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quarta-feira, 3 de novembro de 2021

Bolsonaro e Guedes mentem: número de empregos criados em 2020 é 46% inferior ao anunciado

No início do ano o ministro da economia Paulo Guedes, fez festa ao anunciar a criação de 142.690 empregos com carteira assinada em todo ano passado, mesmo no auge da pandemia. Os dados eram do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) e iam contra a informação de que o Produto Interno Bruto caíra 4,5%.

Após os dados serem atualizados a verdade veio à tona e revelou que, na realidade, a criação de empregos formais foram 75.883. Ou seja, menos 46,81% na comparação com o número divulgado pelo governo Bolsonaro. A confusão, além de induzir ao erro, reafirma uma prática em governos com tendências autoritárias de manipular dados.

Em 2020, eles fizeram uma mudança na metodologia do Caged que fez com que os dados recentes não possam mais ser comparados à série histórica de anos anteriores. E o novo cálculo passou a considerar outras fontes de informações, que segundo analistas gera impacto porque, a declaração dos vínculos temporários à pesquisa do Caged é opcional – mas a inserção no eSocial é obrigatória.

Na tentativa de justificar o erro, Ministério do Trabalho e da Previdência, recriado em julho deste ano, informou que a diferença no saldo de empregos criados se deve a um aumento no número de declarações de contratação e demissão realizadas fora do prazo pelas empresas e que essa alta é provocada pelo processo de transição das declarações para o eSocial.

A realidade para que procura um emprego é desesperadora. De acordo com os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e o desemprego se mantém em patamar elevado e aumenta o número de trabalhadores e trabalhadores sem direitos garantidos na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).

A taxa de desemprego do trimestre encerrado em julho foi de 13,7% em comparação ao trimestre anterior. Isso significa 14,1 milhões de pessoas em busca de um emprego no país. Embora a taxa do desemprego tenha recuado em relação ao trimestre encerrado em abril (14,7%), a maioria dos brasileiros continua sem um emprego decente.

O total dos sem direitos garantidos pela CLT são mais de 71,6 milhões. Confira:

. 25 milhões de brasileiros estão trabalhando por conta própria,

. 36,3 milhões são informais, e,

. 10,3 milhões trabalham sem carteira assinada.

Segundo o IBGE, o número de trabalhadores por conta própria  bateu recorde histórico, desde que a PNAD começou a ser feita em 2012. A alta foi de 4,7% (mais 1,1 milhão de pessoas) ante o trimestre anterior e 17,6% (3,8 milhões de pessoas) na comparação anual.

O número de empregados sem carteira assinada no setor privado (10,3 milhões) subiu 6 % (587 mil pessoas) no trimestre e 19% (1,6 milhão de pessoas) no ano.

Já a taxa de informalidade subiu de 39,8% para 40,8% da população ocupada. São 36,3 milhões de trabalhadores informais. No mesmo período do ano passado a taxa era de 37,4%.

A população subocupada por insuficiência de horas trabalhadas é de 7,7 milhões de pessoas -  recorde também da série histórica, com altas de 7,2% ante o trimestre anterior (520 mil pessoas a mais) e de 34,0% (2,0 milhões de pessoas a mais) frente ao mesmo trimestre de 2020.

A taxa de desemprego atual é de 13.2%.

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