O número de pessoas que,
segundo dados do Ministério da Saúde, se recuperaram da doença,é maior do que a
quantidade de pacientes em acompanhamento médico. Das mais de 17.543.853
pessoas que foram contaminadas, mais de 15 milhões se recuperaram da doença,
faz questão de destacar a Secretaria de Comunicação do governo de Jair o ministro
da Saúde, Marcelo Queiroga.
No entanto, a pesquisa
comprova que a doença não é apenas uma “gripezinha leve” como eles afirmaram várias
vezes ao se referirem a pandemia do novo coronavírus. Além da alta incidência
de mortes, é grande o número de recuperados da Covid-19 que apresentam outros
problemas de saúde meses após terem contraído o vírus e se recuperado da
doença.
Foram analisados dados de
aproximadamente 2 milhões de usuários de empresas privadas de seguro-saúde que
testaram positivo para Covid-19 entre fevereiro e dezembro de 2020 e constatou
que 23,2% dos pacientes, cerca de 450.000 pessoas - voltaram ao médico pelo
menos 30 dias depois do atendimento inicial queixando-se problemas de saúde.
Na avaliação de Diego
Xavier, epidemiologista do Instituto de Comunicação e Informação Científica e
Tecnológica em Saúde, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), ainda é necessário
tempo para entender os efeitos da doença a longo prazo, mas pelos estudos que
já estão sendo feitos, inclusive no Brasil, é possível observar problemas de
saúde entre os pacientes que se
recuperam da doença.
“A gente ainda precisa de
tempo para avaliar isso. No entanto, tem um estudo que está sendo feito na USP
de Ribeirão Preto [interior de São Paulo] e os resultados preliminares apontam
essa situação da Covid-19 por longo prazo. Cerca de 65% dos pacientes que
tiveram a Covid-19 ou apresentaram alguns sintomas da doença tiveram sequelas”.
“É importante que a gente entenda que os
estudos ainda são poucos porque a doença é nova, estamos lidando com ela há um
ano e meio, mas os estudos têm relatado que o cansaço, a fadiga, problema de
pele, febre, dificuldade de dormir e até depressão pós-Covid”, confirma o
infectologista.
Além desses problemas
relatados por Diego, tem pessoas que enfrentam dificuldades respiratórias,
colesterol alto, mal-estar geral, bem como casos de hipertensão. Problemas
intestinais, enxaquecas, infecções de pele, anormalidades cardíacas, distúrbios
do sono e anormalidades de saúde mental também foram relatados. Muitas das que
foram infectadas sofrem com os sintomas por meses, incluindo fadiga contínua,
dor persistente e falta de ar, como foi apontado por Diego Xavier.
Existe um reconhecimento
crescente por parte dos especialistas de que as pessoas estão enfrentando as
consequências de longo prazo de uma infecção por Covid. Questionamentos básicos
como se as pessoas que contraem o vírus persistente ou se todos vão se recuperar
totalmente estão repletas de incertezas
Já teve pacientes que, por
exemplo, tiveram problemas de saúde mental, incluindo depressão, ansiedade e
dificuldade para pensar com clareza. Em milhares de casos, a recuperação é
lenta e mesmo pessoas com infecções relativamente brandas podem ficar com
problemas de saúde graves e duradouros.
Os pesquisadores da FAIR
disseram que a pesquisa é o maior estudo já conhecido sobre a duração dos
efeitos da Covid-19. O sintoma pós-Covid-19 mais presente que encontraram entre
as pessoas pesquisadas foi o de dores e inflamações de nervos, relatada por
quase 100 mil pesquisados.
A FAIR afirma que a amostra
não se estendeu a pacientes atendidos por planos subsidiados pelo governo nos
programas mais populares. Pacientes com doenças crônicas pré-existentes não
foram incluídos no estudo em razão da dificuldade de se distinguir quaisquer
sintomas pós-Covid-19 dos sintomas associados à doença preexistente.
Profissionais
estudam os efeitos
Para Irma de Godoy, presidente
da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia, o ideal seria que todos os
pacientes com comprometimento pulmonar durante internação fossem acompanhados por pneumologistas após
receberem alta hospitalar e, se indicado, passassem por reabilitação com
fisioterapeutas.
Profissionais de saúde têm
se aprofundado no estudo e na disseminação de exercícios possíveis de serem
feitos em casa pelo próprio paciente, já que os ambulatórios públicos de
fisioterapia estão superlotados. Algumas dessas instituições criaram
"ambulatórios pós-Covid", voltados ao monitoramento de pacientes que
tiveram diagnóstico grave para Covid-19 e que já receberam alta.
“A perda da capacidade,
mesmo que pequena, para um atleta por exemplo, pode dificultar os movimentos.
Estamos estudando ainda tudo isso”, finaliza Diego.
Fonte:
https://www.cut.org.br/noticias.
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