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quarta-feira, 13 de março de 2019

Reforma Trabalhista e a MP 873/2019 veio para destruir os sindicatos


A dúvida que está passando pela cabeça de muitos dirigentes sindicais (e também de funcionários, e de trabalhadores da base...) depois da Reforma Trabalhista e da MP 873 é: “meu sindicato vai sobreviver?”. A resposta para isso vai depender do que o seu sindicato está disposto a fazer:

A.   Ficar parado e não fazer nada (e aguardar o fim!);
B.   Cortar gastos e reduzir despesas (e parar por aí, esperando um fim lento e agonizante)!;
C.   Reinventar o seu sindicato e prepará-lo para essa nova conjuntura!
Se você é dirigente sindical e escolheu as opções A ou B, seu sindicato corre o sério risco de desaparecer em pouco tempo. Mas se você escolheu a opção C, então você precisa ver este artigo que separamos especialmente para fornecer outra perspectiva:

A gente sabe que falar em reinventar é falar em mudar algo. E geralmente isso dá medo. Mas precisamos ter uma coisa em mente: se ficarmos parados, tudo o que veremos é o barco do movimento sindical afundar.

Esse é um momento crucial. O novo governo já deixou claro que não vai parar por aí. Nunca o movimento sindical esteve tão ameaçado desde a redemocratização do nosso país. Mas também é hora de construir uma nova perspectiva para a luta sindical.

Reforma Trabalhista veio para destruir os sindicatos
Não é exagero dizer que o plano das elites saiu exatamente como elas queriam! Esse cenário de ataques colocou em pauta a necessidade de renovação do movimento sindical. Se você é dirigente, certamente já participou de alguma conversa sobre isso.

Uma das perguntas mais comuns neste momento é: “como reverter essa situação?”. Olha, pode parecer clichê, mas sabemos que toda mudança estrutural gera dificuldades. Para o movimento sindical não é diferente. As novas dinâmicas do mundo do trabalho demandam dos sindicatos uma nova postura.

Mas tenha calma, nem sempre é preciso inventar a roda.

Algumas estratégias são velhas conhecidas do movimento sindical, mas que, por vários motivos, deixaram de ser prioridade com o passar do tempo. Por outro lado, existem saídas mais ousadas e alinhadas à realidade do nosso tempo.

Nós separamos 8 dicas que vão ajudá-lo a desenhar os caminhos da reinvenção dos sindicatos depois da Reforma Trabalhista. Que tal conferi-las? Veja abaixo:

1)    Investir em formação política

A formação política, velha conhecida do movimento sindical, é peça-chave para a conscientização dos trabalhadores. Enquanto as elites investem em destruir a imagem dos sindicatos, os dirigentes precisam estimular outra maneira de interpretar o papel das entidades sindicais.

Ofereça cursos para a categoria, promova encontros e debates para falar sobre o que afeta os trabalhadores. Essa proximidade certamente vai surtir efeitos positivos para a seu sindicato.


2) Ter representantes de base

Muitos trabalhadores (as) perdem a identificação com o sindicato porque não têm proximidade com ele. Para enraizar a atuação da sua entidade, priorize a formação sindical de representantes de base.

São eles os responsáveis por identificar os problemas enfrentados diariamente pela categoria. Eles se tornam porta-vozes do sindicato em cada local de trabalho. Esse contato direto potencializa a luta política.

3) Conquiste o apoio da sociedade

As elites não conseguiriam aprovar a Reforma Trabalhista se não tivessem conduzido a opinião pública a uma espécie de ódio em relação aos sindicatos. Os poderosos utilizaram boatos e informações distorcidas como estratégias. Infelizmente muitas delas funcionaram.

O movimento sindical precisa se apresentar novamente como um ator político legítimo e fundamental para a defesa dos direitos dos trabalhadores. Essa retomada só será possível com o apoio dos mais variados setores da sociedade. Campanhas são ótimas para isso.

4) Seja transparente

Grande parte dos preconceitos que atingem os sindicatos tem a ver com a falta de transparência. Por isso, mantenha a honestidade e a clareza na relação com os trabalhadores (as).

Preste esclarecimentos sobre a atuação sindical. Vale também publicar o balanço financeiro da entidade. Essa iniciativa simples é uma alavanca para a legitimidade da sua entidade.

5) Participe para valer das negociações

Com o prevalecimento do negociado sobre o legislado em vários pontos da negociação coletiva, a atuação do sindicato se tornou ainda mais central para garantir a dignidade dos trabalhadores.

Não são poucos os relatos de acordos e convenções catastróficas para diversas categorias. Por isso, reinventar o sindicato nesse cenário exige que os dirigentes atuem com persistência ainda maior na mobilização dos trabalhadores.

Lembre-se de que quanto maior o apoio da categoria, mais força seu sindicato terá para fazer as negociações. Mas isso só irá acontecer se a sua categoria estiver sempre bem informada. A Reforma Trabalhista foi criada justamente para enfraquecer a sua relação com a categoria.

6) Promova atividades presenciais

As atividades presenciais – as formais ou as de confraternização – são essenciais para reforçar a conexão com a categoria e o senso de coletividade entre os trabalhadores. Não subestime essa estratégia!

7) Tenha uma política de comunicação eficaz

Um grave deslize cometido por grande parte dos sindicatos é ignorar a importância da comunicação para a luta política. Vivemos em um momento em que o sindicato que não aparece é como se não existisse.

Por isso, a reinvenção dos sindicatos passa necessariamente pelo investimento em uma comunicação profissional, moderna e estratégica para a luta dos trabalhadores.

8) Priorize a agilidade da comunicação

Essa dica é complementa o ponto anterior. Aqui, estamos falamos de técnicas e ferramentas que ajudam o sindicato a chegar aos trabalhadores (as) com rapidez. Em um mundo conectado e ágil, tudo funciona em um ritmo acelerado. Por isso, é impossível falar da reinvenção dos sindicatos sem falar na agilidade e na qualidade da informação.

Várias ferramentas podem ser utilizadas para fortalecer a conexão com a base: sites, e-mail de marketing, redes sociais, cartilhas, vídeos, informativos impressos… Os elementos escolhidos dependem do perfil da categoria.

Mas não adianta pegar essas ferramentas e começar a usá-las sem uma estratégia bem definida. A qualidade do que o sindicato produz é tão importante quanto à quantidade.

Por: Guilherme Mikami, Agência Abridor de Latas Comunicação Sindical.

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