Alianças
de classes e outros expedientes políticos tradicionais que se apoiavam na farsa
ideia de que os interesses das grandes empresas nacionais e dos seus
proprietários capitalistas poderiam representar, de algum modo, a possibilidade
de melhoria do padrão de vida da população em seus respectivos Estados
nacionais, não se concretizaram com a globalização econômica.
Por
intermédio dos governos e das políticas econômicas neoliberais, os salários
diretos e indiretos são reduzidos. A produção de capital aumenta e, junto com
ela, o desemprego dos trabalhadores (as). A acumulação primitiva é ressuscitada
e travestida de modernidade. Os mercados se expandem e, junto com eles, as dividas
públicas e privadas. Os juros, os dividendos e o preço das ações aumentam.
Nas
condições atuais, as ideias de que os trabalhadores (as) poderiam se beneficiar
com o crescimento de suas economias nacionais são mais do que nunca desmentidas
pela prática do capital mundializado.
A desigualdade,
tanto entre regiões como dentro dos países, continua ser uma característica
marcante da economia globalizada. A chamada globalização do mercado de trabalho
age para aumentar o número de trabalhadores (as) empregados, através da
substituição de uma força de trabalho superior e mais cara por diversas forças
inferiores e mais baratas.
A liberdade
do capital depende do empobrecimento ininterrupto da população. Como se
arrecada impostos e, principalmente, com que se gasta esses impostos, sempre
foi um mecanismo importante para limpar caminho para acumulação capitalista. E para
se produzir novos capitalistas.
Se
nas economias de ponta do sistema – Estados Unidos, União Europeia e Japão – a exploração
dos trabalhadores (as) aumenta mais nesta época de derrubadas de fronteiras
econômicas, nas economias dominadas a devastação capitalista se apresenta com
contornos ainda mais intensos.
O chamado
“equilíbrio fiscal”, aquele objetivo colocado pelos tecnocratas e políticos de
se gastar apenas o que se arrecada, a famigerada “eliminação do déficit público”,
etc, tudo isso não passa de um tapa-olho para opinião pública não enxergar as
verdadeiras causas do empobrecimento da população e o correspondente
enriquecimento dos capitalistas.
A medida
em que aumenta a dívida pública, aumenta também aquela parcela da produção
social que é apropriada pelos velhos e novos traficantes do livre mercado. Mas os
lucros gerados na produção nunca serão suficientes para acompanhar tanta
acumulação. O mundo gira e a superprodução aumenta.
Hoje
o capital se transfere mais facilmente para os países bem sucedidos, onde os retornos
dos investimentos são mais garantidos. As empresas multinacionais são veículos
da grande importância para a globalização da manufatura, ao equiparar uma mão
de obra relativamente barata nos países em desenvolvimento com capital e
técnicas modernas, tanto de administração de armazenagens e telecomunicações
quanto de produção.
Para
que se garanta a valorização do capital global, é necessária uma gigantesca
população trabalhadora suando sangue nas linhas automatizadas de produção e uma
superpopulação estagnada nos morros, favelas e cortiços das cidades, ou a beira
das rodovias que margeiam os latifúndios improdutivos.
Por: Nailton Francisco de Souza, diretor Nacional de
Comunicação da Nova Central.
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