A
Segurança Pública no Brasil é vista como um grande desafio a ser enfrentado
O presidente da Nova Central
– SP, Luiz Gonçalves (Luizinho), fiel defensor da “desmilitarização das
Polícias”, acredita que violência é um problema social de grande dimensão que
afeta toda a sociedade, atingindo crianças, adolescentes, homens e mulheres
durante diferentes períodos da vida ou durante toda a vida dessas pessoas. “Em muitos
casos, é reafirmada por decisões ideológicas, discurso duro e impunidade para
os abusos”.
Entende que a sociedade em
seu ciclo evolutivo passa por explosões de violência pontuais. Em toda a
história humana não houve um ciclo sequer em que ela não se manifestasse, e de
certa forma esse desencadeamento culminou na criação de mecanismos de
aprimoramento na relação humana.
Que a violência esteve
sempre presente nos processos de “constituição” e “estruturação” da sociedade
brasileira. “Porém, ela só se converteu em um problema social quando assumiu a
forma de investidas predatórias crescentes contra a integridade física e contra
o patrimônio material da população dos grandes centros urbanos”.
Alertou que no mundo
inteiro, é responsável por adoecimentos, perdas e mortes, e se manifesta por
meio de ações praticadas por indivíduos isolados, grupos, classes ou mesmo
entre nações. E que de acordo com o Ministério da Saúde (2009), a violência,
além de provocar “danos físicos”, também traz “transtornos emocionais e/ou
espirituais” não só para as vítimas, mas também para os agressores.
Lamentou também, que infelizmente,
aqui no Brasil, a polícia mata com aval do estado, por isso é classificada por
organismos e entidades de direitos humanos como violenta, truculenta e máquina
de matar. “Em 2012, no âmbito da Organização das Nações Unidas (ONU), recomendou-se
sua extinção, como forma de combate à violação aos direitos humanos e à prática
de execuções extrajudiciais cometidas por uma parcela dos membros da corporação”.
Gonçalves comentou que estudos
da anistia Internacional de 2011, apontou que as polícias dos estados de São Paulo
e Rio de Janeiro mataram 42% a mais que todos os países onde existe a pena de
morte. Que pesquisa recente da Fundação Getúlio Vargas, em parceria com o Fórum
Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), revelou que mais de 70% da população
brasileira não confia nas polícias.
Afirmou que de acordo com
estimativas da socióloga Samira Bueno, secretária executiva do FBSP, atualmente,
ao menos cinco pessoas são mortas pela polícia. Os números são resultados de
estudos e análises dos bancos de dados, montados pelos estados, cruzados com os
de organizações de direitos humanos e das ouvidorias.
“O Estado de São Paulo vive
há décadas sob o estigma do discurso duro, conservador, que faz saltarem os
números de mortes em confronto com a polícia. No ano passado, segundo o Anuário
Brasileiro de Segurança Pública 2013, 4.836 pessoas foram vítimas de homicídio
doloso em São Paulo (47.136 no Brasil), contra 4.193 no ano anterior (43.366 no
Brasil). A polícia matou 1.890 no Brasil em 2013 – desses, 563 em São Paulo”.
Esperançoso em dias
melhores, disse que devido aos processos de caráter participativo da sociedade
contra ações preconceituosas, de violência, de abuso de autoridade, de desvio
de conduta, entre outros graves problemas sociais, surge, uma nova “perspectiva”
para sociedade brasileira baseada nos “princípios da justiça social”, e que são
fundamentais para a estruturação de uma “Gestão Participativa na Segurança
Pública”.
Enfatizou que de acordo com
os princípios da Declaração dos Direitos Humanos, os valores constitucionais do
cidadão tornam-se diretrizes para o direito à mobilidade e ao convívio Social. “Entre
eles podemos citar os seguintes princípios”:
• “Dignidade da
pessoa humana – é um princípio derivado dos direitos humanos, dentro de um
contexto de valores, atitudes e posturas com fundamentação para o convívio
social democrático, evitando as discriminações de qualquer espécie”;
• “Igualdade de
direitos – maneira de exercitar o compromisso da cidadania em sua completa
missão”;
• “Participação –
uma forma de mobilizar e organizar um grupo social por questionamentos das
problemáticas e necessidade de buscar soluções”;
• “Corresponsabilidade
pela visão social – trazer para si a responsabilidade de melhorar nos
aspectos sociais valorizando novas atitudes comportamentais”.
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