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terça-feira, 31 de outubro de 2017

Sindicatos recorreram às greves para manter direitos em 2016

Segundo levantamento do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (DIEESE) foi realizado 2.093 greves em todo o País. Sendo 81% delas por questões de caráter defensivo na pauta de reivindicações, ou seja, pretendiam manter direitos e não obter novas conquistas e garantir o que estava previsto em lei ou nos Acordos e/ou Convenções Coletivas de Trabalho.

Mais da metade (56%) denunciava descumprimento de direitos. Reivindicações propositivas estiveram presentes em 34% das paralisações, tencionando ampliar o patamar de direitos já existentes. O motivo predominante nas greves foi o atraso no pagamento dos salários (39%), seguido pela demanda de reajuste salarial (30%), fatores relacionados à alimentação (19%), condições de trabalho (16%), demora no pagamento do 13º salário (10%) e por questões relacionadas a Planos de Cargos e Salários (9%).

Atrasos de salários e outras verbas foram responsáveis, portanto, por quase 50% dos motivos que levaram os trabalhadores a realizar greves. O setor público respondeu por 53% das greves, enquanto o privado ficou com 47%. A crise fiscal, que afetou todo o País, teve papel importante nessa configuração.

Paralisações de no máximo um dia predominaram (47%), mas 18% das greves tiveram duração superior a 10 dias. Greves de advertência, movimentos de curta duração, foram 615 (29%) e 1.374, por prazo indeterminado. O detalhamento desses dados está publicado no Estudos e Pesquisas DIEESE nº 84, Balanço das Greves de 2016, disponível em www.dieese.org.br.

O sistema de relações de trabalho tem nos Sindicatos e seus dirigentes os sujeitos que atuam no tratamento e na solução dos conflitos laborais. As regras desse sistema estão nas leis e nos instrumentos complementares, como acordos e Convenções Coletivas, ou mesmo em sentenças normativas da Justiça do Trabalho. A pesquisa do Dieese indica que 87% das greves foram solucionadas por meio da negociação. Em 34% dos casos resolvidos, as reivindicações foram atendidas integralmente (por exemplo, o pagamento dos salários atrasados); em outros 46%, de forma parcial; em 21% das situações, as greves foram encerradas para dar continuidade às negociações.

Essas informações são importantes para a reflexão sobre a importância das instituições e das regras das relações de trabalho que buscam resolver os conflitos inerentes às relações laborais. Sindicatos e organizações representativas, fortalecidos por sistemas de negociação robustos, capazes de responder à complexidade das relações de trabalho nos diferentes setores produtivos e no setor público, são essenciais para as soluções dos conflitos, inclusive para a resolução de greves. A cultura que rege as relações sociais é uma obra de longo prazo. É preciso apostar na negociação e nas regras de um sistema democrático de relações laborais.

O Congresso Nacional impôs mudanças nas instituições e regras do sistema de relações de trabalho no Brasil, sem qualquer tipo de negociação. As normas criadas entrarão em vigor em meados de novembro próximo. Os trabalhadores e os Sindicatos estarão inseridos em uma nova institucionalidade, que busca fragilizá-los.

Mais do que nunca, é fundamental investir no aumento da representatividade sindical, no fortalecimento da unidade da luta, na construção de novas maneiras de conduzir as campanhas salariais, na atuação determinada para estimular e intensificar as negociações, na defesa da lei, na criatividade para inventar outras ações, possibilitando o exercício democrático do direito de greve.


Por: Clemente Ganz Lúcio é sociólogo e diretor-técnico do Dieese

segunda-feira, 30 de outubro de 2017

VIP M’ Boi quer limitar permanência de funcionários da manutenção na empresa

Por determinação do patrão, a gerência da empresa de transporte urbano de passageiros (VIP M’ Boi Mirim) que opera linhas no extremo Sul de São Paulo, comunicou aos seus funcionários (as) do setor de manutenção que só poderão entrar na garagem 20 minutos antes do início da jornada de trabalho. E não poderão permanecer no interior da mesma fora do horário de serviço sem autorização prévia.

Assim que soube das novas regras, o diretor do Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores em Transporte Urbano – SP (SIDMOTORISTAS – SP), Iranildo Ferreira (Pastor Iranildo) fez assembleia às 10h00 de segunda-feira (30/10), e esclareceu que possivelmente esta orientação seja resultado da Lei 13.467/2017.

Esclareceu que partir de 11 de novembro ela começa a vigorar, com alteração do artigo da CLT sobre o tempo na empresa. E que pela nova regra não são consideradas dentro da jornada de trabalho as atividades no âmbito da empresa como: descanso, estudo, alimentação, interação entre colegas, higiene pessoal e troca de uniformes.

“O presidente do Sindicato Valdevan Noventa, disse que não permitirá prejuízos para a categoria com a implantação desta Lei. Exigiremos que seja então, disponibilizada uma Sala de Espera para que os companheiros (as) não fiquem no relento. O recado foi dado, se não apresentar alternativa para esta situação, resistiremos e organizaremos uma mobilização no setor contra este capricho patronal”, afirmou o diretor Iranildo.


Ele esclareceu que recentemente o Sindicato organizou uma plenária na sede central da entidade com a participação dos diretores, delegados, cipeiros e militantes para debater os impactos da lei nas condições de trabalho nas empresas de ônibus e o que poderá acontecer com o trabalhador (a) a partir de novembro.

sábado, 28 de outubro de 2017

Em 2012 trabalhadores da manutenção conquistaram equiparação salarial

Na Campanha Salarial de 2012 do Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores em Transporte Rodoviário Urbano de São Paulo (SINDMOTORISTAS-SP), o Piso Salarial dos oficiais (Mecânico, Eletricista, Pintor, Moleiro, Soldador, Fibreiro e Socorrista), foram equiparados com o do Funileiro Oficial, que na época recebia R$ 9,27 (nove reais e vinte e sete centavos).

De acordo com Nailton Francisco de Souza (Porreta), que na época era o Coordenador Geral do Departamento dos Trabalhadores do Setor de Manutenção do SINDMOTORISTAS-SP, esta era uma reivindicação antiga da categoria. Que após muita mobilização nas empresas de ônibus urbano da capital, Paulo José Dinis Ruas, ex-presidente do Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo Urbano de Passageiros de São Paulo (SP-Urbanuss), acolheu a reivindicação.

“Lutamos por esta questão por entender, que além do merecimento do conjunto destes profissionais, as duas grandes ambições do empregado é conseguir uma promoção e/ou obter um aumento salarial. Na ocasião, a diferença era de aproximadamente R$ 2,00 (dois reais) e mais de 1.500 funcionários obtiveram este reconhecimento”, relata Souza.

Ele recorda que o Departamento foi criado para lutar por melhorias das condições de trabalho, saúde e segurança no trabalho, e através do processo de negociação solucionar algumas questões como: Solucionar os foras de função existentes na maioria das empresas com promoção já; Equiparar salários defasados, ajustando todas as funções; Definir nomenclatura de todas as funções existentes no setor de manutenção; Criar o piso mínimo de salário a ser pago na manutenção.

Outras reivindicações também constavam do Plano de Ações, dentre elas: Implantar o quadro de carreira na manutenção, através de um plano de avaliação de desempenho de cada função existente na manutenção; Melhorar as condições de saúde e segurança no local de trabalho, retomando as negociações sobre a convenção coletiva, sobre saúde; Melhorar as condições de trabalho, com investimentos em equipamentos de ferramentas de uso coletivo individual; Implantar folga dupla em esquema de compensação, com o sistema de plantões; Contratação de mais mão-de-obra, onde existir defasagem; Exigir das empresas aplicação de cursos, treinamentos e aperfeiçoamento para os funcionários da manutenção e Construção de área de lazer, nas garagens.

De acordo com Porreta, a diferença entre a formação do sindicalista e a formação dos trabalhadores (as) na base, está na obrigação de trabalhar para elevar a consciência destes, para que através de suas práticas e de suas pequenas, mas, constantes conquistas reveladas nas lutas cotidianas, consigam perceber a importância da sua mobilização e participação.

“Todas às vezes que iniciávamos uma negociação coletiva visávamos beneficiar os trabalhadores (as) do setor de manutenção. Fazíamos assembleias em todas as garagens e colhíamos as sugestões, reclamações e os problemas que mais afetavam o pessoal cotidianamente e, em conjunto, com o diretor do Sindicato de cada empresa buscávamos a solução mais adequada”, afirma Porreta.


Que garante que o poder de uma entidade sindical depende, principalmente, do nível de organização dos trabalhadores (as) dentro do seu local de trabalho, pois organizar sindicalmente nos locais de trabalho, significa consolidar a liderança de sindicalistas ali atuantes e aumentar o número associados ao Sindicato.

quarta-feira, 25 de outubro de 2017

O Brasil de cinco anos atrás era bem diferente para os trabalhadores

Em 2012 o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou resultados da Síntese de Indicadores Sociais, que mostrava importantes avanços que beneficiava a classe trabalhadora no aumento do nível de empregos e renda. Na época, em dez anos o emprego com carteira assinada passou de 45,3% em 2001, para 56%m em 2011.

Esse crescimento é um dos principais instrumentos de distribuição de renda numa economia. Nele o trabalhador formal fica menos vulnerável e inserido em uma rede de conquistas e garantias, como acessos ao crédito, vale alimentação e/ou refeição, vale transporte, cesta básica, convênio médico etc.

Na ocasião, segundo a pesquisa, o rendimento das pessoas negras ocupadas equivalia a 60% do rendimento das pessoas brancas, porém, o crescimento da formalização era maior entre as mulheres negras. Apesar dos avanços registrados, ainda tínhamos 44,2 milhões de pessoas na informalidade.

Contudo, o País cresceu e todos indicadores analisados apresentaram redução das desigualdades sociais e de renda. Em outros momentos de crescimento econômico, como na época da ditadura isso não aconteceu. E neste momento de crises e perda de empregos e direitos sociais é preciso resistir.

Entendemos que lutar pela redução das desigualdades é determinante para garantir a cidadania que, infelizmente, milhões de brasileiros (as) perderam nos últimos 2 anos. Hoje temos mais de 12 milhões de desempregados e assim que a Lei 13.467/2017 passar a vigorar, a situação tende piorar.

As novas regras atingirá em cheio o Movimento Sindical que perdeu parte significativa dos recursos financeiros.  Frente ao novo cenário de incertezas e o fim da Contribuição Sindical compulsória, o DIEESE sugere os seguintes desafios:
1)    Melhorar a preparação das Campanhas Salariais;

2)    Repensar a organização sindical com forte presença nos locais de trabalho;

3)    Redesenhar a luta institucional e enfrentar a Lei em várias frentes;

4)    Produzir conhecimento sobre as profundas transformações na economia;

5)    Construir novas formas de organização de luta e realizar muita formação sindical.

Ou seja, é preciso intensificar o trabalho de conscientização de adesão à entidade via Campanha de Sindicalização permanente. Se não houver o apoio dos trabalhadores (as) às suas entidades de classe as futuras negociações serão mais difíceis e imprevisíveis.

Certo dia o Papa Francisco disse que: “Não existe uma boa sociedade sem um bom sindicato. E não há bom sindicato que não renasçam todos os dias nas periferias, que não transforme as pedras descartadas da economia em pedras angulares”. Temos que interpretar literalmente esta frase e resistir muito mais.


Por: Nailton Francisco de Souza, Diretor Nacional de Comunicação da Nova Central.

terça-feira, 24 de outubro de 2017

Representante da CUT discursa na Assembleia do 7º Congresso dos Condutores – SP

Wagner Marrom, diretor do Sindicato dos Rodoviários de Guarulhos e da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Logísticas da CUT (CNTTL), compareceu na assembleia realizada na manhã de sábado (21/10), no CMTC Clube para aprovar o Regimento Interno e os Delegados (as) que participarão do 7º Congresso do Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores em Transporte Urbano de São Paulo (SINDMOTORISTAS - SP).

Em nome da CUT e CNTTL, criticou a Lei 13.467/2017 que em sua opinião, foi pensada, aprovada com o apoio e sancionada pelo presidente Michel Temer (PMDB), para proteger os interesses dos empregadores e eliminar direitos previstos na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). “Para impedir esse retrocesso é que lançamos uma Campanha Nacional pela Revogação da Lei com consulta a população sobre o tema”.

Informou que o propósito da Campanha é conseguir cerca de 1,3 milhões de assinaturas de eleitores (as), que será protocolado na Câmara dos Deputados no dia 08 de novembro. Lamentou que o Parlamento brasileiro no momento de crise institucional, onde os poderes não dialogam de forma harmônica, deputados e senadores, legislam em causa própria ao exercerem suas funções de forma tendenciosa.

“Defendo unidade de ação para barrar à agenda de retrocessos, defendidas pelos que deram um golpe na democracia, se apoderam do poder em Brasília. Juntar é sempre melhor que dividir e a conjuntura nos obriga unir forças para derrubar nossos inimigos de classe. Esta categoria pode contribuir muito no abaixo-assinado em apoio ao Projeto de Lei de Iniciativa Popular (PLIP) que visa revogar a nova lei trabalhista”, disse Wagner.


Ele disparou, contra a Portaria 1.129, do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), que dificultará os Fiscais do Trabalho combater o trabalho escravo no país. E lamentou que com essa atitude, o governo federal, nos envergonhará internacionalmente, em um quesito, que somos referência mundial na luta contra essa prática. “Precisamos dar um basta às maldades desta gente, que quer nos transformar novamente e Colônia”, alertou Marrom.

segunda-feira, 23 de outubro de 2017

Edivaldo escracha oportunista e elogia o presidente Noventa

Para uma plateia de mais de 1.500 trabalhadores (as) que compareceram na Assembleia realizada na manhã de sábado (21/10), no CMTC Clube para aprovar o Regimento Interno e os Delegados (as) que participarão do 7º Congresso do Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores em Transporte Urbano de São Paulo (SINDMOTORISTAS - SP), Edivaldo Santiago da Silva garantiu que jamais promoverá divisão com o presidente Valdevan Noventa.

Santiago que é Secretário de Finanças da entidade, disse orgulhar - se  ter coordenado cinco Congressos dos Condutores – SP nos anos de (1989, 1991, 1993, 2001 e 2002), e elogiou a iniciativa do presidente Noventa por escolher fazer em Santos/SP nos dias 08, 09 e 10 de novembro o 7º Congresso, que pelo nível de organização e número de participantes será o maior já realizado.

Comentou as mudanças impostas pela Lei 13.467/17, aprovada pelo Congresso Nacional e sancionada pelo presidente ilegítimo Michel Temer (PMDB), que começa a vigorar em 11 de novembro, são ilegítimas e incompatíveis com as convenções da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e exigirá dos dirigentes sindicais preparação para dirimir os novos conflitos que surgirão com as radicais mudanças na CLT.

“Presidente Noventa você tem demonstrado ser um homem corajoso e defensor desta categoria. Àqueles que trabalham 24 horas para nos dividir não vai nos dividir. Estamos unidos do lado do presidente Valdevan Noventa. Vejo conversinhas nos corredores para tentar nos dividir. Para tentar colocar uma direita reacionária na entidade. Pessoas que já tiveram oportunidades de estarem no Sindicato e nada fizeram. Muito pelo contrário, por duas vezes, tentaram acabar com o emprego dos cobradores (as) de ônibus”, afirmou Edivaldo.

De acordo com ele, a atual direção do Sindicato não mede esforços para manter e ampliar, as conquistas da categoria. Citou o Resgate Auto Escola como mais um benefício oferecido para os trabalhadores (as) que proporciona até 50% de desconto nos serviços em relação ao preço de mercado e creditou o êxito à implantação ao presidente Noventa que deu total apoio.

Reforçou que é preciso Valorizar a História de Lutas e Conquistas do Sindicato que completará 88 anos no dia 11 de novembro. “É o conhecimento do passado que nos faz entender o presente, compreender que cada conquista obtida custou luta, sacrifícios e muitas vezes a perda de emprego e perseguição política. Na luta que travamos contra as mudanças feitas no transporte pela então prefeita da cidade Marta Suplicy, sofri a mais cruel perseguição e não desisti”, encerrou Edivaldo.


Assembleia elege delegados para o 7º Congresso dos Condutores - SP

Mais de 1.500 trabalhadores (as) compareceram na Assembleia realizada na manhã de sábado (21/10), no CMTC Clube e, por unanimidade, aprovaram o Regimento Interno e os Delegados (as) que participarão do 7º Congresso do Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores em Transporte Urbano de São Paulo (SINDMOTORISTAS _ SP). Representantes das centrais: Nova Central, CUT, UGT e CTB prestigiaram o evento.

O Congresso será realizado na cidade de Santos/SP nos dias 08, 09 e 10 de novembro. Além de aprovarem mudanças no Estatuto da entidade, os congressistas debaterão os impactos da Lei 13.467/2017 que alterou 117 artigos da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho); aprovarão um Plano de Ações contra a Reforma da Previdência e farão avaliação do mandato da diretoria de (2014 a 2017).

José Valdevan de Jesus Santos (Noventa), presidente do SINDMOTORISTAS – SP reforçou que nas Eleições de 2018, a classe trabalhadora precisa interferir de forma unitária para eleger candidatos comprometidos com a pauta trabalhista. “Não podemos dar o luxo de ficar sem representantes no Congresso Nacional. É lá que os políticos decidem tudo sobre nossas vidas. Defendo unidade nacional para elegermos quem se comprometer com nossas demandas”.

Valdevan disse que convidou diversas lideranças de todas as Centrais Sindicais; Parlamentares comprometidos com as causas trabalhistas no Congresso Nacional e lideranças de Partidos Políticos que defendem a democracia, a soberania do Brasil e políticas públicas para o povo. E que os palestrantes de cada tema a ser debatido são especialistas e de nome renomados no movimento sindical.

“Decidiremos com muita responsabilidade, ações futuras em prol dos interesses imediatos e específicos da corporação como para o conjunto da classe trabalhadora. Seja nas garagens, nas ruas, em Brasília, mobilizaremos e articularemos com outras categorias para fazer avançar a luta contra os retrocessos patrocinados por este Governo, metido em denúncias de corrupção que só se preocupa em beneficiar os poderosos”, afirmou Noventa.


Ele ressaltou que representa maior categoria de trabalhadores (as) de transporte urbano por ônibus da América Latina, composta por um exército de militantes e representantes nos locais de trabalho. “Somos protagonistas em todas as Greves Gerais que já ocorreram no País e continuaremos na vanguarda. Estou confiante que as decisões do 7º Congresso inaugurarão um novo ciclo em nossa luta”, finalizou o presidente. 

quinta-feira, 19 de outubro de 2017

Centrais Sindicais decidem organizar “Marcha da Classe Trabalhadora” contra retirada de direitos

A Nova Central Sindical de Trabalhadores – NCST participou, nesta quinta-feira (19/10), de reunião das centrais sindicais, na sede do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos – Dieese, na capital paulista, com objetivo de traçar detalhes para grande manifestação programada para o dia 10 de novembro com concentração na Praça da Sé às 9h00, rumo  a Avenida Paulista.

A "Marcha da Classe Trabalhadora" reivindica revogação da Lei 13.467/2017 (“reforma” trabalhista); a interrupção do trâmite da “reforma” da Previdência no Congresso Nacional e a retirada da Portaria do Ministério do Trabalho (MT) que retira dispositivos indispensáveis à execução das atividades fiscais de combate ao trabalho escravo no país.

Centrais sindicais, na ocasião, firmaram compromisso para a elaboração  de um “ofício denúncia” a ser encaminhado à Organização Internacional do Trabalho (OIT), nas unidades de Brasília e Genebra, denunciando os retrocessos na legislação trabalhista do país conduzidos pelo governo Temer.

As entidades sindicais tiraram como prioridade, também, encaminhar às associações de classe e organizações sociais que já se posicionaram contra o desmonte da legislação laboral do país, participação nas discussões a respeito da formação de um Fórum Nacional contra a implementação e execução da Lei 13.467, em defesa do contrato social resultante da Constituição da Constituição de 1988.

Nailton Francisco de Souza (Porreta), diretor Nacional de comunicação da Nova Central lembrou que a campanha de desgaste da imagem do Movimento Sindical é sistemática, bem estruturada nos Meios de Comunicação de Massa. Citou as matérias veiculadas em 2015 pelo Jornal O Globo que teve repercussão negativa.

“Na ocasião, fomos acusados de eternizar no poder; de existir uma elite de 8.500 sindicalistas privilegiados com estabilidade no emprego e muitos com mais de dez anos de mandatos; casos de enriquecimentos ilícitos; falta de transparências nas administrações das entidades, foram algumas das afirmações feitas na imprensa”, relatou Porreta.
Participaram da reunião representantes das respectivas centrais:


- Nova Central Sindical de Trabalhadores – NCST;

- Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil- CTB;

- Central Única dos Trabalhadores – CUT;

- Força Sindical;

- Central dos Sindicatos Brasileiros – CSB;


- União Geral dos Trabalhadores – UGT.

quarta-feira, 18 de outubro de 2017

Temer comprou salvação de Aécio com R$ 200 milhões em emendas a senadores

Michel Temer liberou R$ 200 milhões em emendas para salvar o mandato de Aécio Neves (PSDB-MG), na sessão de ontem do Senado Federal. Os dois, como todos sabem, são cúmplices no golpe contra a democracia brasileira, comprado pelo ex-deputado Eduardo Cunha.

A denúncia da compra de senadores foi feita pelo jornalista Josias de Souza, colunista do Uol. "Unido a Aécio Neves por solidariedade política e penal, Michel Temer mobilizou-se para devolver ao senador tucano o mandato, a liberdade noturna e o passaporte. Para virar votos no plenário do Senado, Temer autorizou seus operadores políticos a acenar com a liberação de R$ 200 milhões em emendas orçamentárias", diz ele.

"Não basta a Aécio dizer ’muito obrigado’. Temer espera receber sua retribuição na Câmara, onde tramita a segunda denúncia da Procuradoria contra ele. Aécio já ajudara a organizar o enterro da primeira denúncia. O Planalto espera que auxilie muito mais no segundo velório. Uma mão lava a outra. Mas o resto permanece sujo.

O ruído que se ouve ao fundo é o eco do diálogo vadio que Aécio manteve com o delator Joesley Batista", afirma o jornalista. Na conversa, Aécio negocia R$ 2 milhões em propinas, que foram entregues a seu primo Fred Pacheco, hoje em prisão domiciliar.


Agora, Temer tenta fechar a compra da bancada ruralista liberando a volta do trabalho escravo nas fazendas, com o fim da fiscalização – decisão contestada pela OIT e pela própria secretária de direitos humanos do governo Temer.

Veja como votou cada senador sobre afastamento de Aécio Neves

O Senado derrubou nesta terça-feira, por 44 votos a 26, a decisão da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) que havia afastado o senador Aécio Neves (PSDB-MG) da Casa. Embora tenha havido boa vantagem em relação aos senadores que queriam manter o afastamento do tucano, o placar pró-Aécio ficou apenas três votos acima dos 41 necessários para que ele voltasse ao exercício do mandato. Caso não houvesse este número de votos para devolver o tucano ao Senado ou para manter seu afastamento, a votação seria repetida, conforme o presidente da Casa, Eunício Oliveira (PMDB-CE).

Entre os partidos, os líderes de PSDB, PMDB, PP, PR, PTB, PRB, PTC e PROS orientaram as bancadas a votarem pela revisão da decisão da Primeira Turma do STF. PT, PSB, Podemos, PDT, PSC e Rede orientaram votos pela manutenção da decisão do colegiado, enquanto DEM e PSD liberaram os senadores a votarem como quisessem.

Embora tenha orientado voto contrário a Aécio, Pedro Chaves (MS), líder do PSC na Casa e único senador da legenda, votou favoravelmente ao tucano. Outros a divergirem das orientações partidárias foram Ana Amélia (PP-RS), Roberto Requião (PMDB-PR), Kátia Abreu (PMDB-TO) e Magno Malta (PR-ES), todos autores de votos pela continuidade do afastamento do senador mineiro.

Senadores cujas ausências eram dadas como certas, como o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), e o líder do DEM na Casa, Ronaldo Caiado (GO), compareceram e votaram. Jucá, que tratava de uma diverticulite em um hospital de São Paulo, posicionou-se por devolver o mandato a Aécio Neves. Caiado, que quebrou um dos ossos do ombro esquerdo ao cair de uma mula, votou para manter o tucano afastado.

Votaram para devolver o mandato a Aécio Neves:

Airton Sandoval (PMDB-SP)

Antonio Anastasia (PSDB-MG)

Ataídes Oliveira (PSDB-TO)

Benedito de Lira (PP-AL)

Cássio Cunha Lima (PSDB-PB)

Cidinho Santos (PR-MT)

Ciro Nogueira (PP-PI)

Dalirio Beber (PSDB-SC)

Dário Berger (PMDB-SC)

Davi Alcolumbre (DEM-AP)

Edison Lobão (PMDB-MA)

Eduardo Amorim (PSDB-SE)

Eduardo Braga (PMDB-AM)

Eduardo Lopes (PRB-RJ)

Elmano Férrer (PMDB-PI)

Fernando Coelho (PMDB-PE)

Fernando Collor (PTC-AL)

Flexa Ribeiro (PSDB-PA)

Garibaldi Alves (PMDB-RN)

Hélio José (PROS-DF)

Ivo Cassol (PP-RO)

Jader Barbalho (PMDB-PA)

João Alberto Souza (PMDB-MA)

José Agripino (DEM-RN)

José Maranhão (PMDB-PB)

José Serra (PSDB-SP)

Maria do Carmo Alves (DEM-SE)

Marta Suplicy (PMDB-SP)

Omaz Aziz (PSD-AM)

Paulo Bauer (PSDB-SC)

Pedro Chaves (PSC-MS)

Raimundo Lira (PMDB-PB)

Renan Calheiros (PMDB-AL)

Roberto Rocha (PSDB-MA)

Romero Jucá (PMDB-RR)

Simone Tebet (PMDB-MS)

Tasso Jereissatti (PSDB-CE)

Telmário Mota (PTB-RR)

Valdir Raupp (PMDB-RO)

Vicentinho Alves (PR-TO)

Waldemir Moka (PMDB-MS)

Wellington Fagundes (PR-MT)

Wilder Morais (PP-GO)

Zezé Perrella (PMDB-MG)


Votaram para manter Aécio Neves afastado do mandato:

Acir Gurgacz (PDT-RO)

Alvaro Dias (PODE-PR)

Ana Amélia (PP-RS)

Ângela Portela (PDT-RR)

Antonio Carlos Valadares (PSB-SE)

Fátima Bezerra (PT-RN)

Humberto Costa (PT-PE)

João Capiberibe (PSB-AP)

José Medeiros (PODE-MT)

José Pimentel (PT-CE)

Kátia Abreu (PMDB-TO)

Lasier Martins (PSD-RS)

Lídice da Mata (PSB-BA)

Lindbergh Farias (PT-RJ)

Lúcia Vânia (PSB-GO)

Magno Malta (PR-ES)

Otto Alencar (PSD-BA)

Paulo Paim (PT-RS)

Paulo Rocha (PT-PA)

Randolfe Rodrigues (Rede-AP)

Regina Souza (PT-PI)

Reguffe (sem partido-DF)

Roberto Requião (PMDB-PR)

Romário (PODE-RJ)

Ronaldo Caiado (DEM-GO)


Walter Pinheiro (sem partido-BA)

Vereador da Cidade de Porto Velho visita Nova Central em Brasília

Antônio Carlos da Silva (Da Silva), presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários no Estado de Rondônia (SINTTRAR/RO) e Vereador da Cidade de Porto Velho, visitou na terça-feira (17/10), a sede da Nova Central, elogiou as instalações e foi convidado para se filiar à instituição.

O Presidente da Federação dos Trabalhadores Rodoviários do Norte (FETRONORTE), Manoel Farias, e o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes Terrestre (CNTTT), Omar José Gomes acompanharam o vereador que veio até Brasília, buscar apoio de parlamentares, para reativar  Unidade Operacional do SEST/SENAT (Serviço Social do Transporte e Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte) no seu município.

“Meu trabalho e esforço é para buscar melhores condições de trabalho e treinamento continuo aos funcionários (as). O aperfeiçoamento profissional significará mais segurança nas estradas e rodovias do Estado. Bons modos e mudanças de comportamento é fundamental e ajudará na diminuição dos índices de acidentes de trânsito com mortes, que no setor de transporte são mais de quatrocentos ao ano”, revela Da silva.
De acordo com o vereador, tanto os trabalhadores (as) como suas famílias são beneficiados com atendimentos odontológicos, cursos, lazer, palestras e outros, tudo gratuito. Em Porto Velho a unidade atendia milhares de pessoas e está fechada há mais de dois anos.

"Um centro como este de grande importância não pode ficar de portas fechadas. O Sest-Senat é um ponto de apoio aos motoristas, que necessitam de cursos de reciclagem e outros, temos que reabrir a unidade da capital e instalar uma em Ji-Paraná e vou buscar esse objetivo", relatou o parlamentar.

domingo, 15 de outubro de 2017

A força dinâmica do medo

O medo pode ser considerado como uma energia, uma força dinâmica, um impulso a fazer algo - um impulso a escapar ou fugir.

A primeira palavra que suscita no homem se assusta se descobre um perigo para seus filhos, seus pais, sua saúde, seus bens, sua tranquilidade de espírito, sua segurança, sua liberdade etc.

Se o propósito do medo é assegurar a sobrevivência, então o medo se manifesta quando está em perigo essa sobrevivência, considerando a sobrevivência não simplesmente em termos de existência física, mas a sobrevivência do eu, a sobrevivência da personalidade.

O temor é provocado pela probabilidade de uma perda de amor, perda de bens, perda de saúde, perda de amor-próprio, etc. A maioria das pessoas parece considerar o medo relacionado sempre com acidentes, enfermidades, fome, assaltos, etc.

Logicamente, essas coisas são de temor, porém, como causa de medo, na realidade, poucas vezes são encontradas no individuo comum.

O medo, de modo geral, provém de uma série de causas diferentes o medo de desagradar, o medo do ridículo, o medo de ofender, o medo da incompreensão , o medo da desaprovação , o medo de ser criticado, o medo de ser dominado , o medo da solidão .

O medo mais extremo que se observa nos indivíduos, o medo que os incapacita totalmente, não por minutos ou horas, mas por meses ou anos, é o medo de domínio.

Habitualmente se qualifica esse tipo de temor como medo de perder a personalidade, perda do livre arbítrio pessoal a ameaça de domínio por parte de outras pessoas.

O individuo ameaçado crê que nunca terá oportunidade para decidir as coisas por si mesmo. Tem que fazer ó que lhe dizem tem que fazer o que outras pessoas desejam que faça ou esperam que faça, pois temem provocar a desaprovação delas ou ferir seus sentimentos.

Por uma ou outra razão, se preocupa tanto por fazer o que outras pessoas desejam que faça que se crê em perigo de converte-se em um reflexo da personalidade de outros e deixar de existir por direito próprio.

Tanto maior é a sabedoria das sugestões que assim lhe assaltam, tanto maior é o seu pânico, pois, se as sugestões lhe rodeiam todo o campo de conduta racional, pode ver obrigado a seguir uma conduta irracional, uma conduta que ele mesmo desaprova em caso que faça algo por se mesmo.

 Dessa forma, o medo alcança proporções fantásticas. Se um indivíduo descobre em si mesmo um impulso á fuga, passa a sentir medo de chegar realmente a fugir, ato que poderia ser considerado como covardia e que conduziria à perda de prestigio perante si mesmo e os demais.

Assim se desenvolve o medo ao medo. Sentir medo quando há realmente algo a temer, não é prova de covardia. A maioria das pessoas crê que sentir medo é agir como medroso, que sentir uma coisa semelhante à vontade de fugir não é muito diferente de fugir realmente.

O medo não impede a valentia. O medo e a coragem se dão as mãos e a crença comum de que os heróis não temem, é errada. A maioria dos atos ousados de heroísmo são realizados frequentemente por indivíduos em quem o motivo principal da ação é demonstrar a si mesmos e aos demais que não temem, ou que são capazes de vencer o medo.

O medo deve ser aceito como uma vantagem biológica na luta pela sobrevivência.  Ao sentir medo, o individuo deve admiti-lo: De fato, tenho medo. E agora? Que é que eu vou fazer com ele? Sim. Tendo medo, porém, o que faço com ele é o que determina se sou um covarde .

Não posso impedir de sentir medo, mas posso evitar ser covarde. Nunca se esqueça: Há menos perigo em caminhar para frente do que em fugir. A fuga mais salutar é a fuga para frente. O medo transformado em coragem.


Fonte: enciclopédia de psicologia e elações humana escrito por Alberto Montalvão em 1982.

sexta-feira, 13 de outubro de 2017

Pelo IQT da SP – Trans empresas de ônibus são nota sete

De acordo com o mais recente IQT – Índice de Qualidade do Transporte da SPTrans, referente a agosto deste ano, a nota média das empresas de ônibus em São Paulo é de 70,31, numa escala até 100. Ou seja, nem tão ruim, mas ainda não oferece tudo o que o passageiro precisa.

O subsistema estrutural, das empresas que operam ônibus de maior porte, com linhas mais extensas e que servem a região central, recebeu em agosto nota média de 69,83, de 100. Já o subsistema local, das empresas que surgiram de cooperativas e que operam linhas dos bairros, recebeu na última avaliação nota média de 70,95, na escala de 100.

A SPTrans classifica na faixa ruim, as empresas com nota abaixo de 60. A classificação é regular com notas entre 60 e 75,99. Uma empresa é considerada boa se tiver notas que variam entre 76 e 92,99. Ótima é a empresa com nota igual ou superior a 93, que não foi nenhum caso.

A maior nota do sistema de transportes de São Paulo no último mês de agosto foi de uma empresa do subsistema estrutural, a Viação Gatusa, operadora que integra o Consórcio Sete, da área Sete, Sudoeste, cor vinho. A nota foi de 92,28, classificada como boa.

A pior empresa da cidade em agosto, de acordo com o último IQT, foi a Tupi, operadora que integra o Consórcio Unisul, da área Seis, cor azul claro. A nota foi de 54,32, classificada como ruim.

Já a melhor área operacional da cidade foi a 4.1, de parte da zona Leste, cor vermelha, operada pela Allibus, do subsistema local, com nota 80,57 – boa. A área operacional com nota mais baixa foi a 6.1, correspondente a parte da zona Sul, também no subsistema local, por causa da nota da operadora A2, que foi de 57,93 – ruim.

O IQT é obtido pela média de dez critérios com pesos diferentes: o maior é relacionado ao cumprimento de viagens, com 1,4569. O menor peso, de 0,6645, é referente à transmissão de dados pelo GPS.


Os dados são obtidos por diversas fontes: reclamações de passageiros, fiscalização de rua, relatórios de quebras e dados da bilhetagem eletrônica, por exemplo. As metodologias para o IQT e avaliações podem mudar com a nova licitação que poderá ter seu edital publicado ainda este ano.

terça-feira, 10 de outubro de 2017

Desigualdades no Brasil: mais de 16 milhões de pessoas vivem abaixo da linha da pobreza

A igualdade é um valor central em nossa sociedade. Se voltarmos à nossa Constituição de 1988, estão entre os objetivos do nosso país: a construção de uma sociedade livre, justa e solidária; a erradicação da pobreza, da marginalização e a redução das desigualdades sociais e regionais; e a promoção do bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.

Ao longo das últimas décadas, o Brasil reduziu desigualdades “a partir da base”: entre 1988 – ano em que promulgamos nossa Constituição – e 2015, reduzimos de 37% para menos de 10% a parcela de população brasileira abaixo da linha da pobreza. Considerando os últimos 15 anos, o Brasil retirou da pobreza mais de 28 milhões de pessoas, ao mesmo tempo em que a grande concentração de renda no topo se manteve estável.

Persistem desafios estruturais ligados à redistribuição de renda e riqueza no País, como o estabelecimento de uma política tributária justa, a melhoria da qualidade de serviços públicos, a reversão da concentração fundiária, além da inclusão educacional de adolescentes e jovens em idade universitária (sobretudo jovens negros) – para citar alguns.

O atual contexto joga contra esses necessários avanços. A crise fiscal em que o Brasil entrou entre 2014 e 201517 criou espaço político para mudanças radicais. Elas foram iniciadas pela presidente eleita em 2014 e, de maneira mais agressiva, retomadas pelo governo pós-impeachment.

As reformas profundas que têm sido propostas nos últimos 16 meses afrontam o que preconiza nossa Constituição, e ameaçam reverter o processo de construção de nosso Estado de bem-estar social, em um período de crise econômica. Isto ocorre à revelia da população que, mesmo desconfiando do Estado, espera do setor público o atendimento de suas necessidades básicas.

Existe evidente e acelerada redução do papel do Estado na redistribuição dos recursos em nossa sociedade, o que aponta para um novo ciclo de aumento de desigualdades. A Oxfam Brasil entende que precisamos reverter esse cenário, e com urgência.

O Brasil permanece um dos piores países do mundo em matéria de desigualdade de renda e abriga mais de 16 milhões de pessoas que vivem abaixo da linha da pobreza. A tendência recente é ainda mais preocupante, com projeções do Banco Mundial de até 3,6 milhões a mais de pobres até o final de 2017. Isto mostra que nossas conquistas nesse campo não estão consolidadas.

Combater desigualdades é também o caminho para vivermos em uma sociedade menos violenta, já que a exclusão social está diretamente relacionada ao aumento da violência, seja na cidade ou no campo.

Por fim, a boa saúde de uma democracia depende de sociedades igualitárias: quanto maior a desigualdade e a interferência indevida de elites na definição de políticas, menor é a crença das pessoas na capacidade da democracia melhorar suas condições de vida, e menor é a crença na democracia em si.


Fonte:https://www.oxfam.org.br/sites/default/files/arquivos/Relatorio_A_distancia_que_nos_une.pdf