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sábado, 30 de setembro de 2017

Secretaria de Formação do Sindmotoristas – SP promove debate sobre Reforma Trabalhista

O Clube de Campo Vale dos Girassóis, em Santa Isabel, do Sindicato dos Motoristas de São Paulo (Sindmotoristas – SP) recebeu no sábado (30/09) dirigentes sindicais da entidade, militância e trabalhadores (as) das empresas Mobi Brasil, Cidade Dutra e Tupi, para debater os impactos negativos da Lei 13.467/2017 que impôs mais de 100 modificações na CLT (consolidação das Leis do Trabalho).

Antes do início, os participantes fizeram homenagem aos diretores (Luciano e Maguila), ambos falecidos ex-secretários de Saúde do Sindicato. Valmir dos Santos (Sorriso), diretor de Formação do Sindmotoristas – SP organizou e coordenou o encontro que teve como palestrante o Coordenador Jurídico do Sindicato, José Juscelino de Medeiros.

Durante sua apresentação, Medeiros esclareceu todos os Artigos da nova legislação que afetará as condições de trabalho da categoria. Deforma bem didática afirmou que o presidente Michel Temer (PMDB), literalmente, passou um trator sobre a classe trabalhadora na medida em que enfraqueceu e esvaziou a representação sindical.

No seu discurso, o diretor Adalberto, que representa os funcionários (as) na Viação Cidade Dutra disse sentir muito a falta de seu ex-amigo Luciano. “Foi uma grande perda, mas é nosso dever dar prosseguimento a luta dele junto com a direção do Sindicato que tem nos dado todo apoio”.

Luizão, diretor do Sindicato na empresa da VIP AE Carvalho prestigiou o encontro e opinou sobre a importância do trabalho de esclarecimento sobre o tema. “Nós não vamos nos abater com o peso da reforma trabalhista e da terceirização. Tenho certeza que daremos a volta por cima sob o comando do presidente Noventa, porque uma das muitas qualidades dessa categoria é que os homens e as mulheres são guerreiras, não foge à luta”, garantiu.

O diretor Pastor Iranildo, que representa os trabalhadores (as) na VIP M’ Boi Mirim, afirmou que nesta hora difícil por qual atravessamos, ter uma liderança sindical do nível e grandeza do presidente Noventa, faz a diferença no embate contra os patrões e os governantes. “Somos abençoados por Deus por ter numa hora difícil que se encontra do País, um líder da grandeza de Valdevan Noventa”, disse.

Na opinião do palestrante o presidente Noventa se antecipa à nova realidade ao realizar o VII Congresso com a categoria, onde debaterá plano de ações para enfrentar a nova realidade trabalhista e PEC 287/2016 que visa reformar a Previdência Social e retirar o direito à aposentadoria.

Dr. Juscelino rejeitou o argumento do Governo Temer de que a CLT necessitava passar por uma modernização, pois várias adequações aconteceram e nada justifica uma mudança tão profunda a não ser atender os interesses do setor econômico. “Ficou claro que a finalidade da reforma foi a retirada de direitos como aconteceu em outros países, que posteriormente se confirmou um retrocesso social, um empobrecimento acentuado da população.

“A meu ver é perigoso sobrepor o negociado ao legislado porque são poucos os sindicatos que tem a força e a organização dos Condutores para negociar em pé de igualdade com o patronal. A mudança foi negativa uma vez que enfraqueceu as entidades de representação, a Justiça do Trabalho e o Ministério Público. Na verdade, analisando a Lei, dos 117 pontos apenas dois considero positivo”.

A plateia atenta ouviu que as Horas Extras estão ameaçadas. Se hoje a um limite de 50%, com a nova lei a empresa poderá definir se pagará as horas trabalhadas a mais a 10%, 20%, enfim de acordo com o seu interesse. O Banco de Horas poderá ser acertado de forma individual, entre empregado e empregador de até seis meses, o que praticamente extingue a hora extra.

Outro absurdo apontado pelo advogado foi que as gestantes poderão trabalhar em locais perigosos à saúde. A Insalubridade foi ignorada no texto. Com relação ao Contrato Intermitente, no nosso setor é o que se chama de Dupla Pegada, o empregado só trabalha quando chamado pelo patrão, ou seja, corre-se o risco de ganhar no final do mês menos que um salário mínimo.

Sobre a Terceirização, afirmou que ela representa o pior dos mundos já que permite que todas as atividades profissionais possam ser feitas por terceiros. “Motoristas, cobradores e os companheiros da manutenção poderão se transformar em pessoas jurídicas”, esclareceu.

Criticou o fato de a lei desestimular o trabalhador a buscar seus direitos na Justiça do Trabalho, já que se perder a ação trabalhista terá que pagar os honorários do advogado da empresa. Mostrou-se preocupado caso as homologações não sejam feitas no Sindicato ou no Ministério do Trabalho, por representar subtração nas rescisões contratuais.

Disse também, que a função da CLT foi desvirtuada, antes tinha sido criada com o propósito de proteger o lado mais fraco das relações do trabalho, o trabalhador, mas infelizmente isso nos foi arrancado com a aprovação da reforma trabalhista e da terceirização, observou o advogado.


No encerramento o diretor Sorriso agradeceu a atenção de todos, finalizou o encontro dizendo que o que é determinante para o sucesso da luta dos trabalhadores é a unidade, a organização e a força. “São com esses instrumentos que defenderemos nossos direitos contra os ataques do Capital”.

quinta-feira, 28 de setembro de 2017

Plano de Ações do setor de transporte é acolhido pela Nova Central e CNTTT

O Secretário Nacional do Plano dos Trabalhadores em Transportes Terrestre da Nova Central, Ualaci Anjo de Souza, reuniu-se na quarta-feira (27/09), em Brasília, com o presidente da instituição, José Calixto Ramos e o presidente da CNTTT (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes Terrestre), Omar José Gomes e apresentou um Plano de Ações a serem desenvolvidas em conjunto com as demais centrais.

Atualmente o setor de transporte é responsável por 4,8 milhões de empregos assalariados, autônomos e informais, entre motoristas e setores de apoio, que trabalham no transporte aéreo, marítimo, rodoviário, ferroviário e metroviário, de cargas e de passageiros, urbano e rural.

Apesar das particularidades de cada modal de transporte, une os trabalhadores (as) do setor o convívio diário com as condições de trabalho adversas: altas jornadas de trabalho; falta de segurança; precarização do trabalho via terceirização e a exposição permanente a riscos físicos, químicos, psicológicos, ergonômicos e acidentes.

Além dessas questões específicas, estes profissionais estão ameaçados pelas tentativas de retirada de direitos, como as que têm sido veiculadas e anunciadas pelo presidente Michel Temer (PMDB) e seus aliados no Parlamento e Poder Judiciário, todos a serviço do capital.

De acordo com Ualaci, para barrar tais iniciativas, os representantes das Centrais Sindicais (CUT, Nova Central, UGT, CTB e Força Sindical) definiram realizar um Seminário Nacional das Centrais Sindicais com os representes dos trabalhadores (as) no Setor de Transportes com os Seguintes Temas:

ü  Retomar a discussão do Marco Regulatórios, do Transporte Rodoviário de Cargas que tramita na Câmara dos Deputados;

ü  Mobilizar contra o Projeto de Lei PL 4860/2016 sobre novas regras para regulamentar o transporte rodoviário de cargas no Brasil;

ü  Defender e acompanhar a tramitação do Projeto de Lei do senador Paulo Paim que visa instituir o Estatuto do Motorista;

ü  Novas tecnologias e a garantia de empregos no setor de transportes;

ü  Revogação da Portaria 1.297/2014 que altera o Anexo 8 – Vibração de Corpo Inteiro (VCI) da Norma Regulamentadora NR -15;

ü  Efeitos da Lei Ordinária 13.467/2017 (da Reforma Trabalhista) sobre as Leis Específicas 12.619/201 e 13.103/2015;

ü  Representatividade no Setor Diferenciado;

ü  Mobilizações contra a Reforma da Previdência;

ü  Eleições Gerais em 2018;

O presidente Calixto criticou os retrocessos contidos na Lei 13.467/2017 que impôs mudanças drásticas nas relações entre capital e trabalho e tentam, que literalmente rasgou a CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) e, consequentemente, extinguiu direitos conquistados com o esforço da classe trabalhadora.


“Nós, do movimento sindical, de todos os matizes, temos a responsabilidade de fazer respeitar nossas conquistas. Com esta nova legislação, um dos desafios dos sindicatos, para se manterem fortes na luta em defesa dos seus representados é ampliar o número de sindicalizados”, comentou Calixto. 

quarta-feira, 27 de setembro de 2017

Resgate Auto Escola entrega CNHs no Sindmotoristas – SP

Na terça-feira (19/09) o secretário de Finanças do Sindicato dos Motoristas de São Paulo (Sindmotoristas – SP), Edivaldo Santiago da Silva discursou no ato solene de entrega de 16 CNH (Carteira Nacional de Habilitação), para trabalhadores das empresas (Hambiental e Sambaíba), encaminhadas pelo Resgate Auto Escola .

Edivaldo destacou que mais este benefício exclusivo para os condutores da categoria com 40% de desconto, em relação ao preço de mercado, só foi possível com a colaboração dos diretores do Sindmotoristas – SP e o apoio incondicional do presidente da entidade, José Valdevan de Jesus (Noventa).

“O presidente Noventa é um homem comprometido com este projeto fantástico que dá a oportunidade aos companheiros (as) adquirirem sua primeira CNH e trocar de categoria. Sem o empenho dele, jamais poderíamos manter a estrutura da Auto Escola na Vila Prudente e a que em breve inauguraremos em Santo Amaro”, relatou Edivaldo.

Que enalteceu o quadro técnico de profissionais e educadores de trânsito que atuam na formação da categoria. Divulgou que para treinar os alunos são disponibilizados 4 carretas; 5 micro ônibus; 4 automóveis e 4 motos, além da facilidade de poder fazer pagamentos mais acessíveis com  desconto em folha de pagamento.

De forma bem objetiva fez um breve relato da situação econômica do País; criticou com veemência a Lei 13.467/2017 que retirou direitos consagrados na CLT (Consolidação das Leis do Trabalho); condenou o alarmante índice de desemprego e diz está revoltado com a covarde atuação dos parlamentares em Brasília que só aprovam propostas para enfraquecer a capacidade do Estado brasileiro.

Ele reforçou que a atual gestão do sindicato, liderada por Noventa, já cumpriu inúmeros compromissos assumidos em prol do bem estar dos associados e seus dependentes. Começou pela reforma geral da sede central que estava com estruturas danificas; pagamento de 57 milhões de dívidas, em parte adquiridas com o desmembramento da base de representação que antes era de 400 mil.

A eliminação da jornada de trabalho flexível (conhecida como genérico); a luta contra a redução da frota; manutenção dos postos de trabalho de cobradores e motoristas; o pagamento de horas extras de acordo a Convenção Coletiva de Trabalho (CCT); manutenção e reformas dos espaços de lazer em (Santa Isabel, Praia Grande e Caraguatatuba); sorteio de carros e atualmente a implantação da Auto Escola foram exemplos citados do trabalho desenvolvido até o momento.


“Mesmo com toda pressão da Prefeitura e dos patrões, o presidente Noventa não aceitou de forma alguma retirar os cobradores dos ônibus. Confesso que estou triste com o resultado da Campanha Salarial deste ano referente ao PLR. Tivemos que encerrar as negociações no Tribunal Regional do Trabalho (TRT/SP), sem a garantia desta reivindicação, pois fomos alertados pelo Juiz que mediou o impasse de que o Tribunal não julgaria o mérito sobre este tema”, esclareceu Santiago.


Contatos da Auto Escola: (11) 2193-3557/ 2129-6755/ 94006-9019 (whats, respondemos normalmente dentro de instantes).

terça-feira, 26 de setembro de 2017

FTTRESP reúne diretoria e planeja eleição para outubro

A diretoria da FTTRESP (Federação dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários do Estado de São Paulo), filiada à Nova Central reuniu-se na sexta-feira (22/09), na Colônia de Férias da instituição em Praia Grande, e definiram o calendário da eleição para a futura gestão.

José A. Biazon, diretor de finanças Federação informou que o mantado se encerra no dia 31 de dezembro e, por força do Estatuto, o pleito tem que acontecer 60 dias antes do seu término; o edital deverá ser publicado dia 2 de outubro e a partir daí, haverá 5 dias para registro de chapas.

“Vamos fazer tudo com a maior transparência possível e com total respeito aos artigos do Estatuto. Após a posse da nova diretoria, organizaremos um Congresso e deliberaremos pela ampliação da estrutura da Federação e instituiremos alguns departamentos como: o de Assuntos das Mulheres; do assuntos parlamentar;; habitação igualdade racial dentre outras demandas”, esclareceu Biazon.

Com 64 anos de existência, completados segunda-feira (25/09), as ações da FTTRESP com apoio dos 81 sindicatos filiados e uma representação de mais de 1 milhão de trabalhadores (as) do segmento, tem feito história no movimento sindical brasileiro.

“Uma força que se consolidou por um trabalho permanente em defesa dessa relevante categoria profissional, que transporta a economia do Brasil. Hoje, o prestígio desta representação ultrapassou fronteiras, é uma referência como organização sindical, com reconhecimento também nas esferas política e jurídica do País”, disse o presidente da FTTRESP, Valdir de Souza Pestana.

O ex-ministro ministro da articulação política de Lula e presidente da Câmara dos Deputados, Aldo Rebelo fez uma palestra e disse que nos marcos da economia globalizada e com o País em condições mais favoráveis que no passado, temos a missão de iniciar um novo projeto nacional, em três direções e três objetivos:

1) ampliar a soberania nacional com o pleno desenvolvimento econômico, científico, tecnológico e dos meios de defesa do País;

2) elevar a qualidade de vida do povo brasileiro com a redução das desigualdades sociais; proteção da infância e da maternidade, acesso à educação de qualidade, saúde e saneamento básico; combate sem tréguas ao crime organizado e valorização da segurança pública contra o banditismo em todas as suas formas;

3) fortalecer a democracia e a tolerância na convivência entre os brasileiros, com realização de uma reforma política que liberte nosso sistema político do controle de interesses corporativos e oligárquicos e assegure o predomínio dos grandes debates dos temas nacionais na esfera pública. 

sábado, 23 de setembro de 2017

A crise política e o fator militar: com o impeachment, instaurou-se o imprevisíve

Peça 1 – sobre os cenários improváveis. Até a posse de Dilma Rousseff, já havia ocorrido os seguintes fenômenos, que passaram despercebidos dos partidos políticos e dos analistas em geral:

1. A montagem da bancada de Eduardo Cunha e Michel Temer, com recursos obtidos dos cargos públicos que receberam do PT.

2. As ligações entre a Lava Jato, a Procuradoria Geral da República (PGR) e o Departamento de Estado norte-americano.
3. A parceria Mídia-Ministério Público Federal (MPF), criada com a AP 470, do “mensalão”.

4. A parceria mercado-PMDB, em torno da “Ponte para o Futuro”.

5. A entrada de novos militantes de direita nas redes sociais.

Consumado o impeachment, em pouco tempo ocorreram fatos impensáveis, até então:

1. Um golpe jurídico-midiático-parlamentar.

2. A tomada do Legislativo e do Executivo pela pior organização política da história.

3. Em pouquíssimo tempo, a liquidação da engenharia nacional, junto com cadeia do petróleo e gás e os estaleiros implantados no período pela ação da Lava Jato.

4. A destruição das principais multinacionais do país e a criminalização da diplomacia externa.

5. O desmonte do Estado.

6. A tentativa de privatização selvagem.

7. Aumento da repressão em todos os níveis, de mortes de lideranças sociais à caçada aos dissidentes, fossem delegados da PF, jornalistas ou militantes.

8. Avanço da intolerância religiosa e moral em todos os níveis, com partidarização inédita da Justiça e do MPF.

Entrou-se em um novo normal, no qual não é possível mais estimar o fundo do poço. Desde que se implodiu o edifício democrático, com o impeachment, instaurou-se o imprevisível, com um amplo leque de possibilidades.

Em alguns momentos, é possível vislumbrar algum refluxo da intolerância. No momento seguinte, aparecem novas nuvens toldando o horizonte. Mas as razões estruturais permanecem apontando para desfechos pouco otimistas.

Peça 2 – o fator militar

As declarações do general do Exército Antônio Hamilton Martins Mourão, mencionando possibilidade de uma intervenção militar, definiram uma nova etapa, um novo normal em cima do anterior.

Depois das intervenções das Forças Armadas em várias capitais do Nordeste, em Vitória e no Rio de Janeiro, devido à perda de controle dos respectivos governos sobre a segurança interna, se poderia considerar a afirmação apenas uma constatação óbvia.

Disse o general: “Então no presente momento, o que que nós vislumbramos, os Poderes terão que buscar a solução. Se não conseguirem, né?, chegará a hora que nós teremos que impor uma solução. E essa imposição ela não será fácil, ele trará problemas”.

Partindo de um oficial da ativa, ganha outro significado. E os desdobramentos do episódio mostram o novo cenário.

Houve grita da mídia, por uma resposta do governo ao militar. O ministro da Defesa Raul Jungman chegou a anunciar que cobraria providências. Ontem à noite, no programa de Pedro Bial, o chefe do Estado Maior das Forças Armadas, general Villas Boas, declarou em alto e bom som que não haveria punição, que o general falou em ambiente fechado, provocado pelas perguntas etc.

Ali, encerrou-se a fase de subordinação das Forças Armadas ao poder civil. Obedeceu a uma lógica óbvia: como vai punir um companheiro de fardas, que expressou o sentimento do Alto Comando, se o próprio presidente da República é reconhecidamente corrupto e o Congresso Nacional está dominado por um grupo de parlamentares denunciados?

Peça 3 – as características do pensamento militar

Para se avaliar desdobramentos do episódio, é necessário um mergulho, ainda que superficial, no pensamento militar.
Disciplina

Quando o general menciona que, nas Forças Armadas, tudo é organizado e planejado, vale para a estrutura administrativa e vale para a cabeça do militar. O positivismo dos tempos do Império continua entranhado na cultura militar. Tudo tem que ser previsto, calculado, hierarquizado, branco no preto. Por isso mesmo, há uma dificuldade enorme em entender processos sociais ou a balbúrdia inerente aos processos democráticos, ou mesmo os sistemas mais fluidos do mercado.

Anticorrupção

Funcionários públicos costumam se valer de muitas carreiras de Estado como trampolim para o mercado. No caso dos militares, é dedicação para toda vida, com exceção de algumas áreas tecnológicas. Por isso mesmo, a corrupção é o maior inimigo vislumbrado. Aliás, o regime militar entrou na reta final quando foram revelados os escândalos da Capemi, batendo na corporação militar.

O noticiário exaustivo sobre corrupção calou fundo nas Forças Armadas. A Lava Jato é aceita; o Ministério Público Federal, não, em parte devido às suas políticas ambientais e de defesa de direitos humanos. A política tradicional é execrada, mas Lula e o PT também.

Interesse nacional

Para as Forças Armadas, a Amazônia Verde é tema tabu, quase tão relevante quanto a Amazônia Azul, da costa brasileira e do pré-sal. Entendem que grande parte das disputas geopolíticas se dá pelo controle das últimas reservas de matéria prima do planeta. E o Brasil tem que aproveitar seu potencial para fazer valer o Poder nacional.

Sua posição sobre a produção interna estratégica, o mercado interno e as estatais aproxima-se bastante das teses desenvolvimentistas, com o desenvolvimento sendo subordinado a visões sobre segurança nacional.

Peça 4 – vivandeiras e interesses setoriais

Em 1964, ficou famoso o termo “vivandeiras”, para caracterizar os que iam bater à porte dos quartéis, exigindo intervenção militar. Hoje em dia, os apelos provem de uma minoria barulhenta. Mas há um conjunto de fatores que poderá pressionar os militares:

1. Vendeu-se a ideia de que bastaria a saída de Dilma para tudo entrar nos eixos. O choque representado pela entrada de Temer e pela adesão a ele dos baluartes da anticorrupção praticamente exterminaram a credibilidade de todos os partidos políticos. Praticamente a única figura que restou da atual geração política foi Lula, e submetido a ameaças crescentes.

2. Os negócios que estão sendo armados na Eletrobrás e outros setores, a Lei do Teto e o esvaziamento do BNDES são ameaças concretas a diversos setores relevantes da economia. Já caiu a ficha da indústria e comércio que a atual política econômica beneficia exclusivamente o grande capital e as grandes negociatas

3. Os problemas crônicos de segurança pública, que serão agravados pela PEC do Teto. A crise fiscal, que bateu fundo também nas Forças Armadas.

4. A perspectiva de novas eleições com as regras atuais, permitindo a volta de parlamentares denunciados.

5. As ameaças sobre a Amazônia e o pré-sal.

Some-se a isso esses tempos de redes sociais, que estão permitindo a diversos oficiais generais contato direto com a massa made in Twitter. Ou se julgava que, depois do opinionismo desvairado e sem controle de juízes, procuradores, Ministros do Supremo, a corporação militar ficaria de fora. São tão classe média quanto os outros. E, dentro do caos institucional dos demais poderes, como exigir que, em algum momento, os militares não se apresentassem nas discussões?

Peça 5 – a lógica dos regimes de exceção

A lógica dos regimes de exceção é sempre a mesma. Primeiro, a ideia de intervir, limpar a política dos “maus políticos” e devolver o poder aos civis. Depois, o tempo vai passando e decidem ampliar o salvacionismo, prorrogando a intervenção. É questão de tempo para a lógica do poder se impor.

Na hipótese de um reavivamento do poder militar, quais seriam as consequências?
Movimentos sociais – reprimidos, assim como Lula e o petismo.

Direitos humanos – reduzidos, mas provavelmente com a implantação de algumas políticas distributivistas.

Setores estratégicos – revigorados, sob controle direto do Estado, infraestrutura (energia, transportes).

Mercado – restrito às empresas do setor privado, sem nenhuma chance de entrar em infraestrutura e outras áreas críticas. O pensamento militar entende muito melhor modelos como Telebrás, Eletrobrás, Petrobras, do que agências reguladoras, em geral capturadas pelo mercado.

Política econômica – levaria algum tempo para perceber o efeito deletério da política monetária sobre a atividade e o orçamento. Mas o modelo chinês seria de fácil assimilação, especialmente para o raciocínio militar.

Meio ambiente – terceiro plano, assim como as populações indígenas.

Campeões nacionais – estariam de volta, já que as multinacionais brasileiras são vistas, pelo pensamento militar, como extensão do Poder nacional.

Limpeza política – de cambulhada, iria metade da Câmara. Os corruptos serviriam de álibi para decapitar as principais lideranças da oposição.

Mídia - a Globo fecharia o dia criticando o poder militar. Ao primeiro clarim da manhã, os bravos colegas mudariam de opinião, como tropa bem disciplinada. No pós-1964 ainda havia algumas referências liberais civis, como o Jornal do Brasil e o Correio da Manhã. Hoje em dia, não existe mais o chamado caráter editorial. Mudar de um barco para outro seria medida rápida. Em qualquer hipótese acaba o poder desestabilizador da mídia.

Liberdade de expressão – seria suprimida gradativamente, em nome do interesse nacional, assim como liberdade de organização, sindicatos etc.

Geopolítica – sairiam procuradores e juízes alinhados com os EUA e voltariam as políticas diplomáticas soberanas.

Supremo Tribunal Federal – não resistiria ao primeiro toque de clarim.

Peça 6 – os desdobramentos possíveis

No fim do túnel há três possibilidades:

Possibilidade 1 – os militares assumindo o controle do país. Probabilidade baixa.

Possibilidade 2 – alinhados com alguma candidatura bonapartista, com a re-centralização do poder no Executivo (leia, a propósito, o artigo de André Araújo no GGN, “Sem estado forte, outro poder mandará”). Falta identificar o Bonaparte. Bolsonaro atrai o baixo clero militar. Mas é uma ameaça permanente.

Possibilidade 3 – eleições em 2018, com recomposição do centro democrático, e as Forças Armadas retomando seu papel constitucional.

Hipótese difícil. O quadro político está tão fragmentado que, do lado do pessoal do impeachment, não há um interlocutor sequer. E, do lado, das esquerdas, apenas uma liderança, Lula, ameaçada em várias frentes. E as novas forças que surgem, de forma autônoma ou atreladas aos partidos tradicionais, não encontram ainda oxigênio para ganhar dimensão nacional, com as regras políticas enfeixadas nas mãos da geração que não quer ir embora.

De qualquer forma, o jogo político está mais propenso para uma candidatura de confronto, do que de conciliação.


Por: Luis Nassif, no Jornal GGN.

Maioria da população é contra privatização do Bilhete Único e retirada dos cobradores!

Diante da licitação dos transportes coletivos na cidade de São Paulo e do programa de desestatização capitaneado pelo prefeito João Doria, a maioria dos paulistanos é contra a concessão do Bilhete Único para a iniciativa privada e contra a retirada dos cobradores dos ônibus.

É o que aponta a 11ª edição da pesquisa de Mobilidade realizada pela Rede Nossa São Paulo e Ibope Inteligência que ouviu 1603 moradores com idades iguais ou superiores a 16 anos em todas as regiões da cidade entre os dias 27 de agosto e 11 de setembro.

De acordo com os resultados divulgados na manhã de quarta-feira (20/09), 75% dos entrevistados são contrários à retirada de cobradores dos ônibus.  Apenas 19% são favoráveis à medida. Já 61% desaprovam a privatização do Bilhete Único. 31% são favoráveis à medida.

O paulistano, segundo a pesquisa, ainda acredita que o poder público municipal é o principal responsável para melhorar a qualidade dos ônibus. Aumentaram de 41% para 52% os que consideram “melhorar a qualidade do transporte por ônibus” a principal medida a ser adotada pelo poder público para a mobilidade.

Continua alta a aprovação às faixas e corredores de ônibus, mesmo entre os usuários de carro: 7% são favoráveis à implementação ou ampliação de corredores e faixas exclusivas de ônibus – entre os usuários de carro, o percentual é um pouco menor: 82%.

A abertura eventual de ruas para o lazer de pedestres e ciclistas, como acontece na Avenida Paulista, tem o apoio de 74% dos entrevistados – 69% entre usuários de carro.  E 71% são a favor da ampliação e construção de ciclovias e ciclofaixas – entre os usuários de carro, os apoiadores são 67%.

A pior nota para o sistema foi em relação ao risco de assédio sexual nos ônibus: 2,6, de uma escala de 1 a 10.  Os usuários avaliam como principais problemas dos ônibus municipais a lotação (23%), o preço da tarifa (20%), a segurança com relação a furtos e roubos (11%), a frequência do ônibus (9%), a segurança com relação ao assédio e a pontualidade dos ônibus (ambos com 7% das citações).

Confira alguns dos principais resultados:

O nível de satisfação com aspectos e áreas dos serviços de locomoção em São Paulo piorou em todos os itens, contrariando uma tendência de melhora que vinha sendo registrada desde 2008. A pior nota ficou para “situação do trânsito na cidade”, que caiu 3,2 para 2,7.

Faixas de pedestres: para 42% dos paulistanos, elas estão sendo menos respeitadas, enquanto que, para 23% as faixas têm sido mais respeitadas.

O meio de transporte de uso mais frequente é o ônibus municipal, em primeiro lugar com 47%, seguido do carro (22%), metrô (13%), a pé (8%), trem (4%), transporte particular (Uber, 99 etc.) (2%), ônibus fretado ou intermunicipal (1%), motocicleta (1%) e bicicleta (1%).  A freqüência de utilização dos ônibus municipais é alta: 39% o utilizam 5 ou mais dias por semana. São 8% os paulistanos que afirmam nunca utilizar ônibus municipal.

A adesão ao ônibus como meio de transporte mais frequente não significa aprovação dos serviços. Todos os itens avaliados nos ônibus municipais pela pesquisa ficaram abaixo da média em uma escala de 1 (péssimo) a 10 (ótimo), com notas que variam de 2,6 (para segurança com relação a assédio sexual) a 4,1 (tempo de duração da viagem). 

Os usuários avaliam como principais problemas dos ônibus municipais a lotação (23%), o preço da tarifa (20%), a segurança com relação a furtos e roubos (11%), a frequência do ônibus (9%), a segurança com relação ao assédio e a pontualidade dos ônibus (ambos com 7% das citações).
Segurança é também o principal entrave à adesão da bicicleta:  58% sentem-se pouco ou nada seguros ao utilizar as ciclovias ou ciclofaixas de São Paulo e 33% nunca utilizaram esses espaços. Entre os principais aspectos que mais afetam a vontade de usar as ciclovias e ciclofaixas estão os roubos e furtos e o desrespeito dos motoristas (31% e 20%, respectivamente, sempre considerando a soma das menções).

O percentual de usuários de ônibus poderia ser ainda maior se o transporte público fosse de melhor qualidade.  80% dos paulistanos “com certeza” ou “provavelmente” deixariam de utilizar o carro se tivessem “melhor alternativa de transporte“. O número supera o da pesquisa anterior, que estava em 74%. Os que “não deixariam” de usar o carro mesmo com uma boa alternativa de transporte caíram de 18% para 9%.

Aumentou de 41% para 52% os que consideram “melhorar a qualidade do transporte por ônibus” a principal medida a ser adotada pelo poder público para a mobilidade.

87% são favoráveis à implementação ou ampliação de corredores e faixas exclusivas de ônibus – entre os usuários de carro, o percentual é um pouco menor: 82%. A abertura eventual de ruas para o lazer de pedestres e ciclistas, como acontece na Avenida Paulista, tem o apoio de 74% dos entrevistados – 69% entre usuários de carro.  E 71% são a favor da ampliação e construção de ciclovias e ciclofaixas – entre os usuários de carro, os apoiadores são 67%.

Houve ligeira queda na posse do automóvel: 56% afirmam ter carro em casa – 4% abaixo do registrado nos últimos anos. A mudança é mais acentuada nas faixas mais baixas de renda familiar mensal: entre os que recebem até 2 salários mínimos, o percentual passou de 43% para 30%; entre 2 e 5 salários mínimos, de 69% para 61%. Em contrapartida, a posse de automóvel entre aqueles com renda familiar mensal acima de 5 salários mínimos se manteve estável em relação a 2016 (eram 86% e hoje são 87%).

Sobre a tarifa do transporte público: 52% afirmam que “sempre” ou “às vezes” deixam de visitar amigos ou familiares que moram em outros bairros por conta do preço da passagem; mesmo percentual afirma que deixa de ir a parques, cinemas e outras atividades de lazer; 42% não fazem consultas médicas e exames e 28% deixam de ir à escola ou universidade. 

A economia proporcionada pelo Bilhete Único é, no entanto, a principal razão de uso (23%) entre quem utiliza o ônibus pelo menos uma vez por semana. Em seguida, tem-se ‘a melhor alternativa pra o trajeto que precisa fazer’ (18%), ‘por não possuir carro’ (17%) e, em outro patamar, ‘por causa dos corredores e faixas exclusivas’ (9%). 

Entre os que não utilizam ônibus municipal ou usam com frequência menor do que 2 dias por semana, o motivo mais importante para isso é: 20% usam o carro, 11% alegam que o trajeto do ônibus é muito demorado, 10% que não precisam usar ônibus, mesmo parcela de entrevistados diz que os ônibus são muito lotados e 9% consideram que outro tipo de transporte é mais rápido.

75% dos entrevistados são contrários à retirada de cobradores dos ônibus. Apenas 19% são favoráveis à medida. 61% desaprovam a privatização do Bilhete Único. 31% são favoráveis à medida.

Dados adicionais:

Com relação a tempo de deslocamento, a troca do carro pelo ônibus não o afeta significativamente.  O tempo médio gasto no trânsito para realizar todos os deslocamentos diários ficou em 2h53. No ano passado, eram 2h58. Entre quem usa carro todos ou quase todos os dias, o tempo médio ficou em 3h09. Entre quem utiliza transporte público, 3h12.

Também não há diferenças significativas entre usuários de ônibus e de automóvel no tempo médio diário de deslocamento para a atividade principal.  A média ficou em 2h00. No ano passado, era 2h01. Em 2017, 34% dos paulistanos gastam entre 1 e 2 horas para ir e voltar do trabalho ou escola. Entre os que usam carro todos ou quase todos os dias, a média ficou em 2h02. Entre os usuários de transporte público, 2h11. Destaca-se que 17% dos entrevistados afirmaram que estudam ou trabalham em casa ou não precisam sair de casa.

45% dizem que o tempo médio de espera no ponto de ônibus varia de mais de 5 a 15 minutos, enquanto 35% declaram que esperam mais de15 a 30 minutos e11%, mais de 30 a 45 minutos.

Percepção sobre o serviço público de ônibus em relação ao ano passado: 52% avaliam que a lotação aumentou, 40% afirmam que o tempo de espera está maior e 39% que o tempo da viagem está maior. Com relação ao conforto, 31% consideram que ele diminuiu no último ano.

Percepção sobre o corte de linhas de ônibus: 41% afirmam que não houve cortes, 38% dizem que houve;; e 21% não sabem ou preferem não opinar a respeito.

Uso do automóvel: 36% afirmam utilizá-lo “todos os dias” ou “quase todos os dias”, seja dirigindo ou de carona/táxi/aplicativos (como Uber, Cabify, EasyTaxi e 99); 36%, “de vez em quando”; 17%, “raramente”. 11% não o utilizam.

A frequência do uso do automóvel nos últimos 12 meses que quase 4 em cada 10 entrevistados (38%) dizem que usam o carro com “menor frequência”; parcela semelhante diz usar com “frequência igual”; e cerca de 2 em cada 10 (22%) usam o automóvel com “maior frequência”.

Aumento das velocidades máximas nas marginais: 56% são favoráveis, enquanto 38% são contra. No entanto, 40% acreditam que a medida contribui muito para os acidentes de trânsito envolvendo motoristas e motociclistas; 37%, para os atropelamentos de pedestres e ciclistas; e outros 37%, para as mortes no trânsito.

Poluição: 59% dos entrevistados afirmam que tiveram problemas de saúde (ou alguém da sua casa) relacionados à poluição do ar. No ano passado, eram 64%.


“Saúde” continua em primeiro lugar desde 2008 como a “área mais problemática da cidade“, com 71% de menções (um aumento em relação ao ano passado, que contabilizou 58% do total menções). Em segundo lugar, “segurança pública” tem 45% das menções, “educação” (44%), “desemprego” (42%) e, em outro patamar, “transporte coletivo” (24%) e “trânsito” (17%).

sexta-feira, 22 de setembro de 2017

Viúva de trabalhador contaminado com amianto receberá reparação de r$ 300 mil

A Eternit S.A. terá de pagar R$ 300 mil à viúva de um trabalhador que desenvolveu asbestose, doença pulmonar causada pela respiração do pó do amianto diagnosticada três meses antes de sua morte, por acidente automobilístico. A Terceira Turma do Tribunal Superior do Trabalho rejeitou agravo da empresa contra a condenação, diante da prova do dano, do nexo causal e do descumprimento de normas de saúde e segurança no trabalho.

A viúva tentava receber indenização atribuindo à Eternit a responsabilidade pela doença do ex-marido, que trabalhou na empresa por 35 anos e, segundo ela, não recebia equipamentos de proteção adequado, embora estivesse sempre em contato com amianto. Conforme seu relato, ao preparar massa para telhas e caixas d’água e operar guindaste, o pó o cobria todo e entrava nos olhos e boca.

O juízo da 15ª Vara do Trabalho de São Paulo (SP), ao condenar a empresa, levou em conta, entre outras provas, que o trabalhador foi acompanhado pela Fundacentro por 11 anos e teve a doença confirmada em 2007. Outro documento que fundamentou a sentença foi um relatório do Ministério do Trabalho que atestava a existência de amianto no local de trabalho em quantidade acima do limite legal. A condenação foi mantida pelo Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região (SP).

No agravo pelo qual tentava trazer a discussão ao TST, a Eternit sustentou que não foram comprovados o nexo de causalidade e sua culpa pela doença. Mas o relator, ministro Alberto Bresciani, observou que, segundo o TRT, a empresa descumpriu as normas de saúde e segurança no trabalho, o que configura culpa, e que o TST não reexamina fatos e provas, por força da Súmula 126.

Bresciani assinalou que, cientes dos riscos do amianto à saúde do trabalhador e ao meio ambiente, 60 países já baniram seu uso e, no Brasil, tramitam várias ações a respeito da matéria. Em julgamento recente, o Supremo Tribunal Federal (STF) já decidiu pela constitucionalidade de leis estaduais que proíbem a sua fabricação e comercialização. Segundo o relator, hoje há consenso sobre a natureza cancerígena do mineral e sobre a inviabilidade de seu uso de forma segura, sendo esse o entendimento oficial dos órgãos nacionais e internacionais sobre o tema.

Por fim, lembrou que o Brasil é signatário da Convenção 162 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), promulgada no Decreto 126/1991, que trata da utilização do amianto com segurança. Por unanimidade, a Turma negou provimento ao agravo, inclusive quanto ao valor da indenização.


Fonte: Tribunal Superior do Trabalho - Processo: AIRR-272300-37.2009.5.02.0015

quarta-feira, 20 de setembro de 2017

STERIIISP garante aumento acima da inflação nos salários e benefícios

Na última reunião de negociação da Campanha Salarial – 2017, realizada na quarta-feira (20/09) na sede do Sindicato das Empresas de Limpeza Urbana de São Paulo (SELUR) os empresários manteve o reajuste nos salário de 2%, índice acima do INPC que é 1,73%; 5% nos benefícios; homologações no sindicato laboral e manutenção das demais cláusulas pré-existente na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT).

O presidente do STERIIISP, José Alves do Couto Filho (Toré) lembra que na reunião anterior eles haviam oferecido 2% de aumento salarial e 3% nos benefícios. “Na ocasião dissemos que não defenderíamos esta proposta, reivindicamos, principalmente, melhorias nos convênios médico e odontológico e uma nova proposta de reajuste. Em parte fomos atendidos”, afirmou.

Na avaliação dos representantes dos trabalhadores (as), que participaram intensamente das assembleias nos locais de trabalho e acompanharam atentamente às reuniões, o acordo celebrado será bem aceito e servirá de parâmetro para negociações futuras.

De acordo com Toré, as incertezas conjunturais do País, o processo de licitação no setor de varrição e as constantes alterações feitas pela Prefeitura Municipal de São Paulo (PMSP) nos contratos de prestação de serviços, foram utilizados como obstáculos para não atender as reivindicações, só que a determinação e a mobilização na base, garantiu o êxito alcançado.


“Nos antecipamos aos efeitos nefastos da Lei 13.467/2017 que alterou significativamente a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Com a novidade do negociado prevalecer sobre o legislado é preciso que se garanta nas Convenções e Acordos Coletivos todas às cláusulas sócias, econômica e sindicais, para que o trabalhador (a) não fique desprotegido”, relatou Dr. Arnaldo Dantas, negociador e advogado do STERIIISP.

terça-feira, 19 de setembro de 2017

Diretoria do STERIIISP comparece na audiência pública da limpeza urbana e varrição

A Prefeitura Municipal de São Paulo (PMSP) apresentou na terça-feira (19/09), a partir das 10h00 no Auditório do Sindicato dos Engenheiros no Estado de São Paulo – SEESP o edital de licitação para contratação de empresas responsáveis pela limpeza urbana e varrição pública da cidade. O contrato atual, estimado em R$ 90 milhões, vence em 14 de dezembro, e é realizado pelas empresas Soma e Inova.

Preocupados com os empregos e direitos trabalhistas dos trabalhadores (as) destas empresas, é que a diretoria do Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Rodoviário e Setor Diferenciado – SP (STERIIISP) compareceram no evento e apresentaram sugestões para que sejam incluídas no edital licitatório garantias para a categoria.

O presidente do STERIIISP, José Alves do Couto Filho (Toré) disse que o clima de insegurança entre os funcionários (as) nestas empresas tem tirado o sono de muitos. Por esta razão é que o sindicato quer saber como será feito o aproveitamento da mão de obra especializada existente; o tipo de modalidade da licitação e que nas planilhas de custos das empresas vencedoras conste o cumprimento da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) que está em fase de negociação com o setor patronal.

“Estamos em plena Campanha Salarial e, em todas as reuniões de negociações já ocorridas, os patrões expõem o tema e reclamam da diminuição dos valores nos atuais e futuros contratos de prestação de serviços, fatores estes que podem protelar a assinatura da Convenção Coletiva de Trabalho e provocar um confronto desnecessário e indesejável”, alerta Toré.

Segundo informações da  prefeitura, o novo contrato prevê a varrição manual e mecanizada, capinação, lavagem, pintura do meio-fio, coleta de resíduos, entre outros. As áreas a serem mantidas limpas são as guias, sarjetas, monumentos públicos, Ecopontos, Pátios de Compostagem, calçadões, calçadas (com grande fluxo de pessoas), passarelas, passagens subterrâneas, escadarias, passeios públicos de áreas comerciais, túneis, pontes, viadutos, faixas de serviço, pontos e abrigos de ônibus, postes e outros itens do mobiliário urbano nos passeios públicos.

A licitação será realizada na modalidade de concorrência pública e a cidade será dividida em dois lotes: Noroeste e Sudeste. O primeiro lote compreende as Prefeituras Regionais do Butantã, Casa Verde/Cachoeirinha, Freguesia/Brasilândia, Jaçanã/Tremembé, Lapa, Mooca, Penha, Perus, Pinheiros, Pirituba/Jaraguá, Santana/Tucuruvi, Sé e Vila Maria/Vila Guilherme.

Já o segundo lote contempla as Prefeituras Aricanduva/Formosa, Campo Limpo, Capela do Socorro, Cidade Ademar, Cidade Tiradentes, Ermelino Matarazzo, Guaianases, Ipiranga, Itaim Paulista, Itaquera, Jabaquara, M'Boi Mirim, Parelheiros, Santo Amaro, São Matheus, São Miguel, Sapopemba, Vila Mariana e Vila Prudente.


 Os valores estimados pela AMLURB (Autoridade Municipal de Limpeza Urbana) são de R$ 1,5 bilhão para o Lote 1 no prazo de 36 meses  de R$ 1,6 bilhão para o Lote 2 no mesmo prazo de concessão.