A privatização da
Previdência no Chile, que hoje resulta até no suicídio de idosos diante do
desespero da falta de recursos, ocorreu em plena ditadura de Augusto Pinochet
sem debate democrático e a participação da classe trabalhadora.
Qualquer semelhança não
é coincidência e o modelo aplicado no Chile nos oferta importantes informações
para balizar a luta e ressitência contra a reforma da equipe econômica de Paulo
Guedes, o ministro da Economia do governo Jair Bolsonaro, membro dos Chicago’s
boys – inclusive os presidentes dos maiores bancos públicos.
Experência chilena
Em Plenária realizada
no mês de dezembro de 2018 pelas centrais sindicais e Dieese, o chileno Mario
Reinaldo Villanueva Olmedo, dirigente da Confederación Fenpruss, Confederação
dos profissionais de saúde, detalhou o sistema previdenciário no Chile e o impacto
negativo na vida dos trabalhadores.
Com o tema “A
experiência chilena negativa das Administradora de Fundos de Pensão, AFPs, e a
necessidade de recuperar e defender a segurança social e o bem-estar”, ele
falou sobre o sistema que vigora nos país desde 1981. O modelo, administrado
por empresa privadas, no qual cada trabalhador faz a sua poupança, foi
instaurado durante a ditadura de Pinochet, sem consulta aos trabalhadores.
Hoje, todos os trabalhadores chilenos são
obrigados a depositar ao menos 10% do salário por no mínimo 20 anos para se
aposentar. E há uma taxa administração cobradas pelas AFPs de 5%. O país tem a
renda per capita mais alta da América Latina, mas os aposentados chilenos
recebem de benefício, em média, de 30% a 40% do salário mínimo local.
Segundo ele, os AFPs pagam 1.300.256 pensões,
sendo que 44% delas estão abaixo da linha da pobreza e 78% não atingem o
salário mínimo.
Mario evidenciou que o sistema de previdência
privada falhou. “O principal objetivo dos sistemas previdenciários é
proporcionar pensões suficientes para aposentados. No Chile, as AFPs falharam.
Elas não cumprem esse objetivo, não dão pensões decentes. Hoje uma pessoa que
se aposenta no Chile continua pobre.O estado cuida dos aposentados com pensões
de miséria”.
Ele explicou ainda que hoje há um total de 10,7
milhões trabalhadores afiliados ao sistema AFP, mas que contribuem regulamente
são apenas 5,4 milhões, devido à instabilidade de emprego.
Fonte: Portal CTB
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