Os argumentos do governo de
que a reforma Trabalhista seria boa para os trabalhadores e geraria empregos
não convenceu a população em nenhuma região do Brasil, independentemente do
gênero, renda, escolaridade ou faixa etária.
Para 57% dos brasileiros, o
desmonte da CLT só é bom para os patrões. Outros 72% afirmam que o desemprego
vai aumentar e 14% que vai continuar como está, ou seja, batendo recordes
negativos – de acordo com a última pesquisa do IBGE, já são mais de 13,5
milhões de desempregados no país.
De um universo de 1.999
entrevistados na última rodada da CUT-Vox Populi, apenas 3% consideram a
reforma boa para os empregados. Outros 15% acham que não é boa para ninguém,
12% que é boa para ambos e 14% não souberam ou não quiseram responder.
A maior rejeição à reforma
Trabalhista de Temer, que altera mais de cem pontos da CLT e deve entrar em
vigor em novembro, foi constatada no Nordeste. Para 63% dos nordestinos, a nova
lei vai beneficiar apenas os patrões. Entre os homens, o índice chega a 58%.
Houve empate, entre os adultos, pessoas com ensino superior e que ganham até
dois salários mínimos, houve empate: 59%,
Para o presidente da CUT,
Vagner Freitas, os percentuais de reprovação só não ultrapassaram os 90% porque
os trabalhadores ainda não sabem que, com as novas regras, Temer
institucionalizou o bico, acabou com a carteira assinada e deu segurança
jurídica para os patrões fazerem o que bem entenderem.
“O governo e o Congresso
Nacional esconderam dos trabalhadores que a reforma acaba com garantias
incluídas na CLT. Disseram apenas que geraria empregos. O que não é verdade.
Não disseram, por exemplo, que os empregos decentes serão substituídos por
empregos precários, com salários mais baixos e sem benefícios, entre tantas
outras desgraças previstas na nova lei trabalhista”, argumenta Vagner.
Negociar
sozinho
A pesquisa CUT/Vox Populi
quis saber a opinião dos trabalhadores sobre um item da reforma que prevê a
negociação individual entre patrão e empregado, sem a participação do
sindicato, de itens como, jornada, salários, férias e até demissão.
Entre ruim (60%) e regular
(7%), a mudança que prevê essa negociação entre desiguais foi reprovada por 67%
dos entrevistados. Outros 13% consideraram a mudança ótima ou boa e 11% não
souberam ou não quiseram responder.
As piores avaliações sobre a
negociação individual foram feitas no Nordeste (63%), pelas mulheres (62%),
entre os adultos (62%), quem tem até o ensino fundamental e o superior, ambos
com 60% de reprovação à mudança; e até 2 salário mínimo (62%).
Grávidas
em ambientes insalubres
A liberação do trabalho de
mulheres grávidas em ambientes insalubres, desde que apresentem atestado
médico, outra medida da nova lei trabalhista, foi considerada boa para os
patrões por 51% dos entrevistados. Só 6% consideram a medida boa para as
trabalhadoras; 11% acham que será bom para ambos; 18% dizem que não será bom
para ninguém; e 14% não souberam ou não quiseram responder.
Os trabalhadores do
Nordeste, mais uma vez, são os mais críticos à medida: 58% acham que a nova
regra será boa para os patrões, 8% para os empregados e 11% para ninguém. É o
que pensam também 51% dos homens, 50% das mulheres, 52% dos adultos, 50% dos
que estudarem até o ensino fundamental, 52% ensino médio e 51% ensino superior.
A maior rejeição é entre os que ganham até 5 salários mínimos, 54% acham que a
medida vai beneficiar os patrões.
A pesquisa CUT/Vox Populi,
realizada nos dias 29 e 31 de julho, entrevistou 1999 pessoas com mais de 16
anos, em 118 municípios, em áreas urbanas e rurais de todos os estados e do
Distrito Federal, em capitais, regiões metropolitanas e no interior.
A margem de erro é de 2,2 %,
estimada em um intervalo de confiança de 95%.
Por: Agência
Brasil
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