Vivemos tempos confusos e
assustadores. A extrema direita brasileira que manipula essa multidão descobriu
que temas estruturados em três níveis: os males sociais são resultados de um
liberalismo permissivo de valores; o capitalismo de livre mercado é mais
eficiente e ameaça externa do comunismo (e depois o terrorismo) funciona de
forma particularmente eficaz para mobilizar suas bases em defesa de cortes em
programas sociais.
Desde 2013, ela atraiu e
mobilizou a difundida angústia social causada por rápidas mudanças econômicas e
sociais e criou um sentimento de revolta a partir do nada. Quanto maior a decadência
moral e a desintegração da família, maior o medo e o ressentimento a adotar seu
projeto de poder.
Em tempos de pandemia o mais
racional é defender a vida em detrimento da tão almejada estabilidade
econômica. Só que o “cabo de guerra” patrocinado pelo Governo Bolsonaro, para acabar
com o isolamento social - decisão correta para diminuir o número de pessoas
contaminadas pelo novo coronavírus -, além de irracional é criminoso.
A atuação do Governo Federal
no combate a pandemia Covid-19 tem sido recheada de erros, omissões e
irresponsabilidades. Falta senso de solidariedade, falta embasamento
científico, falta absorção das melhores práticas internacionais, falta
eficiência na tomada de decisões e rapidez na implementação de políticas
públicas.
O mais correto nesse momento
seria garantir a renda dos trabalhadores (as), para que a economia não trave no
período de quarentena e para que, passado esse período, a retomada das
atividades produtivas possa se dar da maneira mais rápida possível. No entanto,
faz o contrário ao retirar renda, reduz salários e direitos e coloca em risco
toda a economia.
Não é à toa que quase 60% da
população considera a atuação de Bolsonaro na crise regular, ruim ou péssima,
de acordo com o DataFolha. Só não enxerga a gravidade da situação a seita de seguidores
de suas nefastas ações e decisões. Como gados enfileirados rumo ao abismo, uma
multidão genocida aplaudem, cada vez que o presidente comete uma
irresponsabilidade administrativa ou abusa do poder de chefe da nação.
De forma irracional agem
como pessoas hipnotizadas que obedecem sem reclamar os caprichos do hipnotizador
e formam uma multidão de criminosos, que perderam suas personalidades
conscientes e obedecem cegamente suas sugestões. Ou seja, cometem atos contrários
ao seu caráter e aos seus hábitos.
Para tanto culpam as feministas,
os liberais, os negros, as mães mantidas por programas sociais e os mais
vulneráveis da sociedade. Só não culpam aqueles que desmontam as instituições
da família, da comunidade e da democracia. São ágeis em manipular inquietações
legítimas para obter vantagens políticas.
Por:
Nailton Francisco de Souza (Porreta), diretor Executivo do SindMotoristas – SP e
Secretário Nacional de Comunicação da Nova Central Sindical de Trabalhadores.
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