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Em assembleia realizada na Quadra do Sindicato dos Bancários – SP no dia
7 de fevereiro de 2018 com mais de 4 mil participantes, o presidente do
sindicato Valdevan Noventa declarou guerra, a classificou como “maldita” e que
era preciso “cortar o mal pela raiz”. Para fazer o enfrentamento necessário
lançou a campanha: “Nova Lei Trabalhista? Aqui Não!” que em poucos dias virou
refrão nos locais de trabalho.
O movimento sindical brasileiro lutou, mas não teve força suficiente para
barrar a aprovação da Nova Lei Trabalhista pelo Congresso Nacional mais
conservador das últimas décadas, composto majoritariamente por representantes
do setor patronal. Mesmo com a batalha política perdida os trabalhadores (as)
em transportes não aceitaram calados os retrocessos e foram à luta.
De todos os percalços que deveriam ser enfrentados na Campanha Salarial,
o combate à lei virou prioridade. Os ataques orquestrados contra os direitos
sociais e trabalhistas, feito por Michel Temer (MDB) e sua base aliada no Parlamento,
foram denunciados, os prejuízos que a lei impôs teve ampla divulgação para
mostrar o tamanho dos estragos que poderiam aniquilar garantias históricas e
heroicamente conquistadas.
Convictos de que o poder é a capacidade de influenciar decisões, de forma
corajosa e unificada os diretores, delegados sindicais, cipeiros e militantes
intensificaram ações nos locais de trabalho e obtiveram o respaldo suficiente
para impedir os anseios patronais, que foram os mentores e financiadores das
mudanças feitas na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).
No encerramento da Campanha Salarial, mais de 6 mil trabalhadores (as)
compareceram e aprovaram o resultado das negociações, que além da reposição da
inflação e aumento real, barrou a Nova Lei, garantiu empregos, salário
diferenciado para motoristas de ônibus (articulados, biarticulados e trólebus),
auxílio funeral, R$ 1.300,00 de PLR, renovação da Convenção Coletiva de
Trabalho (CCT) dentre outros benefícios.
Durante as negociações ficou claro que a ofensiva do Governo Temer veio
com três objetivos: limitar as atribuições das entidades sindicais; inviabilizar
a sustentação administrativo-financeira e enfraquecer sua representação formal.
Algumas com sua legitimidade e credibilidade em xeque estão com dificuldades
para atravessar este período tão prolongado de incertezas e desconfiança
generalizada.
Com base em dados de um levantamento feito em 2015, apenas 19,5% dos
trabalhadores são sindicalizados no Brasil. De cada cinco deles apenas um se
associa ao sindicato de sua categoria. Realidade esta bem diferente no
SINDMOTORISTAS – SP com 80% de sindicalizados.
A experiência que pode ser compartilhada é que temos de responder à
altura aos ataques contra nossos direitos. É necessário intensificar a
organização no local de trabalho, dialogar de modo mais direto e frequente com
as bases, investir em campanhas de sindicalização e, acima de tudo, atuar de
forma unitária e solidária. Ou seja, precisamos revitalizar o movimento sindical
para fazer frente aos retrocessos que ainda estão por vir.
Por: Nailton Francisco de Souza, Diretor Nacional de Comunicação da Nova
Central.
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