Crítico
do papel das novas tecnologias no processo de disseminação de informação, o
escritor e filósofo italiano Umberto Eco afirmou que as redes sociais dão o
direito à palavra a uma "legião de imbecis" que antes falavam apenas "em
um bar e depois de uma taça de vinho, sem prejudicar a coletividade".
A
declaração foi dada nesta quarta-feira (10/10), durante o evento em que ele
recebeu o título de doutor honoris causa em comunicação e cultura na Universidade
de Turim, norte da Itália. "Normalmente, eles [os imbecis] eram
imediatamente calados, mas agora eles têm o mesmo direito à palavra de um
Prêmio Nobel", disse o intelectual.
Segundo
Eco, a TV já havia colocado o "idiota da aldeia" em um patamar no
qual ele se sentia superior. "O drama da internet é que ela promoveu o
idiota da aldeia a portador da verdade", acrescentou.
O
escritor ainda aconselhou os jornais a filtrarem com uma "equipe de
especialistas" as informações da web porque ninguém é capaz de saber se um
site é "confiável ou não".
Ele
se diz cada vez mais irritado com uma expressão com a qual se depara em relatos
parlamentares, entrevistas, artigos de jornal e afins. As pessoas dizem que
"cometeram um erro" quando, na verdade, o que deveriam dizer é que
cometeram um crime.
"Eu
posso ter cometido erros no passado, mas agora vou me dedicar a trabalho
voluntário. Ou responderei à Justiça caso tenha cometido um erro. Ou um jornalista
escreverá que certa pessoa cometeu um erro, mas deveríamos perdoá-la. Tenho o
péssimo hábito de consultar um dicionário sempre que desejo entender o
significado pleno de uma palavra”.
Relata
que um erro, segundo o Webster's New World College Dictionary, é uma falha de
entendimento, percepção, interpretação ou uma ideia, resposta, ato etc. que está
errada; (uma) falha. Afirma que com nessa definição, aqueles que cometem erros
o fazem de modo não intencional.
“O
contador que faz um cálculo errado comete um erro, assim como o chef que coloca
acidentalmente um ingrediente errado que coloca acidentalmente um ingrediente
errado em um prato favorito ou o médico que erra no diagnóstico de um paciente”.
E que em cada caso, a pessoa tinha a firme intenção de fazer a coisa certa mas
não foi bem-sucedida, e todas inicia e todas inicialmente não estavam cientes de seus
erros.
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