O Dia Internacional das
Mulheres (08 de março) deve ser lembrado e comemorado com muito orgulho, pois a
luta é o símbolo deste precioso dia. “Conhecer o passado significa a
possibilidade de compreender melhor a sociedade na qual vivemos e que nos
explora”, afirma a diretora do Sindficot – SP, Maria de Fátima (Porcina). Em sua opinião não se
trata apenas de compreender a realidade para ser “culto” ou vivê-la melhor. Trata-se
de, a partir do entendimento do ontem e do hoje, atuar conscientemente sobre o
presente visando transformá-lo, sabendo o que preservar e o que modificar.
“A luta das Mulheres
Condutoras cada dia ganha mais força no Sindicato dos Motoristas - SP e na
Categoria. Conhecer essa história que quase sempre não é contada nos faz entrar
em contato com os sonhos, a força e a coragem das que ousaram se rebelar e
lutar por uma vida nova, em busca dos seus sonhos”.
Diz que também conhecer
essa trajetória, lhes ajudam a identificar os desafios para continuar a luta,
por uma sociedade igualitária onde mulheres e homens sejam livres e os sonhos
realizados. E garante que tudo
começou no I Congresso do Sindicato dos Motoristas – SP, realizado nos dias 31
de março, e 1 e 2 de abril de 1989, dentre os 242 delegados – 60 eram mulheres,
que discutiram e aprovaram a criação de
uma Comissão Permanente de Assuntos Relacionados as Mulheres (CPPAM), que foi
habilmente coordenada pela por ela e outras companheiras.
Ressaltou que devido à
grande demanda dos problemas e a crescente organização das mulheres condutoras,
a necessidade de se ter um Departamento Para Assuntos Relacionado às Mulheres
(DPAM), e uma sala na entidade dotada de uma mínima infraestrutura ficou
latente.
Que após dois anos, no
II Congresso dos Condutores, realizado em Santos, nos dias 15, 16 e 17 de
fevereiro de 1991, desta vez, dos 400 delegados – 150 eram mulheres, que
aprovaram em especial o fortalecimento das Comissões de Garagem e CIPAs, além
criar a Escola dos Trabalhadores em Transportes de São Paulo e o Departamento
das Mulheres. “Nossas demandas só aumentaram
e queríamos mais espaço. Fruto de nossa mobilização, organizados 6 (seis)
encontros para discutir nossas peculiaridades”.
Orgulha-se que em 2003
– um ano de muita perseguição aos dirigentes do sindicato, mas também com
muitas vitórias - entre os dias 12, 13 e 14 de fevereiro, na cidade de Praia
Grande, foi realizado o 5º Congresso da Categoria, que contou com a
participação de 700 delegados- desta vez com mais de 200 mulheres - que
finalmente aprovaram a criação das Secretarias de Habitação, a Secretaria da
Mulher e o Departamento de Manutenção.
“Me sinto muito honrada
de fazer parte desta brilhante história, que ao longo desta trajetória de lutas
e conquistas do nosso merecido espaço no Sindicato e na Categoria, nós contamos
com o apoio dos companheiros que desde o 1º Congresso, votaram nas propostas
elaboradas pelas companheiras que ocuparam os cargos de coordenadoras e que
fizeram parte da Comissão de Mulheres”.
Lembra que as mulheres,
nesse percurso, têm enfrentado barreiras, para que esse tema permaneça na ordem
do dia do sindicalismo. Fortes e ousadas elas se deparam com os preconceitos e
aos poucos contribuem para que o sindicalismo deixe de ser um espaço exclusivo
dos homens. Essa presença permanente delas trás um elemento novo para a luta
das trabalhadoras e gênero.
“O crescimento e a
organização política da mulher trabalhadora têm contribuído com o avanço das
lutas sociais no país, bem como com as conquistas de leis e que passam a
promover a cidadania para todos. Além das conquistas das ações afirmativas e
concretas, contra a opressão discriminação e exclusão, conquistamos espaço em
outras esferas de poder. Parabéns
mulheres pelo nosso merecido dia!”, finaliza.
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