A atuação da ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos do governo Bolsonaro, Damares Alves, recebeu uma menção de repúdio na carta dos movimentos sociais com as bandeiras de luta das mulheres neste 8 de Março. O destaque foi feito por conta da ação da ministra contra o aborto legal.
“Repudiamos a ação da
Ministra Damares ao tentar impedir de forma criminosa o direito ao abortamento
legal, mesmo em situação de violência sexual contra crianças e adolescentes. A
maternidade deve ser uma decisão ou não será! Educação sexual para prevenir,
anticoncepcionais para não engravidar e aborto legal para não morrer!
Legalização já!”, afirma o manifesto, assinado por 82 entidades da sociedade
civil, que representam mulheres, negros, trabalhadores, LGBTs, advogados e uma
série de segmentos sociais que lutam por direitos no país.
Além da falta de identidade
das mulheres com a ministra Damares, a ação do governo Bolsonaro e prol das
mulheres inexiste. Os dados sobre o mercado de trabalho comprovam que sob esse
governo a situação das mulheres só tem se agravado.
A ministra Damares também foi alvo de crítica da Secretária de Relações Internacionais da Prefeitura de São Paulo, Marta Suplicy, que tem histórico de atuação feminista. Marta disse em entrevista à Folha de S.Paulo neste sábado (6) que “não importa o quanto resistam ao empoderamento feminino, as mulheres têm uma palavra: resiliência. Nós vamos resistir às Damares”.
Trabalho
em deterioração
Boletim do Dieese divulgado
por ocasião deste 8 de Março destaca a deterioração do mercado de trabalho para
as mulheres em 2020. Parcela expressiva de mulheres perdeu sua ocupação no
período da pandemia e muitas nem buscaram uma nova inserção.
Segundo destaca o boletim do
Dieese, “entre o 3º trimestre de 2019 e 2020, o contingente de mulheres fora da
força de trabalho aumentou 8,6 milhões, a ocupação feminina diminuiu 5,7
milhões e mais 504 mil mulheres passaram a ser desempregadas, segundo os dados
da PNADC.
A taxa de desemprego das
mulheres negras e não negras cresceu 3,2 e 2,9 pontos percentuais,
respectivamente, sendo que a das mulheres negras atingiu a alarmante taxa de
19,8%.
As trabalhadoras domésticas
sentiram o forte efeito da pandemia em suas ocupações, uma vez que 1,6 milhões
mulheres perderam seus trabalhos, sendo que 400 mil tinham carteira assinada e
1,2 milhões não tinham vínculo formal de trabalho.
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