A
cidade de SP poderá ter uma empresa pública de transporte
O vereador Valdemar Silva
(Vavá do Transporte), afirmou que por muitos anos trabalhou na Companhia Municipal de Transportes
Coletivos (CMTC), empresa pública que foi referência no setor na América
Latina, que infelizmente, serviu aos interesses particulares de administradores
descomprometidos com o transporte público de qualidade, e foi extinta pelo então
prefeito na época, Paulo Maluf.
Lembrou que na ocasião, os
argumentos utilizados eram de que sua ineficiência e o alto custo operacional
oneravam os cofres da Prefeitura Municipal via os subsídios. Que passados quase
20 anos de sua privatização, o prefeito Fernando Haddad anuncia sua intenção em
criar uma ‘nova CMTC’, por não haver empresas suficientes para prestar serviços
de qualidade na cidade.
“Em entrevista à Rede Brasil
Atual e à TVT, ele vinculou sua criação à renegociação da dívida da Prefeitura
de São Paulo, caso seja aprovado no Senado, Projeto de Lei que permite
renegociação das dívidas dos municípios. E que para comprar ônibus, o poder
público precisa ampliar sua capacidade de endividamento”.
Vavá do Transporte, também destacou
que outro ponto relevante abordado pelo prefeito, é o fato de não está
descartada a possibilidade de a licitação dos transportes em São Paulo ficar
somente para 2015, o que vai depender de quando ficar pronta a auditoria sobre
as contas dos transportes, que será feita por uma empresa ainda está sendo
escolhida.
De acordo com a entrevista, Haddad
negou que haja “cartelização” nos transportes urbano por ônibus da capital, mas
reconhece que nem todas as companhias possuem condições de operar na cidade e,
que são difícil novos grupos empresariais do setor entrar no sistema da Capital
Paulista. “Também disse que a criação de faixas de ônibus não reduz a
velocidade dos carros de passeio, mas aumenta do transporte coletivo, que é a
meta de sua gestão”.
Confira
o trecho da entrevista em que o prefeito falou sobre mobilidade:
1
- Nessa convivência público-privado ainda existe possibilidade de constituir
uma empresa pública de transportes?
R: Eu gostaria de ter.
Infelizmente depende um pouco da votação da dívida do município no Senado. Porque
se eu não tiver espaço de endividamento eu não tenho como adquirir ônibus
próprios para o município. Eu estou amarrado a uma decisão que está na mão do
Senado. Se revisar a dívida eu tenho fôlego para ter uma empresa municipal de
transporte.
2
- Qual seria a vantagem para a população dessa empresa municipal de transporte
público em São Paulo?
R: Seria a municipalidade
não ficar refém do setor privado. Hoje, qual é o grau de liberdade que a
prefeitura tem? Você não tem nem outras empresas para contratar, você tem uma
situação dada muito difícil de sair. Teria mais grau de liberdade você ter uma
empresa pública, com uma unidade/custo, transparente, com dados abertos. Daí eu
tenho condição de saber exatamente qual é tarifa justa do ponto de vista da
remuneração do empresário. Ganharia muito em transparência, em primeiro lugar,
e muito em liberdade para negociar melhores condições para cidade.
3
- E qual a perspectiva de alterações nas planilhas de custo do transporte?
R: Olha, nós abrimos todas
as planilhas, mas elas são muito difíceis de serem lidas. O que nós fizemos foi
contratar uma auditoria internacional para facilitar a vida do cidadão.
4
- Ainda está travada a nova licitação dos transportes?
R: Não, não está mais.
Estamos assinando o contrato, este ano nós vamos fazer uma grande auditoria no
sistema.
5
- Então, vai ficar para 2015 o novo edital do transporte?
R: Depende da velocidade
dessa auditoria. Eles devem ter boa experiência em planilhar esses custos. Se
tiverem acesso a tudo, eu acho que eles podem nos dar uma resposta rápida, em
alguns meses. Eu não sentei com a empresa ainda, até porque o contrato ainda
não está assinado. Vamos estabelecer um calendário. Mas assim que eles nos
abrirem os números, nós podemos licitar com segurança, e estaremos fazendo o
melhor para a cidade.
6
- E a questão dos corredores, as pessoas que estão acostumadas ao transporte
individual devem pensar em também priorizar o transporte coletivo?
R: O papel do poder público
é garantir o mínimo de qualidade do transporte público, para dar alternativa
para as pessoas. Mas, ao contrário do que as pessoas pensam, os veículos
particulares de São Paulo ainda andam em uma velocidade maior do que a maioria
das cidades do mundo. Por exemplo, Nova York. Apesar do metrô de Nova York ser
cinco vezes o de São Paulo, os carros de lá andam em uma velocidade menor do
que aqui. Para você ver como o tema é complexo.
O link com a entrevista completa é:
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