A Federação dos
Trabalhadores em Transportes no Estado de São Paulo (FTTRESP) organizou na
sexta-feira (25/08), na sede da Associação dos Advogados de São Paulo (AASP) o “Seminário
Jurídico: Relações Trabalhistas no Setor de Transporte de Cargas” que debateu
os impactos da Lei 13.467/2017 que alterou a CLT – Consolidação das Leis do
Trabalho – e retirou direitos sociais dos trabalhadores (as).
O presidente do Sindicato
dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários e Setor Diferenciado de SP
(STERIIISP), José Alves do Couto Filho (Toré) acompanhado de alguns diretores
(as), atentamente, ouviram as palestras feitas pelo Ministro do Tribunal Superior
do Trabalho (TST), Augusto Cesar Leite de Carvalho; pela Desembargadora do TRT
da 15ª Região, Teresa Aparecida Asta Gemignanai e pelo Desembargador do TRT da
2ª Região, Davi Furtado Meirelles.
“A nova legislação com vigência a partir de
novembro retira direitos dos trabalhadores (as), abandona a tutela de direitos
sociais e trabalhistas, deixa de assumir valores tratados em convenções
internacionais e, a Constituição Federal, não será mais a centelha de progresso
para atingirmos o patamar civilizatório. A proteção passará da legislação para
os contratos coletivos de trabalho", afirmou o ministro Augusto César.
Para o ministro, a reforma
trabalhista, abandona o princípio da proteção social e, por ser estrutural, altera
substancialmente o direito do trabalho e transfere primeiramente da
constituição para a lei os preceitos de justiça trabalhista, passando-os em
seguida para o contrato coletivo e até para regulamento das empresas.
David Furtado, disse que os
instrumentos normativos "não trazem segurança jurídica, ainda mais agora
com a reforma trabalhista. Sob o manto da modernidade, da prevalência do
negociado sobre o legislado, impõem perdas aos trabalhadores (as). Nem os
militares ousaram eliminar o sagrado princípio da proteção do
trabalhador", disse.
Segundo Toré, ciente dos
percalços das novas regras trabalhista é que a diretoria do STERIIISP fez uma
cartilha sobre o tema e têm realizado assembleias nos locais de trabalho nas
empresas da Limpeza Urbana em Campanha Salarial, para esclarecer os principais
pontos da Lei e decifrar um texto repleto de interrogações e carente de
simplicidade.
“Organizaremos a resistência
e o enfrentamento às constantes ameaças de perda de direitos. Lutaremos contra
os artigos desta Lei que só beneficia os empresários em detrimento da imensa
maioria da população brasileira. Não perderemos o foco nas negociações e não
aceitaremos retrocessos e muito menos choradeira dos patrões”, garante Toré.
Na visão de especialistas, sete
eixos orientam a Lei 13.467:
1) Deter os excessos do Poder Judiciário
trabalhista;
2) reduzir o brutal volume de ações;
3) recuperar, para o cidadão
empregado, a plena capacidade de exercer direitos e assumir responsabilidades;
4) valorizar as negociações coletivas e protegê-las contra ataques do
Ministério Público do Trabalho;
5) incentivar o diálogo entre patrões e
empregados;
6) democratizar a estrutura sindical;
e 7) acelerar o processo do
trabalho.
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