O presidente Michel Temer (PMDB) e parcela
significativa de parlamentares do Congresso Nacional, atolados até os pescoços
em denúncias de corrupção, não reúnem condições moral e política para
prosseguir com as reformas que eles alardeiam como necessárias para retirar o
Brasil da crise.
Desde que foi delatado na Procuradoria Geral
da República (PGR) por Joesley Batista do grupo JBS, Temer perdeu completamente
as condições necessárias para governar o País. Na corda bamba, tenta-se manter no
cargo para fazer o desmonte em legislações exigidas pelos empresários.
Assim que foi efetivado na Presidência da
República, após uma suspeita destituição de Dilma Rousseff, o jornal Folha de
São Paulo divulgou trechos de uma gravação entre os senadores Romero Jucá,
Renan Calheiros e o ex-presidente José Sarney, que deixou claro os métodos e os
objetivos para aprovar o impeachment da ex-presidenta eleita democraticamente
por 54,5 milhões de votos.
Com a popularidade rastejante, submerso no
mar de lama da corrupção e acuado em sua redoma no Palácio do Planalto, o
Governo Federal se movimenta para acelerar as reformas da Previdência e
Trabalhista ao mesmo tempo em que planeja enfraquecer as investigações contra
si e seus aliados.
Aos poucos, a Operação Lava Jato perde força com
corte de verba para a Polícia Federal (PF) e redução da equipe responsável em
investigar corruptos. A mudança do Ministro da Justiça visa claramente
interferir nas investigações e reduzir a independência da PF nas ações de
combate aos crimes praticados por políticos e importantes empresários.
Liderados pelas Centrais Sindicais, os
trabalhadores (as) ganham as ruas contra o desgoverno, que para atender interesses
do Mercado e do capital Nacional e Internacional compactuam para aprovar e
modificar leis que protegem a sociedade e a classe trabalhadora da ganância do
sistema capitalista e da Globalização Econômica.
A histórica e conflituosa relação Capital e
Trabalho são comparados pela CNI – Confederação Nacional da Indústria, como um
jogo que precisa ser vencido por eles. Em nome da falsa preocupação com o
crescimento econômico e geração de empregos, esta instituição age livremente
nos bastidores do Planalto, no Senado Federal e Câmara dos Deputados para aprovar
suas propostas.
Em abril de 2016 ela entregou ao presidente
Temer um conjunto de propostas voltadas ao desmonte da CLT – Consolidação das
Leis do Trabalho e, desde então, acompanham, pressionam e direcionam, diga-se
de passagem, com muito êxito, as votações no Congresso. Dos 36 itens apresentados
como prioridade para sair da crise, quatro já foram concluídos; vinte estão em
evolução e doze ainda não evoluíram.
Recentemente, durante a votação da reforma
Trabalhista, das 850 emendas apresentadas na Comissão Especial da Câmara, 292
(34,3%) foram escritas por lobistas empresariais grandes doadores de campanhas eleitorais;
153 (52,4%) foram prontamente aceitas pelo relator e incorporadas ao texto
enviado para apreciação e aprovação dos senadores.
As entidades patronais que entregaram emendas
prontas foram: CNT – Confederação Nacional do Transporte; NTC&Logística –
Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística; CNF – Confederação Nacional
das Instituições Financeiras e a CNI.
Nesta arena, o Movimento Sindical reconhece a
força de seus inimigos e adversários de classe, por isso mesmo, não medirá esforços
para combatê-los e derrota-los. Depois do vitorioso ato (Ocupe Brasília) que
reuniu 200 mil pessoas dia 24 de maio, as centrais já planejam nova Greve Geral
para junho, com as palavras de ordem: Fora Temer e suas reformas e Eleição
Geral Já!
Por: Nailton Francisco de Souza, Diretor
Nacional de Comunicação da Nova Central.
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