A proporção de domicílios
exclusivamente dependentes do auxílio foi maior no Nordeste, ultrapassando os
13% no Piauí e na Bahia. Entre os
domicílios mais pobres, os rendimentos atingiram 132% do que seriam com as
rendas habituais em agosto. A ajuda financeira também foi suficiente para
superar em 41% a perda da massa salarial entre as pessoas que permaneceram
ocupadas.
“O papel do auxílio
emergencial na compensação da renda perdida em virtude da pandemia foi
proporcionalmente maior do que no mês anterior”, disse, em nota, o autor da
pesquisa Sandro Sacchet.
Em comparação com o mês anterior,
a redução da diferença entre a renda efetiva e a habitual foi generalizada. De
modo geral, os trabalhadores receberam em agosto 89,4% dos rendimentos
habituais (2,3 pontos percentuais acima de julho) – R$ 2.132 em média, contra
uma renda habitual de R$ 2.384.
Já os trabalhadores do setor
privado sem carteira assinada receberam 86,1% do habitual contra 85% no mês
anterior. Trabalhadores do setor privado com carteira e funcionários públicos
continuaram a receber, em média, 95% do rendimento habitual.
A recuperação do nível de
renda foi maior entre os trabalhadores por conta própria, que receberam em
agosto 76% do que habitualmente recebiam, contra 72% em julho, alcançando
rendimentos efetivos médios de R$ 1.486.
Ainda que tenham recuperado
parcela mais significativa da perda salarial devido à pandemia, os que
trabalham por conta própria continuam tendo um dos menores índices de renda
efetiva. O estudo cita como exemplo os trabalhadores de tratamento de beleza e
serviços pessoais que receberam em agosto apenas 68,6% da renda habitual,
auferindo uma renda média de R$ 1.072. O resultado, porém, é melhor que o de
julho, quando receberam 60% da renda habitual.
Outros grupos que sofreram
muito com a pandemia, mas que apresentaram maior recuperação em seus rendimentos
são os trabalhadores de atividades artísticas, esportivas e recreação
(crescimento de 15% da renda); atividades imobiliárias (aumento de 20%);
hospedagem (10,5%); serviços de alimentação (7,1%); e transporte de passageiros
(7,3%).
Segundo o Ipea, os
trabalhadores menos afetados pela pandemia estão na administração pública, na
indústria extrativa, nos serviços de utilidade pública, na educação, em
serviços financeiros e armazenamento, nos correios e nos serviços de entrega. No
Nordeste, a renda efetiva subiu de 86,7% do habitual em julho para 89,6% em
agosto, enquanto o Centro-Oeste continua sendo a região menos impactada
(91,8%).
Conforme o estudo, o efeito da
pandemia continua mais severo entre os idosos (85,6%) e menor entre os mais
jovens (90,8%), e o impacto foi menor entre aqueles com ensino médio ou
superior (89% para trabalhadores com médio completo e 91,1% para aqueles com ensino
superior).
Fonte: https://radiopeaobrasil.com.br
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