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terça-feira, 30 de outubro de 2018

O Voto não tem preço, mas tem consequências!


O candidato que votei e apoiei para presidente obteve 44,87% dos votos válidos, infelizmente, foi derrotado no 2º turno pelo candidato do PSL que somou 55,13% dos votos válidos. Durante a campanha me esforcei para esclarecer as diferenças entre os planos de governo de cada um dos candidatos. De um lado tínhamos Fernando Haddad que se comprometeu com a “Agenda Unitária da Classe Trabalhadora” e o outro que anunciava que acabaria com o movimento sindical.

Como sindicalista sei que as responsabilidades de um líder sindical neste momento são enormes. Ao mesmo tempo em que precisa conduzir a gestão de sua entidade, precisa consolidar sua liderança diante da sua categoria e orientá-la e conscientizá-la em momentos decisivos como no período de Eleições - Majoritárias e Proporcionais.

Em uma sociedade quando problemas econômicos, políticos e sociais são mal diagnosticados, aparecem uma gama de oportunistas e salvadores da pátria com propostas mirabolante e enganosa para resolvê-los. Reconheço que por um breve período de tempo os sintomas podem diminuir de intensidade. Os problemas podem até desaparecer. Mais tarde, porém, eles reaparecem, dessa vez, com superpoderes. O alívio temporário é um ardil, e um ardil perigoso!

A realidade mais ampla dos problemas do Brasil é impossível de percebermos, sobretudo quando nos matemos apegados à pequena imagem que temos diante de nós. Há ocasiões em que a realidade é muito mais ampla do que parece e nos sentimos num beco sem saída e os problemas – complexos e sistêmicos – pioram dias após dias.

Uma escolha precipitada deve agravar mais os sérios problemas que hoje enfrentamos. Os problemas e as soluções parecem multifacetados demais, excessivamente complexos. As pessoas sentem-se imobilizadas em praticamente todos os seus projetos. Além de culpadas. Isso é o que acontece quando pessoas são individualmente responsabilizadas por problemas sociais complexos.

O efeito que podemos exercer sobre problemas sistêmicos torna-se extremamente desmedido nesse modo de lidar com a responsabilidade, e passa a transferir essa responsabilidade das instituições falidas, dos lideres e especialistas combalidos para o homem das ruas. Para entender como a personalização da culpa se tornou onipresente no século XXI, basta assistir a programas de entrevistas com políticos.

Todos funcionam a partir da mesma premissa básica: não controlamos nossa vida e sofremos ou prosperamos em consequência das nossas decisões. Dia após dia, apresentadores famosíssimos e especialistas de inúmeras áreas oferecem dicas rápidas e milagrosa para seguirmos no caminho do progresso ruma uma nação soberana. Só que por trás dos discursos, existem os interesses implícitos da classe dominante, que se negam dividir as riquezas produzidas pelos trabalhadores (as).

Se o futuro presidente colocar em prática sua política de desrespeito às minorias, de desrespeito aos direitos humanos e civis, de insuflar o ódio e a violência, sem sombras de dúvidas, resistiremos com bravura aos retrocessos nos direitos sociais e trabalhistas.

Para enfrentar o mau tempo que possa vir, nos inspiramos na receita do escritor argentino Alejandro Robino - Instruções para tempo ruim:

Primeiro de tudo, não se desespere e se você não seguir as regras que o furacão vai querer impor.
Refugie-se na casa e proteja as persianas assim que todas as suas estiverem seguras.
Compartilhe o companheiro e a conversa com os companheiros, os beijos furtivos e as noites clandestinas, com quem você garante ternura.
Não deixe a estupidez prevalecer.
Defenda-se.
Para estética, ética.
Seja sempre atento.
Não será o suficiente para eles empobrecerem e eles vão querer subjugá-lo com sua própria tristeza.
Rir bem alto
Mófese: a direita está mal capturada.
Será imperativo jantar todos os dias até a tempestade passar.
São coisas simples e simples, mas não menos eficazes.
Diga ao lado bom dia, por favor e obrigado.
E a casca da sua mãe quando eles pedem de cima.
Jogue-o com o que ele tem, mas nunca sozinho.
Eles sabem como emboscá-lo na solidão desavisada de uma tarde.
Lembre-se que os artistas sempre serão nossos.
E o esquecimento será feroz com a trupe de impostores que os acompanha.
Tudo vai ficar bem se você me ouvir.
Nós vamos sobreviver de novo, estamos bronzeados.
Vamos cuidar das crianças que vão querer podar.
Só é necessário estar bem equipado e não nos poupar de bondade.
Devemos deixar os indispensáveis ​​poemas, vinho tinto e violão à mão.
Sorria para os mais velhos como uma vacina contra a angústia diária.
Seja piedoso com os amigos.
Não confunda os ingênuos com os traidores.
E mesmo com estes, ter um perdão fácil para quando eles retornam com as ilusões alinhadas.
Ninguém é deixado aqui.
E sim, seja perseverante e tenaz, escreva religiosamente todos os dias, todas as tardes, todas as noites.
Ainda mantém a teimosia se a fé se desfizer.
Nisso, não haverá trégua para ninguém.
A poesia machuca esses bastardos.

Por: Alejandro Robino - Dramaturgo, diretor de teatro, professor, escreveu desde 1991 mais de dez peças e dirigiu mais de vinte entre si e os outros. Suas peças foram estreadas e publicadas na Argentina e no exterior, além de obterem prêmios na especialidade. Ela leciona na Universidade de Buenos Aires, no Teatro del Pasillo e em sua oficina privada. De contínua atividade pedagógica itinerante em seu país e no exterior, ditou inúmeros cursos, oficinas e seminários nas disciplinas: atuação, direção, dramaturgia e análise textual.

2 comentários:

  1. Parabéns porreta a faculdade os livros e a observação atenta aos movimentos dos humanos ativos em humanas acabam por nos conduzir a esse elevado grau de antever o futuro

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  2. A paz do senhor Jesus Cristo que Deus te ilumine sempre você amém meu amigo aqui do meu parabéns pelo seu trabalho com tinui fazendo o que você gosta é sua felicidade e nossas conquistas amém obrigado meu companheiro Nilton porreta uma boa noite pra você

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