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quarta-feira, 27 de março de 2019

Nota DCE Mackenzie - SP: Bolsonaro Arrega, Mas a Gente Não!


Nesta manhã de quarta-feira (27/3) realizamos o primeiro ato contra a vinda do presidente Bolsonaro no Mackenzie, reunimos mais de mil estudantes e mostramos que a resistência a este governo corrupto e intolerante está presente dentro das universidades por meio do movimento estudantil. como enunciado no evento e no ato estaremos sob vigília o dia todo dentro e fora do campus a fim de garantir que nossas pautas e reivindicações sejam ouvidas, tanto pelos governantes quanto pela universidade.

Todavia, há poucos momentos recebemos um comunicado oficial da reitoria nos informando que o presidente Bolsonaro cancelou a agenda referente a visita ao Mackenzie. Segundo reportagem do BR18, os assessores e a equipe de segurança do presidente o recomendaram que ele não viesse a faculdade por receio de confronto com os estudantes.

Bolsonaro cancela ida ao Mackenzie

O presidente Jair Bolsonaro cancelou a ida à Universidade Mackenzie, em São Paulo, onde iria, juntamente com o ministro de Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, conversar com pesquisadores responsáveis por estudos com o grafeno, um dos temas-xodós de sua campanha.

Desde terça assessores já vinham tentando dissuadir Bolsonaro de ir à rua Maria Antônia, endereço simbólico dos confrontos entre estudantes na ditadura. Protestos vinham sendo anunciados e havia o risco de confronto. A área de segurança do governo, sobretudo o GSI, estava monitorando com preocupação a agenda. Funcionários do Mackenzie já foram informados do cancelamento da visita, que também não está mais na agenda oficial de Bolsonaro.

Também segue para ciência de todas e todos a declaração oficial da reitoria a respeito do cancelamento:

“ (...) Comunicamos, a pedido do M. Reitor, Dr. Benedito Aguiar, que a visita presidencial nesta data foi cancelada pela Presidência da República. Permanecem suspensas as aulas práticas e provas nos prédios 28, 33 e 38, anteriormente anunciadas. (...)
Gabinete da Reitoria
Universidade Presbiteriana Mackenzie”

Encaramos como uma vitória do movimento estudantil a desistência do Presidente que, por medo, cancelou o compromisso com a ciência e a tecnologia — um dos carros chefes de sua campanha — e o encontro com os estudantes.

Declaramos que os atos (das 13h e das 18h) SEGUEM normalmente a fim de garantir nosso posicionamento político!

Atenciosamente Gestão Enfrente - DCE Mackenzie

terça-feira, 26 de março de 2019

Líderes da maioria na Câmara anunciam veto a trechos da PEC da reforma da Previdência


Líderes que representam a maioria dos deputados decidiram, nesta terça-feira (26), que vão fazer mudanças na proposta de reforma da Previdência. Ao consultar as bancadas, que somam 291 parlamentares, lideranças da Câmara se posicionaram contra as alterações no BPC (benefício pago a idoso carente) e nas regras de aposentadoria rural.

O grupo também é contra os dispositivos que permitiriam futuras mudanças na Previdência por rito mais simples. Trechos da proposta retiram da Constituição regras para as aposentadorias. Como alterações da Constituição demandam mais votos no Congresso, seria possível reformar a Previdência sem precisar seguir o rito de uma PEC (Proposta de Emenda à Constituição).

“Qualquer reforma previdenciária deve ter como princípios maiores a proteção aos mais pobres e mais vulneráveis”, diz a nota assinada pelos líderes de 13 partidos: MDB, PR, PP, PRB, PSDB, DEM, PSD, PTB, SD, Cidadania, Podemos, PROS e Patriota.

Com 291 deputados e os votos da oposição, os pontos da PEC criticados pelas bancadas devem ser excluídos pela Câmara. Segundo eles, a desconstitucionalização das regras do sistema previdenciário poderia gerar insegurança jurídica.

O anúncio foi feito pelo líder da Maioria na Câmara, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), que não sabe quantos votos a PEC da reforma da Previdência poderia ter com as alterações defendidas pelo grupo. “Essa responsabilidade de contagem de votos não é nossa, é do governo.”

Os representantes da maioria dos deputados classificam a reforma da Previdência como importante e necessária, mas contestam pontos da proposta. Para o líder do DEM, Elmar Nascimento (BA), o governo “perdeu a batalha da comunicação” e, por isso, é necessária a retirada dos artigos da PEC que alteram os trechos criticados pela maioria da Câmara.

“Aqui o ambiente é nosso”, afirmou o líder, em tom de crítica ao governo, que rejeita articular votos em favor da reforma da Previdência.
Os líderes negam que o ato desta terça seja uma retaliação ao governo, mas, nos bastidores, reconhecem que é uma reação às divergências entre o presidente Jair Bolsaro e o Congresso, especialmente diante das críticas ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).

Sobre a decisão do ministro Paulo Guedes (Economia) de não participar de audiência pública na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) nesta terça, Ribeiro disse que o tema tem que ser tratado pelo presidente do colegiado, Felipe Francischini (PSL-PR), e pelo governo. “É o governo que está articulando com a própria Comissão de Constituição e Justiça.”

A oposição - PDT, PT, PCdoB, PSB, PSOL e Rede - anunciou nesta terça que votará contra a PEC da reforma da Previdência. Juntas, essas siglas têm 133 votos contra a proposta. Oposicionistas vão tentar derrubar a PEC ainda na primeira etapa na Câmara: a CCJ.

Fonte: https://www1.folha.uol.com.br/mercado

Partidos querem desidratar reforma e tirar-lhe injustiças


A Reforma da Previdência do governo Bolsonaro (PSL), configurada na PEC 6/19, sofreu abalos na Câmara dos Deputados, na manhã desta terça-feira (26). Partidos do “Centrão” e da oposição divulgaram notas em que questionam pontos da proposta.

A nota do “Centrão”, assinada pelos líderes de 10 partidos — PR, SD, PPS, DEM, MDB, PRB, PSD, PTB, PP e PSDB — se posiciona contra a inclusão do Benefício Assistencial de Prestação Continuada (BPC) e da aposentadoria rural na proposta de reforma da Previdência (PEC 6/19). E ainda contra a desconstitucionalização da Previdência.

Os líderes afirmam que, “considerando que qualquer reforma previdenciária deve ter como princípios maiores a proteção aos mais pobres e mais vulneráveis, decidiram retirar do texto a parte que trata de forma igual os desiguais e penaliza quem mais precisa”.

Os deputados também são contrários à desconstitucionalização da Previdência. Segundo eles, manter as regras na Constituição é uma forma de “garantir segurança jurídica a todos que serão impactados por essa tão importante e necessária reforma”.

Oposição
A nota da oposição, assinada pelos líderes de 6 partidos — PDT, PT, PCdoB, PSB, PSol e Rede — além dos líderes da Minoria e da Oposição é mais extensa e pontualmente decidem rejeitar a proposta já na CCJ.

E ainda querem debater “em torno de propostas que garantam a sustentabilidade da Previdência Pública, incluindo a eliminação de distorções e privilégios, o reforço das fontes de financiamento por meio da taxação de lucros e dividendos, das grandes fortunas e os juros sobre capital próprio, revisão de isenções e desonerações e o combate à sonegação”.

Análise
Por falta de articulação e interlocução, o governo enreda-se em torno da incapacidade de fazer sua agenda avançar. Mais preocupado com o debate ideológico mais rebaixado perde terreno no Legislativo.

A prevalecer as considerações levantadas nas notas divulgadas pelo “Centrão” e a oposição, a proposta será bastante desidratada com a retirada do regime de capitalização e também da desconstitucionalização, 2 pilares da proposta do governo.

Finalmente, pelo conteúdo de ambas as notas, a narrativa do governo de que a reforma é justa com os mais pobres foi demolida.

Fonte: http://www.diap.org.br

domingo, 24 de março de 2019

Para Rodrigo Maia: “Governo Bolsonaro é deserto de ideias”


O presidente da Câmara dos Deputados, o deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ) chamou o governo Bolsonaro de “deserto de ideias” e disse que o presidente, Jair Bolsonaro, precisa sair do Twitter e trabalhar pela população. As declarações foram dadas ao jornal O Estado de S. Paulo, em entrevista publicada neste sábado, 23 de março.

Ontem, o presidente da Câmara se mostrou insatisfeito com o comportamento do governo na casa e com as críticas de Carlos Bolsonaro, filho do presidente e vereador no Rio de Janeiro, e chegou a ameaçar abandonar a articulação da reforma da Previdência. O movimento trouxe impactos ao mercado e contribuiu para uma queda de 3% na bolsa brasileira. Ao jornal, contudo, Maia amenizou o tom e disse que seguirá nessa articulação.

“Quanto mais eles (governo Bolsonaro) tentam trazer pra mim a responsabilidade do governo, mais está piorando a relação com o Parlamento”, disse Maia, “o governo precisa vir à público de forma mais objetiva, com mais clareza, com mais energia na votação da reforma”. Para o presidente da Câmara, Bolsonaro está dando sinais de insegurança sobre as mudanças na Previdência e precisa “assumir o discurso do ministro Paulo Guedes”.

Embora Maia tenha baixado a guarda a respeito das suas declarações sobre a reforma da Previdência, não poupou o governo de Jair Bolsonaro de críticas mais gerais, sobretudo ao “projeto de governo” dessa gestão e a presença marcante do presidente e seus aliados nas redes sociais. “O Brasil precisa sair do Twitter e ir pra vida real”

“Qual é o projeto do governo Bolsonaro fora a reforma da Previdência? Fora o projeto do ministro Moro? Não se sabe. Qual o projeto de um partido de extrema-direita para acabar com a pobreza? Criticaram o Bolsa Família e não propuseram nada até agora”, disparou o deputado que finalizou dizendo que “o governo é um deserto de ideias”.

Maia se mostrou, ainda, desfavorável a uma possível intervenção militar na Venezuela, ventilada por outro filho de Bolsonaro, o deputado Eduardo, em entrevista concedida a um jornal chileno na última sexta-feira, 22. “Estamos com a estrutura das Forças Armadas desabastecida”, explicou, “não temos condições de segurar 24 horas de confronto com a Venezuela”.

Veja a entrevista completa:

Por que o sr. decidiu abandonar a articulação da reforma da Previdência?
Apenas entendo que o governo eleito não pode terceirizar sua responsabilidade. O presidente precisa assumir a liderança, ser mais proativo. O discurso dele é: sou contra a reforma, mas fui obrigado a mandá-la ou o Brasil quebra. Ele dá sinalização de insegurança ao Parlamento. Ele tem que assumir o discurso que faz o ministro Paulo Guedes. Hoje, o governo não tem base. Não sou eu que vou organizar a base. O presidente da Câmara sozinho, em uma matéria como a reforma da Previdência, não tem capacidade de conseguir 308 votos.

Mas o sr. continua à frente da articulação?
Dentro do meu quadrado, sim. Agora, acho que quanto mais eles tentam trazer para mim a responsabilidade do governo, mais está piorando a relação do governo com o Parlamento. O governo precisa vir a público de forma mais objetiva, com mais clareza, com mais energia na votação da reforma.

O que o presidente Bolsonaro precisa fazer?
Ele precisa construir um diálogo com o Parlamento, com os líderes, com os partidos. Não pode ficar a informação de que o meu diálogo é pelo toma lá, dá cá. A gente tem que parar com essa conversa. Como o presidente vê a política? O que é a nova política para ele? Ele precisa colocar em prática a nova política. Tanto é verdade que ele não colocou que tem (apenas) 50 deputados na base. Faço o alerta: se o governo não organizar sua base, se não construir o diálogo com os deputados, vai ser muito difícil aprovar a reforma da Previdência. O ciclo dos últimos 30 anos acabou e agora se abre um novo ciclo. Ele precisa saber o que colocar no lugar. O Executivo precisa ser um ator ativo nesse processo político.

E não está sendo?
De forma nenhuma. Ele está transferindo para a presidência da Câmara e do Senado uma responsabilidade que é dele. Então, ele fica só com o bônus e eu fico com o ônus de ganhar ou perder. Se ganhar, ganhei com eles. Se perder, perdi sozinho. Isso, para a reforma da Previdência, é muito grave. Não é uma votação qualquer, para você falar “leva que o filho é teu”. Não é assim. É uma matéria será um divisor de águas inclusive para o governo Bolsonaro. Então, ele precisa assumir protagonismo. Foi isso o que eu falei. Não vou deixar de defender as coisas sobre as quais tenho convicção porque brigo com A, B ou C. Meu papel institucional não é usar a presidência da Câmara para ameaçar o governo.

Mas o sr. ficou bastante contrariado com os ataques da rede bolsonarista na internet…
Não é que eu fiquei incomodado. O que acontece é que o Brasil viveu sua maior recessão no governo Dilma, melhorou um pouco no último governo, só que a vida das pessoas continua indo muito mal. Então, na hora em que a gente está trabalhando uma matéria tão importante como a Previdência, e a rede próxima ao presidente é instrumento de ataque a pessoas que estão ajudando nessa reforma, eu posso chegar à conclusão de que, por trás disso, está a vontade do governo de não votar a Previdência. Não fui só eu que fui criticado. Todo mundo que de alguma forma fez alguma crítica ao governo recebe os maiores “elogios” da rede dos Bolsonaro. Isso é ruim porque você não respeitar e não receber com reflexão uma crítica não é um sinal de espírito democrático correto.

O posicionamento do vereador Carlos Bolsonaro nas redes sociais atrapalha o governo?
O Brasil precisa sair do Twitter e ir para a vida real. Ninguém consegue emprego, vaga na escola, creche, hospital por causa do Twitter. Precisamos que o País volte a ter projeto. Qual é o projeto do governo Bolsonaro, fora a Previdência? Fora o projeto do ministro (Sérgio) Moro? Não se sabe. Qual é o projeto de um partido de direita para acabar com a extrema pobreza? Criticaram tanto o Bolsa Família e não propuseram nada até agora no lugar. Criticaram tanto a evasão escolar de jovens e agora a gente não sabe o que o governo pensa para os jovens e para as crianças de zero a três anos. O governo é um deserto de ideias.

O sr. está dizendo que o governo não tem proposta?
Se tem propostas, eu não as conheço.

Há uma nova versão do ‘nós contra eles’?
Eles construíram nos últimos anos o ‘nós contra eles’. Nós, liberais, contra os comunistas. O discurso de Bolsonaro foi esse. Para eles, essa disputa do mal contra o bem, do sim contra o não, do quente contra o frio é o que alimenta a relação com parte da sociedade. Só que agora eles venceram as eleições. E, em um país democrático, não é essa ruptura proposta que vai resolver o problema. O Brasil não ganha nada trabalhando nos extremos.

Temos um desgoverno?
As pessoas precisam da reforma da Previdência e, também, que o governo volte a funcionar. Nós temos uma ilha de governo com o Paulo Guedes. Tirando ali, você tem pouca coisa. Ou pouca coisa pública. Nós sabemos onde estão os problemas. Um governo de direita deveria estar fazendo não apenas o enfrentamento nas redes sociais sobre se o comunismo acabou ou não, mas deveria dizer: “No lugar do Minha Casa, Minha Vida, para habitação popular nós estamos pensando isso; para saneamento, nós estamos pensando aquilo”.

O presidente minimizou a crise dizendo que vai conversar com o sr e que tudo é como uma briga no namoro. O que achou?
Se o presidente não falar comigo até o fim do mandato, não tem problema. Sou a favor da reforma da Previdência. O problema é que ele precisa conseguir várias namoradas no Congresso, são os outros 307 votos que ele precisa conseguir. Ele pode me deixar para o fim da fila.

E por que o sr. entrou em um embate com o ministro da Justiça, Sérgio Moro, por causa do pacote anticrime?
Certamente, conheço a Câmara muito melhor do que o ministro Moro. E sei como eu posso ajudar o projeto sem atrapalhar a Previdência. O que me incomodou? O ministro passou da fronteira. Até acho que em uma palavra ou outra me excedi, mas, na média, coloquei a posição da Câmara. O governo quer fazer a nova política. Nós queremos participar da nova política.

A prisão do ex-presidente Michel Temer e do ex-ministro Moreira Franco serviu para tumultuar esse ambiente político?
Eu não acho. As instituições precisam funcionar. Uns gostam da decisão, outros não. Mas ela precisa ser respeitada e aquele que se sentir prejudicado por uma decisão da Justiça tem o poder de recorrer.

Fonte: https://exame.abril.com.br/brasil

quarta-feira, 20 de março de 2019

A Reforma da Previdência, não é salvação da economia brasileira!


Ela se trata de um ataque orquestrado entre os fatores políticos que hoje atuam no Brasil, buscando descarregar a crise nas costas da classe trabalhadora e dos setores oprimidos da população, tendo um impacto profundo na vida das mulheres, em especial das mulheres negras que hoje são maioria dos trabalhadores no país.

Segundo estudo oficial, a previdência social não é deficitária, mas foi alvo de desvios de seus recursos por parte do governo para projetos que atendiam os interesses capitalistas, enquanto protegia empresas devedoras. Gerado esse rombo, essas empresas seguiram sendo beneficiadas por descontos e benefícios fiscais, enquanto aprovaram formas de reduzir gastos públicos e cortes nos direitos trabalhistas.

Os empresários, que defendem a Reforma da Previdência para resolver um suposto "deficit" público, que na realidade são as suas próprias dívidas não pagas, os mais de R$ 450 bilhões que os patrões devem à Previdência apontados em relatório do próprio governo.

Para que se tenha uma ideia, os principais bancos beneficiados pelos recursos que serão adquiridos com a Reforma da Previdência são os principais devedores: o Bradesco deve R$ 465 milhões à Previdência; a Vale deve R$ 275 milhões; a JBS, da Friboi, deve R$ 1,8 bilhão.

Nada disso será cobrado dessas riquíssimas empresas e bancos. Pior: o banco Santander e o Itáu, que devem respectivamente R$338 milhões e R$25 bilhões à Receita Federal, tiveram suas dívidas perdoadas (em outras palavras, deram calote no Tesouro público, com a conivência dos governos, inclusive o de Jair Bolsonaro, que repetiu diversas vezes que "tornaria o Brasil um paraíso para os empresários"). Por que não se cobram estes bilhões dos ricos?

quarta-feira, 13 de março de 2019

Reforma Trabalhista e a MP 873/2019 veio para destruir os sindicatos


A dúvida que está passando pela cabeça de muitos dirigentes sindicais (e também de funcionários, e de trabalhadores da base...) depois da Reforma Trabalhista e da MP 873 é: “meu sindicato vai sobreviver?”. A resposta para isso vai depender do que o seu sindicato está disposto a fazer:

A.   Ficar parado e não fazer nada (e aguardar o fim!);
B.   Cortar gastos e reduzir despesas (e parar por aí, esperando um fim lento e agonizante)!;
C.   Reinventar o seu sindicato e prepará-lo para essa nova conjuntura!
Se você é dirigente sindical e escolheu as opções A ou B, seu sindicato corre o sério risco de desaparecer em pouco tempo. Mas se você escolheu a opção C, então você precisa ver este artigo que separamos especialmente para fornecer outra perspectiva:

A gente sabe que falar em reinventar é falar em mudar algo. E geralmente isso dá medo. Mas precisamos ter uma coisa em mente: se ficarmos parados, tudo o que veremos é o barco do movimento sindical afundar.

Esse é um momento crucial. O novo governo já deixou claro que não vai parar por aí. Nunca o movimento sindical esteve tão ameaçado desde a redemocratização do nosso país. Mas também é hora de construir uma nova perspectiva para a luta sindical.

Reforma Trabalhista veio para destruir os sindicatos
Não é exagero dizer que o plano das elites saiu exatamente como elas queriam! Esse cenário de ataques colocou em pauta a necessidade de renovação do movimento sindical. Se você é dirigente, certamente já participou de alguma conversa sobre isso.

Uma das perguntas mais comuns neste momento é: “como reverter essa situação?”. Olha, pode parecer clichê, mas sabemos que toda mudança estrutural gera dificuldades. Para o movimento sindical não é diferente. As novas dinâmicas do mundo do trabalho demandam dos sindicatos uma nova postura.

Mas tenha calma, nem sempre é preciso inventar a roda.

Algumas estratégias são velhas conhecidas do movimento sindical, mas que, por vários motivos, deixaram de ser prioridade com o passar do tempo. Por outro lado, existem saídas mais ousadas e alinhadas à realidade do nosso tempo.

Nós separamos 8 dicas que vão ajudá-lo a desenhar os caminhos da reinvenção dos sindicatos depois da Reforma Trabalhista. Que tal conferi-las? Veja abaixo:

1)    Investir em formação política

A formação política, velha conhecida do movimento sindical, é peça-chave para a conscientização dos trabalhadores. Enquanto as elites investem em destruir a imagem dos sindicatos, os dirigentes precisam estimular outra maneira de interpretar o papel das entidades sindicais.

Ofereça cursos para a categoria, promova encontros e debates para falar sobre o que afeta os trabalhadores. Essa proximidade certamente vai surtir efeitos positivos para a seu sindicato.


2) Ter representantes de base

Muitos trabalhadores (as) perdem a identificação com o sindicato porque não têm proximidade com ele. Para enraizar a atuação da sua entidade, priorize a formação sindical de representantes de base.

São eles os responsáveis por identificar os problemas enfrentados diariamente pela categoria. Eles se tornam porta-vozes do sindicato em cada local de trabalho. Esse contato direto potencializa a luta política.

3) Conquiste o apoio da sociedade

As elites não conseguiriam aprovar a Reforma Trabalhista se não tivessem conduzido a opinião pública a uma espécie de ódio em relação aos sindicatos. Os poderosos utilizaram boatos e informações distorcidas como estratégias. Infelizmente muitas delas funcionaram.

O movimento sindical precisa se apresentar novamente como um ator político legítimo e fundamental para a defesa dos direitos dos trabalhadores. Essa retomada só será possível com o apoio dos mais variados setores da sociedade. Campanhas são ótimas para isso.

4) Seja transparente

Grande parte dos preconceitos que atingem os sindicatos tem a ver com a falta de transparência. Por isso, mantenha a honestidade e a clareza na relação com os trabalhadores (as).

Preste esclarecimentos sobre a atuação sindical. Vale também publicar o balanço financeiro da entidade. Essa iniciativa simples é uma alavanca para a legitimidade da sua entidade.

5) Participe para valer das negociações

Com o prevalecimento do negociado sobre o legislado em vários pontos da negociação coletiva, a atuação do sindicato se tornou ainda mais central para garantir a dignidade dos trabalhadores.

Não são poucos os relatos de acordos e convenções catastróficas para diversas categorias. Por isso, reinventar o sindicato nesse cenário exige que os dirigentes atuem com persistência ainda maior na mobilização dos trabalhadores.

Lembre-se de que quanto maior o apoio da categoria, mais força seu sindicato terá para fazer as negociações. Mas isso só irá acontecer se a sua categoria estiver sempre bem informada. A Reforma Trabalhista foi criada justamente para enfraquecer a sua relação com a categoria.

6) Promova atividades presenciais

As atividades presenciais – as formais ou as de confraternização – são essenciais para reforçar a conexão com a categoria e o senso de coletividade entre os trabalhadores. Não subestime essa estratégia!

7) Tenha uma política de comunicação eficaz

Um grave deslize cometido por grande parte dos sindicatos é ignorar a importância da comunicação para a luta política. Vivemos em um momento em que o sindicato que não aparece é como se não existisse.

Por isso, a reinvenção dos sindicatos passa necessariamente pelo investimento em uma comunicação profissional, moderna e estratégica para a luta dos trabalhadores.

8) Priorize a agilidade da comunicação

Essa dica é complementa o ponto anterior. Aqui, estamos falamos de técnicas e ferramentas que ajudam o sindicato a chegar aos trabalhadores (as) com rapidez. Em um mundo conectado e ágil, tudo funciona em um ritmo acelerado. Por isso, é impossível falar da reinvenção dos sindicatos sem falar na agilidade e na qualidade da informação.

Várias ferramentas podem ser utilizadas para fortalecer a conexão com a base: sites, e-mail de marketing, redes sociais, cartilhas, vídeos, informativos impressos… Os elementos escolhidos dependem do perfil da categoria.

Mas não adianta pegar essas ferramentas e começar a usá-las sem uma estratégia bem definida. A qualidade do que o sindicato produz é tão importante quanto à quantidade.

Por: Guilherme Mikami, Agência Abridor de Latas Comunicação Sindical.

terça-feira, 12 de março de 2019

Câmara aprova criminalização do assédio moral no trabalho com pena de até dois anos de prisão


A Câmara aprovou, na noite desta terça-feira (12), proposta que torna crime o assédio moral no ambiente de trabalho. Segundo o texto aprovado, o crime será caracterizado quando alguém ofender reiteradamente a dignidade de outro, causando-lhe dano ou sofrimento físico ou mental no exercício de emprego, cargo ou função.

A pena estipulada será de detenção de um a dois anos e multa, aumentada de um terço se a vítima for menor de 18 anos. A causa somente terá início se a vítima representar contra o ofensor. O projeto tramitava na Câmara há 18 anos e, agora, será enviado ao Senado. Caso seja aprovado pelos senadores, seguirá para sanção presidencial, última etapa antes de virar lei.

A votação causou polêmica no plenário. O MDB tentou adiar a análise da proposta, mas o pedido foi rejeitado pela maioria dos parlamentares. A relatora, deputada Margarete Coelho (PP-PI), incorporou alterações sugeridas por colegas à versão aprovada em 2002 pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).

Margarete não acolheu, porém, emendas para incluir penalidades a empresas nas quais ocorrerem os crimes de assédio moral, porque o Código Penal, ressaltou a relatora, não trata de penas para pessoas jurídicas. Ela também rejeitou sugestão para incluir na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) a possibilidade de o trabalhador pedir rescisão trabalhista e indenização se o assédio moral for praticado pelo empregador ou seu preposto.

Resistência em plenário

O deputado Hildo Rocha (MDB-MA) foi o principal opositor da criminalização do assédio moral no ambiente de trabalho durante as discussões em plenário. Para ele, a definição é muito ampla e pode comprometer o futuro de empresas e gerar mais desemprego. “Precisamos definir o que é dano, o que é sofrimento. Não estamos entregando um trabalho completo”, disse o deputado.

O deputado Newton Cardoso Jr. (MDB-MG), também criticou o projeto. “Temos de rever o texto para que o país não perca a capacidade de gerar empregos”, declarou.

Margarete Coelho rebateu as críticas. “Este texto não pune as empresas em momento algum, estamos na esfera penal, onde a responsabilidade é do agente”, ressaltou. A deputada Erika Kokay (PT-DF) também defendeu a proposta. “São as mulheres as maiores vítimas do assédio moral, da coisificação e objetificação”, afirmou.

Levantamento feito pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST) entre janeiro e fevereiro de 2017 mostrou que, apenas naquele período, as Varas trabalhistas receberam 22.574 novos processos por assédio moral.


Rodrigo Maia determina instalação da CCJ e outras 24 comissões na Câmara dos Deputados


O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, assinou um novo ato redefinindo os horários de instalação de todas as 25 comissões permanentes da Casa. Entre as que devem ser instaladas amanhã (13), está a de Constituição e Justiça (CCJ), considerada a mais importante da Casa e primeiro ponto de parada da reforma da Previdência. A definição desse colegiado, que será presidido inicialmente pelo deputado Felipe Francischini (PSL-PR), arrastou-se nas últimas semanas em decorrência da falta de entendimento entre as lideranças partidárias para a indicação de seus integrantes.

Maia determinou a instalação de 14 comissões nesta quarta, a partir das 19h, e outras 11 para quinta (14), a partir das 9h. O PSL também ficou com a Comissão de Fiscalização Financeira e a de Relações Exteriores. O PT também comandará três colegiados: Cultura; Direitos Humanos e Minorias, e Legislação Participativa. Já o MDB ficará com Finanças e Tributação, e o PP, com Agricultura e Integração Nacional. Veja que comissão cada partido presidirá:





Líderes decidem segurar reforma da Previdência na CCJ

Líderes partidários da Câmara fecharam um acordo, na noite dessa segunda-feira (11), para que a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) só vote a admissibilidade da reforma da Previdência – primeiro passo na tramitação da proposta– depois que o governo enviar o texto sobre a aposentadoria dos militares. Os deputados tomaram a decisão em reunião com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), na residência oficial da Casa. A instalação da CCJ deve ocorrer entre quarta (13) e quinta-feira (14).

Na última segunda, o secretário da Previdência do Ministério da Economia, Rogério Marinho, afirmou que o governo não deve entregar a proposta dos militares antes do dia 20 de março. "Existem remissões, necessidades de ajustes paramétricos, cálculos atuariais, adequação da lei. Por isso que fizemos um cronograma desde o início para entregar em 20 de março e estamos respeitando", diz Marinho.

Segundo o líder do PSD na Câmara, André de Paula (PE), a ideia de esperar o texto dos militares é uma forma de reforçar à sociedade que nenhuma categoria ficará de fora do ajuste. "Um dos pilares para que a reforma ganhe a batalha da comunicação é que ela se aplique a todo mundo", disse o deputado ao Congresso em Foco.

"A proposta dos militares tem uma tramitação mais rápida, então é uma questão simbólica. Para que a Casa já conheça o projeto e o compromisso do governo tenha sido honrado", avaliou o líder.

Centrais Sindicais são recebidas pelo presidente da Câmara dos Deputados


A reunião aconteceu na tarde de terça-feira (12/3) no gabinete presidencial de Rodrigo Maia (DEM/RJ) com os presidentes das centrais: Nova Central, CUT, Força Sindical, CTB, CSB e UGT para debater os impactos negativos da Proposta de Emenda à Constituição (PEC 6/2019) que versa sobre o desmonte da Previdência Social e a Medida Provisória (MP 873/2019) que dificulta quaisquer cobranças de contribuição sindical.

O deputado Federal Valdevan Noventa (PSC/SE), que já havia se posicionado contra a PEC deixou claro, que fica muito difícil, votar favorável as matérias apresentadas pelo governo Bolsonaro (PSL) que visam retirar direitos constitucionais conquistados com muito “suor e sangue” ao longo de décadas de embates com manifestações e grandes greves.

“Esta MP 873 tem o nítido objetivo de enfraquecer o movimento sindical para facilitar a aprovação da Reforma da Previdência. Não consigo enxergar de outra forma, este plano traçado na calada da noite em plena véspera do carnaval e, justamente, no mês do desconto da contribuição sindical. Não pense este governo e sua equipe de que estas ações, do mal, vão nos intimidar. Muito pelo contrário, fez foi incendiar os ânimos e unir o movimento sindical”, disse Valdevan.

Presidente licenciado do Sindmotoristas – Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores em Transporte Rodoviário Urbano de São Paulo – o deputado Noventa tem externado sua contrariedade e indignação com a proposta de reforma apresentada para apreciação dos parlamentares, que além de seletiva, visa contemplar os interesses de um setor econômico ao propor a substituição do atual sistema por outro mais rentável aos empresários.

“Esta proposta, do jeito que está retira da Previdência sua essência, que é a proteção social dos aposentados, pensionista e os que um dia sonham se aposentar. A MP tem validade de 60 dias, prorrogáveis por outros 60. Mesmo que ela perca sua validade, os caixas dos sindicatos serão esvaziados justamente no período em que o governo buscará alterar a previdência. Estamos de olhos abertos e preparados para lutarmos contra estas injustiças contra nosso povo”, afirma Valdevan Noventa.

segunda-feira, 11 de março de 2019

Governo Bolsonaro inicia o “Toma Lá Dá Cá” para aprovar Reforma da Previdência


O desespero começa a tomar conta do governo Bolsonaro (PSL) que até o momento não conseguiu formar maioria no Congresso Nacional para aprovar sua proposta de Reforma da Previdência, que mesmo antes de começar a ser discutida oficialmente pelos parlamentares, criou repulsa da população que não aceita perder o direito de se aposentar e nem o aumento do tempo de contribuição ao INSS – Instituto Nacional da Seguridade Social.

Para tentar agradar os deputados o próprio presidente da República conversou no sábado (09/3) com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia e o autorizou negociar os pedidos de nomeações de cargos para o segundo escalão do governo nos Estados. Cabe lembrar que durante sua campanha em 2018 ele havia prometido que não aceitaria indicações políticas na sua gestão, pelo jeito, mudou de opinião e já inicia o “Toma Lá Dá Cá!”.

Considerada a líder da “Tropa de Choque” que defende todas as ações deste governo, a deputa Joice Hasselmann (PSL-SP), que se elegeu justamente com um discurso conservador e moralista, esteve também com Maia para articular nomes para ocupar os cargos e a ida de líderes partidários para conversas reservadas, a partir desta semana, com o presidente.

Segundo Maia, só o fato de o presidente receber os parlamentares, conversar com eles e ouvi-los já vai fazer muita diferença no humor de deputados e senadores, que gostam de se sentir prestigiados. Como tem dito Maia, isso faz parte da boa política e ele usa até uma pitada de ironia: "O Palácio tem um charme danado".

Na conversa, Bolsonaro anunciou que vai liderar pessoalmente os esforços de Executivo e Legislativo em favor da reforma e demonstrou preocupação, principalmente, com as chances da proposta na sua fase inicial de tramitação, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, a partir de quarta-feira. Maia o tranquilizou, dizendo que não haverá maiores problemas aí, até porque as discussões de mérito só vão começar depois, na Comissão Especial.

No cronograma acertado entre Executivo e Legislativo, a Câmara votará primeiro a reforma geral da Previdência e só depois analisará a proposta específica para as Forças Armadas, que deverá chegar ao Congresso no fim deste mês ou no início de abril, conforme disse ao Estado o ministro da Defesa, general Fernando Azevedo e Silva, que se encontrou com Maia na última quinta-feira.

domingo, 10 de março de 2019

PEC 6/19: reforma punirá mais as mulheres do que os homens


Na proposta de reforma da Previdência (PEC 6/19) de Bolsonaro, as mulheres serão as mais prejudicadas na hora de se aposentarem. Mesmo diminuindo a idade mínima de aposentadoria de 65 para 62 anos, a reforma continua penalizando-a. Segundo dados de 2016 da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), 34,6% das mulheres jovens abandonaram o emprego para cuidar da família. Com isso, não terão tempo de contribuição necessário para ter acesso ao benefício da aposentadoria.

Caso a diferença de papeis sociais e as discriminações para as mulheres continuarem no mercado de trabalho prejudicarão, ainda mais, a conquista da aposentadoria. São as primeiras a serem demitidas, salários menores, jornada tripla de trabalho, oportunidade desigual, maternidade e ausência de companheiros nas tarefas domésticas e na educação dos filhos.

Trabalhar mais e receber menos

Pelas regras atuais, uma mulher de 55 anos e com 25 anos de contribuição teria de trabalhar mais 5 anos para se aposentar por idade e conseguir receber o benefício integral. Ou seja, estaria aposentada aos 60 anos e com 30 anos de contribuição.

Pelas regras de transição propostas na PEC, que aplica a idade mínima de 62 anos para as mulheres, essa mesma mulher terá de trabalhar mais 7 anos (55+7 = 62) para se aposentar por idade. Ainda assim, ela só chegaria a 32 anos de contribuição (25+7 = 32) e não se aposentaria com o benefício integral, que, pelas novas regras, vai exigir, no mínimo, 40 anos de contribuição, mostra a professora Marilane Teixeira, do Centro de Estudos Sindicais e de Economia do Trabalho da Universidade Estadual de Campinas (Cesit-Unicamp)

O governo distorce afirmando que a reforma é para todos; mas não é verdade. Está é aumentando as desigualdades para os trabalhadores e trabalhadoras. O que se tem certeza é que as mulheres vão trabalhar por mais tempo, sem saberem se vão conseguir o benefício a que têm direito.

Nota Técnica do Dieese

No caso da aposentadoria no RGPS, a cargo do INSS (celetistas), por exemplo, “mesmo que ambos os sexos percam o direito à aposentadoria por tempo de contribuição e passem a ter a exigência de idade mínima, as mulheres terão que trabalhar 2 anos a mais (dos 60 aos 62 anos), se forem do setor urbano, e 5 anos a mais (dos 55 aos 60 anos), se forem do setor rural”, revela a Nota Técnica do Dieese.

“Os homens, ao contrário, permanecerão com as mesmas referências etárias da atual modalidade de aposentadoria por idade (65 anos, no setor urbano, e 60, no rural). O tempo mínimo de contribuição exigido de ambos os sexos também aumentará, passando de 180 meses (15 anos) para 240 (20 anos), no campo e na cidade. As professoras (e os professores) do ensino básico poderão se aposentar mais cedo, aos 60 anos, desde que comprovem 30 de contribuição exclusiva no magistério.”

Fonte: http://www.diap.org.br/index.php/noticias/agencia-diap/28685-pec-6-19-reforma-punira-mais-as-mulheres-do-que-os-homens


sábado, 9 de março de 2019

Desde a década de 90 que o SINDMOTORISTAS – SP luta contra o desemprego


Em um cenário preocupante onde o desemprego no Brasil atinge cerca 27 milhões de pessoas entre desocupados, aqueles que trabalham menos horas do que gostariam ou que estavam disponíveis para trabalhar, além de 4,7 milhões de desalentados (que desistiram de procurar trabalho) - ambos no maior nível da série. Segundo a avaliação da Organização Internacional do Trabalho (OIT), o índice brasileiro de desemprego é ainda mais de duas vezes superior à média mundial, de cerca de 5% em 2019.

Em seu informe anual, a OIT apontou uma taxa de desemprego no País de 12,8% em 2017 e 12,5% ao final de 2018. O quadro todo preocupa, ao afetar a empregabilidade e a reintegração no mercado de trabalho. Além da preocupação quanto ao bem-estar dos indivíduos em condição tão precária, existe ainda o receio de que parte dessa alta do desemprego decorrente do ciclo recessivo recente se traduza também em elevação do desemprego estrutural, com efeito sobre o crescimento da economia.

Os trabalhadores (as) em transporte nas empresas de ônibus urbano de São Paulo sofrem com esta situação de desemprego estrutural desde 1993, início da privatização da empresa pública de transportes da capital a CMTC – Companhia Municipal de Transporte Coletivo – que na época empregava 27 mil funcionários (as) e teve seu quadro reduzido para aproximadamente 3,5 mil e atualmente na sua sucessora, SP – Trans deve está com 1,5 mil.  

No processo de privatização da CMTC o então prefeito Paulo Maluf e o Secretário dos Transportes Getúlio Hanashiro prometeram que todos os ex-funcionários (as) seriam absorvidos nas empresas particulares, porém, mais de 15 mil pais e mães de famílias tiveram que amargar com o desemprego e outros tantos, migraram para o transporte tido como clandestinos.

Na gestão seguinte do governo Celso Pitta, a categoria conviveu com mais de 5 mil desempregados com a total desregulamentação do sistema regular em prol da clandestinidade e o sistema de transporte coletivo por ônibus urbano virou um caos, com frequentes atrasos de pagamento dos salários e fornecimento dos benefícios como: vale refeição e cesta – básica e deterioração da frota por falta de investimentos na manutenção.

Em 2003, na gestão de Marta Suplicy a luta foi para garantir o emprego de 10,8 mil trabalhadores (as) demitidos das por conta do descredenciamento de 19 empresas, o embate foi denominado pela impressa como sendo a Guerra dos Transportes e 3,8 mil pessoas perderam seus postos de trabalho por conta das mudanças bruscas após assinatura dos novos contratos de concessão para um período de 15 anos.

Este período entrou para a história da entidade devida onda de perseguição política que culminou com a prisão, no dia 19 de maio de 2013 do ex-presidente Edivaldo Santiago da Silva, diretores e um assessor do Sindicato. Todas estas ações visou desmoralizar os representantes dos trabalhadores (as) e enfraquecer o poder de mobilização da categoria.

As gestões de José Serra e Gilberto Kassab foram marcadas por momentos de tensões e muitas mobilizações para evitar os planos de redução de mil ônibus da frota. Os postos de trabalho dos 25 mil cobradores (as) a todo instante foram ameaçados de ser eliminados para reduzir os custos operacionais. Situação que permanece até hoje por conta da licitação das linhas de ônibus urbano que teve início em 2013 com o prefeito Fernando Haddad.

Após serem suspensos na época devidos os protestos de junho daquele ano, contra o aumento de tarifa, Haddad retomou o processo em 2015, e novamente foi suspenso por decisão do TCM – Tribunal de Contas do Município - e só liberou depois da vitória de João Doria (PSDB), no final de 2016 e levou um ano para fazer alterações pedidas pelo tribunal de contas e outras que julgaram necessárias.

Quando o processo foi reiniciado, o tribunal o suspendeu de novo por achar que as correções não foram suficientes. E ao mesmo tempo diz que não aceita novas prorrogações. Como não conseguiu concluí-lo deixou a tarefa para seu substituto Bruno Covas. No novo edital constam novas modalidades de transportes por aplicativo; readequação de itinerários com inaugurações de novas linhas do metrô; redução da frota de ônibus dentre outras novidades que acarretarão desemprego em massa.

Somados a nova legislação trabalhista que enfraquece a representação sindical e dificulta as negociações coletivas e a mais recente Medida Provisória (MP 873/2019) do governo Bolsonaro (PSL), o Sindicato dos Motoristas – SP iniciará a Campanha Salarial deste ano em um cenário nebuloso que exigirá muita paciência e habilidade para superar todos os obstáculos desfavoráveis desta que promete ser a mais difícil negociação salarial do século 21.

Por: Nailton Francisco de Souza, Secretário de Assuntos da Manutenção do SINDMOTORISTAS – SP e Secretário Nacional de Comunicação da Nova Central.  

sexta-feira, 8 de março de 2019

MP 873/2019 é puro revanchismo de Bolsonaro!


Todas as medidas tomadas pelo presidente Bolsonaro (PSL) contra os trabalhadores (as) só visam beneficiar e ampliar a força dos patrões, para que explorem e precarizem mais ainda as condições de trabalho no Brasil. O fim da pasta do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), além de grave só beneficia o lado mais forte na relação capital e trabalho.

De que forma o País resolverá o grande índice de desemprego, sem um Ministério voltado para isso?  A edição da Medida Provisória 873 de 01 de março de 2019, na sexta-feira, véspera do carnaval. Impede que quaisquer contribuições sindicais voluntárias sejam descontadas do salário do trabalhador e define que somente através de boleto bancário que poderá ser paga.

A motivação nefasta desta medida visa sufocar, estrangular, a receita dos sindicatos de classe. Na medida em que se cria dificuldade de pagamento e se impede que a referida parcela seja fixada em assembleia, fecha-se a porta da arrecadação. Qualquer leigo em economia sabe que a contribuição para o movimento sindical, é o que mantém acesa a chama na luta por melhores condições de vida, sem ela, significará a extinção de muitas entidades.

Esta medida afeta diretamente dispositivos da Lei 13.467/17, da Reforma Trabalhista, no que tange a prevalência do negociado sobre o legislado. Onde sindicatos de empregados e empregadores, poderiam negociara Convenções ou Acordos Coletivos de Trabalho livremente, sem imposição do Estado. Ao enfraquecer o movimento sindical, e esvaziar os cofres destas instituições, automaticamente criam-se obstáculos para que esta prática prospere..

Desde o ano passado que os sindicatos se preocupam com suas sobrevivências. Enquanto os empregadores comemoram cada retrocesso imposto aos representantes dos trabalhadores (as), pois sabem que estarão livres, leve e solto para impor mazelas nas relações trabalhistas.

MP altera artigos da CLT - Consolidação das Leis do Trabalho:

“Art. 578. As contribuições devidas aos sindicatos pelos participantes das categorias econômicas ou profissionais ou das profissões liberais representadas pelas referidas entidades serão recolhidas, pagas e aplicadas na forma estabelecida neste Capítulo, sob a denominação de contribuição sindical, desde que prévia, voluntária, individual e expressamente autorizado pelo empregado.” (NR)

“Art.579. O requerimento de pagamento da contribuição sindical está condicionado à autorização prévia e voluntária do empregado que participar de determinada categoria econômica ou profissional ou de profissão liberal, em favor do sindicato representativo da mesma categoria ou profissão ou, na inexistência do sindicato, em conformidade o disposto no art. 591.

§ 1º A autorização prévia do empregado a que se refere o caput deve ser individual, expressa e por escrito, não admitidas a autorização tácita ou a substituição dos requisitos estabelecidos neste artigo para a cobrança por requerimento de oposição.

§ 2º É nula a regra ou a cláusula normativa que fixar a compulsoriedade ou a obrigatoriedade de recolhimento a empregados ou empregadores, sem observância do disposto neste artigo, ainda que referendada por negociação coletiva, assembleia-geral ou outro meio previsto no estatuto da entidade.” (NR)

ANALISANDO ESTAS DUAS ALTERAÇÕES, entendo que a MP viola a Constituição Federal de 1988, no seu art. 8, IV – a assembléia geral fixará a contribuição que, em se tratando de categoria profissional, será descontada em folha, para custeio do sistema confederativo da representação sindical respectiva, independentemente da contribuição prevista em lei;

Portanto, impedir que a soberana assembléia sindical fixe valor a ser descontado em folha, entendo ser inconstitucional. A Constituição é clara neste sentido, não vejo como alterar esta previsão com o texto da Medida Provisória, que altera artigos da CLT que se subordinam a Constituição Federal.

Os artigos seguintes da MP que transcrevo abaixo, restringem ainda mais o envio do boleto, demonstrando assim a clareza de criar uma barreira a arrecadação sindical. Não vejo outra motivação na Medida Provisória.

Em linhas gerais, a MP é um atentado contra a organização do trabalho, que já descreve como hipossuficiente a figura do trabalhador, sendo o seu sindicato de classe o principal órgão para equilibrar o desequilíbrio natural da relação de emprego. Na medida em que se dificulta a arrecadação deste importante órgão, se viola este basilar princípio que rege as relações de emprego.

SEGUE A TRANSCRIÇÃO DA MEDIDA PROVISÓRIA:

MEDIDA PROVISÓRIA Nº 873, DE 1º DE MARÇO DE 2019

Altera a Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, para dispor sobre a contribuição sindical, e revoga dispositivo da Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 62 da Constituição, adota a seguinte Medida Provisória, com força de lei:

Art. 1º A Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, passa a vigorar com as seguintes alterações:

“Art. 545. As contribuições facultativas ou as mensalidades devidas ao sindicato, previstas no estatuto da entidade ou em norma coletiva, independentemente de sua nomenclatura, serão recolhidas, cobradas e pagas na forma do disposto nos art. 578 e art. 579.” (NR)

“Art. 578. As contribuições devidas aos sindicatos pelos participantes das categorias econômicas ou profissionais ou das profissões liberais representadas pelas referidas entidades serão recolhidas, pagas e aplicadas na forma estabelecida neste Capítulo, sob a denominação de contribuição sindical, desde que prévia, voluntária, individual e expressamente autorizado pelo empregado.” (NR)

“Art. 579. O requerimento de pagamento da contribuição sindical está condicionado à autorização prévia e voluntária do empregado que participar de determinada categoria econômica ou profissional ou de profissão liberal, em favor do sindicato representativo da mesma categoria ou profissão ou, na inexistência do sindicato, em conformidade o disposto no art. 591.

§ 1º A autorização prévia do empregado a que se refere o caput deve ser individual, expressa e por escrito, não admitidas a autorização tácita ou a substituição dos requisitos estabelecidos neste artigo para a cobrança por requerimento de oposição.
§ 2º É nula a regra ou a cláusula normativa que fixar a compulsoriedade ou a obrigatoriedade de recolhimento a empregados ou empregadores, sem observância do disposto neste artigo, ainda que referendada por negociação coletiva, assembleia-geral ou outro meio previsto no estatuto da entidade.” (NR)

“Art. 579-A. Podem ser exigidas somente dos filiados ao sindicato:
I – a contribuição confederativa de que trata o inciso IV do caput do art. 8º da Constituição;
II – a mensalidade sindical; e
III – as demais contribuições sindicais, incluídas aquelas instituídas pelo estatuto do sindicato ou por negociação coletiva.” (NR)
“Art. 582. A contribuição dos empregados que autorizarem, prévia e expressamente, o recolhimento da contribuição sindical será feita exclusivamente por meio de boleto bancário ou equivalente eletrônico, que será encaminhado obrigatoriamente à residência do empregado ou, na hipótese de impossibilidade de recebimento, à sede da empresa.
§ 1º A inobservância ao disposto neste artigo ensejará a aplicação do disposto no art. 598.
§ 2º É vedado o envio de boleto ou equivalente à residência do empregado ou à sede da empresa, na hipótese de inexistência de autorização prévia e expressa do empregado.
§ 3º Para fins do disposto no inciso I do caput do art. 580, considera-se um dia de trabalho o equivalente a:
I – uma jornada normal de trabalho, na hipótese de o pagamento ao empregado ser feito por unidade de tempo; ou
II – 1/30 (um trinta avos) da quantia percebida no mês anterior, na hipótese de a remuneração ser paga por tarefa, empreitada ou comissão.
§ 3º Na hipótese de pagamento do salário em utilidades, ou nos casos em que o empregado receba, habitualmente, gorjetas, a contribuição sindical corresponderá a 1/30 (um trinta avos) da importância que tiver servido de base, no mês de janeiro, para a contribuição do empregado à Previdência Social.” (NR)

Art. 2º Ficam revogados:
a) o parágrafo único do art. 545 do Decreto-Lei nº 5.452, de 1943; e
b) a alínea “c” do caput do art. 240 da Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990.
Art. 3º Esta Medida Provisória entra em vigor na data de sua publicação.
Brasília, 1º de março de 2019; 198º da Independência e 131º da República.
JAIR MESSIAS BOLSONARO
Paulo Guedes
Este texto não substitui o publicado no DOU de 1º.3.2019 – Edição extra – Nº 43-A

Por: Nailton Francisco de Souza (Porreta), Secretário Nacional de Comunicação da Nova central e diretor Secretário de Assuntos dos Trabalhadores do Setor de Manutenção do Sindicato dos Motoristas - SP.