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terça-feira, 3 de novembro de 2020

“Estamos caminhando a passos largos para o precipício”, diz Rodrigo Maia

Em live promovida pelo jornal Valor Econômico na segunda-feira (2/11), o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), fez novas críticas ao governo Bolsonaro. De acordo com o deputado, a postura do governo em relação à agenda econômica pós-pandemia faz com que o país caminhe “a passos largos para o precipício”.

Ele criticou as obstruções feitas por partidos aliados ao governo em relação à instalação da Comissão Mista de Orçamento (CMO) e à sucessão da Presidência da Câmara. “Eu vi notas outro dia de que era para não deixar a pauta da Câmara andar, para esvaziar a minha presidência. Está esvaziando o governo. E quem vai explodir se a pauta da Câmara não andar não é o meu mandato, que acaba dia 1º fevereiro. Quem explode é o governo”, disse sobre as obstruções.

Pontuou que no pós-pandemia o país terá de enfrentar uma dívida alta aliada a uma pressão "muito grande" por conta dos índices de desemprego, que voltaram a crescer. Outra preocupação é com o orçamento público para 2021, o que classificou como “incógnita”. “A gente não sabe o que o governo quer, o que o governo vai propor. De alguma forma, o ministro Paulo Guedes está quase que isolado, sozinho na defesa, dentro do governo, da necessidade de se encontrar caminhos respeitando as regras atuais do jogo, começando pelo teto de gastos”, comentou.

Lembrou que para aprovar o orçamento é preciso aprovar a PEC emergencial e que há uma falta de organização com relação a agenda. "Estamos no limite do teto de gastos. Tenho uma expectativa muito grande e  acho que é o caminho para o Brasil voltar a crescer". Ao mesmo tempo, disse estar pessimista com relação aos prazos das votações e apontou que a questão está "muito desorganizada".

Nas últimas semanas as votações na casa têm sido adiadas em razão da obstrução feita por partidos de oposição e da base do governo. Avante, o PL, PP e PSD obstruem a pauta por causa de disputas na instalação da Comissão Mista de Orçamento (CMO) e da sucessão da Presidência da Câmara, que ocorrerá em fevereiro de 2021. O Centrão, liderado por Arthur Lira (PP-AL) pressiona pela escolha da deputada Flávia Arruda (PL-DF) para presidir a CMO. O grupo do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), resiste e afirma que foi firmado um acordo para o presidente ser o deputado Elmar Nascimento (DEM-BA).

O presidente da Câmara também falou sobre as disputas internas para presidir a CMO e que se “criou uma crise por nada” com o episódio. “Estamos caminhando a passos largos para o precipício, e todos estamos caminhando para isso juntos, todo o Brasil. E a gente brigando por algo que nem existe, que é o orçamento público”, afirmou.

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