Powered By Blogger

segunda-feira, 10 de março de 2014

Os trabalhadores precisam, também, ocupar as ruas, divulgar a Pauta Trabalhista

Não há mais espaço para amadorismo: os sindicatos devem se profissionalizar

Em entrevista para o Jornal dos Trabalhadores (publicação das Centrais sindicais), o presidente Nacional da Nova Central Sindical de Trabalhadores, José Calixto Ramos (Sr. Calixto), afirmou que a mobilização do dia 9 de abril é em favor da “Humanização do Trabalho”. E reforçou que também visa o cumprimento de “Históricas Reivindicações”.

No auge de sua experiência de grande líder sindical, afirmou que causa indignação, que em pleno século 21, centenas de trabalhadores continuem a adoecer e morrer em decorrência da ganância e busca desenfreada da produtividade e mais lucros.

“Quando pedimos a derrubada do Projeto de Lei 4330, que amplia a terceirização, e está parado no Congresso Nacional, é porque entendemos que só lesa nossos interesses. Faltam no intramuros ações e políticas preventivas eficazes, que envolvam o coletivo de trabalhadores em um meio ambiente seguro”.

Em sua opinião, não há mais espaço para “amadorismo” e os sindicatos devem e precisam urgentemente se “profissionalizar”. Porém, pondera que sindicalismo renovado não significa abrir mão da luta de classe e organização dos trabalhadores por local de trabalho. “Nossa atuação por local de trabalho é mais que necessária”.

Apontou o acesso massificado à informação, principalmente por meio da internet, como um mecanismo fantástico que tem contribuído para que os trabalhadores (as) se mobilizem contra as violências, os descasos patronais, apoiando-se mutuamente e criando canais de denuncia das perversidades organizacionais.

“Neste contexto, os trabalhadores precisam, também, ocupar as ruas, divulgar a Pauta Trabalhista e mostrar o descaso com que governo e empresários têm tratado as reivindicações unitárias do movimento sindical, como a redução da jornada de trabalho, o fim do Fator Previdenciário e a ampliação de direitos”.

Garantiu que o momento é propício, para que o movimento sindical brasileiro centralize seus esforços no sentido de fiscalizar e denunciar práticas gerenciais perversas, incentivar canais para denúncias, além de utilizar o Plano Nacional de Segurança e Saúde do Trabalho (Plansat), para disseminar informações preventivas sobre os transtornos de saúde típicos de cada categoria em situação de vulnerabilidade.

“Não podemos aceitar que possíveis impedimentos sirvam de justificativas para ‘deixar-se levar’. Devemos encarar e refletir o momento atual e estágio do desenvolvimento do capitalismo, sem perder o nosso lugar de classe que vive do trabalho, que produz riquezas e tem potencial transformador, em suas ações de luta”.

Garante que o inimigo é poderoso e atua de forma implícita, nesta nova forma de inclusão social perversa, imposta pelo “capitalismo contemporâneo”, que persiste e se agrava a concentração de riquezas em mãos de poucos enquanto o surgimento de novas relações de trabalho aumenta vertiginosamente, para manter o status de “Apto ao Trabalho”, que significa não faltar, não adoecer, dar a vida e suar a camisa pela empresa. “É a política da saúde perfeita”.

Alertou que cada vez mais as empresas buscam um trabalhador que seja ágil, criativo, organizado, motivado e comprometido com seu desempenho na realização do trabalho. E pergunta quem é esse novo trabalhador de saúde perfeita, possuidor de excelência, qualificado, disciplinado, motivado e criativo ante as demandas da produção? Quem é esse trabalhador contemporâneo?

Como resposta diz que é um homem ou uma mulher que não mede esforços em prol da “Sua” empresa. Devem doar-se, pois se a empresa cresce, eles também crescerão. Por isso, devem ser “Polivalente”, um “faz Tudo” da produção, da gestão. “As empresas cada vez mais buscam um trabalhador que seja ágil, criativo, organizado, motivado e comprometido com seu desempenho na realização do trabalho”.

De acordo com Sr. Calixto, tornou-se fato comum às empresas pressionarem seus trabalhadores para cumprir metas inalcançáveis. Se não conseguem, são humilhadas e ridicularizadas no ambiente de trabalho.


“Não bastasse tamanha carga de exigências, são frequentes as denuncias de empresas que fraudam o registro da jornada de trabalho, que fazem pagamentos ‘por fora’, que impões jornadas prolongadas e exaustivas. Se os trabalhadores são usados ao máximo de suas forças e energias para aumentar a lucratividade, a diminuição de sua capacidade produtiva os transforma em inúteis e descartáveis, principalmente quando envelhecem”, finalizou.

Nenhum comentário:

Postar um comentário