Powered By Blogger

segunda-feira, 13 de agosto de 2018

Comissão de Garagens: 12 anos de histórias e lutas na categoria


Com a vitória da Chapa de oposição no Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores em Transporte Rodoviário Urbano de São Paulo (SINDMOTORISTAS – SP) em 1988, o compromisso dos eleitos era mudar a forma de atuação nas garagens, com presença do sindicato na base.

A partir do I Congresso da Categoria realizado em Campinas-SP em 1989, discutiu-se um novo sindicalismo que rompesse com o atrelamento com o Governo e patrões. Para que isso ocorresse tinham que democratizar o Estatuto do Sindicato, fortalecer o trabalho das CIPAS, e também eleger representantes nos locais de trabalho.

No mês de agosto de 1989, foram realizadas as eleições para os membros das Comissões de Garagem (CGs) na CMTC e empresas particulares. Com mais este importante instrumento de representação dos trabalhadores (as), a entidade passou a ter mais força e poder nas garagens.

As CGs sempre estavam à frente de todas as lutas da categoria, como: a Greve Geral, Greves de 03, 06,09 dias, travadas na cidade para ampliar e manter conquistas, dentre elas - Ticket; Cesta-Básica; Abono Trimestral; Redução Jornada de Trabalho, Seguro de Vida; Estabilidade no Emprego para funcionários (as) em fase de aposentadoria, etc...

Com atuação conjunta com as CIPAS, Militantes e Diretoria do SINDMOTORISTAS, os trabalhadores (as) sentiam-se mais seguros, pois as perseguições e injustiças cometidas pelas chefias eram combatidas de imediato, e a CCT - Convenção Coletiva de Trabalho - era fiscalizada, para que fosse cumprida pelos patrões.

Os períodos de Gestão das Comissões de garagens foram os seguintes:

-          I Gestão 1989/91;
-          II Gestão 1991/93;
-          III Gestão 1993/95, em 1993 começa o processo de privatização da CMTC;
-          IV Gestão 1995/97 foi prorrogada até 98;
-          V Gestão 1998/00;
-          VI Gestão 2000/02 foi interrompida em 2001, devida decisão da nova Diretoria eleita do sindicato em dezembro de 2000.

Na eleição das CGs em 1995, elas passam a sofrer ataques significativos por parte dos patrões, pois eles conseguiram diminuir o número de membros para três titulares e um suplente, com apenas três meses de estabilidade no emprego pós-mandato. A autonomia de funcionamento que antes tinham, também foi cerceada e passou a depender mais da diretoria do Sindicato nas tomadas de decisões.

Isso facilitou os ataques dos patrões para cooptar, desmoralizar, e perseguir membros que não eram da mesma corrente política do diretor do sindicato. Por falta de política séria, de formação dos militantes, CIPEIROS, membros das CGs, e diretores do Sindicato, que a representação a nível geral passou a desviar seus objetivos e propósitos, trazendo para a categoria grandes perdas.

Cabe lembrar que os males e desmandos instalados na categoria até janeiro de 2001, não era culpa, exclusivamente das CGs, pois o carro chefe de todas as ações da categoria sempre foi o Sindicato e suas Diretorias, as CGs sempre acompanharam as decisões de Plenárias e Assembleias realizadas no Sindicato.

Não querendo aqui isentar as CGs dos problemas de desvio dos objetivos, propósitos e, sim, fazer uma reflexão acompanhada de questionamentos, que só terão respostas satisfatórias que avancem rumo à superação das dificuldades e deficiências do nosso trabalho e nossas ações, quando houver vontade política coletiva, um amplo esforço de discussão, organização, mobilização e principalmente apoio e formação política dos militantes.

Mesmo com todas essas ricas experiências, que tivemos com as CGs, nunca conseguiram sequer aprovar um Estatuto, viabilizar um instrumento de comunicação entre as CGs e os trabalhadores, a formação política quase não existiu, o trabalho conjunto muitas vezes ficaram sós no discurso, todos estes fatores contribuíram para que os patrões acabassem com este instrumento de luta e defesa da categoria.

Na ocasião os trabalhadores (as) encontravam-se debilitados nas garagens, pois o diretor não consegue dar conta da demanda de problemas que se avolumam dia a dia nas garagens. 

Por todos estes motivos esperávamos que o V Congresso da Categoria, poderia dar um importante passo no sentido de devolver para os trabalhadores (as) uma organização nos locais de trabalho, pois além da necessidade de avançarmos e superarmos nossas falhas, os nossos desafios conjunturais eram enormes, e a conjuntura cada vez mais iria exigir muito empenho e unidade nas tarefas, que tivemos pela frente a partir de 2003, foram eles:

-          Novo Contrato de Licitação das linhas;
-          Campanha Salarial e do PLR;
-          Retorno da Aposentadoria de Risco;
-          Melhoria das condições de trabalho Setor Manutenção;
-          Campanhas por mais Segurança;
-          Eleições das OLTs e Diretoria do Sindicato;

Por: Nailton Francisco de Souza, Diretor Nacional de Comunicação da Nova Central.

Nenhum comentário:

Postar um comentário