Powered By Blogger

quarta-feira, 30 de junho de 2021

Denúncias de cobrança de propina para compra de vacina abalam governo Bolsonaro

Duas denúncias de cobrança de propina feitas durante negociações entre o Ministério da Saúde e empresas para a compra de vacinas contra a Covid-19, abalaram ainda mais as estruturas do governo de Jair Bolsonaro (ex-PSL), que já vinha na lona após as denúncias dos irmãos Miranda – o servidor Luís Ricardo Miranda, que denunciou pressão para apovar a importação da vacina indiana Covaxin com superfaturamento de 1000%, e seu irmão, o deputado Luís Miranda (DEM-DF), que avisou o presidente sobre as irregularidades.

Com a gravidade das novas denúncias, um diretor do Ministério da Saúde já foi exonerado e foram convocados a depor na CPI da Covid do Senado um denunciante, um acusado e o líder do governo Ricardo Barros (PP-SC), que teria indicado o diretor do ministério que cobrou propina.

Denúncia de propina 1

Em entrevista exclusiva publicada no jornal Folha de S. Paulo nesta terça-feira (29), Luiz Paulo Dominguetti Pereira, que se apresenta como representante da empresa Davati Medical Supply, afirmou que o diretor de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Ferreira Dias, indicado para o cargo pelo deputado Ricardo Barros (PP-SC), que agora nega a indicação, cobrou propina de 1 dólar por dose para fechar a compra de 400 milhões de doses da vacina AstraZeneca.

De acordo com Dominguetti Pereira, o pedido de propina aconteceu em um shopping de Brasília, em 25 de fevereiro. Cada dose do imunizante, pela oferta feita naquele momento, custaria 3,5 dólares (sem considerar a propina).

No jantar em que se desenrolou a proposta, estavam presentes, além do representante da Davati e de Roberto Dias, “um militar do Exército e um empresário lá de Brasília”, segundo o relato feito ao jornal.

Um dia depois do encontro, Dominguetti afirma que teve uma agenda oficial com Roberto Dias no Ministério da Saúde. Por não haver o pagamento da propina solicitada, o negócio com o Ministério da Saúde teria sido encerrado.

“Aí depois nós tentamos por outras vias, tentamos conversar com o Élcio Franco [ex-secretário-executivo da Saúde], explicamos para ele a situação também, não adiantou nada. Ninguém queria vacina”, disse Dominguetti à Folha.

Conforme o relato, Roberto Dias pediu a propina dizendo que “não avançava dentro do ministério se a gente não composse com o grupo, que existe um grupo que só trabalhava dentro do ministério, se a gente conseguisse algo a mais tinha que majorar o valor da vacina, que a vacina teria que ter um valor diferente do que a proposta que a gente estava propondo”.

CPI vai ouvir envolvidos e diretor já foi demitido

A repercussão da denúncia levou o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, a exonerar o diretor de Logística, Roberto Ferreira Dias; e a CPI da Covid a aprovar requerimentos para a convocação de Luiz Paulo Dominguetti Pereira. Ele vai depor nesta sexta-feira (2), segundo o presidente da comissão, Omar Aziz (PSD-AM).

Também foram convocados para depor Roberto Ferreira Dias, que será ouvido na quarta-feira (7), e Ricardo Barros, na quinta-feia (8).

A CPI também aprovou requerimento de convocação do tenente-coronel do Exército Marcelo Blanco, que foi assessor no departamento de logística do Ministério da Saúde na gestão de Roberto Ferreira dias.

Blanco participou da reunião no restaurante Vasco quando Dias pediu propina, segundo Dominguetti Pereira.

Denúncia 2

Em reportagem exclusiva, a Revista Crusoé afirmou que, após avisar Bolsonaro sobre as irregularidades na compra da Covaxim, o deputado Luís Miranda teria recebido uma oferta de propina para não atrapalhar a negociação.

De acordo com a reportagem, o deputado chegou a participar de uma reunião com Silvio Assis, lobista ligado ao deputado Ricardo Barros. Na ocasião, teria recebido uma oferta milionária para que ele e o irmão não atrapalhassem as negociações envolvendo a compra da Covaxin, mas não se falou em valores.

Cerca de um mês depois deste primeiro encontro, o deputado Miranda participou de uma nova reunião, no mesmo local, com Assis. Desta vez, Barros esteve presente. Uma nova oferta de propinafoi feita e, desta vez, a oferta foi clara: cerca de R$ 1milhão pela "parceria" no negócio.

À revista, Assis confirmou ter se encontrado com Miranda, mas negou que tenha conversado sobre a compra de vacinas. Já o deputado afirmou que prefere falar sobre o assunto somente à Polícia Federal.

Depois da publicação, em postagem no Twitter, porém, Miranda não confirmou que recebeu oferta de propina. Disse que a revista "é responsável por suas matérias e certamente arcará com o que escreve! Não quero ser usado para criar narrativas e volto a afirmar que todas as minhas conversas com Ricardo Barros foram republicanas e não vou me pronunciar sobre fatos que não posso provar!".

quinta-feira, 24 de junho de 2021

Pesquisa Ipec aponta que reprovação a Bolsonaro sobe 11 pontos e chega a 50%

Pesquisa divulgada na quinta-feira (24), pelo instituto Inteligência em Pesquisa e Consultoria (Ipec) apontou que o governo Jair Bolsonaro tem reprovação (ruim/péssimo) de 50%, um aumento de 11 pontos percentuais na comparação com o último levantamento, publicado em fevereiro (39%). Apenas 23% dos entrevistados consideram a gestão ótima ou boa, uma queda de cinco pontos (28%). Outros 68% disseram não confiar no presidente.

Em meio à crise sanitária e ao aumento da inflação, os eleitores também foram questionados sobre a maneira de governar de Bolsonaro, e 66% disseram não aprovar, alta de oito p.p. em relação ao último levantamento (58%). Só 30% aprovam (eram 38%) e não souberam ou não responderam, 4%, um p.p. a menos.

A taxa de quem avalia como regular passou de 31% em fevereiro para 26% em junho. Um por cento não respondeu, ante 2% em fevereiro. A pesquisa Ipec (antigo Ibope) foi realizada entre 17 e 21 de junho, com 2.002 entrevistados em 141 municípios. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

Nesse período, o país atingiu a marca de 500 mil mortes provocadas pela covid-19. Entre maio e junho, houve dois grandes protestos contrários ao presidente, que levaram milhares de pessoas às ruas em cidades de todos os Estados e no Distrito Federal. Em duas ocasiões também o presidente promoveu "motociatas", no Rio e em São Paulo, que reuniu menor número de apoiadores.

A avaliação negativa de Bolsonaro é maior entre os moradores das regiões Nordeste e Sudeste, onde o governo é ruim/péssimo para 52% - as taxas de ótimo/bom foram 18% e 25%, respectivamente. O Ipec também perguntou se os entrevistados aprovam ou desaprovam a maneira como o presidente governa o país. O percentual de quem aprova caiu de 38% para 30%. Já quem desaprova passou de 58% para 66%.

Outros 4% não responderam ou disseram não saber - ante 5% em fevereiro. No Nordeste, 73% dos entrevistados declararam desaprovar a gestão presidencial. Na região Sul, por outro lado, houve a maior taxa de aprovação, de 36% (ante 59% de desaprovação).

O índice de confiança em Bolsonaro também caiu de 36% para 30%. Aqueles que responderam que "não confiam" eram 61% em fevereiro e agora são 68%. Dois por cento não responderam ou disseram não saber - foram 3% na pesquisa anterior.

quarta-feira, 23 de junho de 2021

Bolsonaro foi avisado do esquema de corrupção na compra superfaturada da vacina indiana

O deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) afirmou que áudios e mensagens encaminhadas a interlocutores de Jair Bolsonaro comprovariam a pressão em cima de Luis Ricardo Miranda, irmão do parlamentar e chefe de importação do Departamento de Logística em Saúde do Ministério da Saúde. A pressão tinha como objetivo a compra da vacina indiana Covaxin.

Em entrevista à CNN no início desta tarde, o parlamentar relatou ter informado Jair Bolsonaro pessoalmente, em um encontro no Palácio da Alvorada no dia 20 de março, um sábado, junto com seu irmão, Luis Ricardo Miranda. No início da semana, afirmou ter indagado o "adjunto" do presidente sobre o assunto.

Ao site Metrópoles, o deputado disponibilizou as mensagens encaminhadas ao secretário de Bolsonaro com os alertas de uma possível corrupção na pasta. O nome do militar foi preservado a pedido do congressista.

"Avise ao PR [presidente da República] que está rolando um esquema de corrupção pesado na aquisição das vacinas dentro do Ministério da Saúde. Tenho provas e as testemunhas. Sacanagem da porra… a pressão toda sobre o presidente e esses ‘FDPs’ roubando”, escreveu o parlamentar às 12h55 do dia 20 de março. O auxiliar de Bolsonaro respondeu com uma Bandeira Nacional.

Uma hora depois, Miranda insistiu: "Não esquece de avisar o presidente. Depois, não quero ninguém dizendo que eu implodi a República. Já tem PF e o caralho no caso. Ele precisa saber e se antecipar". A outra resposta também foi um símbolo nacional.

A Covaxin foi a vacina mais cara adquirida pela gestão de Eduardo Pazuello no Ministério da Saúde, ao custo de US$ 15 por dose. A compra superfaturada do imunizante foi a única para a qual houve um intermediário e sem vínculo com a indústria de vacina, a empresa Precisa. O preço da compra foi 1.000% maior do que, seis meses antes, era anunciado pela fabricante.

A CPI da Covid aprovou um requerimento do relator Renan Calheiros (MDB-AL) para convocar os irmãos Miranda.

Fonte: https://www.brasil247.com

segunda-feira, 21 de junho de 2021

Rastro de destruição de meio milhão de vítimas da covid no Brasil atinge setores mais vulneráveis da sociedade

Imagine se toda a população de uma cidade como Florianópolis desaparecesse em pouco mais de um ano. Segundo estimativa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a capital de Santa Catarina tem 508 mil habitantes — pouco mais do que os 500 mil mortos por causa da Covid-19 em todo o país em 15 meses.

O Brasil é o segundo país a ultrapassar a marca de meio milhão de mortes — os Estados Unidos alcançaram este número em fevereiro. A contagem impressiona (veja mais abaixo).

Em meio ao luto — hoje, são cerca de 2 mil mortes por dia, em média—, nosso país também enfrenta os efeitos colaterais da pandemia do coronavírus, como o aprofundamento da desigualdade social.

Nunca tantos brasileiros estiveram na extrema pobreza —de acordo com o Ministério da Cidadania, 14,5 milhões de famílias estão em situação de miséria (com renda per capita de até R$ 89 mensais). Há ainda 2,8 milhões de famílias vivendo em pobreza (com renda entre R$ 90 e R$ 178 per capita mensais).

Com 14,8 milhões de pessoas sem trabalho, a taxa de desemprego bateu recorde e os mais afetados foram os mais pobres. Mesmo com a criação de novas vagas e com o aumento do PIB, a renda média domiciliar caiu 10%, na comparação entre os primeiros trimestres de 2021 e 2020. Foi o quarto trimestre seguido de queda.

Para o Centro de Políticas Sociais da Fundação Getúlio Vargas, o começo deste ano pode ser considerado "o pior ponto da crise social".

 

Quem perdeu a vida

As vítimas da covid no Brasil são, segundo a Central de Informações do Registro Civil (Arpen):

56% homens e 44% mulheres

50,3% brancos; 28,4% pardos; 6,5% pretos; 0,9% amarelos; 0,2% indígenas (e 13,7% de raça ignorada)

70,4 % com idade entre 60 e 90 anos; 27,9%, entre 30 e 59 anos; 1,7% com menos de 29 anos

Por causa da vacinação, algumas mudanças começaram a ocorrer nestes registros — no começo deste mês, pela primeira vez, as mortes de pessoas com menos de 60 anos por covid superaram a de idosos.

Mas a pandemia nunca atingiu da mesma forma os diferentes grupos sociais. Os primeiros casos no Brasil foram de pacientes que viajaram para o exterior. Rapidamente, a doença se espalhou também entre os mais pobres.

Em junho do ano passado, a mortalidade de internados por covid em UTIs de hospitais públicos era o dobro da registrada nas unidades privadas (38,5% contra 19,5%). Hoje, a taxa é de 53,7% nas UTIs públicas e 30,2% nas particulares. Para a sanitarista Bernadete Perez, números como esses mostram o "abismo" entre as classes sociais no que se refere ao acesso a serviços de saúde.

No dia a dia do trabalho, a vulnerabilidade das classes mais baixas também é exposta. Enquanto muitos escritórios adotaram o home office e os funcionários podem trabalhar de casa, profissionais com remuneração mais baixa, mas que exercem atividades essenciais, como motoristas de ônibus e caixas de supermercado, permaneceram trabalhando fora e não entraram nos grupos prioritários de vacinação.

Fonte: https://noticias.uol.com.br


sexta-feira, 18 de junho de 2021

Pesquisa da FAIR Health aponta problemas graves de saúde no pós-Covid-19

De acordo com um estudo conduzido pela organização sem fins lucrativos FAIR Health, publicado na terça-feira (15), citado pelo jornal The New York Times e divulgado pelo jornal Valor Econômico, um quarto das pessoas que tiveram Covid-19 e se recuperaram procurou atendimento médico um mês após o diagnóstico. Entre esses pacientes estão aqueles que se infectaram com o coronavírus, mas foram considerados inicialmente assintomáticos.

O número de pessoas que, segundo dados do Ministério da Saúde, se recuperaram da doença,é maior do que a quantidade de pacientes em acompanhamento médico. Das mais de 17.543.853 pessoas que foram contaminadas, mais de 15 milhões se recuperaram da doença, faz questão de destacar a Secretaria de Comunicação do governo de Jair o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga.

No entanto, a pesquisa comprova que a doença não é apenas uma “gripezinha leve” como eles afirmaram várias vezes ao se referirem a pandemia do novo coronavírus. Além da alta incidência de mortes, é grande o número de recuperados da Covid-19 que apresentam outros problemas de saúde meses após terem contraído o vírus e se recuperado da doença.

Foram analisados dados de aproximadamente 2 milhões de usuários de empresas privadas de seguro-saúde que testaram positivo para Covid-19 entre fevereiro e dezembro de 2020 e constatou que 23,2% dos pacientes, cerca de 450.000 pessoas - voltaram ao médico pelo menos 30 dias depois do atendimento inicial queixando-se problemas de saúde.

Na avaliação de Diego Xavier, epidemiologista do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), ainda é necessário tempo para entender os efeitos da doença a longo prazo, mas pelos estudos que já estão sendo feitos, inclusive no Brasil, é possível observar problemas de saúde  entre os pacientes que se recuperam da doença.

“A gente ainda precisa de tempo para avaliar isso. No entanto, tem um estudo que está sendo feito na USP de Ribeirão Preto [interior de São Paulo] e os resultados preliminares apontam essa situação da Covid-19 por longo prazo. Cerca de 65% dos pacientes que tiveram a Covid-19 ou apresentaram alguns sintomas da doença tiveram sequelas”.

 “É importante que a gente entenda que os estudos ainda são poucos porque a doença é nova, estamos lidando com ela há um ano e meio, mas os estudos têm relatado que o cansaço, a fadiga, problema de pele, febre, dificuldade de dormir e até depressão pós-Covid”, confirma o infectologista.

Além desses problemas relatados por Diego, tem pessoas que enfrentam dificuldades respiratórias, colesterol alto, mal-estar geral, bem como casos de hipertensão. Problemas intestinais, enxaquecas, infecções de pele, anormalidades cardíacas, distúrbios do sono e anormalidades de saúde mental também foram relatados. Muitas das que foram infectadas sofrem com os sintomas por meses, incluindo fadiga contínua, dor persistente e falta de ar, como foi apontado por Diego Xavier.

Existe um reconhecimento crescente por parte dos especialistas de que as pessoas estão enfrentando as consequências de longo prazo de uma infecção por Covid. Questionamentos básicos como se as pessoas que contraem o vírus persistente ou se todos vão se recuperar totalmente estão repletas de incertezas

Já teve pacientes que, por exemplo, tiveram problemas de saúde mental, incluindo depressão, ansiedade e dificuldade para pensar com clareza. Em milhares de casos, a recuperação é lenta e mesmo pessoas com infecções relativamente brandas podem ficar com problemas de saúde graves e duradouros.

Os pesquisadores da FAIR disseram que a pesquisa é o maior estudo já conhecido sobre a duração dos efeitos da Covid-19. O sintoma pós-Covid-19 mais presente que encontraram entre as pessoas pesquisadas foi o de dores e inflamações de nervos, relatada por quase 100 mil pesquisados.

A FAIR afirma que a amostra não se estendeu a pacientes atendidos por planos subsidiados pelo governo nos programas mais populares. Pacientes com doenças crônicas pré-existentes não foram incluídos no estudo em razão da dificuldade de se distinguir quaisquer sintomas pós-Covid-19 dos sintomas associados à doença preexistente.

 

Profissionais estudam os efeitos

Para Irma de Godoy, presidente da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia, o ideal seria que todos os pacientes com comprometimento pulmonar durante internação fossem  acompanhados por pneumologistas após receberem alta hospitalar e, se indicado, passassem por reabilitação com fisioterapeutas.

Profissionais de saúde têm se aprofundado no estudo e na disseminação de exercícios possíveis de serem feitos em casa pelo próprio paciente, já que os ambulatórios públicos de fisioterapia estão superlotados. Algumas dessas instituições criaram "ambulatórios pós-Covid", voltados ao monitoramento de pacientes que tiveram diagnóstico grave para Covid-19 e que já receberam alta.

“A perda da capacidade, mesmo que pequena, para um atleta por exemplo, pode dificultar os movimentos. Estamos estudando ainda tudo isso”, finaliza Diego.

Fonte: https://www.cut.org.br/noticias.

quarta-feira, 16 de junho de 2021

Desvio de R$ 52 milhões sugere investigação de aliados do Governo Bolsonaro

Na terça-feira (15) líderes da Oposição acionou o Tribunal de Contas da União (TCU), para que apure se houve crime de responsabilidade e improbidade administrativa. O documento cita o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello , o ministro da Secretária-geral da Presidência da República, Onyx Lorenzoni, o ex-secretário-executivo do Ministério da Saúde Elcio Franco, o ex-secretário especial de Comunicação Social Fábio Wajngarten e seu então número dois, Samy Liberman.

Ao todo, R$ 52 milhões teriam sido desviados para pagar campanhas de publicidade institucional. Os recursos foram obtidos por meio de créditos extraordinários autorizados pela Medida Provisória (MP) 942/2020, que liberou R$ 639 milhões em verbas de combate à pandemia para a Presidência da República e para os ministérios da Justiça e da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos.

“A execução da despesa começa com uma proposta de campanha apresentada pela agência de publicidade Calia/Y2, a SECOM, à época dirigida pelo Sr. Fabio Wajngarten . Dessa propositura surgiram quatro Termos de Execução Descentralizada – TED’s firmados entre a SECOM e os ministérios da Saúde e Cidadania que objetivaram a realização de campanhas de divulgação das ações realizadas pelo Governo Federal para atenuar os efeitos da crise provocada pela pandemia”, diz o documento.

O argumento dos deputados é que a assinatura da Secretaria de Comunicação Social (Secom) nesses pagamentos era necessária porque a pasta direcionava pagamento para campanhas feitas por agências de publicidade. Segundo a representação, as campanhas não incentivavam o uso de máscaras, a higiene das mãos e o distanciamento social, mas continham slogan relacionados à liberação de recursos para empresas. O Ministério da Cidadania, à época comandado por Onyx , e o da Saúde também tinham contrato com a empresa.

A representação é assinada pelos deputados federais Alessandro Molon (PSB-RJ), Marcelo Freixo (PSB-RJ), Arlindo Chinaglia (PT-SP), Bohn Gass (PT-RS), Talíria Petrone (Psol-RJ), Elias Vaz (PSB-GO), Joênia Wapichana (Rede-RR), Wolney Queiroz (PDT-PE), Renildo Calheiros (PCdoB-PE) e Danilo Cabral (PSB-PE).

quinta-feira, 3 de junho de 2021

Com Cristo no oxigênio, Economist diz que Brasil precisa tirar Bolsonaro em 2022 para sair de crises

Um relatório especial da revista britânica The Economist, publicado nesta quinta-feira (03/06), afirma que o Brasil vive hoje "sua maior crise desde o retorno à democracia em 1985" e atribui a maior parte dos problemas ao governo do presidente Jair Bolsonaro.

A capa do relatório — que contém sete reportagens em 11 páginas — traz uma imagem do Cristo Redentor usando uma máscara de oxigênio e a manchete "On the brink" ("Na beira").

"Seus desafios [do Brasil] são assustadores: estagnação econômica, polarização política, ruína ambiental, regressão social e um pesadelo ambicioso. E teve de suportar um presidente que está minando o próprio governo. Seus comparsas substituíram funcionários de carreira. Seus decretos têm forçado freios e contrapesos em todos os lugares", diz o texto de abertura do relatório assinado pela correspondente do Economist no Brasil, Sarah Maslin.

No artigo que conclui o relatório — intitulado "Hora de ir embora" — a revista diz que o futuro do Brasil depende das eleições de 2022, e que a prioridade mais urgente do país é se livrar de Bolsonaro.

"Os políticos precisam enfrentar as reformas econômicas atrasadas. Os tribunais devem reprimir a corrupção. E empresários, ONGs e brasileiros comuns devem protestar em favor da Amazônia e da constituição", diz a revista.

"Será difícil mudar o curso do Brasil enquanto Bolsonaro for presidente. A prioridade mais urgente é votar para retirá-lo do poder."

A revista não sugere qual candidato seria o mais indicado para governar o Brasil.

"As pesquisas sugerem que Lula ganharia em um segundo turno [contra Bolsonaro]. Mas, à medida que a vacinação e a economia se recuperam, o presidente pode recuperar terreno. Lula deve mostrar como a forma de [Bolsonaro de] lidar com a pandemia custou vidas e meios de subsistência, e como ele governou para sua família, não pelo Brasil. O ex-presidente deve oferecer soluções, não saudades."

A revista, fundada em 1843 e lida por muitos empresários e políticos em todo o mundo, costuma fazer relatórios detalhados do Brasil. A imagem do Cristo Redentor costuma ser usada nas capas da revista como analogia para a sua opinião sobre o país.

Em 2009, uma capa mostrava o Cristo Redentor decolando, como se fosse um foguete, com a manchete "O Brasil decola" — elogiando políticas econômicas da época. Mas em 2013, em uma imagem semelhante, o mesmo Cristo Redentor aparecia na capa como um foguete desgovernado e a manchete "O Brasil estragou tudo?". Naquela edição, a revista criticava uma mudança de rumo nas políticas econômicas.

'Década de desastres'

A publicação afirma que o Brasil já enfrentava uma "década de desastres" antes mesmo da chega do presidente ao poder, mas que agora o país está retrocedendo — com Bolsonaro e com a pandemia de covid-19.

"Antes da pandemia, o Brasil sofria de uma década de problemas políticos e econômicos. Com Bolsonaro como médico, o Brasil agora está em coma."

A Economist argumenta que Bolsonaro não deu um golpe de Estado — como alguns temiam que pudesse acontecer —, mas possui instintos autoritários que enfraqueceram as instituições democráticas brasileiras, com suas constantes agressões.

"Muitos especialistas disseram que as instituições brasileiras resistiriam a seus instintos autoritários. Até agora, eles provaram estar certos. Embora Bolsonaro diga que seria fácil realizar um golpe, ele não o fez. Mas, em um sentido mais amplo, os especialistas estavam errados. Seus primeiros 29 meses no cargo mostraram que as instituições do Brasil não são tão fortes quanto se pensava e se enfraqueceram sob suas agressões."

A revista diz que Bolsonaro encerrou a investigação da Lava Jato após acusações feitas contra seus filhos — beneficiando "políticos corruptos e grupos criminosos organizados" —, não promoveu mais reformas significativas desde a reforma da Previdência de 2019 e causou danos à Floresta Amazônica, por se solidarizar com madeireiros, mineiros e fazendeiros que promovem o desmatamento.

"Ele levou uma motosserra para o Ministério do Meio Ambiente, cortando seu orçamento e forçando a saída de pessoal competente. A redução do desmatamento requer um policiamento mais firme e investimento em alternativas econômicas. Nenhum dos dois parece provável."

Em outra reportagem, a revista afirma que depois de uma "geração de progresso", a mobilidade social está desacelerando no país. Segundo a revista, anos de políticas voltadas para o controle da inflação e diminuição da pobreza foram seguidos por uma "década de políticas ruins e sorte pior ainda".

A revista critica as gestões do PT por investirem pouco em infraestrutura, abandonarem reformas pró-negócios e por adotarem políticas semelhante à substituição de importação. Bolsonaro e seu ministro da Economia, Paulo Guedes, também são criticados.

" Guedes se gabava de que seriam feitas reformas para simplificar o código tributário, reduzir o setor público e privatizar empresas estatais ineficientes. No entanto, o espírito reformista se mostrou fugaz. Bolsonaro não é muito liberal. Seu desgosto por reformas duras tornou fácil para o Congresso ignorar a agenda de Guedes."

O relatório traz também análises sobre corrupção e crime, Amazônia, reformas políticas e eleitores evangélicos.

Fonte: https://www.terra.com.br/noticias/brasil

Mudanças provocadas pelas novas tecnologias da comunicação

Os avanços tecnológicos, de fato mudaram o mundo. Ao longo dos anos o Homem evoluiu e descobriu novas técnicas para facilitar seu modo de vida, ou seja, com o tempo o modo de pensar também mudou e ao longo dos séculos provocou verdadeiras revoluções no comportamento cultural das pessoas.

Primeiro veio a Revolução Agrícola, na qual o homem descobre que não precisava plantar alimentos, só para seu consumo próprio; depois surge a Revolução Industrial, caracterizada pela produção em série de bens de consumo.

Agora, vivemos na "fantástica" Revolução da Informação, que diariamente como um passe de mágica, se renova e faz a informação circular com rapidez, para melhorar o mundo dos negócios e transformar culturas espalhadas pelo planeta.

Acredito que é justamente esta magia, que tem mudado e forjado novo comportamento nas pessoas, que muitas vezes prefere se comunicar a distância, a ter que se deslocar e enfrentar os perigos e os imprevistos da vida pós-moderna.

Antigamente as empresas viviam pura e exclusivamente pelo lucro, atualmente, mesmo visando-o, a satisfação do cliente (consumidor) de seus produtos ou serviços está em primeiro plano, que através do marketing e, por necessidades lógicas de como se posicionar no mundo dos negócios, as empresas consideradas “umbigo” saíram de cena, e entra aquelas mais abertas para o mundo, com gestão compartilhada, motivacional e sem autoritarismo.

No meio deste fogo cruzado motivado pela concorrência na busca da preferência das pessoas, fica a comunicação.  Dela se espera, para gerenciar e administrar conflitos, atuação firme em um cenário de muita transparência que possa garantir sua credibilidade perante um público cada vez mais crítico e participativo nas decisões.

Em todos os seguimentos a comunicação ganha lugar estratégico que motive os ânimos e garanta o padrão de credibilidade entre os demais agentes que se relacionam. Porém, ela tem que ser trabalhada através de técnicas jornalísticas e de marketing, com o objetivo de se garantir o melhor feedback possível. O advento da internet trouxe profundas mudanças na forma de se comunicar no rádio, TV, meios impressos.

Devido ela, alterou-se o fluxo engessado da comunicação (Emissor – Mensagem – Receptor). Agora não há mais só emissor ou só receptor, a comunicação se tornou instantânea via multimídia. E, não é só o jornalista que produz conteúdo, e a mídia convencional foi parar na WEB (World Wide Web) e nas redes sociais.  Nela o GOOGLE virou buscador universal na rede, e as informações viraram públicas.

Nas redes sociais, pequenos grupos em torno do mesmo objetivo se juntam e tornam o mundo sem fronteiras via a internet, que por sua vez abriu novos espaços a um custo barato, em que as pessoas se relacionam com mais interatividade e com possibilidades infinitas de poder opinar livremente.

Com o aumento do fluxo e quantidade de informações, em que nossos sentidos são bombardeados pelos diferentes meios de informação e as diversas tendências, nos obriga interessar e conhecer qual o processo e as alterações que sofre uma notícia desde o momento em que se verifica o fato que a origina até aquele em que surge diante dos nossos olhos.

O gênero da informação depende de quem veicula, de quem a gera, se uma instituição governamental ou não, da empresa o celebridade, que gerará a informação, que por sua vez ganha mais importância e exatidão, se tiver um valor universal, se é relevante ou se provocará mudanças ou não na rotina das pessoas, se o se impacto provocará estragos políticos e econômicos etc.

Por fim, antes de 1945 não havia reuniões ou conferências de imprensa, nem inúmeras entrevistas ou declarações que hoje vemos com mais frequência, quer para imprensa, quer para televisão, rádio e internet. Atualmente encontramos informações com mais facilidade. Esta é uma característica marcante da sociedade de comunicação, onde quem tem a informação sente-se incitado a oferecê-la ao público.

Por: Nailton Francisco de Souza (Porreta), diretor executivo do SindMotoristas – SP e de comunicação da Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST).