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domingo, 30 de setembro de 2018

MDA/CNT: Haddad sobe oito pontos, empata tecnicamente com o Bolsonaro e vai ultrapassá-lo


Com apenas uma semana para as eleições, o candidato do PT à Presidência da República, Fernando Haddad, assume pela primeira vez a liderança da corrida presidencial, em situação de empate técnico com Jair Bolsonaro (PSL). As intenções de voto em Haddad seguem em movimento ascendente, enquanto todos os demais estagnaram.

Segundo pesquisa MDA divulgada na madrugada deste domingo (30/09), Haddad subiu oito pontos em relação à pesquisa anterior e agora tem 25,2% das intenções de voto, enquanto Bolsonaro estacionou em 28,2%. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais.

Nas simulações de segundo turno, Haddad vence por 42,7% a 37,3%, placar próximo do apurado também pelo último Datafolha, divulgado na sexta-feira (238/09). Bolsonaro só ganha de Haddad na taxa de rejeição: 55,7% a 48,3%.

Entre os demais candidatos, Ciro Gomes (PDT) aparece em terceiro com 9,4%, seguido de Geraldo Alckmin (PSDB) com 7,3% e Marina Silva (REDE) com 2,6%. A pesquisa, encomendada pela CNT (Confederação Nacional dos Transportes), ouviu 2.002 pessoas entre 27 e 28 de setembro. Está registrada no TSE sob o número BR-03303/2018.

Para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). "A eleição do Haddad vai ser a resposta do povo brasileiro ao golpe! Aos que sabotaram a democracia e tentaram impedir a soberania do voto popular”. Assim que foi oficializado candidato do PT à Presidência, Haddad passou a subir nas pesquisas. Partiu dos 13% das intenções de voto em pesquisa Datafolha de sexta-feira (14/09), para os atuais 25,2%.

sexta-feira, 28 de setembro de 2018

Lewandowski libera pedido de liberdade de Lula e quer que STF paute prisão em 2ª instância o mais breve possível


O ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), liberou nesta quinta-feira (27/09) para julgamento no plenário o recurso da defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que busca suspender os efeitos da condenação em segundo grau no processo do tríplex do Guarujá (SP), pedido esse que, se aceito, poderia tirá-lo da prisão.

No mesmo despacho, sugeriu ao presidente do STF, Dias Toffoli, que antes de se apreciar o caso de Lula paute as ações que tramitam no tribunal e que analisam a constitucionalidade da execução provisória da pena após uma condenação em segunda instância "o mais brevemente possível". Há duas semanas, havia pedido vista do recurso do ex-presidente Lula que àquela altura estava sendo julgado no plenário virtual --modalidade em que os ministros votam remotamente.

Naquele momento, tinham votado para barrar o recurso os ministros Edson Fachin, relator, Alexandre de Moraes, Luís Roberto Barroso, Rosa Weber, Gilmar Mendes, o novo presidente do STF, Dias Toffoli, e a ex-presidente da corte Cármen Lúcia. Somente o ministro Marco Aurélio - defensor da revisão do entendimento do Supremo de permitir a execução da provisória da pena após a segunda instância, se posicionou a favor do recurso.

No despacho desta quinta, Lewandowski usou pronunciamentos de Toffoli, Marco Aurélio e Fachin que defenderam o julgamento das ações pelo plenário do STF da prisão em segunda instância - sob a presidência anterior, comandada por Cármen Lúcia, esses processos não entraram na pauta. Toffoli, entretanto, já anunciou publicamente após assumir a presidência do Supremo que só vai incluir o processo na pauta em 2019.

"Entendo que, nesta fase do julgamento, depois enunciadas as distintas posições dos integrantes desta Suprema Corte, porém sempre no exame de casos concretos, naturalmente matizados por inúmeras peculiaridades, mostra-se ainda mais nítida a necessidade de dar-se precedência à análise das referidas ações de controle concentrado, a ser realizada in abstracto pelo plenário", disse.

Lewandowski disse que uma decisão do STF poderá ter efeito no caso de Lula e alcançar, por extensão, aproximadamente 150 mil pessoas atualmente presas. Para ele, essa é uma oportunidade única oferecida ao Supremo para uma "correção de rumos".

"Dessa maneira, permito-me sugerir a Vossa Excelência que restabeleça a ordem natural das coisas, pautando as Ações Declaratórias de Constitucionalidade 43 e 44 o mais brevemente possível, na linha da jurisprudência cristalizada nesta Suprema Corte, no sentido de que a análise de processo de controle concentrado sempre deve preceder o exame de processos de índole subjetiva sobre o mesmo tema", disse o ministro do Supremo.

Lewandowski ressalvou que, se não for esse o entendimento de Toffoli, está pronto para julgar o recurso de Lula que pode colocá-lo em liberdade. Lula está preso desde abril cumprindo pena pela condenação no processo do tríplex do Guarujá e, recentemente, teve a candidatura a presidente barrada pelo Tribunal Superior Eleitoral com base na Lei da Ficha Limpa. Na ocasião, ele liderava a corrida ao Palácio do Planalto, segundo as pesquisas de intenção de voto.

Por: Ricardo Brito, https://br.noticias.yahoo.com

quinta-feira, 27 de setembro de 2018

Indústria da Violência: quem lucra, quem morre neste estigma da sociedade contemporânea


A violência toma conta das cidades. É o que se ouve, é o que se vê, é o que se lê, cada vez mais, nos principais veículos de comunicação. A tese não é equivocada, apenas é incompleta e mal explicada. Não faltam evidências empíricas, no dia a dia dos brasileiros, para concluí-la verdadeira. Tampouco as pesquisas e os estudos desmentem o que a mídia esforça-se por ampliar: a sensação de insegurança, de viver num cenário de permanente violência.

Somos, sim, um país violento. E não é caso recente. A população indígena foi praticamente dizimada no contato com portugueses e outros povos europeus, no início da colonização. Fomos o penúltimo país a acabar com a escravidão. Chegamos ao século 21 entre as cinco nações mais desiguais do planeta. E, até hoje, a tortura tem sido largamente empregada por forças policiais no dia a dia das delegacias e penitenciárias.

Somos um país de subclasses, em que uma parcela da sociedade sente prazer em se diferenciar de seus semelhantes e de submetê-los a constantes humilhações. Boa parte galga postos importantes pela via de apadrinhamentos, mas sente-se confortável em defender a meritocracia. É o país que tem o maior número de dentistas do planeta, mas mais da metade da população não faz consultas anuais a esses profissionais, enquanto 11% dos que têm mais de 18 anos já perderam todos os dentes, índice que, entre os acima de 60 anos chega a 41,5%.

A violência está presente no cotidiano da maioria da população, que não tem acesso a saneamento básico, a saúde, educação e moradia de qualidade. No entanto, a família, a escola, a mídia não costumam arrolar como violência as formas mais perversas de opressão e exclusão de milhões de seres humanos.

Mesmo que o foco seja apenas a violência praticada por arma branca ou de fogo, em roubos, assaltos e sequestros – com ou sem homicídio –, é preciso conferir melhor os dados. O senso comum aponta, principalmente, para a violência cometida por indivíduos de 19 cidades entre as 50 mais violentas do mundo assunção social baixa, analfabetos – ou quase –, jovens, geralmente negros. São “eles” os violentos. Ganha força no debate público, também, a situação “insustentável” em relação à violência praticada por menores de idade – como reverberam, todos os dias, emissoras de rádio e tevê, jornais e as redes sociais.

A proposta de redução da maioridade penal, que vários estudos não cansam de demonstrar como proposta ineficiente para combater o crime, poderia ser vista, também, de outra forma. Trata-se, no caso, de condenar duplamente quem já foi punido, desde o nascimento, por uma sociedade que não oferece educação, saúde, moradia e salário digno para a maioria da população. Que exclui e não ampara a maior parte dos brasileiros no acesso à renda, num país que, longe de ser pobre, está entre as dez maiores economias do mundo. Ou seja, nesse sentimento de vingança, a sociedade quer punir quem ela abandona e oprime.

Somos um país onde um adolescente é assassinado a cada hora, 24 por dia. Se continuarmos com essa política de tentar resolver somente pela repressão, sem nenhum sucesso até aqui, serão 42 mil adolescentes mortos até 2019, conforme cálculos de Gary Stahl, representante do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) no Brasil. Os jovens são 29% da população, mas concentram a metade das mortes por arma de fogo.

O fracasso dessa política com foco nas 19 cidades entre as 50 mais violentas do mundo repressão pode ser demonstrado por um dado da Secretaria Nacional da Juventude, que apontava, em 2012, um crescimento de 74% da população carcerária nos últimos sete anos, sem que houvesse melhora significativa nos índices de contenção da criminalidade. A maioria dos delitos que ocupa boa parte do sistema de justiça do país é de crimes relacionados ao patrimônio e drogas. Crimes de pequeno porte, porque os criminosos de colarinho branco e os grandes traficantes – alguns deles certamente escondidos em cargos acima de quaisquer suspeitas – dificilmente irão para a prisão e jamais para aquelas que amontoam seres humanos como animais.

Somos o segundo país – atrás apenas da Nigéria – quando o assunto é assassinato de adolescentes. Entre 2006 e 2012 foram 33 mil homicídios. Estamos assassinando o nosso futuro. E como escreveu Gil Alessi, no El País, “os homicídios cometidos à bala no Brasil têm cor, idade e sexo”.

Um estudo do Programa de Redução da Violência Letal contra Adolescentes e Jovens, uma iniciativa coordenada pelo 19 cidades entre as 50 mais violentas do mundo Observatório de Favelas, realizada em conjunto com o Unicef, a Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República e o Laboratório de Análise da Violência da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, mostrou que os adolescentes entre 12 e 18 anos têm quase 12 vezes mais probabilidade de ser assassinados do que as meninas dessa mesma faixa etária. Os adolescentes negros têm quase três vezes mais chance de morrer assassinados do que os brancos – geralmente por arma de fogo.

Ao mesmo tempo, dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública divulgados em 2013 revelam que a polícia brasileira mata, em média, cinco pessoas por dia. É uma das polícias mais violentas do mundo. Somente no estado de São Paulo, entre 2005 e 2009, a PM matou 6% mais que todas as polícias dos EUA juntas. O Brasil aparece com 19 cidades entre as 50 mais violentas do mundo, segundo estudo de uma ONG mexicana. No Brasil, mata-se mais do que em regiões em guerra. Segundo a Anistia Internacional, são cerca de 56 mil homicídios por ano. Menos de 10% desses casos são esclarecidos.

A violência também é encarada por empresas como um excelente negócio. O Fórum Brasileiro de Segurança Pública calcula que os custos com violência no país chegam a R$ 258 bilhões. Os sistemas de segurança pública e privada investem, cada vez mais, na compra de armamentos e equipamentos de prevenção, defesa e combate. Cresce o uso de carros blindados pelas classes A e B. O Brasil tem hoje quase três vezes mais vigilantes privados do que policiais civis, militares, federais e bombeiros. Idem em relação às forças armadas.

A indústria de armas e munições elegeu, no último pleito, 70% dos candidatos que receberam doações legais de campanha. Dos 30 candidatos beneficiados pelo setor, 21 saíram vitoriosos: 14 deputados federais e sete estaduais. Esses fabricantes, cada vez mais ativos, financiaram políticos de 12 partidos em 15 estados – a maioria do PMDB e do DEM do Rio Grande do Sul e de São Paulo.

Somos um país que viola direitos humanos. Há uma superlotação das prisões. Torturas e maus-tratos são comuns. Não punimos os crimes da ditadura (ao contrário de países vizinhos) e a impunidade costuma ser a norma diante dos excessos da polícia violenta. Índios, negros e mulheres costumam ser vítimas da falta de políticas públicas que combatam o preconceito, a discriminação e o ódio, que se torna ainda mais flagrante contra a comunidade LGBT.

A mídia, por meio de programas policiais sensacionalistas ou reportagens que não primam por um mínimo de isenção e qualidade, com distorção de fatos, enfoques e estudos, contribui para que se crie na sociedade um sentimento de “prende-lincha-mata”, como se o ódio e a vingança pudessem levar a algum tipo de solução. A inexistência de um debate mais qualificado nos veículos de comunicação favorece o oportunismo dos setores mais violentos da sociedade e amplia o espaço para a apresentação de propostas demagógicas, já comprovadamente ineficazes.

Por isso, mais do que repensar uma política de segurança para o país, é preciso tentar compreender que tipo de sociedade nos tornamos. Sem menosprezar a dor de quem é vítima da violência, é preciso perguntar de que forma estamos contribuindo para perpetuar os mecanismos que a impulsionam, por omissão ou adesão a um modelo de sociedade injusto, opressivo e excludente. Se não formos capazes de enxergar que os grupos sociais apontados como agressores e violentos são os primeiros a serem violentados, dificilmente haverá possibilidade de sonhar com um país em que a igualdade, o respeito, a ressocialização, a educação e a formação de cada cidadão se transforme na melhor arma para combater a violência.

Basta de violência, sim! Mas de qual violência estamos falando? Violência contra quem?

Fonte: https://www.cartacapital.com.br

terça-feira, 25 de setembro de 2018

As expectativas do autoritarismo nas eleições de 2018


Estamos há cerca de quinze dias das eleições gerais no Brasil e muitas das tensões oriundas das disputas políticas têm se aflorado na multiplicidade de cotidianos em que todos estamos inseridos, quando questões consideradas sensíveis acabam sendo objeto de longas discussões. Duas das explicações possíveis para tal envolvimento decorrem do fato do país está enfrentando um grave problema com o desemprego, amargando um baixo grau de investimento por parte dos governos federal, estaduais e municipais, além do teor virulento que a atmosfera política brasileira tem vivido pelo menos desde 2013.

Isto tem feito com que o eleitorado que sabe que a escolha do novo Presidente vai influenciar diretamente a sua vida para os próximos anos, passasse a cair de cabeça no assunto, refletindo o alto grau de politização da população em geral. Diferentemente do que se supunha não tem havido a recusa do eleitorado em participar das eleições, o que temos percebido, ao contrário, é a forte adesão deste eleitorado ao pleito.

As pessoas não têm titubeado quanto a sua adesão ao processo eleitoral, apesar de termos indecisos, esta indecisão não é sobre votar e sim, em quem votar. Assim, muitos têm participado e discutido com afinco as propostas e os temas concernentes aos seus e as suas possíveis candidatas. Pelo resultados das últimas pesquisas de opinião, três candidatos à Presidência da República tem a preferência do eleitorado.

Fernando Haddad (PT), Jair Bolsonaro (PSL) e Ciro Gomes (PDT), esse quadro se configurou deste modo após a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por 6 votos a 1, em favor do afastamento do ex-presidente Lula da disputa, o que acabou consolidando um dos sentidos do golpe de 2016, uma vez que o candidato que possuía o maior percentual de intenções de voto e que de acordo com as pesquisas anteriores possuía chances de levar o pleito já no primeiro turno, teve seu direito cassado pelo partido da toga, como caracterizou Lincoln Secco.

Com o cenário que tem se desenhado nestas últimas semanas, Marina Silva derreteu mais uma vez, Geraldo Alckmin não passará de 10 por cento dos votos e a tendência é encolher ainda mais a importância do PSDB na política brasileira, fazendo do Estado de São Paulo o último reduto do partido antes da derrocada. Ter sido uma das bases de sustentação do golpe de 2016 e ter embarcado no (des)governo comandado por Michel Temer será o prelúdio dos tucanos no âmbito nacional e por isso, a suposta polarização entre PT e PSDB que marcou as últimas cinco eleições do país ao Executivo federal não se repetirá.

Nos parece que o último grande projeto associado aos tucanos que foi apresentado à nação, Uma ponte para o futuro, foi reprovado pela população e pelo conjunto do empresariado produtivo do país, por isso, o resultado que virá depois de 7 de outubro refletirá na ampliação do fisiologismo do partido. Quando juntamente com o (P)MDB os tucanos escreveram a várias mãos o projeto de governo de Michel Temer, a  tal ponte para o futuro, que Fernando Henrique Cardoso reconheceu como uma pinguela, mas que de acordo como o ex-presidente tucano, seria o caminho mais adequado a ser percorrido, o PSDB talvez tenha feito roleta russa com o tambor carregado.

Expressão distinta tem tido o Partido dos Trabalhadores que mesmo sofrendo ataques semanais de analistas políticos de plantão nas redações e estúdios dos grandes jornais e emissoras de rádios e televisão hegemônica, além da forte persecução de membros do judiciário brasileiro, o partido da toga, que a despeito de realizar o trabalho dentro dos marcos do republicanismo democrático, decidiu partidarizar a justiça e abrir questionamentos e dúvidas quanto à lisura dessas instâncias, o PT vem conseguindo manter-se como uma opção viável para resolver os graves problemas que o país vem enfrentando,  fossem os setores do judiciário e da mídia hegemônica menos passionais e comprometidos com as elites tradicionais, talvez o PT estivesse definitivamente enfraquecido nesta quase véspera de eleições.

No entanto, o que nos parece é que o Partido dos Trabalhadores foi capaz de construir um capital político sólido em função das grandes transformações que promoveu de norte a sul do país, mudando definitivamente a vida de milhares de pessoas pelo Brasil a fora, portanto, é da vida real das pessoas que estou me referindo, foi a segurança alimentar, o acesso a educação pública gratuita e de qualidade; os concursos públicos, o emprego, a incorporação das pautas identitárias como políticas públicas e assunto de Estado, que faz com que mesmo sem Lula na disputa, o candidato escolhido pela cúpula do partido, Fernando Haddad, crescesse numa única semana cerca de 10 pontos percentuais na disputa à vaga ao Palácio do Planalto. A construção do pacto social pelo lulismo como mais ou menos delineada no texto de Paul Singer em 1985, criou um protagonismo dos setores populares relativamente recente na história republicana.

A questão é que muito do que se sustentou este pacto social se estruturou na equação entre cidadania mediante ao acesso ao mercado de bens e serviços. Esta formulação seduziu grande parte dos grupos políticos na América Latina a partir dos anos de 1970 e 1980, no entanto, diversamente da social democracia europeia, a latino-americana incorporou desde o seu início a principal novidade econômica do período, notadamente, o neoliberalismo.

O lulismo trouxe em grande medida o elemento constituinte da formação do Partido dos Trabalhadores, o projeto de implementar (A Revolução Brasileira) tal qual contida na teoria social de Caio Prado Jr., criticada por ter sido incapaz de definir se a Revolução seria democrático-burguesa ou socialista, indubitavelmente por isso, durante esses anos o empresariado produtivo brasileiro, o capital especulativo e o agronegócio carreguem em seus balanços financeiros ampliação de suas riquezas.

A forte lembrança dos benefícios e ganhos que estes segmentos tiveram durante o lulismo, faz com que a relativa rejeição por parte destes grupos possa ser inclusive revertida no segundo turno das eleições, à vista disso, Haddad vem se aproximando do economista liberal, vinculado ao mercado e da redução do papel social do Estado, Marcos Lisboa.

Portanto, fazendo um exercício de síntese sobre a conjuntura atual, temos: o crescimento de Haddad em função do capital político do PT, o tipo de pacto social costurado pelo lulismo e a lembrança sobretudo dos governos petistas até 2013; já liderança nas pesquisas de opinião pelo postulante Jair Bolsonaro é resultado da suposta novidade que o candidato oferece para a resolução das principais questões brasileiras; o crescimento do pensamento conservador dos últimos anos e o papel de uma nova direita mais virulenta e contraditoriamente defensora da antipolítica; finalmente,  Ciro Gomes como um nome viável em função de um contraponto na mesma intensidade à figura de Bolsonaro, além da sua inteligência cativante e de seu entendimento de economia, que tem sido o grande fiador da política brasileira da Nova República.

Creditando o grau de confiabilidade que as pesquisas de opinião reputam, os três grandes nomes para a disputa do segundo turno das eleições no dia 28 de outubro, serão, como dito acima, dois desses três nomes, já que ela não será resolvida no primeiro turno com seria caso o nome do ex-presidente Lula estivesse na urna.

Quem estará no segundo turno me parece ser a grande questão, porque se até pouco tempo o PT liderava as pesquisas com Lula, a rejeição de sua candidatura pelo TSE praticamente jogou nos braços de Bolsonaro a liderança do pleito, portanto, o que configura é que o candidato tem seu lugar assegurado para a votação do dia 28 de outubro embora não devemos desprezar um arranjo sem Bolsonaro.

Quanto a Ciro Gomes e Fernando Haddad, que por sua vez está em tendência de ascensão enquanto Ciro em estagnação, é que repousa a maior incerteza. Tenho observado algumas angústias expressadas por segmentos do eleitorado que se opõem à candidatura de Jair Bolsonaro e grande parte desta angústia deve-se ao fato de que se acreditava que os articuladores do golpe de 2016 deixariam o trabalho inconcluso, ou seja, não agiriam no grande acordo nacional para impedir a candidatura de Lula.

A confiança de que o ex-presidente Lula estaria na disputa e venceria facilmente Bolsonaro criou algum alento para setores do eleitorado. Com o resultado do TSE, o cálculo passou a ser pelo chamado voto útil em um candidato que pudesse enfrentar o Messias. Tudo parecia mais ou menos resolvido até a tendência de ascensão de crescimento de Fernando Haddad, uma vez que antes dela Ciro Gomes aparecia em segundo nas intenções de voto, portanto, seria o candidato a enfrentar Bolsonaro no segundo turno e levaria consigo o apoio do PT e outros partidos do campo progressista.

E porque Ciro a princípio pareceu está seguro para o segundo turno? Talvez por ser aquele que aparecia bem nas pesquisas e como tendo a chance real de ir para o segundo turno seu nome passou a cair no gosto do eleitorado, seu projeto nacional parece que atraiu interesse de eleitores vinculados ao campo progressista também, mas sem dúvida nenhuma até aquele momento eram as pesquisas de opinião que acabava legitimando a escolha, como se tais pesquisas fossem quase o resultado antecipado das eleições, numa formulação parecida como: não precisa ir votar as pesquisas já decidiram.

Por: http://justificando.cartacapital.com.br

segunda-feira, 24 de setembro de 2018

Eleições 2018: E o que é importante? Voto nulo ou em branco não anula eleição


Importante é o seu voto. É preciso ter consciência que ao anular o voto ou deixar de votar, você estará abrindo mão do direito que lhe foi outorgado a duras penas, estará abrindo mão do direito de escolher quem deverá reger o seu destino e o destino do seu País.

As campanhas pelo voto nulo ou em branco, com o pretexto que irá anular a eleição, só beneficiam os candidatos que lá estão e têm o seu eleitorado cativo, sabe Deus a que custo.

Tudo deve ser feito para que seu voto seja registrado. As pessoas que tenham dificuldade de chegar até a urna serão atendidas e seus votos de forma especial serão colhidos. O direito de votar é o principio básico da Democracia.

Temos que dar atenção para o voto no Legislativo. Da Câmara dos Deputados, das Assembleias Legislativas e do Senado, pois reúnem os deputados e senadores que estarão tanto na vigilância do governo, como no aprimoramento das Leis, visando principalmente o bom funcionamento da Nação.

Infelizmente não é isso que temos assistido. Muitos têm sido os interesses particulares defendidos, pouca tem sido a vigilância e o que temos é um conjunto de interesses particulares prevalecendo sobre o público, através da corrupção tanto de agentes públicos como privados.

Pesquise os candidatos que irão compor as casas legislativas. Analise o que foi feito pelos deputados e senadores que buscam a reeleição. Guarde bem o nome desses candidatos que você ajudará a eleger, para depois cobrá-los de suas decisões.

As redes sociais e a internet colocam o seu candidato ao seu alcance, basta pesquisar nos sites das respectivas casas legislativas. Seja atuante, não assine um cheque em branco, cobre trabalho, coerência e, principalmente, cobre honestidade, afinal foi você que deu a chance dele o representar.

Entendeu porque o importante é você?

Por: Oswaldo Augusto de Barros, professor e presidente da CNTEEC  (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Educação e Cultura).

domingo, 23 de setembro de 2018

Eleições 2018: Centrais sindicais divulgam nota de repúdio a Bolsonaro e seu ‘projeto fascista’


No sábado (22/09), representantes de seis centrais sindicais divulgaram nota de repúdio ao candidato do PSL à presidência, Jair Bolsonaro. Intitulado ‘Sindicalistas contra o projeto fascista de Bolsonaro’, o documento classifica o deputado como ‘anti-trabalhadores’ e diz que sua eleição é uma ‘ameaça de retorno à ditadura militar’.

‘O horizonte que ele nos apresenta é de um país marcado pela exploração do trabalhador, pela violência, pelo racismo, pela discriminação, pela repressão, pela dilapidação do patrimônio nacional, pelo desrespeito aos direitos humanos e pelo desrespeito aos direitos democráticos’, diz o texto.

A nota é assinada por representantes da Força Sindical, Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST), Intersindical e Conlutas. A Central Única dos Trabalhadores (CUT), que tem dirigentes ligados ao PT, e a União Geral dos Trabalhadores (UGT), que declarou apoio a Ciro Gomes (PDT), não subscreveram o documento.

Leia a íntegra da nota das centrais sindicais:

“Sindicalistas contra o projeto fascista de Bolsonaro. Nós, sindicalistas brasileiros, das mais variadas tendências, que apoiamos candidatos de diversos partidos na próxima eleição presidencial, repudiamos o candidato Jair Bolsonaro.

Repudiamos por sua já conhecida postura contra a organização sindical, portanto, anti-trabalhadores, por sua postura antidemocrática, intolerante com minorias, que faz apologia da violência, e pela sua conivência com práticas repugnantes, como a defesa de torturadores.

O horizonte que ele nos apresenta é de um país marcado pela exploração do trabalhador, pela violência, pelo racismo, pela discriminação, pela repressão, pela dilapidação do patrimônio nacional, pelo desrespeito aos direitos humanos e pelo desrespeito aos direitos democráticos, garantidos na constituição, e ameaça de retorno a ditadura militar.

E nossa luta, como sindicalistas, é justamente o oposto disso: queremos um país com geração de empregos, trabalhadores valorizados e com poder aquisitivo, com licença-maternidade, férias, décimo-terceiro salário, com a PEC das domésticas, com aposentadoria e respeito aos aposentados, valorização dos servidores públicos, um país marcado pela convivência pacífica e produtiva entre pessoas das mais diversas raças, origens, gêneros e culturas, queremos um Estado laico e, sobretudo, respeito aos direitos sociais e democráticos garantidos pela Constituição e à soberania nacional.

Por eleições democráticas e por dias melhores para o Brasil, conclamamos a que todos digam não a Bolsonaro!

São Paulo, 22 de setembro de 2018

Miguel Torres, Presidente interino da Força Sindical; João Carlos Gonçalves, Juruna, Secretário Geral da Força Sindical; Adilson Araújo, Presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB); Wagner Gomes, Secretário Geral da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB); José Avelino Pereira, Chinelo, Presidente interino da Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB); Álvaro Egea, Secretário Geral da Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB); José Calixto Ramos, Presidente da Nova Central Sindical dos Trabalhadores (NCST); Moacyr Auersvald, Secretário Geral da Nova Central Sindical dos Trabalhadores (NCST); Edson Índio, Secretário Geral da Intersindical; Nilza Pereira, da Direção Nacional da Intersindical; Atnagoras Lopes, da Secretaria Executiva Nacional da CSP-CONLUTAS Joaninha de Oliveira, secretaria Executiva Nacional da CSP-CONLUTAS.”

quinta-feira, 20 de setembro de 2018

Eleições 2018: Sindicalistas organizam plenária de apoio aos candidatos do PT


Representantes das centrais sindicais: Nova Central, CUT, Força Sindical e CTB lotaram na noite de quarta-feira (20/09) a quadra do Sindicato dos Bancários de São Paulo para declarar apoio aos candidatos Luiz Marinho (governador), Fernando Haddad (presidente) e Eduardo Suplicy e Jilmar Tatto (senadores). Todos se comprometeram com a Agenda Unitária da Classe Trabalhadora.

O diretor Estadual de Comunicação da Nova Central – SP, Nailton Francisco de Souza (Porreta) parabenizou os Partidos Políticos que fazem parte da coligação “O Brasil Feliz de Novo, que se livraram dos “assédios” de outras legendas que não acreditaram que o Partido dos Trabalhadores (PT) presidido por uma mulher, se transformaria no “pássaro fénix” e ressurgiria das cinzas, após anos de perseguições políticas da “Mídia Tradicional” e do “Judiciário Partidarizado” de Curitiba.

“Boa Noite! Companheiros (as) – dirigentes sindicais e militantes aguerridos que ajudarão fazer o povo brasileiro a voltar a sorrir de novo no dia 7 de outubro. Nós temos uma ferramenta que nos permitirá virar o jogo, que são vocês. Nossos adversários representam os retrocessos aos nossos direitos sociais e trabalhistas. Vamos nos unir e derrotar os golpistas”, disse Nailton.

Que leu a seguinte mensagem enviada por Luiz Gonçalves (Luizinho) presidente Estadual da Nova Central – SP:

Ao nosso ilustre Escolhido pelo CARA. Quero dizer que mais uma vez ELE acertou em sua decisão. E você com o apoio e a determinação de todos nós, ganhará esta eleição para ELE e para a felicidade do povo brasileiro.

Haddad, a você o ex-presidente LULA, nosso líder maior deu a tarefa de enfrentar com sua competência a destruição do tecido social desta Nação. Caberá a você unir a sociedade para que se assegure a cada indivíduo dignidade social e moral bem como o bem estar dos trabalhadores (as), com foco na geração de mais e melhores empregos decente.

Terá que fazer um Governo aberto às discussões dos problemas, que respeite as lutas dos movimentos sociais e acima de tudo que se utilize da negociação e do diálogo para solucionar os conflitos inerentes deste sistema político – econômico que endeusa o “Mercado” como o principal instrumento de progresso do País.

A democracia no Brasil é apenas formal e voltada para a proteção das fortunas privadas e dos novos privilégios da classe dominante. Penso que entre a dicotomia: a soberania das (Leis) e a soberania da (Maioria), um governo democrático deve optar pelo segundo. Temos que enfrentar a ditadura da Toga acobertada pela Mídia Tradicional.

As eleições não podem ser utilizadas só para mudar a equipe no poder sem, no entanto, mexer profundamente com os mecanismos econômicos de tomada de decisões.

O Estado, controlado por Governos nascidos de uma Ditadura Militar contraiu dívidas e subordinou à Nação às diretrizes do FMI, que impôs ao conjunto dos grupos sociais uma política recessiva e de arrocho salarial. Nos Governos dos Tucanos não foi diferente, que só retornaram para o poder central por intermédio de um criminoso e vergonhoso golpe – jurídico/político e midiático.

Encerro com a seguinte frase: A democracia aceita as falhas que a constituem, inclusive aquelas que podem conduzir aos regimes políticos totalitários e de exceção como o que vivemos neste momento, mas ela também nos une cada vez mais para continuar na luta por dias melhores. Viva a democracia e o ex-presidente LULA!

quarta-feira, 19 de setembro de 2018

Eleições 2018: A democracia existe e a liberdade de expressão também...


Caso você seja eleitor do candidato da foto, antes de vir aqui me insultar, por favor, leia o que tenho a dizer. A democracia existe e a liberdade de expressão também. Se você, hoje, é a favor de poder emitir opiniões sobre suas preferências políticas e sociais, lembre-se: na ditadura (que seu candidato apoia veemente), isso não seria possível.

Portanto, falemos abertamente sobre nossas preferências enquanto é tempo.
minha discordância com os eleitores desse candidato não diz respeito apenas às situações políticas e partidárias, mas principalmente morais. Eu sou a favor de um mundo mais livre, justo, igualitário. Sou a favor de um país onde toda a população tenha acesso à alfabetização, a escola, saúde pública e outros direitos básicos. 

Não sou a favor do porte de armas. Acho que ainda temos que aprender muitas outras coisas antes de aprendermos a manusear uma destas. A cultura da violência não deve ser vangloriada, como vem fazendo esse candidato - através, inclusive, de gestos de armas com as mãos até quando está internado no hospital. Qualquer briga de bar ou trânsito daria em morte. A taxa de feminicídio aumentaria. Mais crianças morreriam. Pra violência morar dentro da sua própria casa, ela teria praticamente passagem livre.

Eu não sou a favor de um candidato que diz que “deu uma fraquejada” quando teve a quarta filha nascida mulher. senhor, eu sou mulher e sou forte pra caramba. e eu não devo ganhar um salário mais baixo que o dos homens só porque sou capaz de parir uma criança.
Eu não acho que “ter filho gay é falta de porrada”. tampouco diria, na vida, como esse candidato disse, que “prefiro que um filho meu morra num acidente do que apareça com um bigodudo por aí”. Eu vou AMAR meu filho com todo amor que houver no meu coração, e farei de tudo para que ele seja feliz, independente de gênero ou sexualidade.

Eu sou uma otimista e, sonhadora também. Penso num mundo com menos preconceito, menos intolerância, mais diversidade, mais liberdade para cada um poder ser o que quiser. Penso num mundo com menos ódio ao outro. Eu respeito e admiro as diferenças. e não voto num candidato que luta para limitá-las. #ELENÃO
Por: Alice Wegmann alice.wegoi.

Eleições 2018: TSE libera LULA a aparecer no programa de Haddad


Para desespero de seus adversários na corrida presidencial, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu, por 7 votos a 0, autorizar a aparição do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como apoiador na propaganda eleitoral do candidato do PT a presidente, Fernando Haddad. Decisão foi proferida na noite desta terça-feira (18/09).

A ação foi ajuizada pelo candidato Jair Messias Bolsonaro, sob alegação de que a imagem de Lula na propaganda de Fernando Haddad, supostamente, "causaria estados mentais e sentimentais nos telespectadores; desqualificaria o Poder Judiciário; manipularia situação fático-jurídica; e tentaria macular a ordem democrática do país".

O advogado da Coligação "O Povo Feliz de Novo", Angelo Longo Ferraro, sócio do escritório Aragão e Ferraro, ressaltou que a coligação cumpre as decisões do TSE. Entretanto, em seguida, denunciou uma prática que tem sido recorrente entre os demais candidatos à Presidência da República:

"O que se verifica com algumas representações que tem sido feitas em face da coligação é que há, na verdade, um receio da presença do Ex-presidente Lula como apoiador, justamente pela representatividade que ele tem. Então o que se tem como pano de fundo, na verdade, é uma tentativa de censurar a presença do Presidente Lula em todo e qualquer programa eleitoral."

Tal entendimento também foi parte central do voto do Relator da ação, Ministro Sérgio Banhos, que fundamentou seu voto na legalidade da propaganda veiculada pela coligação petista, inclusive no que diz respeito a aparição do Ex-Presidente Lula:

"A propaganda eleitoral impugnada é feita em linguagem compatível com o jogo eleitoral e são observadas as limitações impostas nos autos do Registro de Candidatura do Ex-Presidente Lula. É inegável que imagem do Ex-Presidente Lula, um dos líderes do Partido dos Trabalhadores, é de suma importância para a campanha de Fernando Haddad. Limitar sua aparição enquanto apoiador, além das balizas objetivamente previstas no art. 54 da Lei das Eleições, imporia à Coligação e ao candidato Fernando Haddad restrição, ao meu entender, ilícita. Com efeito, às expressões utilizadas por Lula e por Fernando Haddad, que no entendimento do parecer ministerial seriam traços auto exaltação, em especial quanto ao uso da locução "nós fizemos em que cabia todo mundo", a meu ver, pode ser entendida também como "nós, do Partido dos Trabalhadores, fizemos um país em que cabia todo mundo".

Em seguida o Ministro Luís Roberto Barroso, relator do registro de candidatura de Lula, que foi assertivo ao afirmar que o Ex-Presidente Lula é titular de seus direitos políticos e possui o direito de apoiar politicamente qualquer candidatura que desejar. "Como nós decidimos, o Ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva não pôde registrar a sua candidatura e, consequentemente, não pôde fazer campanha, mas ele não teve os seus direitos políticos cassados e, consequentemente, possui o direito de participar da campanha apoiando quem a ele aprouver".

Dando seguimento ao julgamento, acompanharam o voto do Relator os Ministros Edson Fachin, Jorge Mussi, Og Fernandes e Tarcísio Vieira que, por sua vez, acresceu breves comentários ao julgamento dizendo que, para ele "acrescentar a proibição de aparição (de Lula) seria pena de banimento (...) o que agride a ordem jurídica constitucional vigente".

Fechando o julgamento como a última a votar, a Ministra Rosa Weber, Presidente do Tribunal Superior Eleitoral, também acompanhou o entendimento de que a propaganda veiculada pela candidatura petista foi regular, de modo a proclamar o resultado unânime pela improcedência das pretensões de Jair Bolsonaro.

terça-feira, 18 de setembro de 2018

Viação Gato Preto: valeta danificada causa acidente de trabalho


O ajudante de manutenção Paulo Ricardo da Silva, da Viação Gato Preto (Garagem III), machucou o nariz em um acidente de trabalho no sábado (15/09), provocado por falta de reparos na grande antiderrapante do piso de uma valeta, utilizada para fazer manutenção preventiva na frota de ônibus da empresa. Após a ocorrência, o local foi interditado pelos representantes dos Trabalhadores que solicitaram providências.

De acordo com o funcionário lecionado, ao transportar o recipiente utilizado para troca de óleo dos veículos, a grade desprendeu – se do piso e arremessou o equipamento sobre seu corpo. “Apesar do susto e do ferimento, tive sorte em não torcer meu pé. Espero que o problema seja resolvido para que outros não possam cair”, disse Paulo.

Segundo relatos de Osvair Varela, representante sindical o acidente poderia ser evitado. Caso a chefia tivesse corrigido com antecedência a falha e determinasse o consertado. Não seria preciso interditar por dois dias, a referida valeta. “Temos que mudar esta cultura de só solucionar algo, quando acontece o pior. Investir na prevenção de Acidentes de Trabalho, na minha visão, é o melhor para todos”, diz.


Levantamento realizado pelo Ministério da Previdência Social, na opinião de Valdir Feitosa da Silva, diretor recém-eleito do Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores em Transporte Urbano de São Paulo (SINDMORISTAS – SP), alerta que cerca de sete brasileiros perdem a vida todos os dias em acidentes de trabalho no Brasil, uma média de 2.500 óbitos a cada ano no país.

“Esses números alarmantes colocam o Brasil na quarta posição mundial em relação à quantidade de mortes, perde apenas para a China, os Estados Unidos e a Rússia. Os dados divulgados pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) nos obrigam a fazer ações, campanhas e trabalhos conjuntos para salvar vidas e evitar mutilações e sofrimento das pessoas”, garante Feitosa.

Desde o começo de 2017, ao menos um trabalhador brasileiro morreu a cada quatro horas e meia, vítima de acidente de trabalho. O dado é do Observatório Digital de Saúde e Segurança do Trabalho, desenvolvido pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) e pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) e cujos resultados atualizados foram apresentados hoje (5).

Com base em informações disponibilizadas por vários órgãos públicos, o observatório estima que, entre o começo do ano passado e as 14h de hoje, foram registradas 675.025 comunicações por acidentes de trabalho (CATs) e notificadas 2.351 mortes.

Ainda de acordo com o observatório, entre 2012 e 2017, a Previdência Social gastou mais de R$ 26,2 bilhões com o pagamento de auxílios-doença, aposentadorias por invalidez, auxílios-acidente e pensões por morte de trabalhadores. Além disso, com base em cálculos da OIT, o procurador do trabalho e co-coordenador do laboratório de gestão (SmartLab de Trabalho Decente), Luís Fabiano de Assis, afirma que o país perde, anualmente, 4% do seu Produto Interno Bruto (PIB) com gastos decorrentes de “práticas pobres em segurança do trabalho”.

quarta-feira, 12 de setembro de 2018

Leia carta de Lula que oficializa Haddad como candidato do PT à Presidência


Na terça (11/09) o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva divulgou carta na qual oficializou a sua substituição na chapa do PT à Presidência por Fernando Haddad. Na mensagem, lida durante ato em frente à sede da Polícia Federal, em Curitiba, Lula deu seu recado mais explícito ao afilhado político, pedindo diretamente votos para a ele, escolhido como seu representante daqui para frente.

Carta de Lula ao Povo Brasileiro

Meus amigos e minhas amigas, vocês já devem saber que os tribunais proibiram minha candidatura a presidente da República. Na verdade, proibiram o povo brasileiro de votar livremente para mudar a triste realidade do país. Nunca aceitei a injustiça nem vou aceitar. Há mais de 40 anos ando junto com o povo, defendendo a igualdade e a transformação do Brasil num país melhor e mais justo.

E foi andando pelo nosso país que vi de perto o sofrimento queimando na alma e a esperança brilhando de novo nos olhos da nossa gente. Vi a indignação com as coisas muito erradas que estão acontecendo e a vontade de melhorar de vida outra vez. Foi para corrigir tantos erros e renovar a esperança no futuro que decidi ser candidato a presidente. E apesar das mentiras e da perseguição, o povo nos abraçou nas ruas e nos levou à liderança disparada em todas as pesquisas.

Há mais de cinco meses estou preso injustamente. Não cometi nenhum crime e fui condenado pela imprensa muito antes de ser julgado. Continuo desafiando os procuradores da Lava Jato, o juiz Sergio Moro e o TRF-4 a apresentarem uma única prova contra mim, pois não se pode condenar ninguém por crimes que não praticou, por dinheiro que não desviou, por atos indeterminados.

Minha condenação é uma farsa judicial, uma vingança política, sempre usando medidas de exceção contra mim. Eles não querem prender e interditar apenas o cidadão Luiz Inácio Lula da Silva. Querem prender e interditar o projeto de Brasil que a maioria aprovou em quatro eleições consecutivas, e que só foi interrompido por um golpe contra uma presidenta legitimamente eleita, que não cometeu crime de responsabilidade, jogando o país no caos.

Vocês me conhecem e sabem que eu jamais desistiria de lutar. Perdi minha companheira Marisa, amargurada com tudo o que aconteceu a nossa família, mas não desisti, até em homenagem a sua memória. Enfrentei as acusações com base na lei e no direito. Denunciei as mentiras e os abusos de autoridade em todos os tribunais, inclusive no Comitê de Direitos Humanos da ONU, que reconheceu meu direito de ser candidato.

A comunidade jurídica, dentro e fora do país, indignou-se com as aberrações cometidas por Sergio Moro e pelo Tribunal de Porto Alegre. Lideranças de todo o mundo denunciaram o atentado à democracia em que meu processo se transformou. A imprensa internacional mostrou ao mundo o que a Globo tentou esconder.

E mesmo assim os tribunais brasileiros me negaram o direito que é garantido pela Constituição a qualquer cidadão, desde que não se chame Luiz Inácio Lula da Silva. Negaram a decisão da ONU, desrespeitando do Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos que o Brasil assinou soberanamente.

Por ação, omissão e protelação, o Judiciário brasileiro privou o país de um processo eleitoral com a presença de todas as forças políticas. Cassaram o direito do povo de votar livremente. Agora querem me proibir de falar ao povo e até de aparecer na televisão. Censuram-me, como na época da ditadura.

Talvez nada disso tivesse acontecido se eu não liderasse todas as pesquisas de intenção de votos. Talvez eu não estivesse preso se aceitasse abrir mão da minha candidatura. Mas eu jamais trocaria a minha dignidade pela minha liberdade, pelo compromisso que tenho com o povo brasileiro.

Fui incluído artificialmente na Lei da Ficha Limpa para ser arbitrariamente arrancado da disputa eleitoral, mas não deixarei que façam disto pretexto para aprisionar o futuro do Brasil.

É diante dessas circunstâncias que tenho de tomar uma decisão, no prazo que foi imposto de forma arbitrária. Estou indicando ao PT e à Coligação “O Povo Feliz de Novo” a substituição da minha candidatura pela do companheiro Fernando Haddad, que até este momento desempenhou com extrema lealdade a posição de candidato a vice-presidente.

Fernando Haddad, ministro da Educação em meu governo, foi responsável por uma das mais importantes transformações em nosso país. Juntos, abrimos as portas da Universidade para quase 4 milhões de alunos de escolas públicas, negros, indígenas, filhos de trabalhadores que nunca tiveram antes esta oportunidade. Juntos criamos o Prouni, o novo Fies, as cotas, o Fundeb, o Enem, o Plano Nacional de Educação, o Pronatec e fizemos quatro vezes mais escolas técnicas do que fizeram antes em cem anos. Criamos o futuro.

Haddad é o coordenador do nosso Plano de Governo para tirar o país da crise, recebendo contribuições de milhares de pessoas e discutindo cada ponto comigo. Ele será meu representante nessa batalha para retomarmos o rumo do desenvolvimento e da justiça social.

Se querem calar nossa voz e derrotar nosso projeto para o País, estão muito enganados. Nós continuamos vivos, no coração e na memória do povo. E o nosso nome agora é Haddad.

Ao lado dele, como candidata a vice-presidente, teremos a companheira Manuela D’Ávila, confirmando nossa aliança histórica com o PC do B, e que também conta com outras forças, como o PROS, setores do PSB, lideranças de outros partidos e, principalmente, com os movimentos sociais, trabalhadores da cidade e do campo, expoentes das forças democráticas e populares.
 
A nossa lealdade, minha, do Haddad e da Manuela, é com o povo em primeiro lugar. É com os sonhos de quem quer viver outra vez num país em que todos tenham comida na mesa, em que haja emprego, salário digno e proteção da lei para quem trabalha; em que as crianças tenham escola e os jovens tenham futuro; em que as famílias possam comprar o carro, a casa e continuar sonhando e realizando cada vez mais. Um país em que todos tenham oportunidades e ninguém tenha privilégios.

Eu sei que um dia a verdadeira Justiça será feita e será reconhecida minha inocência. E nesse dia eu estarei junto com o Haddad para fazer o governo do povo e da esperança. Nós todos estaremos lá, juntos, para fazer o Brasil feliz de novo.

Quero agradecer a solidariedade dos que me enviam mensagens e cartas, fazem orações e atos públicos pela minha liberdade, que protestam no mundo inteiro contra a perseguição e pela democracia, e especialmente aos que me acompanham diariamente na vigília em frente ao lugar onde estou.

... Um homem pode ser injustamente preso, mas as suas ideias, não. Nenhum opressor pode ser maior que o povo. Por isso, nossas ideias vão chegar a todo mundo pela voz do povo, mais alta e mais forte que as mentiras da Globo. Por isso, quero pedir, de coração, a todos que votariam em mim, que votem no companheiro Fernando Haddad para Presidente da República.

E peço que votem nos nossos candidatos a governador, deputado e senador para construirmos um país mais democrático, com soberania, sem a privatização das empresas públicas, com mais justiça social, mais educação, cultura, ciência e tecnologia, com mais segurança, moradia e saúde, com mais emprego, salário digno e reforma agrária.

Nós já somos milhões de Lulas e, de hoje em diante, Fernando Haddad será Lula para milhões de brasileiros. Até breve, meus amigos e minhas amigas. Até a vitória! Um abraço do companheiro de sempre.

Luiz Inácio Lula da Silva

quinta-feira, 6 de setembro de 2018

Chefe de manutenção da VIP de Pinedo é rejeitado pelos trabalhadores


De acordo com os representantes dos trabalhadores (as) da empresa VIP de Pinedo, o chefe Eliezio passa uma ideia de “bonzinho”. Só que “manipula” seus subordinados, os trata “insensivelmente” e administra cercado dos que aceitam viver na base do “sim, senhor”, “nossa você é o melhor”. Ao agir assim, esquece que o melhor seria promover a unidade entre a equipe ao invés de desagregar.

De acordo com Carlos Pires de Oliveira (Tiquinho) - Delegado Sindical -, o descontentamento é notório, além de criar conflitos desnecessários e o alto nível de estresse tem causado efeitos “devastadores” no ambiente de trabalho. E que a maioria dos funcionários (as) da manutenção, revelou trabalhar com medo e sobre pressão vinte e quatro horas.

“Toda vezes que tentamos resolver problemas não obtemos o êxito esperado, e ainda, temos que conviver com seu sorriso em tom de pesar. Por ser um líder, deveria saber que trabalhar para um chefe abusivo pode ser profundamente doloroso para o trabalhador coagido, além de oneroso para a empresa. A intimidação engloba tudo o que está relacionado à violência física até um mero olhar de raiva”, reclama o sindicalista.

Ele lembra que a agressão aleatória pode levar anos até que os sintomas se manifestem na forma de pressão alta, função imunológica reduzida, baixo níveis de colesterol HDL (colesterol bom), problemas cardiovasculares, aterosclerose, problemas de fertilidade e outras doenças. E que o custo para a empresa aparece em gastos com saúde e perda de produtividade de uma mão de obra “desmoralizada” e fisicamente “debilitada”.

De fato estudos no mundo corporativo comprovam que os chefes que dominam com base no medo podem ganhar batalhas, mas geralmente perdem a guerra, leva a empresa ao declínio ou até mesmo à falência. Ou seja, indivíduos que adotam o estilo confrontador de modo muito aberto geralmente têm um fim triste, ou pelo menos uma parada inesperada no meio da carreira.

“Em uma sociedade civilizada, demonstrações públicas grosseiras e agressivas não representam a melhor alternativa para conseguirem o que querem. O uso desnecessário do poder é uma marca de fraqueza. Fica a dica para a chefia da VIP de Pinedo”, finaliza Tiquinho.

Enquanto o empresariado apimenta relação com o fascismo, judiciário segue numa suruba desenfreada


No TSE o Juiz Fachin votou pela aceitação da determinação da ONU – Organização das Nações Unidas - , dando direito de Lula concorrer. Já no STF o mesmo juiz decidiu o contrário do que votou a 5 dias atrás. A insegurança jurídica está cada vez mais explicita. Se antes havia decisões inconstitucionais  da Corte que deveria justamente resguardar a Constituição, imagina um mesmo juiz decidir uma coisa hoje e o contrário amanhã. Depende da cara do julgado ou do tribunal onde ele é julgado.

Sem Constituição não há lei. Sem lei predomina a “justiça do mais forte”. Nas ruas isto quer dizer o crime, organizado e armado, comandando o povo pobre já sem serviços do Estado, dissolvidos pelo golpe. Na hostes politicas avança o “condutor” temporário encontrado pela burguesia para dar cabo da situação, metendo bala pra todo lado, mas primeiramente fuzilando petistas e afins.

O problema é que a classe dominante retrógrada tupiniquim não aprende nem com história. Depois de chocados os ovos da serpente fascista, as serpentes se espalham e já não são mais contidas por quem as chocou, alimentou e criou. A Serpente vai engolir seus progenitores. É uma questão de tempo. E aí, depois da desgraça e da barbárie instalada, vem os trabalhadores para salvar a todos. Mas para isto teria que haver classe trabalhadora.

No entanto, esta está sendo dizimada e substituída por escravos, cuja relação submissa a patrões está garantido até pela nova lei trabalhista do governo golpista. É tempo de evitar a tragédia e eleger logo Lula, Haddad e Manuela, para que a barbárie não se instale e eles reorganizem a nação. E até para evitar que Lula comande, agora atacam desenfreadamente Haddad, seu representante.

E isto tem uma razão: o empresariado retrógrado nacional não quer de volta o país onde trabalhadores (as) e o povo tinham direitos. E estes direitos só serão resgatados com luta. E para que a luta aconteça, é preciso liderança. E a liderança é de Lula. Ou alguém outro é lider? Não é.

Por isto o PT está certo. Não é uma questão de sobrepor o PT aos demais, mas de fazer com que o PT cumpra o papel de partido dirigente da Classe Trabalhadora, que ele até esteve a ponto de abandonar, mas que os próprios trabalhadores e o povo o reafirmam, quando 29% de todos os que se identificam com partidos, identificam o PT como referência. Atrás vem o PSDB com…4%. Depois vem os outros, muitos sem sequer pontuar. É tempo de retomar as ideias e não de eleger qualquer candidato. Lula é a ideia e Haddad e Manuela são seus porta-vozes. Simples assim.

E como diz Lula, “ideias não se prendem”. Muitas reformas são necessárias e uma com certeza é a do Judiciário brasileiro, que envergonha o Brasil diante do mundo.

Por: Luiz Muller.