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segunda-feira, 6 de agosto de 2018

SINDMOTORISTAS – SP barrou na luta, Lei da Reforma Trabalhista...


A Campanha Salarial – 2018 e as negociações com os patrões, coordenada pelo Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores em Transporte Rodoviário Urbano de São Paulo (SINDMOTORISTAS) foi pioneira no setor em barrar a implantação da Lei 13.467/2017 (Reforma Trabalhista). Os trabalhadores (as) decidiram combater a perversa legislação no 7º Congresso da Categoria realizado em outubro 2017, ou seja, mesmo antes dela vigorar.

Em assembleia realizada na Quadra do Sindicato dos Bancários – SP no dia 7 de fevereiro de 2018 com mais de 4 mil participantes, o presidente do sindicato Valdevan Noventa declarou guerra, a classificou como “maldita” e que era preciso “cortar o mal pela raiz”. Para fazer o enfrentamento necessário lançou a campanha: “Nova Lei Trabalhista? Aqui Não!” que em poucos dias virou refrão nos locais de trabalho.

O movimento sindical brasileiro lutou, mas não teve força suficiente para barrar a aprovação da Nova Lei Trabalhista pelo Congresso Nacional mais conservador das últimas décadas, composto majoritariamente por representantes do setor patronal. Mesmo com a batalha política perdida os trabalhadores (as) em transportes não aceitaram calados os retrocessos e foram à luta.

De todos os percalços que deveriam ser enfrentados na Campanha Salarial, o combate à lei virou prioridade. Os ataques orquestrados contra os direitos sociais e trabalhistas, feito por Michel Temer (MDB) e sua base aliada no Parlamento, foram denunciados, os prejuízos que a lei impôs teve ampla divulgação para mostrar o tamanho dos estragos que poderiam aniquilar garantias históricas e heroicamente conquistadas.

Convictos de que o poder é a capacidade de influenciar decisões, de forma corajosa e unificada os diretores, delegados sindicais, cipeiros e militantes intensificaram ações nos locais de trabalho e obtiveram o respaldo suficiente para impedir os anseios patronais, que foram os mentores e financiadores das mudanças feitas na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).

No encerramento da Campanha Salarial, mais de 6 mil trabalhadores (as) compareceram e aprovaram o resultado das negociações, que além da reposição da inflação e aumento real, barrou a Nova Lei, garantiu empregos, salário diferenciado para motoristas de ônibus (articulados, biarticulados e trólebus), auxílio funeral, R$ 1.300,00 de PLR, renovação da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) dentre outros benefícios.


Durante as negociações ficou claro que a ofensiva do Governo Temer veio com três objetivos: limitar as atribuições das entidades sindicais; inviabilizar a sustentação administrativo-financeira e enfraquecer sua representação formal. Algumas com sua legitimidade e credibilidade em xeque estão com dificuldades para atravessar este período tão prolongado de incertezas e desconfiança generalizada.

Com base em dados de um levantamento feito em 2015, apenas 19,5% dos trabalhadores são sindicalizados no Brasil. De cada cinco deles apenas um se associa ao sindicato de sua categoria. Realidade esta bem diferente no SINDMOTORISTAS – SP com 80% de sindicalizados.

A experiência que pode ser compartilhada é que temos de responder à altura aos ataques contra nossos direitos. É necessário intensificar a organização no local de trabalho, dialogar de modo mais direto e frequente com as bases, investir em campanhas de sindicalização e, acima de tudo, atuar de forma unitária e solidária. Ou seja, precisamos revitalizar o movimento sindical para fazer frente aos retrocessos que ainda estão por vir.

Por: Nailton Francisco de Souza, Diretor Nacional de Comunicação da Nova Central.



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