Especialista em disseminar
Fake News durante as Eleições em 2018, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) disse,
na sexta-feira (19/07), durante café da manhã com correspondes de jornais
estrangeiros, que "não se vê gente, mesmo pobre, pelas ruas, com físico
esquelético" e criticou o que chamou de "discurso populista".
“O Brasil é um país rico
para praticamente qualquer plantio. Fora que passar fome no Brasil é uma grande
mentira. Passa-se mal, não come bem, aí eu concordo. Agora, passar fome, não.
Você não vê gente, mesmo pobre, pelas ruas, com físico esquelético, como a
gente vê em alguns outros países pelo mundo”, destacou.
O que Bolsonaro jamais
conseguirá explicar é que em média, 15 pessoas morrem de desnutrição por dia no
país. Ao
todo, 5.653 pessoas em 2017, segundo informações do Ministério da Saúde. Ou
seja, dados sobre segurança alimentar contradizem sua fala e, como de costume,
em que todas às vezes que diz besteira à tarde, recuou, e disse que “alguns
passam fome”.
O Ministério da Cidadania
fez, em 2018, o Mapeamento da Insegurança Alimentar e Nutricional (Mapa InSAN).
Os dados mostram que, no ano de coleta dos dados (2016), 427.551 crianças com
menos de cinco anos que são atendidas pelo Bolsa Família tinham algum grau de
desnutrição, que é medido de acordo com o déficit de peso por idade ou de
altura por idade. Foram classificadas com desnutrição muito alta 44.462
crianças, e com desnutrição alta 102.947, entre as que são atendidas pelo Bolsa
Família.
“A desnutrição é a expressão
corporal da fome”, afirma a professora Patricia Jaime, da Faculdade de Saúde
Pública da USP. “A morte por desnutrição é um extremo, mas a gente tem estágios
de desnutrição e estágios de insegurança alimentar nutricional. A gente não
quer só que as pessoas não morram de fome, quer que as pessoas não vivam com
fome”, diz.
A desnutrição em crianças,
grupo mais vulnerável, é o indicador recomendado pela FAO (órgão da ONU para
comida) para medir a fome, segundo a professora Patricia Jaime.
De acordo com a última
pesquisa do IBGE sobre o tema (com dados de 2013) 7,2 milhões de pessoas vivem
em situação de insegurança alimentar grave no país, que é quando alguém passa o
dia todo sem comer por falta de dinheiro para comprar alimentos e há redução
quantitativa de alimentos entre crianças.
Outras 10,3 milhões de
pessoas entraram na categoria de insegurança alimentar moderada. Entre as
crianças com menos de cinco anos, 641 mil passam por insegurança alimentar
grave, e 864 mil por insegurança alimentar moderada.
Sem argumentos objetivos
para solucionar este problema, o presidente prefere criticar governos
anteriores que implantaram programas de distribuição de riqueza e renda. Enganou-se
quem votou e imaginou que seu governo seria exemplo de honestidade,
comprometido com a ética, a moralidade e a eficiência. Passaram-se seis meses e
até agora não mostrou resultados no combate ao desemprego e muito menos
solucionou o problema da desindustrialização nacional.
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