Sindicatos
no Brasil: Como administrar em cenários de constantes mutações?
No geral, a imprensa do país
ignora o poder de mobilização e lideranças dos sindicatos e centrais sindicais.
O “Dia nacional de Luta” foi
interpretado como uma tentativa dos sindicalistas “correrem atrás de tempo perdido”, e arreboque dos protestos de
junho liderados pelo MPL – Movimento Passe Livre – que conseguiu anular o
aumento de tarifas do metrô, trens e ônibus.
Os movimentos de rua
clamaram por mudanças profundas na política em geral, reivindicou além do não
reajuste nas tarifas de transportes, a melhoria na educação, saúde pública –
com apoio a propostas de destinar ao setor parcelas crescente do PIB (Produto
Interno Bruto), até alcançar 10% em 2020. Hoje se investe algo entre 5% e 6%,
nível similar ao de países desenvolvidos.
Disseram que pela inércia,
provocada após a chegada de um operário na Presidência da República, Luiz
Inácio Lula da Silva (Lula), a maioria dos sindicatos deixou de lutar. A consequência
foi perda de apoio popular, obtido durante década de 1970 e 1980. O principal
motivo foi “domesticado”, agraciados
com cargos e benefícios pelo imposto sindical obrigatório.
Editorial do jornal Agora,
de 13 de junho, afirmou que “hoje os
sindicatos continuam, como na época do ditador gaúcho, muito controlados pelo
governo e por partidos... Os sindicalistas viram que estavam ficando ainda mais
ultrapassados e resolveram fazer barulho, obstruindo rodovias e promovendo atos
em todas as capitais...”.
De acordo com o presidente
da Nova Central – SP, Luiz Gonçalves (Luizinho), não bastasse às críticas
maldosas, ainda apresentou uma receita de que se quisermos recuperar o “prejuízo”, precisaríamos nos aproximar
mais dos trabalhadores (as) e mostrar mais “independência
em relação ao poder”.
“Entendo
que do ponto de vista do conhecimento, o sindicalista precisa está totalmente
preparado. Os trabalhadores (as) sentem falta de representantes com habilidades
e atitude. Habilidade para transitar em diversos cenários e operar em situações
difíceis – bem como habilidade para trabalhar em equipe e liderar de forma
satisfatória e com atitudes coerentes”.
Em sua opinião a questão da transparência
é fundamental. E as demandas das mais variadas categorias podem contribuir para
o aprimoramento dos serviços disponibilizados – pelas entidades sindicais.
“Vejo que por meio das
críticas e sugestões, se consegue identificar o que de fato funciona e que
precisa ser replicado para outros setores. Dessa forma, a cobrança dos
trabalhadores (as) levará ao desenvolvimento de um sistema mais eficaz de
prestação de contas e responsabilização”, afirmou.
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