A Comissão
de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado Federal debateu na terça-feira (12/06) o
Projeto de “Reforma Tributária Solidária: Menos Desigualdade, Mais Brasil”,
elaborado pela Associação Nacional dos Auditores da Receita Federal do Brasil
(Afimp) e pela Federação Nacional do Fisco Estadual e Distrital (Fenafisco), o
documento visa fomentar a discussão com toda sociedade.
Considerada
pelos especialistas como a “mãe de todas as reformas” que o País necessita para
voltar a crescer e sair da crise, o documento apresenta sugestões que visa
corrigir as “anomalias” do sistema tributário brasileiro. Segundo o
levantamento destas instituições, 50% da carga tributária no Brasil vêm do
consumo, enquanto a média nos países da Organização para a Cooperação e
Desenvolvimento Econômico (OCDE) é de 32%.
O
Diretor Nacional de Comunicação da Nova Central Nailton Francisco de Souza
(Porreta), acompanhou o caloroso debate entre os senadores e ficou
impressionado com a informação de que no atual sistema de tributação o povo
paga quase 50% de impostos no consumo de produtos e serviços, fator que
aprofunda a desigualdade social.
“Na
visão da Afimp e Fenafisco o ideal seria que o sistema tributário brasileiro,
tivesse a correção progressiva por meio da tributação direta sobre os ganhos de
capital, a renda e o patrimônio oculto dos mais ricos. Para eles, nenhum
sistema tributário no mundo é perfeito. E que a simplificação dos tributos, da
forma como tem sido discutida atualmente, está longe de representar a solução
ideal, sobretudo porque fragiliza drasticamente as bases de financiamento das
políticas sociais”, observa Nailton.
A
Reforma Tributária Solidária tem gestão executiva da rede Plataforma Política
Social e apoio do Conselho Federal de Economia (Cofecon), do Departamento
Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), da Fundação
Friedrich-Ebert-Stiftung Brasil (FES), do Instituto de Estudos Socioeconômicos
(Inesc), do Instituto de Justiça Fiscal (IJF) e da Oxfam Brasil, todas
entidades comprometidas com a justiça social.
Fruto
do trabalho de mais de quarenta especialistas, o objetivo geral é oferecer
subsídios e fomentar o debate informado sobre o sistema tributário brasileiro,
por parte de sindicatos, associações, movimentos sociais, entidades de
representação profissional e empresarial, partidos políticos, parlamentares e
cidadãs e cidadãos engajados na construção de um projeto de país justo. Ao
mesmo tempo, o trabalho tem como objetivo ser um norteador de futuras políticas
públicas e propostas de reforma, sempre em consonância com os interesses
sociais.
A
experiência dos países mais desenvolvidos nos mostra que o sistema tributário
não está dissociado do Estado de bem-estar social, por seus impactos na distribuição
ou desconcentração da renda e na consequente melhoria das condições gerais de
vida, razão primeira e última de uma nação civilizada. Ampliar a oferta pública
de bens e serviços promove o desenvolvimento. Sob essa ótica, o sistema
tributário nacional também deve estar adequado ao propósito de financiar e fortalecer
a proteção social.
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