Com a vitória da Chapa de oposição no
Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores em Transporte Rodoviário Urbano de São
Paulo (SINDMOTORISTAS – SP) em 1988, o compromisso dos eleitos era mudar a
forma de atuação nas garagens, com presença do sindicato na base.
A partir do I Congresso da Categoria
realizado em Campinas-SP em 1989, discutiu-se um novo sindicalismo que rompesse
com o atrelamento com o Governo e patrões. Para que isso ocorresse tinham que
democratizar o Estatuto do Sindicato, fortalecer o trabalho das CIPAS, e também
eleger representantes nos locais de trabalho.
No mês de agosto de 1989, foram
realizadas as eleições para os membros das Comissões de Garagem (CGs) na CMTC e
empresas particulares. Com mais este importante instrumento de representação
dos trabalhadores (as), a entidade passou a ter mais força e poder nas garagens.
As CGs sempre estavam à frente de
todas as lutas da categoria, como: a Greve Geral, Greves de 03, 06,09 dias, travadas
na cidade para ampliar e manter conquistas, dentre elas - Ticket; Cesta-Básica;
Abono Trimestral; Redução Jornada de Trabalho, Seguro de Vida; Estabilidade no
Emprego para funcionários (as) em fase de aposentadoria, etc...
Com atuação conjunta com as CIPAS,
Militantes e Diretoria do SINDMOTORISTAS, os trabalhadores (as) sentiam-se mais
seguros, pois as perseguições e injustiças cometidas pelas chefias eram
combatidas de imediato, e a CCT - Convenção Coletiva de Trabalho - era
fiscalizada, para que fosse cumprida pelos patrões.
Os períodos de Gestão das Comissões de garagens foram os
seguintes:
-
I Gestão 1989/91;
-
II Gestão 1991/93;
-
III Gestão 1993/95, em 1993 começa o
processo de privatização da CMTC;
-
IV Gestão 1995/97 foi prorrogada até
98;
-
V Gestão 1998/00;
-
VI Gestão 2000/02 foi interrompida em
2001, devida decisão da nova Diretoria eleita do sindicato em dezembro de 2000.
Na eleição das CGs em 1995, elas
passam a sofrer ataques significativos por parte dos patrões, pois eles conseguiram
diminuir o número de membros para três titulares e um suplente, com apenas três
meses de estabilidade no emprego pós-mandato. A autonomia de funcionamento que
antes tinham, também foi cerceada e passou a depender mais da diretoria do Sindicato
nas tomadas de decisões.
Isso facilitou os ataques dos patrões
para cooptar, desmoralizar, e perseguir membros que não eram da mesma corrente
política do diretor do sindicato. Por falta de política séria, de formação dos
militantes, CIPEIROS, membros das CGs, e diretores do Sindicato, que a
representação a nível geral passou a desviar seus objetivos e propósitos,
trazendo para a categoria grandes perdas.
Cabe lembrar que os males e desmandos
instalados na categoria até janeiro de 2001, não era culpa, exclusivamente das
CGs, pois o carro chefe de todas as ações da categoria sempre foi o Sindicato e
suas Diretorias, as CGs sempre acompanharam as decisões de Plenárias e Assembleias
realizadas no Sindicato.
Não querendo aqui isentar as CGs dos
problemas de desvio dos objetivos, propósitos e, sim, fazer uma reflexão
acompanhada de questionamentos, que só terão respostas satisfatórias que
avancem rumo à superação das dificuldades e deficiências do nosso trabalho e
nossas ações, quando houver vontade política coletiva, um amplo esforço de
discussão, organização, mobilização e principalmente apoio e formação política
dos militantes.
Mesmo com todas essas ricas
experiências, que tivemos com as CGs, nunca conseguiram sequer aprovar um
Estatuto, viabilizar um instrumento de comunicação entre as CGs e os
trabalhadores, a formação política quase não existiu, o trabalho conjunto
muitas vezes ficaram sós no discurso, todos estes fatores contribuíram para que
os patrões acabassem com este instrumento de luta e defesa da categoria.
Na ocasião os trabalhadores (as) encontravam-se
debilitados nas garagens, pois o diretor não consegue dar conta da demanda
de problemas que se avolumam dia a dia nas garagens.
Por todos estes motivos esperávamos que o V Congresso da Categoria, poderia dar um importante passo no sentido de devolver para os trabalhadores (as) uma organização nos locais de trabalho, pois além da necessidade de avançarmos e superarmos nossas falhas, os nossos desafios conjunturais eram enormes, e a conjuntura cada vez mais iria exigir muito empenho e unidade nas tarefas, que tivemos pela frente a partir de 2003, foram eles:
Por todos estes motivos esperávamos que o V Congresso da Categoria, poderia dar um importante passo no sentido de devolver para os trabalhadores (as) uma organização nos locais de trabalho, pois além da necessidade de avançarmos e superarmos nossas falhas, os nossos desafios conjunturais eram enormes, e a conjuntura cada vez mais iria exigir muito empenho e unidade nas tarefas, que tivemos pela frente a partir de 2003, foram eles:
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Novo Contrato de Licitação das
linhas;
-
Campanha Salarial e do PLR;
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Retorno da Aposentadoria de Risco;
-
Melhoria das condições de trabalho Setor
Manutenção;
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Campanhas por mais Segurança;
-
Eleições das OLTs e Diretoria do
Sindicato;
Por: Nailton Francisco de Souza, Diretor
Nacional de Comunicação da Nova Central.
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