Foi a 3ª alta anual
consecutiva após 2 anos de retração, mas a recuperação lenta ainda mantém a
economia do país abaixo do patamar pré-recessão. Já o PIB per capita (por
habitante) teve alta de apenas 0,3% em termos reais em 2019, alcançando R$
34.533 em 2019.
“São três anos de resultados
positivos, mas o PIB ainda não anulou a queda de 2015 e 2016 e está no mesmo
patamar do primeiro trimestre de 2013”, destacou Rebeca Palis, coordenadora das
Contas Nacionais do IBGE.
Segundo ela, em valores
correntes, o PIB brasileiro ainda segue 3,1% abaixo do pico (ponto mais alto da
economia brasileira), registrado no primeiro trimestre de 2014. "Por outro
lado, estamos a 5,4% do vale, o ponto mais baixo que foi alcançado no 4º
trimestre de 2016", explicou.
Em 2017 e 2018 o crescimento
foi de 1,3% em ambos os anos, após retrações de 3,5% em 2015 e de 3,3% em 2016.
Apesar de mais um ano de
crescimento decepcionante, o resultado veio dentro do esperado pelo mercado
que, após resultados fracos da atividade econômica em novembro e dezembro,
passou a projetar mais um ano de taxa bem próxima de 1%. No começo de 2019, a estimativa
era de um avanço de mais de 2% no ano. A estimativa do Ministério da Economia
era de uma alta de 1,12%.
O PIB é a soma de todos os
bens e serviços produzidos no país e serve para medir a evolução da economia. Estimativas
para o PIB foram caindo ao longo do ano; entenda
Veja
os principais destaques do PIB em 2019:
Serviços: 1,3%
Indústria: 0,5%
Agropecuária: 1,3%
Consumo das famílias: 1,8%
Consumo do governo: -0,4%
Investimentos: 2,2%
Construção civil: 1,6% (1ª
alta após cinco anos consecutivos de queda).
Exportação: -2,5% (1ª queda
em 5 anos)
Importação: 1,1%
Investimentos
desaceleram
Os investimentos tiveram uma
desaceleração mais forte, registrando uma alta de 2,2% no ano passado, após um
salto de 3,9% em 2018 e queda de 2,6% em 2017. Já a despesa de consumo do
governo caiu 0,4%, em meio ao rombo das contas públicas e dificuldades
orçamentárias.
A taxa de investimento em
2019 foi de 15,4% do PIB, acima do observado em 2018 (15,2%), mas ainda bem
abaixo do patamar acima de 21% registrado em 2013. Já a taxa de poupança caiu
para 12,2%, ante 12,4% em 2018.
No setor de serviços, as
atividades que registraram maior avanço no ano foram: informação e comunicação
(4,1%) – maior taxa de crescimento entre todos os componentes do PIB –,
atividades imobiliárias (2,3%) e comércio (1,8%).
Na agropecuária, o
crescimento foi puxado pelo cultivo de milho (23,6%), algodão (39,8%), laranja
(5,6%) e feijão (2,2%).
Perspectivas
para 2020
Após um início de ano de
maior otimismo sobre as perspectivas para a economia brasileira, preocupações
em torno dos impactos do coronavírus na economia global e incertezas sobre o
ritmo de aprovação de reformas no Congresso têm derrubado as projeções para o
PIB do Brasil em 2020.
Embora não faça projeções, o
IBGE considera que a economia brasileira será afetada negativamente pelo
coronavírus. "Quando a gente divulgar o primeiro trimestre do ano
provavelmente a gente vai ver o impacto do coronavírus sobre a economia",
disse a gerente das Contas Nacionais, Rebeca Palis. "Vai ser um impacto no
todo, provavelmente vai afetar o comercio exterior e, também, a produção
nacional", acrescentou ao ser questionada sobre quais setores devem ser
impactados.
O mercado brasileiro reduziu
para 2,17% a previsão a alta do PIB neste ano, segundo a última pesquisa Focus
do Banco Central, mas diversos bancos e consultorias já estimam um crescimento
abaixo de 2% e mais cortes na taxa básica de juros.
Economia deve ter retomada
apenas gradual até o fim do governo Bolsonaro
Até o final de janeiro deste
ano, o ministro da Economia, Paulo Guedes, se dizia confiante em uma taxa de
crescimento de 2,5% em 2020. Nesta quarta, em comunicado, o ministério da
Economia afirmou que o coronavírus tornou o crescimento este ano 'desafiador',
ao reduzir a expectativas de crescimento mundial e "adicionar
incertezas" sobre a evolução do comércio internacional.
A estimativa atual do
governo para o crescimento da economia em 2020 segue em 2,4%, mas o secretário
de Política Econômica do Ministério da Economia, Adolfo Sachsida, já adiantou
que, até o início da próxima semana, a projeção oficial deverá ser revisada.
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