Cesta básica tem retração em
13 de 20 capitais pesquisadas Em fevereiro, o custo do conjunto de alimentos
essenciais diminuiu em 13 capitais e aumentou em sete, segundo os dados da
Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos realizada pelo Departamento
Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE).
As reduções mais expressivas
ocorreram em João Pessoa (-3,96%), Natal (-3,20%) e Campo Grande (-2,98%). As
maiores taxas positivas foram anotadas nas cidades de Belém (3,37%) e Fortaleza
(2,03%). A cesta mais cara foi a do Rio de Janeiro (R$ 438,36), seguida por São
Paulo (R$ 437,33), Porto Alegre (R$ 434,50) e Florianópolis (R$ 425,05).
Os menores valores médios
foram observados em Salvador (R$ 336,59) e Aracaju (R$ 341,59). Em 12 meses,
entre fevereiro de 2017 e o mesmo mês de 2018, os preços médios da cesta caíram
em 13 cidades. Merecem destaque as reduções observadas em Manaus (-4,90%),
Goiânia (-4,25%) e Belém (-4,10%).
As altas foram registradas
em sete cidades e as mais expressivas ocorreram em Recife (3,49%) e Rio de
Janeiro (3,25%). Nos dois primeiros meses de 2018, todas as cidades
apresentaram taxa positiva. As maiores foram observadas em Fortaleza (7,63%),
Brasília (7,61%) e João Pessoa (7,47%) e as menores em Aracaju (0,46%) e
Goiânia (0,96%).
Com base na cesta mais cara,
que, em fevereiro, foi a do Rio de Janeiro, e levando em consideração a
determinação constitucional que estabelece que o salário mínimo deva ser
suficiente para suprir as despesas de um trabalhador e da família dele com
alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e
previdência, o DIEESE estima mensalmente o valor do salário mínimo necessário.
Em fevereiro de 2018, o
salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas
deveria equivaler a R$ 3.682,67 ou 3,86 vezes o salário mínimo nacional, de R$
954,00. Em janeiro, o salário mínimo era de R$ 3.752,65, ou 3,93 vezes o piso
mínimo. Em fevereiro de 2017, o mínimo necessário foi estimado em R$ 3.658,72,
ou 3,90 vezes o piso mínimo de R$ 937,00.
Cesta básica x salário
mínimo Em fevereiro de 2018, o tempo médio necessário para adquirir os produtos
da cesta básica foi de 88 horas e 38 minutos. Em janeiro de 2018, a jornada
necessária ficou em 89 horas e 29 minutos. Em fevereiro de 2017, o tempo era de
89 horas e 33 minutos.
Quando se compara o custo da
cesta e o salário mínimo líquido, ou seja, após o desconto referente à
Previdência Social, verifica-se que o trabalhador remunerado pelo piso nacional
comprometeu, em fevereiro, 43,79% para adquirir os mesmos produtos que, em janeiro,
demandavam 44,21% e, em fevereiro de 2017, 44,25%.
Entre janeiro e fevereiro de
2018, as quedas predominaram no preço da carne bovina de primeira, do óleo de
soja, café em pó, da batata (coletada no Centro-Sul), do feijão, leite integral
e tomate. Entre janeiro e fevereiro, o quilo da carne bovina diminuiu em 16
cidades, ficou estável em Fortaleza e Recife e aumentou em João Pessoa (0,85%)
e Florianópolis (0,89%).
As quedas mais importantes
aconteceram em Belém (-4,27%) e Brasília (-2,87%). Em 12 meses, o valor da
carne apresentou taxas negativas em 15 cidades, com destaque para Belém
(-12,49%), Fortaleza (-6,60%) e João Pessoa (-5,77%). Os frigoríficos evitaram
elevar o preço da carne por causa da dificuldade em comercializá-la, devido à
menor demanda.
O preço do óleo de soja teve
queda em 16 capitais, ficou estável no Rio de Janeiro e aumentou em
Florianópolis (0,21%), Salvador (0,84%) e Aracaju (2,65%). As quedas mais
expressivas foram anotadas em Vitória (-3,24%), Manaus (-2,82%) e Belém
(-1,92%). Em 12 meses, o produto apresentou taxa negativa em todas as cidades,
em especial em Goiânia (-22,74%), Recife (-21,67%), Belém (-21,32%) e Cuiabá
(-21,06%).
O volume de soja esmagada
para produção de farelo e óleo cresceu. Uma boa parte do óleo produzido está
sendo usada para fabricação de biocombustíveis. No varejo, os preços
continuaram caindo, com a oferta normalizada.
Já o valor do café em pó
diminuiu em 15 cidades e subiu em outras cinco. As quedas oscilaram entre
-4,24%, em Belém, e -0,42%, em Goiânia. As maiores altas ocorreram em São Paulo
(1,39%) e Belo Horizonte (1,19%). Em 12 meses, quatro cidades acumularam
aumentos, com destaque para São Paulo (8,67%); e outras 16 registraram queda no
preço do produto - em Brasília, a retração chegou a -10,25%.
A possibilidade de boa safra
no país, em 2018, vem derrubando as cotações do café no mercado interno e,
junto com a queda dos preços externos e a desvalorização do dólar, no início de
fevereiro, influenciou os preços no varejo. O preço da batata, pesquisada no
Centro-Sul, diminuiu em nove cidades e aumentou em São Paulo (0,29%) e Goiânia
(4,40%). As quedas oscilaram entre -10,18%, em Porto Alegre, e -0,42%, em
Curitiba. Em 12 meses, a maioria das capitais mostrou elevação de valor, entre
16,61%, em São Paulo, e 40,48%, em Curitiba.
A safra das águas abasteceu
o mercado e fez com que o preço recuasse na maior parte das cidades. Das 20
capitais onde a pesquisa é realizada, houve queda mensal no preço do feijão em
14. O tipo carioquinha, pesquisado nas regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste,
em Belo Horizonte e em São Paulo, diminuiu em 11 cidades, com exceção de Natal
(1,08%), Brasília (1,17%), Campo Grande (5,69%) e Manaus (0,19%).
Nas demais cidades, as taxas
variaram entre -6,85%, em Goiânia, e -0,52%, em São Paulo. Já o preço do feijão
preto, pesquisado nas capitais do Sul, em Vitória e no Rio de Janeiro, aumentou
no Rio de Janeiro (0,23%) e em Florianópolis (7,41%) e decresceu em Curitiba
(-5,02%), Vitória (-3,80%) e Porto Alegre (-2,90%). Em 12 meses, o valor do
grão carioquinha apresentou retração em todas as capitais: as taxas variaram
entre -48,31%, em Fortaleza, e -20,93%, em São Paulo.
O mesmo movimento de queda
aconteceu com os preços médios do tipo preto, em 12 meses, com destaque para a
taxa de Vitória (-34,80%) e Curitiba (-34,27%). O mercado esteve bem abastecido
do grão carioca. Já para o feijão preto, apesar das chuvas no Sul, que
atrapalharam a colheita, e da oferta limitada, os preços ainda seguiram em
queda no varejo de todas as localidades.
O valor do litro do leite
diminuiu em 14 cidades entre janeiro e fevereiro, com quedas que variaram entre
-3,14%, em Aracaju, e -0,35%, em Campo Grande. As altas foram verificadas em
Florianópolis (1,79%), Salvador (2,07%), São Luís (2,17%), Belém (2,42%), Rio
de Janeiro (2,64%) e Vitória (3,99%).
Em 12 meses, todas as
cidades acumularam redução nas taxas, que variaram entre -14,49%, em Goiânia, e
-3,21%, em Curitiba. O consumo do leite UHT seguiu enfraquecido pela baixa
demanda e influenciou, ainda em fevereiro, o valor do produto no varejo.
O preço do tomate diminuiu
em 14 capitais entre janeiro e fevereiro e as retrações variaram entre -18,85%,
em João Pessoa, e -0,93%, em Vitória. As altas foram expressivas em Fortaleza
(12,96%) e Belém (30,24%). Em 12 meses, todas as cidades mostraram alta, com
taxas entre 22,04%, em Manaus, e 83,22%, em Belo Horizonte A safra de verão
abasteceu o mercado interno e reduziu os preços do fruto.
Em fevereiro de 2018, em São
Paulo, a cesta de alimentos básicos diminuiu -0,43% em relação a janeiro e
custou R$ 437,33. A cidade apresentou o segundo o maior valor para o conjunto
básico de alimentos, entre as 20 pesquisadas pelo DIEESE. Em 12 meses, a
variação anual foi de 2,61% e, nos dois meses de 2018, houve alta de 3,06%.
Entre janeiro e fevereiro de
2018, houve diminuição no valor médio de oito itens da cesta: açúcar refinado
(-2,83%), tomate (-2,07%), carne bovina de primeira (-1,63%), óleo de soja
(-1,15%), leite integral (-0,89%), arroz agulhinha (-0,69%), feijão carioquinha
(-0,52%) e banana (-0,18%). Os demais produtos apresentaram alta: batata
(0,29%), pão francês (0,62%), café em pó (1,39%), farinha de trigo (1,81%) e
manteiga (5,98%).
Em 12 meses, seis produtos
acumularam aumento: tomate (58,38%), batata (16,61%), manteiga (9,73%), café em
pó (8,67%), pão francês (2,15%) e carne bovina de primeira (0,42%). Os outros
sete itens apresentaram redução: feijão carioquinha (-20,93%), açúcar refinado
(-20,79%), óleo de soja (-12,69%), banana (-11,76%), farinha de trigo (-9,66%),
leite integral (-8,11%) e arroz agulhinha (-5,88%).
O trabalhador paulistano,
cuja remuneração equivale ao salário mínimo, necessitou cumprir jornada de
trabalho, em fevereiro, de 100 horas e 51 minutos, menor que o tempo necessário
em janeiro, de 101 horas e 17 minutos.
Em fevereiro de 2017, a
jornada era de 100 horas e 04 minutos. Em fevereiro de 2018, o custo da cesta
em São Paulo comprometeu 49,83% do salário mínimo líquido (após os descontos
previdenciários). Em janeiro, o percentual exigido era de 50,04% e, em
fevereiro de 2017, de 49,44%.
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