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No Brasil, a atuação do
Governo Federal no combate ao Covid-19 tem sido recheada de erros, omissões e
irresponsabilidades. Falta senso de solidariedade, falta embasamento
científico, falta absorção das melhores práticas internacionais, falta
eficiência na tomada de decisões e rapidez na implementação de políticas
públicas.
Estamos em uma histórica
crise econômica e social que massacra cada vez mais o povo brasileiro,
principalmente os mais pobre e a classe trabalhadora. Dados
divulgados pela Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílios (PNAD), em 19 de
novembro de 2019, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE),
apontou que 1 em cada 4 jovens entre 18 e 24 anos de idade encontra-se
desempregado - 25% da população desta faixa etária.
No primeiro trimestre de
2020, na esteira das políticas de austeridade e de desregulação das relações de
trabalho e emprego, que a gestão do Ministro da Economia adotou, o IBGE
divulgou em 31 de abril que o desemprego no Brasil chega ao patamar de 12,2%,
ou seja, quase 13 milhões de brasileiros desempregados.
A receita predileta do
presidente Bolsonaro e Paulo Guedes é a de é preciso sacrificar direitos para
garantir empregos, por isso, apresentaram a Medida Provisória 905 - MP
905/2019, que realizava um novo e mais sangrento ataque aos direitos
trabalhistas ao instituir a carteira verde e amarela, para restringir direitos
dos trabalhadores (as), como acesso aos 40% de multa referente a FGTS na
dispensa sem justa causa, ao mesmo tempo que garantia privilégios aos
empregadores na celebração dos contratos.
Na opinião de Cilene Victor
da Silva, jornalista, professora universitária, consultora e comentarista de
televisão brasileira, é preciso discutir esta questão a partir de várias
perspectivas, campos científicos, realidades sociais, aqui e em outras partes
do mundo. Pois segundo ela, após sairmos desta triste situação, “milhões de
pessoas se somarão com as que já sofrem em silêncio e na invisibilidade”,
devido ofensiva do capitalismo de mercado e a ganância do capital especulativo.
“Tenho tentado conscientizar
meus amigos pesquisadores e jornalistas a não usarem expressões como ‘os aspectos
positivos do coronavírus’ ou ‘estamos aprendendo com essa pandemia’. Estudo e
trabalho com desastres e tragédias há mais de duas décadas, sabemos que as
comoções são fugazes, que a solidariedade e a empatia são tão necessárias e
bem-vindas, mas raramente elas garantem mudança nos cenários que as demandaram”,
diz a jornalista.
Lembra que muitas pessoas
aprendem que as tragédias começam para uma família, uma comunidade, um país,
quando "a última emissora de TV desliga as câmeras e se retira de
cena". E que o futuro de uma tragédia é a “perpetuação de um passado”. Na
qual milhões de pessoas “seguirão sofrendo em silêncio, ou melhor, na
invisibilidade”, por serem condenadas historicamente a essa situação.
“Então, com todo respeito
aos meus pares, não podemos deixar de discutir o futuro, concordo com vocês,
mas temos um presente que ainda vai se estender por muito tempo, até porque ele
se confunde com o passado, quando fingimos desconhecer as estatísticas e os
seus rostos. O passado segue definindo quem vai sofrer mais”, alerta Cilene.
O mais correto nesse momento
seria o governo Bolsonaro garantir a renda dos trabalhadores (as), para que a economia não trave no
período de quarentena e para que, passado esse período, a retomada das
atividades produtivas possa se dar da maneira mais rápida possível. No entanto, insiste em fazer o contrário ao retirar renda, reduz salários e direitos e coloca em risco
toda a economia do País.
Por:
Nailton Francisco de Souza (Porreta), diretor Executivo do SindMotoristas – SP
e Secretário Nacional de Comunicação da Nova Central Sindical de Trabalhadores.
Parabéns pela reflexão lúcida
ResponderExcluirParabéns pela reflexão lúcida
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