Depois do bombardeio que
sofreu este final de semana, na manhã de segunda-feira (29), ele se reuniu com o
presidente Bolsonaro para informar que deixaria a chefia do Itamaraty. A
demissão de um admirador declarado do escritor Olavo de Carvalho, é também um
duro golpe na ala ideológica do bolsonarismo, que nos últimos anos conviveu com
portas abertas no Itamaraty.
Embora sempre tenha
enfrentado resistências por ter promovido uma guinada ultraconservadora no
ministério, o destino de Ernesto foi selado após os presidentes da Câmara,
Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), terem se unido à
coalizão para afastá-lo do governo.
Em 22 de março, Lira e
Pacheco tiveram um encontro em São Paulo com grandes empresários, que não
pouparam Ernesto. O chanceler foi chamado de omisso e acusado de executar na
política externa o negacionismo de Bolsonaro na pandemia, o que teria feito o
Brasil perder um tempo precioso nas negociações por vacinas e insumos para o
combate à Covid-19.
Na reunião, a suposta
omissão de Ernesto foi apontada como um dos fatores para a situação de
calamidade pela qual o Brasil passa, com recordes diários de mortes pelo vírus,
risco de escassez de medicamentos e ritmo de vacinação insuficiente para fazer
frente aos meses mais duros da doença.
O principal flanco de
desgaste de Ernesto em seus meses finais no cargo foi a relação com a China,
maior parceiro comercial do Brasil e país exportador da matéria-prima utilizada
tanto pelo Instituto Butantan quanto pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) na produção
de imunizantes contra o coronavírus.
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