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quarta-feira, 4 de março de 2020

PIB do Brasil cresce 1,1% em 2019, menor avanço em 3 anos

O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro cresceu 1,1% em 2019, segundo divulgou nesta quarta-feira (4) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Foi o desempenho mais fraco em 3 anos, com o resultado afetado principalmente pela perda de ritmo do consumo das famílias e dos investimentos privados. Em valores correntes, o PIB do ano passado totalizou R$ 7,3 trilhões em 2019.


Foi a 3ª alta anual consecutiva após 2 anos de retração, mas a recuperação lenta ainda mantém a economia do país abaixo do patamar pré-recessão. Já o PIB per capita (por habitante) teve alta de apenas 0,3% em termos reais em 2019, alcançando R$ 34.533 em 2019.

“São três anos de resultados positivos, mas o PIB ainda não anulou a queda de 2015 e 2016 e está no mesmo patamar do primeiro trimestre de 2013”, destacou Rebeca Palis, coordenadora das Contas Nacionais do IBGE.

Segundo ela, em valores correntes, o PIB brasileiro ainda segue 3,1% abaixo do pico (ponto mais alto da economia brasileira), registrado no primeiro trimestre de 2014. "Por outro lado, estamos a 5,4% do vale, o ponto mais baixo que foi alcançado no 4º trimestre de 2016", explicou.

Em 2017 e 2018 o crescimento foi de 1,3% em ambos os anos, após retrações de 3,5% em 2015 e de 3,3% em 2016.
Apesar de mais um ano de crescimento decepcionante, o resultado veio dentro do esperado pelo mercado que, após resultados fracos da atividade econômica em novembro e dezembro, passou a projetar mais um ano de taxa bem próxima de 1%. No começo de 2019, a estimativa era de um avanço de mais de 2% no ano. A estimativa do Ministério da Economia era de uma alta de 1,12%.

O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país e serve para medir a evolução da economia. Estimativas para o PIB foram caindo ao longo do ano; entenda

Veja os principais destaques do PIB em 2019:

Serviços: 1,3%
Indústria: 0,5%
Agropecuária: 1,3%
Consumo das famílias: 1,8%
Consumo do governo: -0,4%
Investimentos: 2,2%
Construção civil: 1,6% (1ª alta após cinco anos consecutivos de queda).
Exportação: -2,5% (1ª queda em 5 anos)
Importação: 1,1%
 
Investimentos desaceleram

Os investimentos tiveram uma desaceleração mais forte, registrando uma alta de 2,2% no ano passado, após um salto de 3,9% em 2018 e queda de 2,6% em 2017. Já a despesa de consumo do governo caiu 0,4%, em meio ao rombo das contas públicas e dificuldades orçamentárias.

A taxa de investimento em 2019 foi de 15,4% do PIB, acima do observado em 2018 (15,2%), mas ainda bem abaixo do patamar acima de 21% registrado em 2013. Já a taxa de poupança caiu para 12,2%, ante 12,4% em 2018.

No setor de serviços, as atividades que registraram maior avanço no ano foram: informação e comunicação (4,1%) – maior taxa de crescimento entre todos os componentes do PIB –, atividades imobiliárias (2,3%) e comércio (1,8%).

Na agropecuária, o crescimento foi puxado pelo cultivo de milho (23,6%), algodão (39,8%), laranja (5,6%) e feijão (2,2%).

Perspectivas para 2020

Após um início de ano de maior otimismo sobre as perspectivas para a economia brasileira, preocupações em torno dos impactos do coronavírus na economia global e incertezas sobre o ritmo de aprovação de reformas no Congresso têm derrubado as projeções para o PIB do Brasil em 2020.

Embora não faça projeções, o IBGE considera que a economia brasileira será afetada negativamente pelo coronavírus. "Quando a gente divulgar o primeiro trimestre do ano provavelmente a gente vai ver o impacto do coronavírus sobre a economia", disse a gerente das Contas Nacionais, Rebeca Palis. "Vai ser um impacto no todo, provavelmente vai afetar o comercio exterior e, também, a produção nacional", acrescentou ao ser questionada sobre quais setores devem ser impactados.

O mercado brasileiro reduziu para 2,17% a previsão a alta do PIB neste ano, segundo a última pesquisa Focus do Banco Central, mas diversos bancos e consultorias já estimam um crescimento abaixo de 2% e mais cortes na taxa básica de juros.

Economia deve ter retomada apenas gradual até o fim do governo Bolsonaro
Até o final de janeiro deste ano, o ministro da Economia, Paulo Guedes, se dizia confiante em uma taxa de crescimento de 2,5% em 2020. Nesta quarta, em comunicado, o ministério da Economia afirmou que o coronavírus tornou o crescimento este ano 'desafiador', ao reduzir a expectativas de crescimento mundial e "adicionar incertezas" sobre a evolução do comércio internacional.

A estimativa atual do governo para o crescimento da economia em 2020 segue em 2,4%, mas o secretário de Política Econômica do Ministério da Economia, Adolfo Sachsida, já adiantou que, até o início da próxima semana, a projeção oficial deverá ser revisada.

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