O elevado percentual de
mortos entre aposentados e donas de casa pode estar associado a fatores como
idade mais avançada e também ao contágio por parentes que levam o vírus para
suas casas. Pode ser consequência ainda de idas constantes ao mercado, à
farmácia e a consultas médicas, afirma o Instituto Pólis, que fez a pesquisa.
Dentre os trabalhadores
remunerados, o maior percentual de óbitos está concentrado no setor de
serviços: 24,3%, contra 8,2% da indústria e 5% do comércio.
As maiores vítimas do setor
de serviços foram os trabalhadores de ocupações administrativas e
informacionais (4%), de transporte e tráfego (3,2%) e as empregadas domésticas
(2,3%).
O instituto nota que 6,5%
dos que morreram de Covid-19 na cidade trabalhavam em atividades que deveriam
ter sido suspensas, como construção civil e trabalho doméstico. Mas que foram
consideradas essenciais e seguem sendo exercidas sem restrições.
A entidade afirma que é
preciso debater o que é considerado realmente essencial. “O perfil dessas
ocupações que permanecem em atividade, mas que poderiam ter sido poupadas, é
marcado pela predominância de pessoas com baixa escolaridade e pela proporção
de trabalhadoras e trabalhadores negros acima da média municipal”, diz.
Do total, 76,7% dos mortos
na cidade de São Paulo não completaram o ciclo de educação básica, ou seja,
tinham 11 anos ou menos de estudo. O dado, segundo os pesquisadores, demonstra
que a mortalidade por Covid-19 é maior entre os trabalhadores mais pobres,
impossibilitados de exercer o trabalho remoto.
O Instituto Pólis usou dados
da base de mortalidade da Secretaria de Saúde do município de São Paulo,
obtidos por meio da Lei de Acesso à Informação. O período estudado vai de março
de 2020 a março de 2021, quando cerca de 30 mil pessoas morreram na capital paulista.
Fonte: https://www1.folha.uol.com.br
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