A dúvida que está passando
pela cabeça de muitos dirigentes sindicais (e também de funcionários, e de
trabalhadores da base...) depois da Reforma Trabalhista e da MP 873 é: “meu
sindicato vai sobreviver?”. A resposta para isso vai depender do que o seu
sindicato está disposto a fazer:
A.
Ficar parado e não fazer nada (e aguardar o
fim!);
B.
Cortar gastos e reduzir despesas (e parar por
aí, esperando um fim lento e agonizante)!;
C.
Reinventar o seu sindicato e prepará-lo para
essa nova conjuntura!
Se você é dirigente sindical
e escolheu as opções A ou B, seu
sindicato corre o sério risco de desaparecer em pouco tempo. Mas se você
escolheu a opção C, então você precisa ver este artigo que separamos
especialmente para fornecer outra perspectiva:
A gente sabe que falar em
reinventar é falar em mudar algo. E geralmente isso dá medo. Mas precisamos ter
uma coisa em mente: se ficarmos parados, tudo o que veremos é o barco do
movimento sindical afundar.
Esse é um momento crucial. O
novo governo já deixou claro que não vai parar por aí. Nunca o movimento
sindical esteve tão ameaçado desde a redemocratização do nosso país. Mas também
é hora de construir uma nova perspectiva para a luta sindical.
Reforma
Trabalhista veio para destruir os sindicatos
Não é exagero dizer que o
plano das elites saiu exatamente como elas queriam! Esse cenário de ataques
colocou em pauta a necessidade de renovação do movimento sindical. Se você é
dirigente, certamente já participou de alguma conversa sobre isso.
Uma das perguntas mais
comuns neste momento é: “como reverter essa situação?”. Olha, pode parecer
clichê, mas sabemos que toda mudança estrutural gera dificuldades. Para o
movimento sindical não é diferente. As novas dinâmicas do mundo do trabalho
demandam dos sindicatos uma nova postura.
Mas
tenha calma, nem sempre é preciso inventar a roda.
Algumas estratégias são
velhas conhecidas do movimento sindical, mas que, por vários motivos, deixaram
de ser prioridade com o passar do tempo. Por outro lado, existem saídas mais
ousadas e alinhadas à realidade do nosso tempo.
Nós separamos 8 dicas que
vão ajudá-lo a desenhar os caminhos da reinvenção dos sindicatos depois da Reforma
Trabalhista. Que tal conferi-las? Veja abaixo:
1) Investir em formação política
A formação política, velha
conhecida do movimento sindical, é peça-chave para a conscientização dos
trabalhadores. Enquanto as elites investem em destruir a imagem dos sindicatos,
os dirigentes precisam estimular outra maneira de interpretar o papel das
entidades sindicais.
Ofereça cursos para a
categoria, promova encontros e debates para falar sobre o que afeta os
trabalhadores. Essa proximidade certamente vai surtir efeitos positivos para a
seu sindicato.
2)
Ter representantes de base
Muitos trabalhadores (as)
perdem a identificação com o sindicato porque não têm proximidade com ele. Para
enraizar a atuação da sua entidade, priorize a formação sindical de
representantes de base.
São eles os responsáveis por
identificar os problemas enfrentados diariamente pela categoria. Eles se tornam
porta-vozes do sindicato em cada local de trabalho. Esse contato direto
potencializa a luta política.
3)
Conquiste o apoio da sociedade
As elites não conseguiriam
aprovar a Reforma Trabalhista se não tivessem conduzido a opinião pública a uma
espécie de ódio em relação aos sindicatos. Os poderosos utilizaram boatos e
informações distorcidas como estratégias. Infelizmente muitas delas funcionaram.
O movimento sindical precisa
se apresentar novamente como um ator político legítimo e fundamental para a
defesa dos direitos dos trabalhadores. Essa retomada só será possível com o
apoio dos mais variados setores da sociedade. Campanhas são ótimas para isso.
4)
Seja transparente
Grande parte dos
preconceitos que atingem os sindicatos tem a ver com a falta de transparência.
Por isso, mantenha a honestidade e a clareza na relação com os trabalhadores
(as).
Preste esclarecimentos sobre
a atuação sindical. Vale também publicar o balanço financeiro da entidade. Essa
iniciativa simples é uma alavanca para a legitimidade da sua entidade.
5)
Participe para valer das negociações
Com o prevalecimento do
negociado sobre o legislado em vários pontos da negociação coletiva, a atuação
do sindicato se tornou ainda mais central para garantir a dignidade dos
trabalhadores.
Não são poucos os relatos de
acordos e convenções catastróficas para diversas categorias. Por isso,
reinventar o sindicato nesse cenário exige que os dirigentes atuem com
persistência ainda maior na mobilização dos trabalhadores.
Lembre-se de que quanto
maior o apoio da categoria, mais força seu sindicato terá para fazer as
negociações. Mas isso só irá acontecer se a sua categoria estiver sempre bem
informada. A Reforma Trabalhista foi criada justamente para enfraquecer a sua
relação com a categoria.
6)
Promova atividades presenciais
As atividades presenciais –
as formais ou as de confraternização – são essenciais para reforçar a conexão
com a categoria e o senso de coletividade entre os trabalhadores. Não subestime
essa estratégia!
7)
Tenha uma política de comunicação eficaz
Um grave deslize cometido
por grande parte dos sindicatos é ignorar a importância da comunicação para a
luta política. Vivemos em um momento em que o sindicato que não aparece é como
se não existisse.
Por isso, a reinvenção dos
sindicatos passa necessariamente pelo investimento em uma comunicação
profissional, moderna e estratégica para a luta dos trabalhadores.
8)
Priorize a agilidade da comunicação
Essa dica é complementa o
ponto anterior. Aqui, estamos falamos de técnicas e ferramentas que ajudam o
sindicato a chegar aos trabalhadores (as) com rapidez. Em um mundo conectado e
ágil, tudo funciona em um ritmo acelerado. Por isso, é impossível falar da
reinvenção dos sindicatos sem falar na agilidade e na qualidade da informação.
Várias ferramentas podem ser
utilizadas para fortalecer a conexão com a base: sites, e-mail de marketing,
redes sociais, cartilhas, vídeos, informativos impressos… Os elementos
escolhidos dependem do perfil da categoria.
Mas não adianta pegar essas
ferramentas e começar a usá-las sem uma estratégia bem definida. A qualidade do
que o sindicato produz é tão importante quanto à quantidade.
Por: Guilherme
Mikami, Agência Abridor de Latas Comunicação Sindical.
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