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O cartel do aço impôs a
indústria siderúrgica brasileira regras rígidas que impediu sua expansão, para
garantir mercado de exportação às usinas da Alemanha, Estados Unidos, Japão e
Inglaterra. Inclusive, um relatório britânico de 1938, confirmava que o cartel
internacional de aço unido ao cartel internacional de equipamentos
siderúrgicos, havia impedido até aquela data a produção de aço nos países
importadores.
No livro: “A Ditadura dos
Cartéis - Anatomia de um Subdesenvolvimento” (de 1978, Kurt Rudolf Mirow, P. 81),
consta o seguinte relato: - Em 1939, a United
Sates Steel em sequencia lógica manifestou seu interesse pela instalação de
uma indústria siderúrgica no Brasil e o governo norte-americano somente
concordou em fornecer os equipamentos necessários à instalação do
empreendimento em Volta Redonda – RJ, só após o País apoiar operações de guerra
contra os países do Eixo.
Na ocasião, não era só os americanos
que impunham barreiras ao desenvolvimento à indústria brasileira. Existiam obstáculos
também internos, como o do Dr. Eugênio Gudin Filho, economista
liberal, então ministro da Fazenda entre setembro de 1954 e abril de 1955, durante
o governo de Café Filho, que considerava um “absurdo” construir uma usina para
produzir cem mil toneladas de aço, que ultrapassava o consumo local.
Este tipo de visão caolha e
submissa contribuiu para que o país não galgasse posição de independência em
relação às multinacionais do ramo organizadas em cartéis. Um exemplo foi o da
empresa Mafersa que na década de 60 inaugurou em Caçapava – SP uma fábrica de
rodas de aço para estradas de ferro e foi duramente golpeada pelo London Committee, do cartel
internacional de rodas de aço – International
Steel Wheel and Wheel Set Armangemet – que autorizou seus membros reduzir
seus preços em até 40% e conseguiu paralisar a produção nacional por oito anos.
O governo brasileiro seguiu
fielmente a recomendação de não expandir sua produção feita pela Companhia de
Assessoria Internacional (Booz – Allen),
situada na Bond Street, em Londres,
próximo aos escritórios centrais de coordenação de grandes cartéis de aço. “Como
consequência da falta ou quem sabe, talvez, teria outros interesses que não os
do Brasil, houve um salto nas importações nacionais de aço, a partir de 1972,
eliminando a competitividade da indústria de bens de capital”, (A Ditadura dos
Cartéis ..., P. 82).
Por:
Nailton Francisco de Souza, Diretor Executivo do SindMotoristas – SP e
Secretário Nacional de Comunicação da Nova Central Sindical de Trabalhadores
(NCST).
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