“Esse cara está prejudicando o
país. Até quando vamos dar asas a esse louco aí?”, pergunta o presidente da
Frente Parlamentar Brasil-China e a frente dos Brics (Brasil, Rússia, Índica,
China e África do Sul), deputado Fausto Pinato (PP-SP). Até aqui, o presidente
Jair Bolsonaro não se pronunciou, o que também preocupa os deputados. “É
inaceitável que o filho do presidente se comporte desse jeito e o presidente
não faça nada”, diz a deputada.
O movimento suprapartidário
tem razão de ser. Os chineses consideram que, quando um deputado se pronuncia
sobre qualquer assunto, ele não externa uma opinião pessoal e sim a posição do
Parlamento de seu país. O fato de Eduardo ser filho do presidente Jair
Bolsonaro torna o caso ainda mais grave perante os chineses, porque, avaliam os
diplomatas, passa a ideia de que o governo brasileira avaliza a posição do
deputado. Como filho do presidente da República, avaliam, Eduardo jamais
poderia ter lançado desconfianças sobre a tecnologia chinesa.
Para quem não acompanhou, eis
o que disse Eduardo, na segunda-feira à noite, num tuíte apagado na manhã de
terça-feira, depois que o estrago havia sido feito: “O governo @JairBolsonaro
declarou apoio à aliança Clean Network, lançada pelo Governo@realDonaldTrump,
criando uma aliança global para um 5G seguro, sem espionagem da China”, escreveu
o deputado.
A contundência da reação do
embaixador chinês, Yang Wanming, indica que ele tem todo o aval de Pequim. A
Embaixada menciona em seu comunicado que aqueles que insistem nesses ataques
“vão arcar com as consequências negativas e carregar a responsabilidade
histórica de perturbar a normalidade da parceria China-Brasil”. O deputado,
mais uma vez, provoca uma tensão desnecessária neste momento em que o Brasil
depende tanto das compras da China.
5G terá grupo de acompanhamento na Câmara
O presidente da Câmara,
Rodrigo Maia, que já cansou de dizer que Eduardo não fala pelo Parlamento,
pediu a deputada Perpétua Almeida que crie um grupo de trabalho para
acompanhamento das negociações em torno do 5G. Ela que já foi presidente da
Comissão de Relações Exteriores da Câmara, avisa: “Não quero saber o que é
melhor para a China ou para os Estados Unidos. Quero saber o que é melhor para
o Brasil. Quem lida com relações internacionais sabe que Nações não têm amigos
nem inimigos, têm interesses”, diz a deputada. Pelo visto, Eduardo faltou a
essa aula.
Fonte: https://antropofagista.com.br
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