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quinta-feira, 6 de março de 2014

De (1905 – 1929) predominará no país o chamado Sindicalismo Libertário

Sindicalismo no Brasil: a luta entre capital e trabalho faz surgir os sindicatos

Apesar de sermos um país jovem, em comparação a outros países do além mar. Temos apenas 508 anos, dos quais 322 sobre o domínio dos colonizadores portugueses. Só obtivemos nossa independência no dia 07 de setembro de 1822. Com todo atraso desenvolvimentista, somos uma nação com uma história para contar, de lutas e conquistas travadas pela classe operária até os dias de hoje.

Quando o almirante Pedro Álvares Cabral e sua comitiva aportaram em solo brasileiro em 1500, pode-se dizer que aí começa a luta do fraco contra o forte. Inicialmente foram os índios, que em vão resistiram enquanto puderam, depois os escravos capturados com requinte de crueldade na África e trazidos para o Brasil.

Mais tarde os imigrantes, que vieram para cá na busca de melhores condições de vida e trabalho incentivados por promessas dos capitalistas europeus, foram obrigados a se unirem para combater as injustiças e o nível insuportável da exploração imposta pela ganância dos patrões, que não se importavam com outra coisa a não ser o lucro fácil.

Com a finalidade de resolver as demandas provenientes da relação capital e trabalho, ou seja, reivindicar melhores salários e redução da jornada de trabalho, além de um atendimento assistencial para a classe, no Brasil, os trabalhadores criam, em 1872 a Liga Operária de Socorro Mútuo e também as Ligas de Resistência.

Em 1903 surge a União dos Empregados do Comércio, e posteriormente a União dos Trabalhadores em Tecido. Na época estes tipos de organizações atuaram firmes de maneira preponderante e conquistaram o que hoje denominamos Direito do Trabalho. Conforme registro histórico, a expressão “sindicato” surgiu em 1903, e o pioneiro foi o Sindicato dos Trabalhadores em Mármore, Pedra e Granito – SP (1906).

De (1905 – 1929) predominará no país o chamado Sindicalismo Libertário. Antes do surgimento da indústria, a economia brasileira era movida pela agricultura, com vastas plantações de café, cana de açúcar, de algodão e o cacau. A mais importante da economia exportadora era a agricultura cafeeira, que se concentrava no Estado de São Paulo.

Como tal atividade não exigia muito volume de investimento, e com o lucro garantido, os patrões vinculados a este setor exportador passo a investir na mais nova atividade da economia, ou seja, a indústria. O trabalho passa a ser remunerado por salário, e sua principal característica será a exploração dos trabalhadores, que formará a classe operária brasileira.

Considerado o berço da classe operária e do sindicalismo combativo, o ABC paulista teve algumas indústrias instaladas no final do século XIX. Porém, o registro oficial da primeira fábrica de São Bernardo do Campo – SP é de 1905, uma pequena fábrica de móveis. Já em 1920, a cidade possuía uma população de 24.014 habitantes; 121 estabelecimentos industriais e 207 firmas comerciais.

Nas fábricas a jornada de trabalho chegava a atingir 14 ou 16 horas diárias e a força de trabalho de mulheres e crianças eram as mais exploradas. Os salários pagos atingiam níveis baixos, e a forma de punições disciplinares e castigo era a redução dos mesmos. Todos eram explorados sem qualquer direito ou proteção legal, e a repressão policial sempre a favor dos patrões, faziam das fábricas verdadeiros presídios.

O clima hostil instalado nos meios de produção, as experiências e os sonhos da massa de trabalhadores imigrantes, principalmente os italianos que almejavam uma sociedade libertária sem exploração e sem patrões, sonhos construídos na luta operária desenvolvido no continente europeu, influenciaram decisivamente na construção de uma ferramenta de defesa e proteção dos direitos dos trabalhadores, os sindicatos.

Os primeiros sindicatos eram de orientação anarquista, que tinham como princípios fundamentais: Ação Direta, Amor Livre, Trabalho Coletivo, Igualdade e Liberdade sem Estado. A defesa intransigente da greve geral, como forma de derrubar o sistema capitalista, fez do anarquismo a posição hegemônica do nascimento até a consolidação da indústria no Brasil.

No ABC, a primeira organização operária foi a Liga Operária de São Bernardo do Campo, fundada em 26 de junho de 1907, fruto da grande greve operária no Estado de São Paulo, deflagrada pelos metalúrgicos que reivindicava 48 horas de trabalho semanais. A Liga Operária era filiada à Federação Operária de São Paulo de orientação anarco-sindicalista.
Nesta época os trabalhadores se organizavam independente da vontade do Estado ou governo. Por isso era chamado de “libertário”, justamente por não ter qualquer vínculo com o Estado.

 O controle era dos próprios trabalhadores que se organizavam livremente para lutar contra as duras condições de vida e trabalho, por uma sociedade sem classes, sem opressão e exploração. Este tipo de organização teve vida curta, muitas entidades desapareceram ao longo dos anos.

                                                                                                           

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