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terça-feira, 23 de abril de 2019

Só através de uma prática política comum que as lutas sociais poderão enfrentar o Neoliberalismo


O Projeto Neoliberal atua fortemente para enfraquecer o poder do Estado e desmobilizar as forças tradicionais de atuação política. E somente através de uma prática política comum que as lutas sociais poderão encontrar caminhos para desenvolver ações concretas, focadas no embate contra este poderosíssimo sistema que impõem como agenda política à desregulamentação nas relações de trabalho.

Sua finalidade é flexibilizar tudo que possa atrapalhar a livre movimentação dos capitais especulativos. O resultado social é devastador e reforça a apatia das grandes maiorias e abre espaço para o oportunismo na esfera pública, que leva ao poder políticos declarados publicamente inimigos das classes trabalhadoras e seus instrumentos de resistências.

Neste contexto desolador, os sindicatos podem exercer importante papel de contra hegemonia desta onda devastadora. Mesmo que no primeiro momento eles vençam, não devemos aceitar a derrota passivamente. Temos sim, que organizar uma reação nacional, resistir e não se curvar as mudanças prejudiciais aos nossos direitos, interesses imediatos e históricos.

A população brasileira precisa ser preparada para não se acomodar e aceitar passivamente o princípio de que não vale a pena lutar contra os poderosos. Até o momento não sabemos qual será os efeitos em longo prazo das mudanças impostas e por quanto tempo serão sentidas pelo povo. Não temos dúvida de que a Globalização da Economia seja irreversível e em alguns aspectos, independem da atuação governamental.

Na visão de Eric Hobsbawm, historiador britânico reconhecido como um importante nome da intelectualidade do século XX, neste sistema o conflito se dá porque as leis do desenvolvimento capitalista são simples: maximizam a expansão, os lucros e o aumento do capital. Ou seja, atuam na lógica de mais lucros, menos empregos, mais precarização das condições de trabalho e menos benefícios possíveis.

Para ele a grande novidade é que, de todos os fatores de produção já implantados, os seres humanos são cada vez menos necessários. E o motivo é que, em termos relativos, eles não produzem tanto quanto custam, pois não foram criados para o capitalismo e citam países ricos que alimentam esta disparidade na qualidade de vida e divisão de riquezas.

Garante que os países da União Europeia tornaram-se de 50% a 70% mais ricos nos últimos vinte anos. E apesar disso, tem atualmente cerca de 20 milhões de desempregados, 50 milhões de pobres e 5 milhões de pessoas sem moradia. O grande dilema apontado pelo historiador é saber o que houve com toda essa riqueza que só aprofundou a desigualdade.

Os defensores neoliberais apontam que por sua própria natureza, a sociedade de consumo contemporânea cada vez mais obriga as estruturas políticas a se adaptarem a ela. Justamente porque a teoria do livre mercado alega que não há necessidade da política, pois a soberania do consumidor deve prevalecer sobre o resto: o mercado supostamente deve garantir o máximo de escolhas para os consumidores satisfazerem suas necessidades.

Esta teoria não se sustenta, portanto, quanto mais a política seja despolitizada e privatizada, mais prejudicado ficará o processo democrático. Como a política tornou-se algo dirigido por minoria, passa a ser percebida como algo irrelevante para a vida cotidiana das pessoas e alimentam o comportamento de milhões de analfabetos políticos que fazem questão de não ouvir, falar, nem participar dos acontecimentos políticos.

Bertolt Brecht, poeta e encenador alemão do século XX, certa vez escreveu que: “O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos. Ele não sabe que o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio dependem das decisões políticas”.

“O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política. Não sabe o imbecil que da sua ignorância política, nasce a prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista, pilantra, corrupto e lacaio das empresas nacionais e multinacionais”.

Quando abdicamos da política fica muito mais fácil às empresas adotarem maior flexibilidade no que se refere à mão de obra. A insegurança do emprego é utilizada como estratégia para aumentar os lucros, reduzir a dependência da empresa em relação à mão de obra humana e pagar menores salários. O trabalhador (a) desinformado e despolitizado vira presa fácil da engrenagem do sistema Neoliberal e se quer percebe o quanto é explorado.

Precisamos e devemos reverter este movimento, que obriga milhões passar fome e poucos afortunados luxarem a custa do suor e sangue, dos que produzem as riquezas. Viva a unidade da classe trabalhadora.

Por: Nailton Francisco de Souza (Porreta), Secretário de Assuntos dos Trabalhadores da Manutenção do SindMotoristas – SP e Secretário Nacional de Comunicação da Nova Central.


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