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terça-feira, 16 de abril de 2019

Bolsonaro acaba com política de aumento real do salário mínimo


Com anúncio do mínimo de R$ 1040 para 2020, chega oficialmente ao fim da política de reajuste real do salário mínimo, que foi desenhada em 2007 para durar até 2023. Uma Medida Provisória neste sentido foi assinada no governo Dilma. Cabia ao novo presidente Jair Bolsonaro decidir se manteria ou não essa MP. Ele preferiu não manter o que representa uma correção de 4,2% referente à estimativa para a variação da inflação. Hoje, o valor está em R$ 998,00.​


No texto do projeto da LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) de 2020, o governo ainda ampliou a previsão de rombo fiscal para o ano que vem, dos atuais R$ 110 bilhões de déficit para um resultado negativo de R$ 124,1 bilhões. A política de valorização do salário mínimo foi implementada no governo Lula (PT) e transformada em lei por sua sucessora Dilma Rousseff (PT). A regra, entretanto, teve validade encerrada em janeiro deste ano.


No cálculo vigente até o reajuste de 2019, o salário mínimo foi corrigido levando em conta a inflação no ano anterior somada ao PIB de dois anos antes, o que permitiu alta real em períodos de crescimento econômico. Se o valor de 2020 mantivesse o mesmo cálculo, seria acrescido 1,1% ao reajuste, referente ao crescimento do PIB de 2018.


A decisão de acabar com os ganhos acima da inflação está em linha com uma das bandeiras do ministro da Economia, Paulo Guedes, que defende uma ampla desvinculação do Orçamento. Com a medida, que precisará ser aprovada pelo Congresso, o governo ainda ganhará uma folga nas contas públicas.


O aumento do salário mínimo reajusta automaticamente benefícios Previdenciários. Pelas contas da equipe econômica, para cada R$ 1,00 de aumento no valor do mínimo, o governo amplia cerca de R$ 300 milhões nas despesas anuais.


Entre 2005 e 2019, o salário mínimo subiu 283,8%, enquanto a inflação medida pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), responsável pela correção dos benefícios previdenciários acima do piso, avançou 120,2%. Na prática, quem ganha um salário acumulou aumento real de 74,3% nos últimos 14 anos.

Negociada entre as centrais sindicais e o governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2004, a política de reajuste real do salário mínimo passou a ser aplicada no ano seguinte. Só em 2007, porém, ganhou a fórmula que vigorou até este ano: a correção do piso se dá pela soma dos índices de inflação do ano anterior e do crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) de dois anos antes.

O acordo também previa a antecipação progressiva da data-base de maio para janeiro, o que só foi concretizado em 2010. Em 2011, a política de aumento do piso foi transformada em lei pela ex-presidente Dilma Rousseff (PT).

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