O senador Renan Calheiros (MDB-AL), que é o relator da CPI da Covid, diz que o governo e senadores que apoiam Jair Bolsonaro (sem partido) estão equivocados quando dizem que as investigações da comissão vão dar em nada. "Os fatos falam por si", afirma ele. "O Brasil virou o cemitério do mundo. O fato de terem transformado o Brasil nisso não ficará impune. Seria a desmoralização de todos nós da CPI", diz ele.
Nesta segunda (10), a
colunista do UOL Thaís Oyama revelou que o Palácio do Planalto acredita que a
CPI "não vai dar em nada" e que a população estaria desinteressada do
assunto. A revelação reforça informação publicada pela coluna no fim do mês de
abril, de que o senador Ciro Nogueira (PP-PI) tem afirmado a empresários e
banqueiros que a CPI não dará em nada.
Em jantar em São Paulo com
um grupo em que estavam representantes dos bancos Itaú, BTG e Bradesco, além de
industriais, ele afirmou que, caso o relatório de Renan Calheiros seja contra o
governo, os parlamentares da base de Jair Bolsonaro farão um documento
alternativo, livrando o presidente de responsabilidade.
"Se houver provas sobre
os morticínios, haverá, sim, responsabilização", diz Renan Calheiros.
"A CPI não é uma briga de governo e oposição. Nem de grupos ideológicos.
Ela quer mostrar a verdade. E vai mostrar o que aconteceu e o que fizeram para
salvar, ou não salvar, vidas", afirma o Renan Calheiros.
Ele diz que a população
está, sim, interessada nos trabalhos da comissão. E que pesquisas mostram
"que é aprovada por 70% da população". Calheiros afirma ainda que a
CPI já está tendo impactos positivos, como a aceleração do governo em busca de
vacinas.
A comissão já tomou os
depoimentos dos ex-ministros da Saúde Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich e
do atual comandante da pasta, Marcelo Queiroga. Nesta semana, já estão marcados
os depoimentos do ex-secretário de Comunicação do governo, Fabio Wajngarten,
que acusa o Ministério da Saúde de incompetente na compra de vacinas, e do
ex-chanceler Ernesto Araújo.
Fonte: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/monicabergamo.
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