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domingo, 18 de junho de 2017

A globalização do capital elimina projetos nacionais!

Alianças de classes e outros expedientes políticos tradicionais que se apoiavam na farsa ideia de que os interesses das grandes empresas nacionais e dos seus proprietários capitalistas poderiam representar, de algum modo, a possibilidade de melhoria do padrão de vida da população em seus respectivos Estados nacionais, não se concretizaram com a globalização econômica.

Por intermédio dos governos e das políticas econômicas neoliberais, os salários diretos e indiretos são reduzidos. A produção de capital aumenta e, junto com ela, o desemprego dos trabalhadores (as). A acumulação primitiva é ressuscitada e travestida de modernidade. Os mercados se expandem e, junto com eles, as dividas públicas e privadas. Os juros, os dividendos e o preço das ações aumentam.

Nas condições atuais, as ideias de que os trabalhadores (as) poderiam se beneficiar com o crescimento de suas economias nacionais são mais do que nunca desmentidas pela prática do capital mundializado.

A desigualdade, tanto entre regiões como dentro dos países, continua ser uma característica marcante da economia globalizada. A chamada globalização do mercado de trabalho age para aumentar o número de trabalhadores (as) empregados, através da substituição de uma força de trabalho superior e mais cara por diversas forças inferiores e mais baratas.

A liberdade do capital depende do empobrecimento ininterrupto da população. Como se arrecada impostos e, principalmente, com que se gasta esses impostos, sempre foi um mecanismo importante para limpar caminho para acumulação capitalista. E para se produzir novos capitalistas.

Se nas economias de ponta do sistema – Estados Unidos, União Europeia e Japão – a exploração dos trabalhadores (as) aumenta mais nesta época de derrubadas de fronteiras econômicas, nas economias dominadas a devastação capitalista se apresenta com contornos ainda mais intensos.

O chamado “equilíbrio fiscal”, aquele objetivo colocado pelos tecnocratas e políticos de se gastar apenas o que se arrecada, a famigerada “eliminação do déficit público”, etc, tudo isso não passa de um tapa-olho para opinião pública não enxergar as verdadeiras causas do empobrecimento da população e o correspondente enriquecimento dos capitalistas.

A medida em que aumenta a dívida pública, aumenta também aquela parcela da produção social que é apropriada pelos velhos e novos traficantes do livre mercado. Mas os lucros gerados na produção nunca serão suficientes para acompanhar tanta acumulação. O mundo gira e a superprodução aumenta.

Hoje o capital se transfere mais facilmente para os países bem sucedidos, onde os retornos dos investimentos são mais garantidos. As empresas multinacionais são veículos da grande importância para a globalização da manufatura, ao equiparar uma mão de obra relativamente barata nos países em desenvolvimento com capital e técnicas modernas, tanto de administração de armazenagens e telecomunicações quanto de produção.

Para que se garanta a valorização do capital global, é necessária uma gigantesca população trabalhadora suando sangue nas linhas automatizadas de produção e uma superpopulação estagnada nos morros, favelas e cortiços das cidades, ou a beira das rodovias que margeiam os latifúndios improdutivos.


Por: Nailton Francisco de Souza, diretor Nacional de Comunicação da Nova Central.

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