Durante a campanha eleitoral
o candidato e hoje presidente Jair Bolsonaro (PSL) declarou que era preciso
diminuir e/ou acabar com os sindicatos no Brasil. Promessa cumprida ao publicar a Medida Provisória (MP - 873) que altera a Consolidação das Leis
Trabalhistas (CLT) e estabelece que a contribuição sindical seja
recolhida apenas sob autorização individual e expressa de cada trabalhador.
“Esse sindicato, você tem
que diminuir. De preferencia acabar com sindicato no Brasil. É uma desgraça
sindicato no Brasil. É uma pequena minoria que vive da profissão de atazanar o
proprietário!”, afirmou ele aos empresários. As
alterações contidas na MP entram em conflito com promessa de que seu governo
seria “escravo da Constituição”, e demonstra total desprezo por toda
representação sindical da classe trabalhadora.
A medida do governo causou
indignação no Movimento Sindical e dividiu opiniões sobre o tema. Teve quem
comemorou por entender que só afetaria os chamados sindicatos “Pelegos”, outros
a classificaram como pura “Maldade” para de fato acabar com todas as lutas
trabalhistas e os mais otimistas imaginam que as entidades serão fragilizadas e
o “fim dos sindicatos” jamais acontecerá.
No meio das inúmeras
reclamações e lamentações, feitas no Grupo de WhatsApp – Trabalhadores em Pauta
- surgiram propostas para enfrentar mais
este obstáculo orquestrado pelos inimigos da classe trabalhadora. “Por enquanto
não acaba. Eu mesma não vou desfilar-me e vou trabalhar contra essa ideia. O trabalhador
precisa conscientizar da utilidade que é o sindicato para ele”, escreveu uma
pessoa identificada como Kôla.
Bem mais humorado alguém
escreveu o seguinte: “Medida Provisória da tentativa de uma nova parceria
caracu? Governo, lógico vai entrar com a cara... O Fascista das laranjas e do
chapéu pode com isso estar querendo forçar um dialogo em termo da Reforma da
Previdência?”. Na modesta opinião dessa pessoa a MP pode significar o chamado “balão
de ensaio” para que o movimento sindical abaixe a guarda na luta contra o
desmonte da Previdência Social.
Confira
a lista de algumas opiniões postada no Grupo de WhatsApp – Trabalhadores em
Pauta:
“Quer dizer que o sindicato não
pode consignar a mensalidade no salário do filiado? Então tem que pagar tarifa
para o bancão? Enquanto isso o bancão pode consignar a prestação do empréstimo na
folha do trabalhador?”;
“A MP do Bolsonaro acaba de
decretar o fim do sindicalismo no Brasil. Nem a ditadura militar foi tão longe.
Ou os sindicatos e centrais radicalizam, ou o movimento sindical organizado
desaparece do mapa!”;
“Muito triste Porciano. Hoje
o que eu disse a respeito é que devemos brigar muito se quisermos manter um
pouco da unidade ainda existente entre os trabalhadores... Sem ele não teremos
lutas por direitos, conquistas etec... Estamos perdendo espaço cada dia mais. Momento
muito difícil no País para todos os trabalhadores menos remunerados”;
“Temos que subir do tom!”;
“Se a gente radicaliza
fisicamente (hipoteticamente) seremos enquadrados na Lei do terrorismo; se
radicalizamos com manifestações, primeiro é: como financiar? – dentre outros
entraves; se formos para cima do Congresso, como reverter se esse parlamento é
mais conservador que o anterior, que aprovou a Reforma Trabalhista?;
“E se não fizermos nada
acabou... Imagina os Bolcheviques na ilegalidade fazendo uma Revolução, e nós
dizendo que não temos como lutar nas ruas contra uma MP...”;
“Não estou defendendo a
imobilidade... Apenas apresentando as dificuldades!...”;
“A dificuldade é que até o
fim, no fundo, muita gente acreditava que o fascismo não seria tão grave assim.
Finalmente fica claro que é de vez. Acho que o pessoal ainda não entendeu que a
MP acaba com 90% dos sindicatos no Brasil. Sendo muito otimista. Eles vieram
para nos varrer!”;
“É sal sobre terra arrasada
com o fim do Imposto Sindical”;
“Eu concordo! Os guerreiros
estão cansados, acomodados, desmotivados... Fato!”;
“Extremamente grave!”;
“Esta MP é gravíssima! É
para acabar de vez com qualquer resistência organizada. Ai vamos brincar de
twiter e avaaz”;
“O pior de tudo que nem
todos perceberam o quão ruim será para nós, os transtornos que enfrentaremos a
falta que fará e por aí vai”;
“Muitos dos que vão acabar
são pelegos e não farão a menor falta. O modelo de sindicalismo de 4 esferas é
inadequado à defesa do trabalhador e se mostra cada vez mais inadequado”, (Yuri
Bambirra);
“Se num grupo de atores
sociais dedicados trabalhismo, tem gente a favor do desmonte do sindicalismo
promovido pelos desgovernos anterior e atual, o que se dirá do restante da
sociedade, que desconhece a nossa importância”, (Marcelo);
Por:
Nailton Francisco de Souza, Secretário Nacional de Comunicação da Nova Central
e Secretário de Assuntos dos Trabalhadores do Setor de Manutenção do Sindicato
dos Motoristas – SP.
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