Agraciados pela cumplicidade
e complacência dos agentes públicos que conduzem a operação Lava Jato, a maioria
dos delatores que aceitaram, fizeram o jogo e colaboraram como eles queriam,
tiveram punições reduzidas ou transformadas em prisões domiciliares. Investigações
seletivas ficaram evidentes após o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa
dizer que a corrupção na empresa iniciou nos governos de Fernando Henrique
Cardoso (FHC).
Os inquisidores se utilizaram
das prisões preventivas, como ferramenta de tortura para obter delações, de
vazamentos seletivos à imprensa, para antecipar condenações de seus desafetos e
a operação de combate ao crime serviu de palanque político para seus aliados
nas eleições de 2014, 2016 e 2018 esta, principalmente, com fortes indícios de
fraudes que deixou a democracia em frangalhos, a economia arruinada e fortalecido
a cruzada para eliminar os direitos sociais e trabalhistas do povo.
Para a classe trabalhadora e
a maioria do povo brasileiro, os resultados negativos do conluio dos
justiceiros de Curitiba se refletem na destruição sistemática do Estado indutor
de desenvolvimento com distribuição de renda; pela delapidação da Petrobras via
entrega do pré-sal aos estrangeiros; aos ataques aos direitos trabalhistas, previdenciários,
saúde e educação; aos programas sociais e ao meio ambiente.
A Constituição Federal de
1988, auto proclamada pelo ex-deputado federal Ulisses Guimarães de “Constituição
Cidadã” aos poucos é implodida e muito em breve virará pó. Tudo fruto das
mentiras, distorções e hipocrisias impostas cotidianamente à população pela
mídia dita “tradicional” e o exército de robores ativos nas redes sociais que proliferam
as fake News.
No Brasil dos paladinos da
moral e dos bons costumes, a realidade dos fatos é substituída por mentiras e
convicções dos que usam e abusam do poder em benefício próprio e de seus
aliados. Os disseminadores de inverdades conseguiram gravar nas mentes de
muitas pessoas de que o Partido dos Trabalhadores (PT) implantou a corrupção e
quebrou o país. E mais, para eles os governos de FHC foi um sucesso econômico.
Só que os números oficiais
do Banco Mundial comprovam que o Produto Interno Bruto (PIB) de suas gestões em
comparação ao governo de Itamar Franco recuou de US$ 534 bilhões para US$ 504
bilhões e a renda per capita, de US$ 3.426 para US$ 2.810. Nos governos do PT,
esses indicadores aumentaram dos US$ 504 bilhões para US$ 2,4 trilhões e de US$
2.810 para US$ 11.218, respectivamente, entre 2002 e 2014.
O salário mínimo subiu
também mais de 300% em moeda norte-americana nesse período. Em 2002 o Brasil
era a 14ª economia do mundo, em 2016 chegou ocupar a nona posição e o 40º entre
os países mais endividados. FHC e seus aliados deixaram uma dívida pública
bruta de 80% em relação ao PIB que foi reduzida para 60%. Menor que a dos
Estados Unidos (104%), países da Zona do Euro (90%), Japão (220%), Alemanha
(71%), Inglaterra (89%), França (96%), Itália (132%) e Canadá (91%). Ou seja, quem
recebe o país com R$ 20 bilhões de reservas cambiais e entrega com R$ 1 trilhão,
não pode ser acusado de ter quebrado o Brasil.
Na opinião de Othoniel
Pinheiro Neto, Doutor em Direito pela UFBA, Defensor Público do Estado de
Alagoas e Professor de Direito Constitucional, estamos numa bolha “psicossocial”
formada pelos interesses dos bancos privados e do mercado financeiro que no
país um dos maiores sistemas de manipulação, adestramento, domesticação e
fanatismo da história, onde os comandos determinados pelo centro do poder
simbólico empurram qualquer coisa para ser imediatamente defendida por aqueles
que estão “lobotomizados”.
E que o processo de formação
dessa bolha passa pelo impulsionamento nas redes sociais de soluções infantis e
bizarras para problemas complexos, pela aniquilação do efetivo contraditório na
grande mídia, pelo sequestro de símbolos nacionais para interesses
político-partidários e pela estruturação de movimentos que se apresentam como
apartidários, mas que fazem às vezes dos partidos políticos, mas com fontes
desconhecidas de financiamento, como o MBL.
Sem contar com a propagação
do discurso de ódio contra qualquer adversário que signifique empecilho para o
processo de neocolonização do Brasil e satisfação dos interesses do sistema
financeiro. Para ele, foi justamente nas manifestações de julho de
2013, que o sistema financeiro, revoltado com as medidas de controle dos juros
tomadas em 2012 pela então Presidente Dilma Rousseff, começou o seu processo de
“lobotomização”, que viria a resultar no golpe de 2016.
Por:
Nailton Francisco de Souza, Secretário Nacional de Comunicação da Nova Central
e Diretor Executivo do SindMotoristas – SP.
Nenhum comentário:
Postar um comentário