Em entrevista para o Jornal
dos Trabalhadores (publicação das Centrais sindicais), o presidente
Nacional da Nova Central Sindical de Trabalhadores, José Calixto Ramos (Sr.
Calixto), afirmou que a mobilização do dia 9 de abril é em favor da
“Humanização do Trabalho”. E reforçou que também visa o cumprimento de “Históricas
Reivindicações”.
No auge de sua experiência de
grande líder sindical, afirmou que causa indignação, que em pleno século 21,
centenas de trabalhadores continuem a adoecer e morrer em decorrência da
ganância e busca desenfreada da produtividade e mais lucros.
“Quando pedimos a derrubada
do Projeto de Lei 4330, que amplia a terceirização, e está parado no Congresso
Nacional, é porque entendemos que só lesa nossos interesses. Faltam no
intramuros ações e políticas preventivas eficazes, que envolvam o coletivo de
trabalhadores em um meio ambiente seguro”.
Em sua opinião, não há mais
espaço para “amadorismo” e os sindicatos devem e precisam urgentemente se “profissionalizar”. Porém, pondera que sindicalismo renovado não significa abrir mão da luta
de classe e organização dos trabalhadores por local de trabalho. “Nossa atuação
por local de trabalho é mais que necessária”.
Apontou o acesso massificado
à informação, principalmente por meio da internet, como um mecanismo fantástico
que tem contribuído para que os trabalhadores (as) se mobilizem contra as
violências, os descasos patronais, apoiando-se mutuamente e criando canais de
denuncia das perversidades organizacionais.
“Neste contexto, os
trabalhadores precisam, também, ocupar as ruas, divulgar a Pauta Trabalhista e
mostrar o descaso com que governo e empresários têm tratado as reivindicações
unitárias do movimento sindical, como a redução da jornada de trabalho, o fim
do Fator Previdenciário e a ampliação de direitos”.
Garantiu que o momento é
propício, para que o movimento sindical brasileiro centralize seus esforços no
sentido de fiscalizar e denunciar práticas gerenciais perversas, incentivar
canais para denúncias, além de utilizar o Plano Nacional de Segurança e Saúde
do Trabalho (Plansat), para disseminar informações preventivas sobre os
transtornos de saúde típicos de cada categoria em situação de vulnerabilidade.
“Não podemos aceitar que
possíveis impedimentos sirvam de justificativas para ‘deixar-se levar’. Devemos
encarar e refletir o momento atual e estágio do desenvolvimento do capitalismo,
sem perder o nosso lugar de classe que vive do trabalho, que produz riquezas e
tem potencial transformador, em suas ações de luta”.
Garante que o inimigo é
poderoso e atua de forma implícita, nesta nova forma de inclusão social
perversa, imposta pelo “capitalismo contemporâneo”, que persiste e se agrava a
concentração de riquezas em mãos de poucos enquanto o surgimento de novas
relações de trabalho aumenta vertiginosamente, para manter o status de “Apto ao
Trabalho”, que significa não faltar, não adoecer, dar a vida e suar a camisa
pela empresa. “É a política da saúde perfeita”.
Alertou que cada vez mais as
empresas buscam um trabalhador que seja ágil, criativo, organizado, motivado e
comprometido com seu desempenho na realização do trabalho. E pergunta quem é
esse novo trabalhador de saúde perfeita, possuidor de excelência, qualificado,
disciplinado, motivado e criativo ante as demandas da produção? Quem é esse
trabalhador contemporâneo?
Como resposta diz que é um homem ou uma mulher que não mede
esforços em prol da “Sua” empresa. Devem doar-se, pois se a empresa cresce,
eles também crescerão. Por isso, devem ser “Polivalente”, um “faz Tudo” da
produção, da gestão. “As empresas cada vez mais buscam um trabalhador que seja
ágil, criativo, organizado, motivado e comprometido com seu desempenho na
realização do trabalho”.
De acordo com Sr. Calixto, tornou-se
fato comum às empresas pressionarem seus trabalhadores para cumprir metas
inalcançáveis. Se não conseguem, são humilhadas e ridicularizadas no ambiente
de trabalho.
“Não bastasse tamanha carga
de exigências, são frequentes as denuncias de empresas que fraudam o registro
da jornada de trabalho, que fazem pagamentos ‘por fora’, que impões jornadas
prolongadas e exaustivas. Se os trabalhadores são usados ao máximo de suas
forças e energias para aumentar a lucratividade, a diminuição de sua capacidade
produtiva os transforma em inúteis e descartáveis, principalmente quando
envelhecem”, finalizou.
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