Em 2017, os trabalhadores
(as) brasileiros não tiveram motivos para comemorar o 1º de Maio (Dia do
Trabalhador), por ter sofrido um ataque sem precedentes em seus direitos
trabalhistas com a aprovação do Projeto de Lei (PL 6787/2016), que impôs mais
de 100 modificações na CLT – Consolidação das Leis do Trabalho.
Na prática estas medidas
significam retrocessos no Direito do Trabalho; o aumento de todas as formas de
desemprego e queda de rendimentos reais dos salários e acirrará cada vez mais
os ânimos na relação Capital e Trabalho. O movimento sindical está na ofensiva e
continuará firme na luta contra os abusos do governo Temer e seus aliados no
Congresso Nacional.
O momento requer um profundo
trabalho de conscientização de base. É necessário e urgente, chamar a atenção
da sociedade em geral, para a real situação do País e denunciar o conteúdo
nefasto da política pública adotada pelo Governo Federal, que já mostrou de que
lado está e para quem governa.
A Greve Geral de 28 de abril
foi um sucesso, mesmo a mídia não divulgando, a adesão foi de mais de 30
milhões de trabalhadores (as). Na avaliação das centrais sindicais, foi a maior
manifestação dos últimos 30 anos. As incertezas são muitas e ninguém sabe aonde
chegaremos com este desgoverno instalado em Brasília.
Nossos adversários apostavam
na letargia, que infelizmente, por um período atingiu o mundo sindical. Pela falta
de informação nos locais de trabalho e hegemonia entre as centrais, sobraram
dois caminhos a ser percorridos: deixar quer o Congresso decidir tudo sem
questionamentos e/ou unir forças e esclarecer a sociedade e os trabalhadores
(as) dos riscos que os direitos sociais, trabalhistas e previdenciários correm
com aprovação das reformas.
Mesmo que no primeiro
momento eles vençam, não devemos aceitar a derrota passivamente. Organizar uma
reação nacional, resistir e não aceitar as mudanças prejudiciais aos direitos e
interesses imediatos e históricos da classe trabalhadora, deixou de ser uma
necessidade e se tornou uma obrigação, de todos que se reivindicam defensor dos
mais vulneráveis e desprotegidos deste regime capitalista.
A população precisa ser
preparada para não aceitar mais o princípio de que não vale a pena lutar contra
os poderosos. O conflito de interesses se dá porque as leis do desenvolvimento
capitalista são simples: maximizar a expansão, os lucros e o aumento do capital
em detrimento do ser humano, que segundo o historiador Eric Hobsbawn – “Os
seres humanos não foram criados para o capitalismo”.
Não podemos nos iludir com
os discursos bem elaborados dos políticos, eles estão comprometidos com o
processo de globalização, que por sua vez, obriga as empresas a adotar maior
flexibilidade no que se refere à mão de obra e transforma a insegurança do emprego
em estratégia para aumentar os lucros. Por esta razão alardeiam que é preciso
fazer reformas urgentes.
No 1º de Maio de 2017 não
tivemos motivos para comemorar, mas tivemos o orgulho de comentar o grau de
solidariedade e êxito que obtivemos com a Greve Geral. Mostramos que o
sindicalismo é uma das forças sociais relevantes de nossa sociedade. Que as
conquistas das primeiras greves do começo do século XX estão ligadas à
construção de patamares mínimos de dignidade das pessoas, de um projeto de
desenvolvimento nacional e da luta por democracia e liberdade.
Por:
Nailton Francisco de Souza, diretor Nacional de Comunicação da Nova Central.
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