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sexta-feira, 9 de junho de 2017

Justiça abre caminho para acabar posto de trabalho de cobrador de ônibus

Os cerca de 20 mil cobradores (as) de ônibus da capital foram surpreendidos, terça-feira (09) com decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ) que considerou inconstitucional lei de novembro de 2001 que obrigava a prefeitura paulistana a manter cobradores (as) nos ônibus da cidade. O Sindicato dos Motoristas – SP (SINDMOTORISTAS) deve recorrer desta decisão.

Aprovada pelos vereadores, a lei de 2001, de acordo com a decisão do TJ, invadiu esfera da gestão administrativa, em desrespeito à Constituição estadual. Ou seja, só poderia ser aprovada por iniciativa do chefe do Poder Executivo.

De acordo com o presidente do sindicato, José Valdevan de Jesus (Noventa), este ano a entidade travou uma difícil negociação salarial. E que foram mais de 90 dias de Campanha Salarial, encerrada por intervenção do Tribunal Regional do Trabalho – 2ª Região e, esta questão, foi debatida exaustivamente com a Secretaria Municipal de Transportes (SMT) que aceitou assinar “Termo de Compromisso” de que no processo de licitação das linhas o emprego destes profissionais será mantido.

Reconheceu que o reajuste salarial foi o possível, e razoável, diante dos efeitos  da crise do sistema de transporte público, que acumula uma dívida R$ 320 milhões da Prefeitura com as empresas, que com isso justificou não conceder a Participação nos Lucros e/ou Resultados (PLR).

“Recordo-me que com apenas três meses no cargo, o prefeito João Doria (PSDB) prometeu retirar os cobradores (as) de todos os ônibus até o final de seu mandato. De imediato mobilizamos os trabalhadores (as) e mandamos o recado para ele, que se viesse com este propósito iríamos resistir e paralisaríamos o transporte. Depois de algumas reuniões, o secretário dos Transportes Sérgio Avelleda se comprometeu em não acabar com os postos de trabalho”, afirma Valdevan.

Ele reconheceu que teve decepção de muitos  trabalhadores (as) com o resultado final, muitos inclusive, por não terem assimilado que as negociações seriam afetadas pela conjuntura econômica e política do País, que por sua vez, causou um efeito “dominó” que atingiu as empresas de ônibus do município que disseram está funcionando aos “trancos e barrancos” e, por consequência, prejudicou as negociações.


“Apesar de todos os percalços, a direção do sindicato, os delegados, cipeiros, os membros da Comissão de Negociação e os militantes se empenharam e pautaram as negociações pela responsabilidade e pelo bom senso para fazer a leitura certa dos acontecimentos. Às vezes, dar um passo pra trás para, num futuro próximo, dar dois pra frente, pode significar uma decisão prudente e inteligente”, avalia Noventa.

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