço nas organizações sindicais. Seus principais teóricos foram Bakunin, Proudhon, Kropotkin e Malatesta.

Os adeptos da social-democracia, por sua vez, se referenciavam na luta institucional e no partido político, não acreditavam na luta de classe nem na revolução. Apostavam no evolucionismo. Aliás, a social-democracia surgiu exatamente como uma mediação entre o capitalismo selvagem e o comunismo, com concessões aos trabalhadores para preservar o capitalismo, porém com o reconhecimento de alguns direitos sociais.

Já os comunistas, diferentemente das demais concepções, eram adeptos de uma política de alianças e defendiam a ampliação da luta sindical para por fim ao capitalismo. Na visão de Marx, a luta econômica deveria estar articulada com a luta política e com a luta ideológica, com vistas à conquista do poder político pelos trabalhadores.

Cabe registrar que muitas dessas correntes de pensamento de propostas sindicais tiveram penetração no Brasil. Destacam-se historicamente e com relevo as propostas anarco-sindicalistas, socialistas, corporativas e marxistas (comunistas). Registre-se, ainda, que aquelas orientações levaram a diversas formas de organização sindical.

Nos países em que vigora a liberdade plena de organização sindical, nos termos da Convenção 87 da OIT, por exemplo, existem sindicatos que não se organizam por categoria profissional, mas, por orientação política, inclusive com ligações partidárias ou ideológicas.

De outro lado, no Brasil, a organização dos sindicatos por categoria profissional, e sob a influência da unicidade sindical, não impediu, mesmo sem vinculação estrutural, o alinhamento político e dos recursos dos sindicatos e de outros níveis de organização sindical aos partidos políticos.

Fonte: DIAP.

Empresários brasileiros descobrem que Bolsonaro não tem plano para gerar empregos


Empresários brasileiros começam a cair na real e descobrem que Bolsonaro (PSL) não trouxe nenhuma propostas destinada a gerar empregos e reaquecer a economia; sua retórica é toda voltada a destruição de direitos e da própria renda nacional; por isso mesmo, o Indicador de Confiança Empresarial (ICE), medido pela FGV, caiu 0,7 ponto em fevereiro, mesmo patamar de 97 pontos, após quatro altas consecutivas; Índice de Expectativas, que mede a confiança no futuro da economia também encolheu 1,5 ponto, depois de avançar por sete meses seguidos.

Segundo a pesquisa, dos quatro segmentos analisados, apenas a indústria teve alta na confiança (0,8 ponto, para 99 pontos). Os demais tiveram queda: comércio (-3,8 pontos, para 100 pontos), construção (-0,4 ponto, para 85 pontos) e serviços (-0,7 ponto, para 96,5 pontos).

O Índice de Expectativas, que mede a confiança no futuro da economia, também encolheu 1,5 ponto, depois de avançar por sete meses seguidos, fechando fevereiro em 101,7 pontos.

De acordo com o pesquisador Aloisio Campelo Jr., o resultado do ICE "sustenta a tese de que, passado o período de lua de mel com o novo governo, a retomada da confiança empresarial será limitada enquanto os níveis de incerteza econômica permanecerem elevados".

As últimas movimentações políticas deixam claro que o vice-presidente Hamilton Mourão assumiu a liderança desse estranho campeonato político que se disputa no país. Ele está sempre avançando pela direita, claro, mas tentando evitar cair pela extrema. Foi ele, inclusive, que deve ter desenvolvido a tática do faz de conta com o Capitão.

Mantém o Capitão em campo para iludir a oposição e garantir a torcida motivada, enquanto, dentro das quatro linhas, é ele que avança e dribla as equipes adversárias. Não espera grande desempenho nem do Capitão nem do Paulo Guedes (já demonstraram isso no confronto direto com o time do filho), mas é o que tem no momento.

Colocou os Filhos no papel de mero gandulas, guardiães de bolas murchas. E chamou Moro para distrair os juízes, inclusive com a responsabilidade de lançar Lona Zaboa pela esquerda com a tarefa principal de driblar Olavo de Carvalho. Durante a partida, sempre que pode, Mourão vai à beira do gramado e dá uma palhinha para o pessoal da Globo. Enquanto isso, a torcida – que pagou pra ver! – vaia e esperneia pedindo o voto de volta.

Fonte: https://www.brasil247.com

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2019

Procurador do DF envia à PGR suspeitas sobre Jair Bolsonaro por improbidade e peculato


O procurador da República do Distrito Federal Carlos Henrique Martins Lima enviou à Procuradoria Geral da República representações que apontam suspeita do crime de peculato (desvio de dinheiro público) e de improbidade administrativa em relação ao presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL).

A representação se baseia na suspeita de que Nathália Queiroz, ex-assessora parlamentar de Bolsonaro entre 2007 e 2016, período em que o presidente era deputado federal, tinha registro de frequência integral no gabinete da Câmara dos Deputados enquanto trabalhava em horário comercial como personal trainer no Rio de Janeiro.

A possibilidade investigada é de que ela seria uma funcionária "fantasma", ou seja, que recebesse salário mas não trabalhasse efetivamente. O G1 entrou em contato com a Secretaria de Comunicação da Presidência e aguardava retorno até a última atualização desta reportagem.

Nathália é filha de Fabrício Queiroz, ex-motorista e ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), filho do presidente. Queiroz é alvo do Ministério Público por movimentação atípica apontadas pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) nas contas que também envolvem Flávio Bolsonaro.

Segundo o procurador, o caso pode ou não ser apurado junto com uma suspeita de irregularidades em relação a outra funcionária que está sob análise da PGR. Caberá à procuradora-geral da República, Raquel Dodge, decidir se pede ou não abertura de inquérito para investigar Jair Bolsonaro.

Carlos Lima apontou na representação que um presidente não pode responder por fatos anteriores ao mandato, mas caberá à Raquel Dodge analisar a questão, uma vez que precedentes indicam que pode haver investigação, sem que uma ação penal seja aberta enquanto o presidente permanecer no cargo.

O procurador destacou também que a Constituição não fala sobre a possibilidade de responder por improbidade, embora o Supremo já tenha definido que a imunidade vale apenas para crimes comuns.

"Tem-se, portanto, que nada impede que o Presidente da República seja investigado e responsabilizado na esfera cível e, na esfera penal, veja a investigação por tais atos ter regular andamento, entendimento partilhado pela atual Procuradora-Geral da República. A imunidade restringe-se à ação penal e respectiva responsabilização por atos estranhos ao seu exercício, no curso do mandato", afirmou Carlos Lima.

O procurador da República disse ainda que, embora não haja foro para crimes de improbidade, é preciso aguardar uma posição sobre a suspeita na área criminal "para evitar que o desfecho de uma seara - ao menos ao cabo da investigação - possa estar em claro conflito com o encaminhamento a ser dado na esfera cível". Ele pediu ficar suspenso o prazo da prescrição para que a suspeita de improbidade seja analisada posteriormente à questão criminal.

Fonte: https://g1.globo.com/politica/noticia

terça-feira, 26 de fevereiro de 2019

Centrais decidem: 22 de março haverá Mobilização e Luta contra a Reforma da Previdência


Reunidas no DIEESE em São Paulo na terça-feira (26/2), dirigentes da Nova Central, CUT, Força Sindical, CTB, UGT, CSB, intersindical Luta e Organização, CSP-Conlutas, Intersindical-Central da Classe Trabalhadora e CGTB decidiriam realizar, em 22 de março, um “Dia Nacional de Luta e Mobilização em Defesa da Previdência”. A data servirá como aquecimento rumo a uma “Greve Geral” em defesa das aposentadorias.

Na avaliação de Luiz Gonçalves (Luizinho) presidente Estaduala da Nova Central – SP a Proposta de Emenda à Constituição (PEC 06/2019), entregue ao Congresso Nacional por Jair Bolsonaro (PSL), no dia 20 de fevereiro é mais prejudicial ao povo do que a encaminhada em 2017 pelo ex-presidente Michel Temer (MDB).

“Lamentável e terrível a proposta elaborada pelos iluminados deste governo. Além de dificultar o acesso ao direito de se aposentar, reduzirá o valor dos benefícios ao estabelecer a obrigatoriedade da idade mínima de 65 anos para os homens, 62 para as mulheres e aumenta o tempo de contribuição de 15 para 20 anos. E que quebra querem retirar da Constituição Federal de 1988 o sistema de Seguridade Social brasileiro”, denuncia Gonçalves. 

Em sua opinião, para derrotar a sede dos que querem emplacar o desmonte das aposentadorias no Brasil será preciso organizar trabalhadores (as) para aderirem às mobilizações e participarem do processo de pressão aos parlamentares em suas bases eleitorais, aeroportos, nas ruas, shoppings em todos os locais onde eles estiverem.

Luizinho diz que segundo pesquisa CNT/MDA divulgada na terça-feira (26/02), nem bem começo a governar, o presidente Bolsonaro tem só 38,9% de ótimo e bom, caracterizada a pior avaliação entre os presidentes em início de seus primeiros mandatos. “Com esta medíocre aprovação e se cair mais nas próximas pesquisas, este desgoverno ficará refém dos parlamentares e não conseguirá aprovar seus nefastos projetos”, avalia.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2019

Idade mínima irá direto a 61 para homem e 56 para mulher na maioria dos casos


A proposta de reforma da Previdência apresentada na quarta-feira (20/2) pelo governo Bolsonaro (PSL) estabelece três regras de transição diferentes para quem já está no mercado de trabalho do setor privado e planejava se aposentar por tempo de contribuição. A idade mínima passará direto para 61 anos (homens) e 56 anos (mulheres) para a maioria desses trabalhadores.

Hoje, eles têm a opção de se aposentar sem idade mínima, ao cumprir 35 anos de contribuição, no caso dos homens, e 30, no caso das mulheres. Esse modelo, que beneficia quem tem mais acesso ao mercado formal de trabalho, representava 17% dos benefícios do INSS, no final de 2017.

Mas, como seu valor é relativamente maior (média de R$ 2.108 mensais no final de 2017), consome 23% das despesas da Previdência privada. Quem já tiver cumprido o tempo mínimo de contribuição quando a nova lei for aprovada terá direito garantido de se aposentar por esse sistema, com as regras atuais (sem idade mínima e com benefício calculado pelo fator previdenciário), a qualquer tempo (já a antiga fórmula 85/95 será extinta).

No outro extremo fica a parcela dos trabalhadores que não conseguirá cumprir a tempo as regras de transição —isso deve ser mais comum para mulheres com menos de 51 anos de idade e 18 anos de contribuição e para homens com menos de 56 anos de idade e 26 anos de contribuição.

Nesses casos, será preciso atender aos novos parâmetros da lei: idade mínima de 65 para homens e 62 para mulheres e tempo mínimo e contribuição de 20 anos, com benefício de 60% da média dos salários de contribuição.

O valor do benefício sobe dois pontos percentuais a cada ano de contribuição, ou seja, um trabalhador que começar a contribuir com 25 anos (homem) ou 22 anos (mulher) se aposenta com benefício máximo na idade mínima.

Para os que ainda não tiverem contribuído o necessário, a PEC 6 estabelece três regras diferentes de transição. A proposta procura atender a diferentes casos de trabalhadores, mas acaba criando abismos: pessoas com idades e tempos de contribuição hoje bastante semelhantes podem se aposentar com anos de diferença.

Simulação feita pelo jornal Agora mostra também que, mesmo que se enquadre nas regras de transição, a maioria dos homens terá que trabalhar até os 65 anos e as mulheres, até 61.

Regra 1: pelo fator previdenciário, com pedágio

Quem pode entrar: homens com no mínimo 33 anos de contribuição e mulheres com no mínimo 28 anos de contribuição na data da promulgação da nova lei

Como funciona:

Será possível se aposentar sem cumprir idade mínima;
Será preciso contribuir 50% a mais do tempo que falta para chegar a 35 anos de contribuição, para homens, ou 30 ano, para mulheres;
Cálculo do benefício será pelo fator previdenciário, que reduz o valor para aposentados mais jovens.
Exemplos:

Homem - 52 anos, 33 de contribuição

Número de anos que faltavam para os 35 mínimos: 2
Pedágio: 1 ano (50% de 2)
Total de anos que precisa contribuir: 3
Idade em que se aposenta: 55

Mulher - 50 anos, 29 anos de contribuição

Número de anos que faltavam para os 30 mínimos: 1
Pedágio: 0,5 (50% de 1)
Total de anos que precisa contribuir: 1,5
Idade em que se aposenta: 51,5

REGRA 2: PELA IDADE MÍNIMA
Quem consegue entrar: parte dos homens com mais de 57 anos de idade e ao menos 27 anos de contribuição; parte das mulheres com mais de 50 anos de idade e ao menos 18 de contribuição.

Como funciona: é preciso cumprir contribuição mínima de 35 anos (homens) e 30 anos (mulheres); é preciso cumprir idade mínima, que começa em 61 anos para homens e 56 para mulheres e sobe 6 meses por ano até chegar a 65 para homens e 56 para mulheres.
Cálculo do benefício é pela regra nova, e parte de 90% do benefícios para homens (35 anos de contribuição), e 80% para mulheres (30 anos de contribuição); porcentagem sobe 2 pontos a cada ano de contribuição, até chegar a 100% com 40 anos de contribuição
Exemplos:

Homem - 58 anos de idade, 29 de contribuição
Número de anos que faltam para chegar a 35 de contribuição: 6
Ano em que atinge 35 anos de contribuição: 2025
Idade mínima exigida para homens em 2025: 64 anos
Idade que ele terá em 2025: 64 anos

Mulher - 54 anos de idade, 25 anos de contribuição
Número de anos que faltam para chegar a 30 de contribuição: 5
Ano em que atinge 30 anos de contribuição: 2024
Idade mínima exigida para mulheres em 2024: 58,5 anos
Idade que ela terá em 2024: 59 anos

REGRA 3: PELO SISTEMA DE PONTOS
Quem consegue entrar: quem está mais longe dos 61 anos de idade (homens) e 56 anos (mulheres), mas tem tempo de contribuição próximo dos 35 anos (para homens) e 30 anos (para mulheres)

Como funciona:

É preciso cumprir contribuição mínima de 35 anos (homens) e 30 anos (mulheres); Somam-se os anos de contribuição com a idade; a soma necessária começa em 96 pontos para homens e 86 para mulheres, e sobe 1 ponto a cada ano, até chegar a 105, para homens, e 100, para mulheres
Como a cada ano de vida se acrescenta um ano de contribuição, ganham-se 2 pontos por ano; Cálculo do benefício é pela regra nova, e parte de 90% do benefícios para homens (35 anos de contribuição), e 80% para mulheres (30 anos de contribuição); porcentagem sobe 2 pontos a cada ano de contribuição, até chegar a 100% com 40 anos de contribuição
Exemplos

Homem - 56 anos, 32 de contribuição

Ano em que atinge os 35 mínimos de contribuição: 2022
Idade que terá em 2022: 59 anos --> nesse ano, pela transição por idade, seria preciso ter 62,5 anos
soma de pontos em 2022: 94 --> nesse ano, pela transição por pontos, é preciso ter 99 pontos
soma de pontos em 2023: 96 --> nesse ano, pela transição por pontos, é preciso ter 100 pontos
soma de pontos em 2024: 98 --> nesse ano, pela transição por pontos, é preciso ter 101 pontos
soma de pontos em 2025: 100 --> nesse ano, pela transição por pontos, é preciso ter 102 pontos
soma de pontos em 2026: 102 --> nesse ano, pela transição por pontos, é preciso ter 103 pontos
soma de pontos em 2026: 104 --> nesse ano, pela transição por pontos, é preciso ter 104 pontos
idade que terá em 2026: 63 anos

Mulher
47 anos
25 de contribuição

ano em que atinge os 30 mínimos de contribuição: 2024
idade que terá em 2024: 52 ---> nesse ano, pela transição por idade, seria preciso ter 57,5 anos
soma de pontos em 2024: 82 --> nesse ano, pela transição por pontos, é preciso ter 89 pontos
soma de pontos em 2023: 84 --> nesse ano, pela transição por pontos, é preciso ter 90 pontos
(...)

Fonte: https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2019/02/idade-minima-ira-direto-a-61-para-homem-e-56-para-mulher-na-maioria-dos-casos.shtml


Regras de transição na Reforma da Previdência de Bolsonaro nivelam por cima idades de aposentadorias

Duas das três regras de transição da reforma da Previdência nivelam por cima as idades de aposentadoria de trabalhadores que estão na faixa dos 50 anos de idade e que têm expectativa de se aposentar entre os próximos três a cinco anos. Para esse grupo, as opções oferecidas empurram a idade da aposentadoria para perto ou além dos 60 anos.

No primeiro sistema de transição, a idade mínima começa em 56 anos (mulheres) e 61 anos (homens) e vai progredindo seis meses ao ano, até chegar a 62 e 65 anos, para mulheres e homens, respectivamente.

A segunda opção adota um sistema de pontuação. Ela libera o benefício ao trabalhador que, ao somar idade e tempo de contribuição, fique em 86 pontos (mulheres) e 96 (homens). O sistema avança um ponto ao ano até chegar a 100 (mulheres) e 105 (homens).  O tempo de contribuição obrigatório é de 30 anos (mulher) e 35 anos (homem).

Com base nessas duas regras, a reportagem simulou 72 perfis de mulheres entre 45 e 56 anos de idade, com tempo de contribuição entre 25 e 27 anos. Na amostra masculina foram avaliados homens entre 50 e 61 anos, que tenham contribuído de 30 a 32 anos com o INSS.

Para as seguradas, independentemente da idade atual, a aposentadoria só será possível entre 58 e 61 anos de idade. Para os segurados, as idades ficarão entre 62 e 65 anos.

“Há situações em que você não consegue entrar na regra de transição de forma satisfatória e, quando projeta idade mínima e tempo de contribuição necessários, o cidadão é invariavelmente empurrado para a ponta da regra de transição”, comenta o especialista em direito previdenciário Rômulo Saraiva.

A reforma ainda tem um terceiro sistema de transição. Prevê o acréscimo de 50% do tempo restante para que seja atingido o período de contribuição de 30 anos (mulheres) e de 35 anos (homens). Mas essa fórmula só é aplicada a quem está a até dois anos de completar o período de recolhimento previdenciário.

Quem não conseguir entrar nessas três regras de transição vai direto para a regra definitiva, que exigirá idade mínima de 62 anos, para mulheres, e 65 anos, para homens.
                                              
Fonte: https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2019/02/na-transicao-mulher-trabalha-ate-61-anos-e-homem-ate-65.shtml
            

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2019

Vereador do PDT em Suzano denuncia que alvo da Reforma da Previdência são os pobres


Em sua página no Facebook, José Alves Pinheiro Neto (Netinho) vereador da cidade de Suzano – SP, diz reconhecer que o País está em crise e que mudanças precisam acontecer, mas não acha justo que conta recaia somente aos mais pobres. “É isso o que prevê a proposta de emenda à Constituição (PEC) de reforma da Previdência entregue ao Congresso Nacional na quarta-feira (20/2) pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL)”, denuncia.

Segundo o parlamentar, as novas regras penalizam os mais pobres, principalmente as mulheres e os trabalhadores rurais. Além de proteger militares e juízes, que não serão afetados nem perderão privilégios com a mudança. 

“Os banqueiros também ganharão muito com a reforma da Previdência em cima dos mais pobres. Isso porque a PEC cria um sistema que fará com que cada trabalhador financie sua própria aposentadoria, que deverá ser administrada por entidades públicas ou privada”.

Acha um absurdo o aumento da idade mínima de 62 anos no caso das mulheres e 65 anos para homens para ter direito a aposentadoria. A proposta inclui ainda um tempo mínimo de contribuição de 20 anos ao INSS, mas para receber o valor integral será preciso trabalhar por 40 anos. Defende que quem ganha mais pague mais. 

“Mas no Brasil não é bem assim. Os ricos pagam menos impostos que os pobres. Isso acontece quando é beneficiado por desonerações fiscais, além de lucros e dividendos isentos de tributação, entre outras regalias que fazem o País perder bilhões em arrecadação”, acrescenta.

Acha injusto que a maior parte do orçamento da União sirva para pagar os juros da dívida pública aos bancos. Dinheiro que acaba indo para fora do Brasil. Tudo, à custa dos mais pobres. “Entendemos a necessidade de uma reforma previdenciária, mas essa que está em tramitação é uma sacanagem com os mais pobres. Passou do limite, não chega a ser nem desrespeito, mas uma maldade do atual governo que só quer destruir os mais pobres. Isto é falta de humanidade”, lamenta Netinho.

Como já era esperado a PEC da Reforma da Previdência desagrada o Movimento Sindical


Desde que o governo Bolsonaro (PSL) começou a divulgar propositalmente pela mídia fragmentos da proposta da Reforma da Previdência, os representantes dos trabalhadores (as) desconfiavam que o texto da PEC - Proposta de Emenda à Constituição – seria mais perverso que o encaminhado pelo ex-presidente Michel Temer. Finalmente na quarta-feira (20/2) as suspeitas se confirmaram.

A proposta entregue aos congressistas, se aprovada, significará o fim da aposentadoria para quem não tiver condições de pagar plano privado. O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), bateu duro e disse que o regime de capitalização é um “escândalo”, provocará um “genocídio” e beneficiará os que vivem da exploração financeira.

No Twitter o governador comentou que há dois cavalos de Tróia absurdos: tirar regras da Previdência da Constituição e jogar em lei complementar; e a introdução do regime de capitalização, em que não há solidariedade social, base do atual sistema de repartição. "Proposta de reforma da previdência do Governo Federal, infelizmente, tem fortes medidas contra os mais pobres e mais frágeis. Por exemplo, idosos pobres, trabalhadores rurais, pessoas com deficiência".

Em sua página nas redes sociais, Fernando Haddad ex-prefeito da cidade de São Paulo e candidato a presidente nas eleições de 2018, afirmou que a proposta vai empurrar os idosos brasileiros à miséria. "Bolsonaro quer criar uma legião de idosos pobres. É um Temer obscurantista! Os idosos que comprovarem estar em situação de miserabilidade vão receber um benefício de apenas R$ 400, valor abaixo do salário mínimo vigente no país”.

A oposição no Congresso Nacional diz ver a apresentação da reforma da pior maneira possível. "O que Bolsonaro trouxe hoje para a Câmara foi a proposta de destruição da Previdência pública. Chamar o texto de 'reforma' é mais uma mentira do presidente mentiroso... Bolsonaro quer acabar com o direito à aposentadoria para quem não puder pagar plano privado", acrescentou o líder do PT na Câmara, Paulo Pimenta (RS).
Para evitar retrocessos, o movimento sindical deve organizar mobilizações como as de 2017, contra a proposta de desmonte bolsonaristas aos direitos dos trabalhadores (as), dos aposentados e pensionistas e das futuras gerações que perderão o direito de se aposentar com o mínimo de dignidade. As mobilizações que acontecerão em todo Brasil, a partir de agora, servirão para deixar os trabalhadores (as) em estado de alerta para que em breve participem da Greve Geral.

Por: Nailton Francisco de Souza, Secretário Nacional de Comunicação da Nova Central e Diretor Executivo da Secretaria de Assuntos de Manutenção do Sindmotoristas/SP - Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores em Transporte Urbano de São Paulo.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2019

Deputado Valdevan Noventa assina manifesto em defesa da Justiça do Trabalho


Ao ser procurado nesta quarta-feira (20/2), respectivamente, por João Vítor e Hélio Leão presidente e diretor da ANAJUSTRA - Associação Nacional dos Servidores da Justiça do Trabalho – para apoiar a luta em defesa da Justiça do Trabalho e pela manutenção do TRT 20ª Região, Valdevan Noventa presidente licenciado do Sindmotoristas/SP – Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores em Transporte Rodoviário Urbano de São Paulo - e deputado federal (PSC/SE) imediatamente apoiou a iniciativa.

“Em 2018, liderei uma campanha denominada - Nova Lei Trabalhista, Aqui Não! -, pois sabia que a Lei 13.467/2017 da Reforma Trabalhista tinha sido aprovada e sancionada pelo ex-presidente Michel Temer (MDB) para desproteger os trabalhadores (as); enfraquecer o movimento sindical e aos poucos acabar com o importante papel desempenhado pela Justiça do Trabalho na mediação dos conflitos coletivos. Meu compromisso aqui em Brasília é justamente combater as mazelas contra os nossos interesses”, comentou o deputado.

Valdevan tem comentado reiteradamente que Já se passaram 1ano e 3 meses desde que a Reforma Trabalhista entrou em vigor, em novembro de 2017, e a promessa de geração de 2 milhões de empregos formais nos 2 primeiros anos ainda não se concretizou. “Muito pelo contrário, esta lei tem contribuído para precarezar as condições de trabalho, rebaixar salários e amedrontar ações na justiça contra os péssimos patrões”, afirmou.

De acordo com o parlamentar em 2018, por exemplo, o mercado de trabalho brasileiro gerou 529.554 postos de trabalho com carteira assinada, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Já as informações da Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílio (Pnad) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que 324 mil pessoas deixaram de ser celetistas em 2018 (queda de 1% em relação a 2017).

“Os números por si só comprovam que a chamada modernização da CLT –  Consolidação das Leis do Trabalho -, seria incapaz de estimular o mercado de trabalho. Depois da implementação da reforma trabalhista, confirmou que ela veio para dar segurança jurídica aos patrões, flexibilizar as negociações entre empregado e empregador. Meu gabinete será uma fortaleza na luta para reverter as injustiças que foram cometidas com os instrumentos de defesa da classe trabalhadora”, argumenta Valdevan Noventa.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2019

Deputados derrubam decreto sobre transparência e impõem primeira derrota a Bolsonaro na Câmara

O presidente Jair Bolsonaro sofreu, nesta terça-feira (19), sua primeira derrota no plenário da Câmara. Em votação simbólica, os deputados derrubaram o decreto presidencial que aumentou a lista de servidores que podem transformar dados públicos em ultrassecretos (aqueles que podem ser guardados por 25 anos). O projeto segue agora para o Senado, onde terá de passar por nova deliberação.

Diante da iminência da derrota, o líder do governo, deputado Major Victor Hugo (PSL-GO), liberou os integrantes da base a votarem como quisessem. O resultado da votação é sinal da insatisfação das lideranças partidárias com a articulação política do Palácio do Planalto. A derrubada do decreto começou a ser desenhada na reunião de líderes nesta manhã, quando a maioria das lideranças fechou acordo com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), para a análise do requerimento de urgência e do mérito do projeto, isolando o PSL de Jair Bolsonaro.

A urgência foi aprovada por 367 votos, 57 contrários e 3 abstenções. Com isso, a tramitação da proposta ficou restrita ao plenário. O líder do PSL, Delegado Waldir (GO), tentou então retirar a proposição da pauta, mas sofreu nova derrota, por 325 votos a 54. Em seguida, decidiu-se pela votação simbólica, aquela em que não há declaração nominal de voto.

Decreto

O decreto foi assinado em 24 de janeiro pelo vice-presidente Hamilton Mourão, que ocupava a Presidência durante a viagem de Jair Bolsonaro à Suíça. A classificação em grau ultrassecreto só podia ser feita pela chamada alta administração, que inclui presidente, vice, ministros e comandantes das Forças Armadas. A norma ampliou esse poder para comissionados do grupo DAS 101.6, com remuneração de R$ 16.944,90, além de chefes de autarquias, de fundações, de empresas públicas e de sociedades de economia mista.

De acordo com levantamento feito por entidades contrárias ao decreto, cerca de 1,3 mil funcionários públicos com diferentes funções estarão aptos à função, "abrindo espaço para que o volume de informações classificadas como ultrassecretas e secretas aumente".

Retrocesso
Especialistas na Lei de Acesso à Informação (LAI) consideram o decreto um retrocesso. O entendimento é de que, com a ampliação do número de pessoas que podem decidir sobre o sigilo de dados públicos, deverá aumentar o volume de informações que não poderão ser acessadas pela população.

O decreto presidencial também amplia a relação de comissionados que poderão conferir a informações públicas os graus secreto (de 15 anos) e reservado (5 anos). De acordo com a LAI, os documentos que não estiverem protegidos como ultrassecretos, secretos e reservados devem estar disponíveis a qualquer cidadão. O governo alega que o objetivo da mudança é tornar o processo menos burocrático.

O projeto aprovado foi assinado pelos deputados Aliel Machado (PSB-PR), Alessandro Molon (PSB-RJ), Weliton Prado (Pros-MG), João Campos (PRB-GO) e Danilo Cabral (PSB-PE).

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2019

Senador Paim votará contra a reforma da Previdência do governo Bolsonaro


O senador Paulo Paim (PT-RS) condena as propostas contidas na reforma da Previdência do governo Bolsonaro, que deverá ser encaminhada nesta terça-feira (19) ao Congresso Nacional. Em entrevista concedida à TV 247, ele denuncia o conteúdo ultraliberal do pacote e acredita que "o governo não conseguirá aprovar uma reforma da Previdência tão inflexível".

Ele diz não existir nenhum argumento convincente de que realmente a "previdência pública irá quebrar", frase constantemente alardeada pelos setores que defendem a reforma.

Paim lista os reais problemas da seguridade social: "Ocorre sonegação, desvios de 1,3 trilhão de reais realizados pela Desvinculação de Receitas da União (DRU), a apropriação indébita, além dos grandes devedores, que causam um rombo de 600 bilhões na previdência". "Ou seja", completa, "o problema da previdência é má gestão".

O senador classifica como "preocupante" o modelo de Previdência defendido pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, que pretende impor um sistema de capitalização individual de aposentarias semelhante a do Chile, que gerou no país uma onda de miséria e suicídio na faixa da terceira idade.  "No modelo chileno os aposentados ganham em média 500 reais mensais", denuncia.

"Se for aprovada, a nova previdência irá pagar aos aposentados apenas 10% de seu salário", alerta Paim.  No entanto, ele considera que, se o governo insistir numa proposta de reforma "inflexível", "no duro modelo de previdência que concede aposentadoria apenas aos 65 anos para homens e mulheres e 40 anos de contribuição, a reforma não será aprovada".

Bebianno se diz arrependido por ter ajudado a eleger Bolsonaro

Na iminência de ter a demissão do governo confirmada, o ministro da Secretaria-geral da Presidência, Gustavo Bebianno, afirmou a aliados estar arrependido por ter coordenado a campanha do presidente Jair Bolsonaro no ano passado. A informação é do blog do jornalista Gerson Camarotti, do portal G1.

Segundo Camarotti, Bebianno fez duras críticas ao presidente. "Preciso pedir desculpas ao Brasil por ter viabilizado a candidatura de Bolsonaro. Nunca imaginei que ele seria um presidente tão fraco", teria dito o ministro a um interlocutor. A decisão de demitir o ministro foi tomada por Bolsonaro na última sexta (15).

Presidente nacional do PSL durante a campanha eleitoral a pedido de Bolsonaro, de quem foi advogado, o ministro estava com o emprego ameaçado desde a última quarta-feira (13), quando o presidente disse, em entrevista à TV Record, que Bebianno poderia ter de “voltar às suas origens” caso fosse comprovada a participação dele em alguma irregularidade.

O estopim da crise foi uma reportagem do último domingo da Folha de S.Paulo, que mostrou que o PSL repassou R$ 400 mil a uma candidata a deputada federal de Pernambuco que recebeu 274 votos, quatro dias antes da eleição. O repasse, segundo o jornal, foi feito no período em que o ministro era presidente do partido. Atual presidente do PSL, o deputado Luciano Bivar (PE) é o grande nome da legenda no estado. Bebianno nega irregularidades nos repasses.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2019

Bolsonaro é refém dos 'garotos'


O presidente Jair Bolsonaro é hoje refém dos próprios filhos. Não dá um passo que não seja após ouvi-los. Pretere os seus auxiliares mais diretos em troca do palpite de um dos três. Tem em Flávio, Carlos e Eduardo uma espécie de tríade divina que tudo pode e que pensa ter nas mãos os destinos do Brasil e dos brasileiros. E não é assim. Ou não pode ser assim.

A crise da hora envolvendo o filho do meio Carlos Bolsonaro e o ex-presidente do PSL e atual ministro Gustavo Bebiano é algo impensável que nem o mais crítico observador imaginaria acontecer.

Carlos não tem nenhum mandato federal, é vereador do Rio e deveria estar cuidando de sua castigada cidade – Flávio é senador e Eduardo, deputado federal -, mas é o filho mais ouvido pelo presidente, estando sempre ao lado do pai, desde a solenidade de posse ao acompanhamento na internação de no Hospital Albert Einstein, onde Bolsonaro se submeteu a uma cirurgia abdominal. Controla das redes sociais e a comunicação do presidente. Tudo de maneira informal, já que o governo possui um porta-voz nomeado e no exercício da função.

A situação é surreal. Um filho do presidente da República, sem qualquer importância funcional formal dentro do governo, chega e chama um ministro de Estado de mentiroso. O que faz o pai-presidente? Dá uma enquadrada no filho boquirroto? Tenta demonstrar que o governo não é o que parece? Nada disso. A reação de Bolsonaro-pai é deixar o seu ministro pendurado no pincel ao dizer praticamente a mesma coisa que disse o filho pseudo porta-voz.

Não que Bebiano seja isento de responsabilidade pelo rastilho de pólvora que se arma e precocemente começa a explodir a credibilidade do presidente, do governo e do partido. Ele foi o presidente do PSL antes de Luciano Bivar e tem tanta culpa quanto o sucessor na proliferação do imenso laranjal em que se transformou a legenda. Praticamente todo dia, a imprensa traz uma laranja nova, adubada com centenas de milhões de reais do fundo partidário e que responderam com as menores mais caras votações da História. Mas, daí pegar Bebiano e deixar ele torrar no forno armado por Carlos Bolsonaro, já são outros quinhentos.

A crise toma fôlego a cada lance desse episódio bizarro. A ponto de o presidente da Câmara dos Deputados chegar e jogar azeite na panela fervente. Sem usar de meias-palavras, Rodrigo Maia acusou Bolsonaro de se esconder atrás do filho para demitir um ministro. Mais claro, impossível.

Para um presidente da República, ouvir que não tem coragem de afastar um ministro e precisa, para tal, de um biombo familiar, convenhamos, é algo inédito na República. Não há notícia de um governo que, com 45 dias de vida, esteja tão enrolado, em boa parte, por causa da parentada do chefe do Executivo. E de um chefe de Executivo que não consegue conter a parentada intrometida.

O Brasil não é a casa dos Bolsonaro. Alguém, no entanto, precisa dizer isto ao presidente. Mas não é o bastante. E é bom o próprio presidente ter ouvidos e sensibilidade para entender, aceitar e efetivamente mudar a situação. A pena para essa surdez pode ser dura demais. Para o presidente e para o país.

Nessa crise envolvendo Carlos Bolsonaro e Gustavo Bebiano, assistir ao noticiário do governo na televisão tem sido constrangedor. Parece um bando de desnorteados tentando disfarçar a gravidade, tanto do escândalo envolvendo o PSL quanto do agravamento da crise de relacionamento que isto provocou.

O quadro é muito ruim. A ingerência dos "garotos" em tudo e sobre todos deixa o País parado, após dois meses e meio de governo. O resultado é uma horda de aliados magoados e desrespeitados. É uma base parlamentar dividida e atônita. A maioria, vale lembrar, não simpatiza com Carlos Bolsonaro e fecha com Bebiano. Como é o caso, também, do vice-presidente Hamilton Mourão e até do ministro Chefe da Casa Civil, Onix Lorenzoni.

Resta saber se essa "unanimidade" afetará Bolsonaro e o fará se decidir entre ser o presidente ou o pai superprotetor. O segundo caso vence com folga, até agora.

Por: Gilvandro Filho, dos Jornalistas pela Democracia.

Vivemos um momento perigoso para a democracia brasileira...


O ano iniciou com três pautas prioritárias: Licitação das Linhas; Reforma da Previdência e Campanha Salarial – 2019, que serão debatidas e incorporadas ao plano de lutas, que visa derrotar os anseios dos patrões do setor de transporte que nos anos de 2016 e 2017, apoiaram e patrocinaram votações no Congresso Nacional para retirar direitos da classe trabalhadora e enfraquecerem o movimento sindical brasileiro.

As duas das maiores fontes de financiamento sindical – a Contribuição Sindical e a Contribuição Assistencial – sofreram expressivas restrições. A Contribuição Sindical – mais conhecida como imposto sindical, que correspondia ao desconto, no mês de março de cada ano, de um dia de trabalho de todos os trabalhadores e cujo recolhimento era compulsório –, passa a depender de prévia e expressa autorização dos trabalhadores (as).

A diretoria do Sindmotoristas/SP – Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores em Transporte Rodoviário Urbano de São Paulo – reconhece que vivemos um contexto político muito difícil que, depois do Golpe de 1964 e do período da ditadura militar, se caracteriza como um momento dos mais perigosos para a democracia brasileira e para o conjunto dos trabalhadores (as).

Desde 2016 estamos diante de um movimento e/ou uma onda extremamente conservadora, que ameaça direitos, conquistas e avanços sociais, procurando golpear instituições típicas da democracia, desmoralizando-as e desrespeitando-as. Ou seja, esta onda visa recrudescer o ataque à classe trabalhadora e seus representantes.

Diante das características do capitalismo contemporâneo, dadas às condições históricas e estruturais da economia e do mercado de trabalho brasileiro, num ambiente de relativa estagnação econômica, tende a reforçar a flexibilidade das relações de trabalho, promover a substituição de trabalhadores (as) diretamente contratados por outras formas de contratos trabalhistas assegurados pela Lei da Terceirização e das Novas Regras Trabalhistas.

A Lei 13.467/2017 da Reforma Trabalhista permite os patrões ampliar os limites de jornada de trabalho, subtraí remunerações, eliminar descansos e outros direitos imprescindíveis para a preservação da saúde dos trabalhadores (as). Ela rebaixou as condições gerais de trabalho vetado pelo Caput do art. 7º da Constituição Federal de 1988 que proíbe retrocesso no ambiente das relações de trabalho.

Fatores como: falta de novos quadros políticos; ausência de formação política; ataques sistemáticos da mídia para desqualificar os sindicatos; baixo nível de conscientização das bases sobre a necessidade, importância e vantagens da luta, infelizmente, colocou na parede uma das invenções mais criativas da humanidade para se defender das adversidades.

Os patrões criam o caos e clima desfavorável para impor reformas maléficas para o povo. Se o Movimento Sindical não reagir, cada vez mais os trabalhadores (as) ficarão expostos a piores condições de trabalho e insegurança, a redução de empregos, ao rebaixamento de salários, a ampliação das desigualdades e a fragilidade das fontes de financiamento da Seguridade Social. 

Por: Nailton Francisco de Souza, Secretário Nacional de Comunicação da Nova Central e Diretor Executivo Secretário de Assuntos de Manutenção do Sindmotoristas - SP.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2019

Bolsonaro enviará para o Congresso proposta de Reforma da Previdência pior que a de Temer


Tudo indica que na próxima quarta-feira (20/02) o presidente Bolsonaro (PSL) assine o texto de Reforma da Previdência e, no mesmo dia, seja divulgado publicamente e enviado à Câmara dos Deputados. A proposta acertada por ele estabelecerá idades mínimas de 62 anos para mulheres e 65 anos para homens com período de transição para alcançar essa faixas etárias será 12 anos.

Ela é mais dura do que a versão final do projeto do ex-presidente Michel Temer, que após tramitar por comissão especial da Câmara, já poderia ser votado pelo plenário da Câmara e também prevê a criação de uma idade mínima de 65 anos (homens) e 62 anos (mulheres). Mas essas faixas etárias seriam alcançadas em 20 anos.

Ao encurtar a escalada da idade mínima, o governo tem como objetivo economizar mais no pagamento de aposentadorias, já que a regra para se aposentar ficarão mais rígidas em um período mais curto. Um integrante da equipe econômica confirmou que, pela proposta de bolsonarista, os servidores públicos também terão que cumprir as idades mínimas previstas no projeto.

Atualmente, os servidores podem se aposentar com 60 anos (homem) e 55 anos (mulheres). A intenção é enviar o projeto de lei que aumenta o tempo de serviço mínimo exigido para militares junto com a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que define as mudanças nas regras de aposentadorias para o serviço público e iniciativa privada.

Atualmente, existem duas formas de se aposentar no Brasil. Uma por idade, com a exigência de ter 65 anos (homens) e 60 anos (mulheres), com no mínimo 15 anos de contribuição. A outra é por tempo de contribuição, quando não se exige idade mínima. Neste caso são necessários 35 anos (homens) e 30 anos (mulheres) de pagamentos ao INSS.

A equipe econômica do governo prevê uma economia de até R$ 1,3 trilhão em 10 anos nas despesas do governo, se a reforma for aprovada - dinheiro que será aplicado no pagamento de juros da dívida pública ao longo dos anos -que favorece os rentistas, o topo da pirâmide social brasileira, que detêm os títulos do governo.

PT propõe isenção de Imposto de Renda e revogação de decretos do Bolsonaro


A bancada do PT no Senado apresenta, nesta quinta-feira (14), os primeiros projetos em contraposição à agenda legislativa do presidente Jair Bolsonaro. Uma das propostas prevê a isenção de Imposto de Renda para quem ganha até cinco salários mínimos. Outra estabelece uma política de valorização do salário mínimo entre 2020 e 2023.

O partido também vai propor, por meio de projeto de lei, a recomposição da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) dos bancos, com alíquota de 20%. Os petistas tentarão derrubar dois polêmicos decretos presidenciais: o ampliou o número de agentes com poder de decretar sigilo sobre informações públicas e o que afrouxou as exigências para a posse de armas de fogo. 

Acesso à informação pública

Decreto publicado em 24 de janeiro no Diário Oficial da União autorizou servidores comissionados a decretarem sigilo ultrassecreto em dados públicos. Esse poder era restrito, até então, ao presidente da República, seu vice, ministros de Estado, comandantes das Forças Armadas e chefes de missões diplomáticas no exterior.

O decreto, que altera a Lei de Acesso à Informação (LAI), também faculta essa atribuição a diretores de fundações, autarquias e empresas públicas. Na prática, chefes desses órgãos e comissionados do grupo-DAS de nível 101.6 (direção e assessoramento superiores), com salário de R$ 16.944,90, poderão impor sigilo de 25 anos a informações públicas.

Na semana passada o ministro do Gabinete de Segurança Institucional, Heleno Augusto, ampliou os poderes da Agência Brasileira de Investigação (Abin) para decretar o sigilo de dados públicos.

Armamento

Em outro decreto, assinado em 16 de janeiro, o presidente Jair Bolsonaro afrouxou as regras para a posse de armas no Brasil. Com a medida, todos os brasileiros que hoje possuem armas legalizadas tiveram o seu registro renovado automaticamente pelos próximos dez anos (o prazo para renovação era de cinco anos).

Na prática, a mudança favorece os proprietários de armas que poderiam ter a renovação do registro negada porque, no momento do pedido, respondem a inquérito ou processo criminal ou têm condenação na Justiça, alertam especialistas no assunto ouvidos pelo Congresso em Foco.

O Estatuto do Desarmamento proíbe o registro para quem se enquadra em ao menos uma dessas situações. A legislação, porém, não cassa o direito de propriedade da arma a quem vira alvo de processo ou condenação após a expedição do registro - regra mantida pelo decreto presidencial.