O Gafanhoto tenta convencer
a Aranha de que um colega de trabalho dos dois, o Camaleão, é um hipócrita de
carteirinha.
- Esse Camaleão é um
fingido, Aranha. Sempre mudando de cor conforme a ocasião.
- Mas essa não é a natureza
dele, Gafanhoto? Ele não foi criado desse jeito?
- Nada! Antigamente, ele
fazia o mesmo que nós dava duro para levar a vida. Depois, virou esse artista
em tempo integral, sempre escondido atrás de disfarces e artimanhas.
- Mas por que ele faria
isso?
- Para tirar proveito da
situação. Ele fica ali, na moita, com aquela cara inofensiva, mas, na primeira
oportunidade, abocanha os descuidados.
- Puxa, é verdade. E eu, que
passo horas tecendo minha teia, no maior capricho...
- E eu, que fico pulando de
um lado para outro sem parar? É por isso que vivo estressado. Se me distraio, o
Camaleão solta a língua e me pega.
- É mesmo. Se você não me
abre os oito olhos, eu nunca teria pensado nisso. - Porque você é singela e
bem-intencionada. Sabe como chama o que o Camaleão está fazendo? Competição
desleal no ambiente de trabalho!
- Faz sentido. Você é um
sábio, Gafanhoto.
- Obrigado, Aranha. Mas o
ponto é que não podemos, nunca, confiar no Camaleão.
- Será que não haverá um
jeito de neutralizá-lo? Bom, para nosso benefício mútuo, eu acho que tenho um
plano infalível.
- Tem?
- Tenho. Escute...
O Gafanhoto se aproxima para
escutar o plano da Aranha. E se enrosca na teia. Imediatamente, ela o pica e
começa a embrulhá-lo para o almoço.
- O que você está fazendo,
Aranha? Nós não somos colegas e parceiros?
- Não me leve a mal, meu
caro Gafanhoto, mas essa é a lei aqui da selva: boa intenção é uma coisa e
prioridade pessoal é outra.
Lá da sua moita, o Camaleão
viu tudo o concluiu: “A confiança do colega sincero é o melhor alimento do
colega hipócrita”. O recado é: atenção. Nem todo mundo é o que parece ser. O verdadeiro
inimigo pode estar bem mais próximo do que se imagina.
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